quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Que venha 2009!

2008 foi um ano fabuloso! Sinceramente não tenho do que reclamar, mas somente agradecer ao meu Deus por tudo o que Ele, em uma prova cabal de sua misericórdia e graça para conosco, fez em minha vida e na vida de meus próximos.

É bem verdade que tivemos momentos tristes, difíceis, e perdas marcantes, mas para quem é crente em Jesus e sabe do seu destino eterno, estes fatos desgostosos acabam por serem superados.

Vi a blogosfera evangélica crescer. Fiz novos amigos através dela. Deus seja louvado pela UBE e demais comunidades de blogueiros evangélicos. Que este importante ministério seja cada vez mais agraciado por nosso Deus.

Avancei mais dois períodos em meu curso de Direito (vou para o nono de onze). Fui aprovado para dois concursos de estágio remunerado (Tribunal de Justiça e Ministério Público), passando a conviver com os príncipes desta terra (humanamente falando). Honras e glórias ao nome de Jesus por isso.

Passei o ano com saúde, bem como toda a minha família, o que também é dádiva de Deus. Louvo a Deus por minha família, a qual muito amo e quero bem.

Por fim, nada me faltou neste ano de 2008, como fora nos anos anteriores, sendo isto uma prova inconteste da fidelidade divina. Aleluia!

Que 2009 seja um ano repleto da graça e da bênção divina sobre todos, especialmente os leitores deste blog. Que tenhamos sempre a Palavra de Deus como nosso guia de vida e fé, o nosso Norte a se seguir, sempre. Que possamos melhorar para com Deus e para com os nossos próximos; sempre melhorar, sempre.

Sou eternamente grato ao meu Deus por seu amor, bondade e misericórdia sobre a minha vida, as quais são a causa de eu ainda estar vivo e ser o que sou, e de ter o que tenho.

Louvado seja o nome de JESUS!

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” Rm 11:33-36.

Até 2009, que já é amanhã!

Anchieta Campos

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

39ª AGO da CGADB

O ano de 2009 está chegando, e dentre muitos eventos que ocorrerão nele está a 39ª Assembléia Geral Ordinária (AGO) da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), que terá como tema “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” Ne 2:20a.

A 39ª AGO se realizará de 20 a 24 de abril, com abertura do culto solene no dia 20, segunda-feira, às 19:00hs, e as plenárias com início às 09:00hs do dia 21, no Pavilhão de Exposição de Carapina, situado na Rua Constante Sodré, 157, Bairro Santa Lúcia, Vitória-ES.

Dentre o que será deliberado pelos convencionais assembléianos destacamos: o posicionamento da CGADB quanto à nulidade ou anulabilidade do casamento, união estável e concubinato, e a revisão do posicionamento acerca do divórcio. Ênfase aos princípios pentecostais, face à celebração do Centenário das Assembléias de Deus. Perigos que ameaçam as Assembléias de Deus no Brasil, como a Mornidão, Modismos neo-pentecostais, Remoção dos marcos antigos e a Omissão dos valores eclesiásticos.

Será ainda objeto de realização durante a 39ª AGO a eleição e posse da Mesa Diretora e do Conselho Fiscal da CGADB, que se realizará no dia 23 de abril, contando com a participação do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo.

O Edital de Convocação para a 39ª AGO pode ser lido AQUI.

O Edital da Comissão Eleitoral com os nomes, cargos e números dos convencionais candidatos nesta AGO pode ser lido AQUI.

O Edital de Publicação (já Retificado) contendo a lista completa de todos os convencionais do país aptos a votarem nesta AGO pode ser lido AQUI.

Oremos e acompanhemos desde já.

Sempre trarei novidades sobre este evento, que não é de interesse apenas para a nossa denominação, mas para todo o meio evangélico do Brasil e da América Latina, para não dizer (mas já dizendo) do mundo.

Anchieta Campos

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Um tributo a Rafaela Mayara

Hoje, pela madrugada, faleceu uma jovem crente, exemplo de fé, linda, simpática, e que seu sorriso nos trazia muita paz.

No culto de ontem à noite vi seu pai, irmão e irmã (sua mãe estava com ela em Natal); saudei seu pai e perguntei por sua filha Rafaela, ele me responde meio triste que ela não está nada bem, pede oração e se dirige para o púlpito. Rafaela era (e é) a sua caçula.

No culto o irmão Guedes, que hoje reside em Mossoró, dá seu testemunho de cura de um câncer do estômago em um estágio bastante avançado, e diz que se pudesse partir hoje desta vida ele queria, pois saberia para qual endereço estava indo.

Durante o culto observo o semblante do irmão Nicodemos, pai de Rafaela, e às vezes o vejo sorridente e adorando a Deus, outras o vejo com um semblante triste e angustiado. Muitos questionamentos me vieram durante o culto.

Termina o culto e fico sabendo por um irmão que a Rafaela de apenas 15 anos entrou em coma com a primeira aplicação do tratamento contra o seu câncer na cabeça. Outros questionamentos vieram.

Acordo hoje pela manhã e vejo uma chamada perdida do irmão de Rafaela, penso logo o pior. Retorno para ele e tomo conhecimento do veredicto divino: Rafaela, aos seus 15 anos, uma crente em Jesus exemplar, linda, com um sorriso estonteante e que nos trazia muita paz, foi levada por Deus para o seio celeste.

Ao desligar o telefone, ainda sem saber muito bem o que se passava em mim, começo a me perguntar:

Jesus não já curou pessoas de câncer?! Sim!

Jesus não já ressuscitou pessoas?! Sim!

Jesus tinha o poder de curar Rafaela?! Sim!

Jesus tem o poder de ressuscitá-la?! Sim!

Jesus permitiu a doença e morte de Rafaela?! Sim!

Aí me pergunto: Jesus vai ressuscitá-la??? E respondo para mim mesmo: creio que não...

Mas por que Jesus não vai ressuscitá-la?? Ele ressuscitou Lázaro não foi!? Aí respondo para mim mesmo: Lázaro era Lázaro, Rafaela é Rafaela. Com certeza ambos muito amados e queridos por Jesus, mas com certeza ambos também debaixo da soberania e sabedoria de Deus.

Neste momento outro fato me vem em mente: ambos, tanto Lázaro quanto Rafaela, estavam debaixo da graça salvadora de Deus. Ambos tinham um endereço fixo, que nunca foi esta terra, mas sim o céu de glória, este sim, morada eterna e permanente (Jo 14:1-3; 1 Pe 1:3,4; Hb 13:14; Fl 3:20,21).

Deste modo me tranqüilizo mais e acho respostas para todos os meus questionamentos.

Rafaela, você se foi, mas sabemos seu endereço, que é o céu, ao lado de Jesus. Te veremos por lá um dia!

“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo” 1 Co 15:51-57.

Anchieta Campos

domingo, 28 de dezembro de 2008

Pensamento cativo

Um momento de inspiração divina que senti de escrever e publicar. Quem quiser pode ler também outro poema meu em O amor. A graça.

Às vezes fico a imaginar,
Que amor maior realmente não há;
Se entregar por pessoas errantes,
Assumir pecado sem nunca ter errado,
Amor assim nunca se ouviu dantes,
E nunca do meu presente e futuro poderá ser apagado!


Às vezes fico a imaginar,
O quanto Ele deve ter sofrido só por me amar;
A condenação que era minha Ele para si tomou,
A morte que era o meu salário já fora derrotada,
Como prova que Ele primeiro me amou.
Toda acusação contra mim, na vitória foi tragada!

Às vezes fico a imaginar,
Que hoje estou livre para adorar;
E quão grande poder a graça tem,
Graça que sempre nos protege,
A qual não rejeita a ninguém,
E com amor e maestria a todos rege!


Às vezes fico a imaginar,
Que o meu sonho maior breve irei realizar,
De ver face a face Aquele que a vida me garantiu,
Aquele que em todos os seus a paz produz;
Este é o maior amor que já existiu,
Amor que tem nome, nome que é Jesus!


Anchieta Campos

Frase quase divina – 41

Publico neste domingo uma frase do astrônomo inglês Sir William James Herschel (1833-1917), o qual, dentre outros feitos, foi o responsável pela descoberta do planeta Urano em 13 de março de 1781.

“Todas as descobertas humanas parecem ter sido feitas com o próposito único de confirmar cada vez mais fortemente as verdades contidas nas Sagradas Escrituras” William Herschel.

Anchieta Campos

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

E dá-lhe RCC

Olha, sinceramente, eu até que tento deixar o catolicismo romano em paz, mas é que eles conseguem se superar cada dia mais.

Fazer um juízo crítico do catolicismo romano tradicional já perdeu a graça, mas os caros amigos da Renovação Carismática Católica, talvez por se exporem mais, acabam por sempre nos conceder motivos de boas risadas. Eles simplesmente ainda continuam dissilábicos em suas “línguas estranhas” (a alfabetização pneumatológica parece em crise por lá). É um tal de “lalariê, lalariê, lalariê...”, e não sai disso, lembrando inclusive aquela famosa música da Xuxa. E esta não é a primeira vez que faço este comentário em meu blog.

É público e notório, para o mais simples conhecedor da Bíblia, que línguas estranhas são línguas mesmo, línguas completas, sejam elas de outras nações ou angelicais. O que vemos na RCC com certeza não provém do Espírito Santo, até mesmo por outra simples razão que os impedem de receberem o genuíno batismo com o Espírito Santo, a qual nós sabemos muito bem qual é.

Outro fato que me chamou a atenção em um programa deles hoje pela manhã, foi que uma pessoa disse: “batiza Espírito Santo!”; pensei que tivesse sido um pequeno equívoco, mas para confirmar sua falta de entendimento em um assunto tão básico, ele repetiu mais na frente: “batiza Espírito Santo com...”, quando chegou no “com” ele deu uma pausa, pois percebeu que iria fazer uma afirmativa absurda, que seria pedir pro Espírito Santo batizar com Espírito Santo, ou seja, Ele batizaria uma pessoa com Ele mesmo! Oras, o mais simples conhecedor bíblico do assunto sabe que quem batiza com Espírito Santo é Jesus (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16), e não o próprio Espírito Santo.

É realmente louvável a intenção que os carismáticos tem em promover um crescimento teológico e bíblico no seio romanista, mas por essas e outras percebo que a famosa afirmativa que diz que “Roma será sempre a mesma” é realmente uma verdade. Que pena. Creio que a idolatria seja o maior mal que impede uma ação de Deus no seio dos amigos católicos romanos. Além do mais não podemos esquecer da profecia de Apocalipse 17, o que nos faz lembrar quem é a Igreja Católica Romana no plano escatológico, e nos faz voltar de vez pra realidade, a qual na verdade não se pode mudar.

Oremos, pois, não pela instituição, a qual já está condenada, mas pelos amigos católicos, os quais ainda tem esperança.

Com amor,

Anchieta Campos

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Natal cristão é o Natal da Bíblia

Indico neste momento o mesmo artigo de um ano atrás, onde fiz uma análise sobre o Natal e seus mais variados aspectos.

Quem não leu pode ler agora, e quem já leu poder ler novamente e relembrar algo que já esqueceu, até porque leitura nunca será algo perdido.

Para ler o artigo basta clicar no link abaixo:

Uma análise do Natal. O verdadeiro Natal bíblico-cristão.

Boa leitura.

Anchieta Campos

Frase quase divina – 40

Trago nesta segunda-feira (o quadro ainda é dominical, foi que ontem não deu mesmo para postar) uma frase do famoso filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804).

“A existência da Bíblia, como um livro para o povo, é o maior benefício que a raça humana já experimentou. Todo o esforço por depreciá-la é um crime contra a humanidade” Kant.

Anchieta Campos

Mais debate sobre Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional (Parte 03 - Conclusão)

Ver a parte 01 em Mais debate sobre Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional.

Ver a parte 02 em Mais debate sobre Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional (Parte 02).

“Caro Anchieta,

Acredito que nem eu irei mudar meu pensamento e nem o irmão, fico feliz de me responder e agradeço a atenção dispensada as minhas questões, só uma coisa que não entendi que o irmão escreve em sua resposta como sendo defensor da doutrina da depravação total, logo não entendi como pode acreditar na depravação do homem e acreditar no livre arbitrio.

Agora creio que não devemos nos estender a discussões que não teram fim, pois discuiremos esse tema aqui e ainda sim não chegaremos a uma conclusão.

Me despeço e novamente lhe agradeço

Atenciosamente


Thiago”.

“Caro irmão Thiago,

Suas palavras foram sábias e moderadas, e esta é uma das virtudes que Cristo espera de seus seguidores.

Realmente a minha intenção nunca fora a de alterar a crença doutrinária do irmão, senão a de expor a razão bíblica que nos sustém, pentecostais clássicos.

Quanto a sua indagação, nós cremos realmente que todos são pecadores e sem condições de se salvarem a si mesmos, sempre tendenciosos pro mal. Mas se o caro irmão tiver o cuidado de pesquisar e ler mais as produções pentecostais clássicas, cito, os editos da CPAD, bem como os meus e-mails e o meu blog, perceberá melhor como vemos a situação do homem caído em relação a Deus.

No demais, me despeço afirmando que as nossas conversas foram muito produtivas e de grande valor para mim, me colocando sempre a sua disposição para tratar do que for do preciso. Sei que os nossos pontos em comum são bem maiores do que os contraditórios, afinal somos herdeiros da reforma e temos a Bíblia como única fonte de regra e fé.

Renovo aqui nossos laços fraternos e de irmandade em Cristo Jesus.

Atenciosamente,

Anchieta Campos”.

Espero, mais uma vez, que esta nova série de postagens venha a contribuir em algo para o crecimento espiritual e bíblico do povo de Deus, independentemente de qual linha teológica se siga.

Aproveito a oportunidade para conclamar a todos os cristãos protestantes clássicos, sejam da linha pentecostal ou não, incluindo neste honrado grupo os membros de igrejas como a Presbiteriana, Batista, Metodista, Luterana, Assembléia de Deus, e demais que se enquadrem nos princípios bíblicos e da reforma, para todos juntos anunciarmos a Palavra de Deus e os seus fundamentos vitais, que são a salvação que há unicamente em Cristo, sua volta para buscar sua Igreja e a vida eterna de gozo e paz no céu de glória. Bem como devemos juntar forças para repudiarmos modismos e heresias que só produzem estragos e prejuízos no Corpo de Cristo.

Honremos e defendemos a Palavra de Deus!

Anchieta Campos

Mais debate sobre Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional (Parte 02)

Ver a parte 01 em Mais debate sobre Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional.

“Caro Anchieta,

Obrigado pelo seu retorno, apenas uma correção não sou calvinista nem arminiano, estou a estudar as duas vertentes mais ainda não tenho uma posição clara sobre o tema embora tendo a teologia reformada, inclusive não gosto do termo calvinista, prefiro o termo cristão reformado, até por esse motivo encontrei o seu blog e lhe contatei para esclarecer duvidas e discutir o tema. Será de grande valia pois ultimamente tomei uma "overdose" de teologia reformada e vai ser otimo ver o "outro lado".

Com Certeza a Assembleia de Deus é uma boa igreja, eu freqüentei durante 2 anos embora não concorde com algumas doutrinas e acho uma igreja muito material.

Vamos la: (Suas Citações estarão em itálico ok ?)

"O texto de Romanos 7 trata sobre a ineficácia da lei salvar ao homem devido a mesma se encontrar enferma (ineficaz em seu propósito de salvar) por causa da carne (Rm 8:3), devido a impossibilidade humana de a cumprir por completo, e sendo assim"
irmão Anchieta a lei não é inferma (Rom 7:12) segundo Paulo a lei é santa e boa ( os mandamentos de Deus não podem ser ruins e injustos) o irmão mesmo diz que a lei é ineficaz para salvar o homem, a lei também não ineficaz em salvar o Homem e sim o homem e ineficaz de cumprir a lei por isso Jesus veio cumprir a lei o que era impossivel para o homem natural por que ?
Por causa da raiz do pecado em que esta em nosso ser.( SAL51.5, SAL58.3, GEN6.5, GEN8.21, ECL9.3, MAR7.21, ROM3.9-12, JÓ14.4, JER13.23)

Vemos que somos espiritualmente mortos irmão Anchieta (Romanos 3.10 a 18, EFE2.1)

Perceba que Paulo em nenhum momento, bem como toda a Bíblia, afirma que o estado de “morte” espiritual torna o homem inapto de se dirigir a Deus (Rm 3:10)

Agora se somos justificados pela fé, estando mortos espiritualmente, não podemos “produzir” nossa fé, a fé é dom de Deus (Efe 2:8 ) onde esta nosso livre arbítrio ? Se a salvação esta “ em nossas mãos” qual o mérito de Deus nisso ? Deus é soberano ele tem misericórdia de quem quer (ROM 9:15) Por isso os calvinistas dizem que não temos o Livre Arbítrio porque o espírito Santo abre nossos corações para podermos crer e receber a palavra.

Veja o exemplo:

E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. (Atos 16:14) Note bem caro Anchieta, que Deus usou abriu o coração de Lídia para o Evangelho entrasse em seu coração.

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” Mateus 23: 37. O querer da salvação de Israel por parte de Deus foi impedido pelo livre arbítrio do povo judeu? Onde está o querer divino (que segundo vocês é incondicional e absoluto para a salvação) determinante para salvação sobre o povo de Israel?
Irmão Anchieta, Paulo explica isso em Romanos 9: 30-33.

Paulo Deixa Claro Aqui que Israel é responsavel por sua rejeição.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” 1 Co 13:8-12. Quando vier o que é perfeito e passarmos a ver face a face (e não mais haverá o que agora é conhecido em parte), não é uma clara alusão ao céu de glória?! Se for assim as línguas, profecias e a ciência apenas desaparecerão na glória?! Não é isso mesmo meu caro amigo tradicional?

Não sei se entendi seu questionamento aqui, mais se for o que estou imaginando deve se refereir aos dons de profecias e Línguas, Eu acredito que o dom de profecias e Línguas são doutrinas biblicas e estão ativos nos dias de hoje, porém em um idioma Humano conhecido (Atos 2: 7-11).

Veja que Todos esses "cidadãos" ouviram falar das grandezas de Deus em suas linguas nativas, como vejo em muitas igrejas por ai os membros em extase gritando silabas sem nexo como LILILI, Chama LaLa LAi, isso para mim é blasfêmia, como Paulo fala em I Cor 14: 19-33 o objetivo do dons de Linguas é falar das grandezas de Deus ao povo em sua lingua natal sem a necessidade de se estudar o idioma, por isso Paulo fala que quando ouver alguem falando em linguas que faça um de cada vez e que haja interprete.

Quanto a questão da profecia também acredito que esse dom esteja ativo nos dias de hoje porém da forma ordenada e que seja julgado se o profeta fala em nome de Deus, quantas profecias eu ouvi no meu tempo de pentecostal que nunca se cumpriram, eu vejo muita blasfemia nas igrejas pentecostais, principalmente nas NEO, mais fico feliz por ver que apesar de termos algumas divergencias, o irmão se dedica ao estudo da palavra para vosso engrandecimento diante de Deus, isso esta em falta hoje, fico por aqui para não me prolongar muito

ATT

Thiago”.


“Caro irmão Thiago, a Paz do Senhor!

Primeiramente peço desculpas pela demora para lhe responder. Ultimamente estou muito, mas muito ocupado mesmo.

Você realmente demonstra ser um crente temente e sincero em Cristo Jesus e em sua Palavra. Saiba que quem assim é sempre procura ler, pesquisar e estudar muito as coisas de Deus, ficando sempre sedento por estudar a Teologia Bíblica e Sistemática, digo isto por experiência própria e pelo o que já vi nestes mais de três anos de evangelho.

O importante é sabermos ser críticos daquilo que lemos, não críticos para procurar/caçar erros, mas críticos para comparar aquilo que nos ensinam com a Palavra de Deus escrita, nossa única fonte de doutrina e autoridade máxima em matéria de fé. Era isso o que os cristãos de Beréia faziam, eles examinavam “cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Eles não procuravam o erro, mas sim a concordância, se esta não fosse achada, concluiriam que os ensinos eram contrários a Palavra de Deus. Foi assim que eu me desapeguei da crença na predestinação incondicional, a qual eu era um ferrenho defensor no início da minha fé (sempre fui da Assembléia de Deus), por causa que nos meus estudos os primeiros sites que tirei para ler e estudar eram páginas de orientação calvinista (me perdoe, mas não achei outro termo para designar a corrente teológica que a igreja presbiteriana segue), mas que ao ser questionado, e procurar respostas na Bíblia Sagrada, não as achei, e ao passar a pesquisar mais, e a ler os argumentadores da predestinação condicional, não vi outra alternativa qual fosse a aderir a esta corrente, a qual achei sem culpa teológica em meus estudos mais imparciais e maduros.


Realmente não devemos ser religiosos, mas sim espirituais (1 Co 2:14,15; Gl 6:1). Usamos os termos “protestante”, “reformado”, “evangélico” ou o tão martirizado pelo mundo, “crente”, não por sermos religiosos, mas por ser por estes termos que o mundo nos identifica, e negarmos estes termos seria o mesmo que estarmos negando nossa fé perante os ímpios.

Quanto a sua afirmação referente a ser a Assembléia de Deus uma igreja material, não concordo com ela. Digo isso embasado pela minha igreja local, pela organização eclesiástica da mesma e pelo trato da mesma para com a Palavra. Agora é evidente, como eu já havia exposto no e-mail anterior, que nada é perfeito, principalmente aonde o homem está no meio. Existem pastores e igrejas locais espirituais e materiais em todas as denominações evangélicas, e não é este fato que caracteriza nenhuma delas como errada ou herética, mas sim a sua confissão de fé, literaturas e práticas costumeiras.

Oro e torço, sinceramente, para que você venha a estar firmado e seguro cada dia mais nos ensinos absolutos e imutáveis da Bíblia Sagrada. Neste estágio você não terá grandes dificuldades para perceber quando algum movimento ou ensino contradiz ou não as Sagradas Escrituras.

Quanto ao seu primeiro comentário: verdadeiramente a lei estava enferma e não podia, em hipótese alguma, tornar o homem digno de salvação, como bem afirmou Paulo em Rm 8:3: “Porquanto o que era IMPOSSÍVEL à lei, visto como estava ENFERMA pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne”. A exegese aqui é bem simples: a lei NUNCA poderia salvar ao homem, primeiro pela razão do mesmo ser carnal e não conseguir em sua carne e desejos se abnegar de tudo e a cumprir perfeitamente (cf. Tg 2:10 e 3:2). Segundo: a lei não podia vivificar o homem nem o tornar justo, por isso que a justiça não foi por meio dela (cf. Gl 3:21). Ela chega a ser chamada de inútil e novamente de fraca (i.e. enferma) em Hb 7:18. Terceiro: mesmo a lei sendo cumprida em seus sacrifícios pelo pecado, a transgressão nunca deixou de habitar debaixo dela (cf. Hb 9:15), pela simples razão que a lei, mesmo sendo cumprida em seus sacrifícios pelo pecado, não tinha eficácia real e definitiva alguma (cf. Hb 10:1-4,11), diferente do EFICAZ e ÚNICO sacrifício realizado por Cristo (cf. Hb 9:25-28; 10:10,12,14).

Quando Paulo disse que a lei era santa, justa e boa, ele queria dizer que a mesma proviera de Deus (cf. Rm 7:22). Veja atentamente o que Paulo diz em Rm 7:7-13. Perceberá que a lei não é má nem pecado, mas a mesma apenas apontava o pecado do homem (Rm 5:13), sem poder solucioná-lo, em hipótese alguma (Gl 2:16; 3:11).

Em suma, a lei serviu para apontar para Cristo (Cl 2:17; Hb 10:1), apontar nossos erros (Gl 3:19), guardar os crentes do AT em Deus (Gl 3:23), revelar a santidade de Deus (Rm 7:12,22) e conduzir os judeus a Cristo (Gl 3:24), mas nunca ela teve como característica a eficiência em salvar o homem.

Perceba que a nossa salvação está no sacrifício de Cristo, o fato dEle ter cumprido a lei fora para que o mesmo fosse perfeito e para que a lei não tivesse mais poder para nos acusar (Rm 7:1-6; 8:1-4).

O amado irmão cita Rm 3:10-18 e Ef 2:1, provavelmente como defendendo que o homem em seu estado natural de pecado e desobediência, não pode, por si só, se dirigir a Deus, ou talvez, Lhe responder ao convite de salvação. Perceba que os versos 10-18 estão inseridos entre dois comentários sobre os judeus, mais especificamente sobre o mesmo nível de pecado e condenação que havia entre os judeus e os gentios. Em suma, Paulo usa os versos dos Salmos 14 e 53, além de usar outros termos e características, para reforçar a verdade de que todos pecaram (Rm 3:23). Perceba que tudo o que ocorre com o homem nos versos anteriores ao 18, é pela razão de não haver temor de Deus neles (cf. v 18). É isso o que o próprio Paulo explica em Ef 4:17-19,22-24: “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”. Ver ainda 2 Co 7:1; Jó 28:28; Sl 76:7,8; 85:9; 103:11; 111:10; Dt 6:1,2. Como bem sintetiza Êx 14:31: “temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR”. Além do mais, a passagem citada de Rm 3 não fala em lugar algum que essas pessoas estavam impossibilitadas de se voltarem para Deus, respondendo ao seu chamado. Esse ensino não se encontra em nenhuma parte da Bíblia.

Do mesmo modo em Ef 2:1, não vemos em parte alguma mostrando que os atuais crentes e antigos ímpios estavam impossibilitados de responder ao chamado divino, através do Espírito Santo. Os “mortos” do verso 1 não querem passar a idéia de uma morte aonde os sentidos fossem aniquilados. É o caso do já citado Filho Pródigo, o qual o irmão não me respondeu, bem como a exegese de Lc 13:48 e a citação de Rm 11:20-22. O que Paulo quis dizer em Efésios é que a salvação provém de Deus para o homem (Jn 2:9), e nunca do homem para Deus (Mt 16:26), como se pode perceber claramente no sentido em que o véu do Templo se rasgou na morte de Jesus, ou seja, de cima para baixo (Mt 27:51; Mc 15:38). O homem, em seu estado caído, nunca poderia por si só tomar a iniciativa de buscar a Deus, sendo necessária uma intervenção do Espírito Santo para convencer o homem que está no mundo do pecado, da justiça e do juízo (cf. Jo 16:8; Cl 2:13; bem como Ef 2:1), mas sendo um fato também que é possível ao homem resistir à verdade e a obra regeneradora do Espírito Santo (At 7:51-53; 18:5,6; Fl 1:8; 2 Tm 2:25,26; 3:8), podendo inclusive até extinguir totalmente o operar do Espírito em suas vidas (1 Ts 5:19).

Perceba no caso da conversão de Saulo, aonde Cristo lhe apareceu e lhe fez um chamado, o apóstolo disse que não foi desobediente à visão celestial que tivera, incluindo aí aceitar a fé em Cristo e o ministério que o próprio Senhor estava lhe confiando naquele momento (cf. At 26:15-19). Perceba que o próprio Paulo afirmou a possibilidade dele ter desobedecido à visão que tivera, mas Deus, como conhecedor de todas as coisas em todos os tempos, sabia que ele aceitaria ao chamado (Gl 1:15).

Estes raciocínios já desmontam a sua argumentação em relação a “produzirmos nossa fé”, pois a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10:17), pois é a Palavra que testifica de Cristo (Jo 5:39), e é ela que nos santifica (Jo 17:17) e tem poder para salvar a nossa alma (Tg 1:21). O “dom” que fala em Ef 2:8 não é a “fé”, senão a própria salvação, que é um “dom”, ou “dádiva”de Deus. Paulo confirma este raciocínio ao afirmar que “Não vem das obras, para que ninguém se glorie”, aonde claramente ele fala sobre a salvação. A “fé” em 1 Co 12:9, como um “dom”, não é a fé para salvação em Cristo, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas e que freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres (Mt 17:20; Mc 11:22-24; Lc 17:6). Perceba que a fé para salvação é nossa (Lc 7:37-50; Hb 4:2), mas a fé que engloba dons ministeriais procede de Deus (Rm 12:3-8; 1 Co 12:7). Pedro nos manda acrescentar a nossa fé a virtude (ou poder), cf. 2 Pe 1:5.

Verdadeiramente, como já fora exposto acima, nós não temos mérito próprio algum na salvação, pois nós mesmos não poderíamos nos salvar, ficando a graça salvadora 100% como mérito divino (Jo 15:5b). Mas não é porque algo provém exclusivamente de outra pessoa que nós não a podemos rejeitar (Lc 7:30; 10:16; Jo 12:48; At 7:39; 13:46; 1 Tm 1:19; Hb 12:25).

Quanto a Rm 9:15, citado pelo irmão, não é a primeira vez que eu irei lhe explicar o sentido. Estes versos de Romanos talvez sejam os versos neo-testamentários mais usados pelos calvinistas. Realmente a uma primeira vista eles deixam pairar a idéia de uma salvação individual determinada pelo Senhor, mas quando todo o contexto do capítulo 9 é analisado, com o apoio dos capítulos 10 e 11 do mesmo livro, fica-se mais do que claro, como já fora exaustivamente provado teologicamente pelos defensores do livre arbítrio, que a eleição referida em Romanos 9 é estritamente da nação de Israel, através do eterno plano divino para com os israelitas.

Antes de partirmos para uma análise bíblica da questão, devemos expor, para uma melhor compreensão, a divisão temática que Paulo fez do livro de Romanos:

1:1 – 3:20 = A pecaminosidade universal do homem

3:21 – 5:21 = A justificação dos nossos pecados pela morte de Cristo

6:1 – 8:39 = A libertação dos grilhões do pecado

9:1 – 11:36 = O passado, o presente e o futuro de Israel

12:1 – 15:13 = Responsabilidade individual

15:14 – 16:27 = Observações pessoais

O cerne da questão é que os partidários da predestinação vêem nos versos 11, 12 e 13 Deus amando Jacó para a salvação e rejeitando Esaú para a mesma, mas isso não passa de uma verdadeira aberração exegética. O que nos é revelado nesses versos é que Deus escolhe uma pessoa para um determinado propósito não por causa das suas boas ou más obras, mas sim por sua soberana vontade de escolha, pois o propósito e o plano são dEle e não do homem, a salvação só podia partir de Deus para o homem, e não do homem para Deus; Deus era quem poderia alcançar o homem, e nunca ocorrer o inverso, sendo assim, Deus tinha total liberdade para montar o seu plano divino de salvação como bem Lhe aprazia, seguindo sempre a sua perfeita justiça (Sl 11:7). Rebeca teve dois filhos, apenas um poderia dar continuidade a linhagem da qual viria a surgir a nação Judaica e o Messias, pela lógica deveria sempre ser o primogênito, mas o que se aprende nesses versos é que Deus, como soberano em sua graça, poderia muito bem escolher qualquer um, independentemente de primogenitura ou de obras, é o que se verifica quando Deus escolheu Jacó e não Esaú; em suma, Deus não segue cartilhas humanas de como proceder em seus atos e decisões. Ao se compreender isso, percebe-se claramente a coerência da resposta que Paulo faz a sua própria pergunta no verso 14: “Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma”.

A afirmativa do verso 13: “Amei Jacó e aborreci Esaú”, não se refere, absolutamente em nada, ao destino final das almas de cada um, refere-se sim, as nações de Israel (cujo pai era Jacó) e Edom (que nasceu de Esaú), em outras palavras Deus estava dizendo: “Amei Israel e aborreci Edom”, mas amou em que? Amou ao escolher Israel para ser a nação detentora da glória, dos concertos, da lei e das promessas (Rm 9:4), para que de Israel saísse a salvação para todos os povos, gentes e nações, inclusive para os edomitas, pois a salvação é para todo aquele que invocar o nome do Senhor (Joel 2:32; At 2:21; Rm 10:13).

Em suma, Paulo lembrou aos judeus (que não tinham se convertido a Cristo) o privilégio imerecido que tinham, depois os alertou que a justiça que eles buscavam, que era pela lei, não foi alcançada, pois a salvação é pela lei da justiça (que é pela fé no sacrifício de Cristo), sendo que esta fora alcançada pelos gentios, que semelhantemente a Abraão, a conquistaram pela fé. É o que se compreende no desenrolar do capítulo 9, aonde a salvação pela fé transcende linhagens biológicas, nações e culturas, sendo todo o raciocínio deste capítulo muito bem sintetizado pelo apóstolo nos versos 30, 31, 32 e 33, que dizem: “Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço; Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido”.

Os versos 22 e 23 do mesmo capítulo merecem um comentário especial, mesmo não fazendo parte das referências em estudo. Esses versos dizem o seguinte: “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou”. Esses versos costumeiramente também são usados pelos calvinistas, mas o uso deles como apoio para a doutrina da predestinação é de uma fragilidade só. Paulo apenas disse qual era o destino que Deus havia preparado para os ‘vasos da ira’ e para os ‘vasos de misericórdia’, mas não especificou em nenhum momento quem eram esses vasos, nem disse que Deus havia determinado todas as pessoas individualmente para um em específico. Os vasos da ira são todos aqueles que irão gozar da ira de Deus, rejeitando o seu plano de salvação, o grupo desses vasos está predestinado por Deus a ir para a perdição eterna, já os vasos de misericórdia são aqueles que irão gozar da misericórdia de Deus, aceitando o seu plano de salvação, o grupo desses vasos está predestinado pelo Todo-Poderoso a ir para a glória; mas é cada pessoa individualmente que decide aceitar ou não o sacrifico de Cristo, crer ou não na Bíblia.


Quanto a sua citação de At 16:14, tenho que admitir que fiquei surpreso em se fazer uso dele, pelo mesmo não fazer a mínima apologia a doutrina calvinista da predestinação incondicional. Não se faz necessário nem o uso de uma exegese para esclarecer o significado do mesmo. Perceba que o verso em nada se refere ao conhecimento para salvação da irmã Lídia, visto que a mesma já era convertida “que servia a Deus”. Portanto, percebemos que o Senhor abriu o coração da irmã para que a mesma compreendesse o que Paulo ensinava, não para que a mesma se convertesse, mas para que a mesma entendesse as coisas espirituais que lhe eram pregadas. É o mesmo caso dos apóstolos, que já eram crentes e salvos na pessoa de Cristo, mas que fora necessário uma intervenção divina para que os mesmos compreendessem as Escrituras, no tocante a ressurreição de Cristo e ao seu ministério terreno (cf. Lc 24:45). No demais, somente aqueles que são ensinados pelo Espírito Santo, que são espirituais, podem compreender as coisas de Deus (cf. 1 Co 2:10-15; Jo 14:26). Perceba que o texto de Jo 14:26 afirma que o Espírito Santo iria ensinar os já discípulos, ou seja, aqueles que já haviam crido e se convertido.

Quanto ao meu verso de Mt 23:37, os versos que o caro usou, qual sejam, Rm 9:30-33, não respondem a minha indagação, senão que os mesmos versos usados pelo irmão já encontram-se explicados em seu devido contexto, como o caro poderá atestar ao reler esta produção mais acima. No demais, o próprio irmão acaba concordando que a própria nação de Israel (i.e. os judeus em sua maioria) são os responsáveis pela rejeição, quando Deus queria o contrário.

Quanto a sua explicação concernente as línguas estranhas, não é a primeira vez também que eu a irei explicar. Os cessacionistas alegam que as línguas de pentecostes e do início da Igreja eram somente línguas humanas de outras nacionalidades, e não novas línguas, línguas estranhas ou angelicais. Realmente o texto de Atos 2 não deixa dúvidas que as línguas de Pentecostes eram outras línguas humanas, de outros países e nacionalidades. Mas será realmente que a Bíblia sustenta a tese tradicionalista de que as línguas eram somente humanas?

Antes de qualquer referência, vamos pensar um pouco. Se as línguas eram somente outras línguas humanas, para que é que serviria então o dom de interpretação? Ora, quando em Pentecostes os discípulos de Jesus falaram na língua nativa de cada pessoa, não tinha a necessidade da interpretação, pois a língua já era dirigida para cada gentio ali presente, a função era que todos entendessem a pregação e que ficassem (como realmente ficaram) pasmados com a capacidade de uma pessoa judia falar nas línguas nativas de cada pessoa ali presente; era uma forma de demonstrar o poder do Espírito Santo. Se as línguas seriam sempre outras línguas humanas, qual seria o sentido de que em um meio aonde só estavam judeus congregados, uma pessoa falar em italiano e ser necessário se levantar um interprete? Mas as línguas estranhas, as que ninguém entende, essas tem duas finalidades, que são: “O que fala em língua edifica-se a si mesmo” (1 Co 14:4) e “de modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (1 Co 14:22).

Haviam as línguas humanas, dos homens, como também haviam as línguas desconhecidas, angelicais (‘ainda que falasse as línguas dos homens e dos anjos’ - 1 Co 13:1), que nenhum homem podia entender pois “o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios” (1 Co 14:2), a não ser aquele que tivesse o dom de interpretação (‘o que fala em língua, ore para que a possa interpretar’ - 1 Co 14:13), e que no momento oportuno, para a edificação da igreja, este interprete comunica-se a igreja a interpretação das línguas (‘Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação’ - 1 Co 14:26). Quando o Senhor Jesus falou em Marcos 16:17 que “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas”, ele usou a palavra ‘novas’ e não ‘outras’ línguas, ora, se é novas é por que elas ainda não eram conhecidas no dia em que Ele ascendeu aos céus; o Senhor não disse que os seguidores não falariam em ‘outras’ línguas, apenas disse que ‘um’ dos sinais seria o de falar em ‘novas’ línguas.

Concordo com o irmão que existem desvios e exageros quanto ao uso do dom de variedade de línguas, os neo-pentecostais, os católicos da RCC, os adventistas e os mórmons são provas reais que se pode existir engano (inclusive no meio pentecostal clássico), tanto humano quanto demoníaco, no uso deste dom, devendo, realmente, a igreja julgar o profeta (incluindo também, sem formar uma heresia, os que falam em línguas), cf 1 Co 14:29. Mas vale lembrar que a infidelidade humana não anula a fidelidade divina e a sua imutável palavra, com suas eternas doutrinas (Nm 23:19; Rm 3:3; 2 Tm 2:13). Mas volto a repetir: a Assembléia de Deus, como instituição, repudia o mau uso dos dons e a sua banalização, podendo isso ser perfeitamente perceptível em seus editos denominacionais, como o Mensageiro da Paz e os demais editos da CPAD.

Em relação ao seu comentário sobre as profecias, apenas gostaria de destacar que sempre existiram falsos profetas (Dt 18:20-22; Ez 13; 1 Jo 4:1), e hoje não é diferente. É semelhante ao dom de línguas, como eu explanei no capítulo anterior. Não é porque existem pessoas que usam erroneamente e/ou brincam com esses dons que eles deixam de existir ou que vamos deixar de usá-los em nossos dias. É uma questão de trato, e não de existência.

No demais, sinto-me alegre em ver um irmão tradicional que crer na manifestação e atuação do Espírito Santo na Igreja do Senhor, distribuindo os dons espirituais para o proveito e edificação espiritual da mesma.

Despeço-me esperando poder ter ajudado em algo, esclarecendo alguma dúvida ou mau entendimento quanto a algumas doutrinas bíblicas. Colocando-me sempre a disposição para colaborar com aquilo que esteja dentro de minha limitada capacidade.

Atenciosamente,


Anchieta Campos”.

Continua.
Anchieta Campos

Mais debate sobre Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional

Estava olhando minhas mensagens de e-mail antigas, quando me deparei com uns e-mails que continham verdadeiras produções teológicas. Trata-se de algumas trocas de mensagens eletrônicas onde fora realizado mais um embate saudável sobre o tema soteriológico do Livre Arbítrio X Predestinação Incondicional.

Recentemente publiquei em três posts um debate com o irmão Clóvis sobre o mesmo tema (podem conferir no arquivo do blog que vocês acham). Desta feita o embate fora com o irmão Thiago de São Paulo-SP, e como achei o debate também de um bom nível, tanto humano quanto teológico, resolvi organizá-lo e publicá-lo para o crescimento espiritual e bíblico sobre o tema, tanto dos “calvinistas” como dos “arminianos”.

Os comentários do irmão Thiago estão de vermelho, e os meus de azul.

“Prezado Anchieta Campos,

Meu nome é Thiago, sou um ex-membro da AD de São Paulo-SP, Li seu artigo sobre o livre arbítrio e gostaria de pergunta-lhe, Como fica a situação de romanos 7.11:24 onde vemos Paulo descrevendo a situação pecaminosa em que vive o homem e sua incapacidade de buscar a Deus ? E também temos Atos 13.46:48 onde Lucas inclusive usa a palavra "destinados"

Aguardo Retorno

Muito Grato

Thiago M De França”.


“Caro Thiago,

Primeiramente obrigado pela sua atenção para com o meu blog.

Você não é o primeiro irmão calvinista que me escreve, e com certeza não será o último. Admiro-os bastante pelo zelo para com as tradições doutrinárias que herdaram do período reformador. Isso é louvável e digno de respeito, haja vista que muitas igrejas atuais (principalmente as pentecostais) estão sendo levadas por ventos de doutrinas e aberrações teológicas, principalmente no campo pneumatológico. Ortodoxia é algo que falta em uma parte significativa dos protestantes pentecostais, mas saiba que a Assembléia de Deus em si, como instituição, é uma denominação que trata o estudo sistemático da Palavra de Deus de um modo sério, coerente e equilibrado, algo que pode ser perfeitamente percebido pelos nossos editos oficiais da CPAD. O que ocorre é que nem sempre é fácil a propagação do conhecimento, principalmente no caso da AD, que como bem sabe o amado, é a maior denominação evangélica do Brasil e a maior denominação pentecostal clássica do mundo.

Quanto aos textos de Rm 7:11-24 e At 13:46-48, vou lhes deixar a minha modesta interpretação e análise:

O texto de Romanos 7 trata sobre a ineficácia da lei salvar ao homem, devido a mesma se encontrar enferma (ineficaz em seu propósito de salvar) por causa da carne (Rm 8:3), devido a impossibilidade humana de a cumprir por completo, e sendo assim, a lei é impotente para salvar (Rm 3:20; Gl 2:16 e Tg 2:10). Portanto, a lei apenas opera a morte (ou condenação, cf. Rm 8:1,2), apontando o pecado (Rm 7:7-9), mas sem poder solucionar o problema do mesmo. Desse modo, veio Jesus, como homem, para cumprir a lei que era “impossível” de ser cumprida pelo homem natural, realizando após isso o sacrifício perfeito para a remissão eterna dos nossos pecados (tudo isso muito bem compreendido pelos caros irmãos tradicionais, não necessitando de referências para tal). Era esse o único meio de alcançarmos a remissão e perdão pelos nossos pecados.

Perceba que Paulo em nenhum momento, bem como toda a Bíblia, afirma que o estado de “morte” espiritual torna o homem inapto de se dirigir a Deus. Basta recordar-nos do filho pródigo, que segundo Jesus estava morto (espiritualmente) (Lc 15:24), mas que caiu em si (ou tornou-se a si) (Lc 15:17) e ele mesmo, por sua própria convicção e entendimento do quadro em que se encontrava a sua vida, levantou-se e foi em busca do pai (Lc 15:18), culminando com a sentença do verso 32: “tinha-se perdido, e achou-se”.

Por fim, quanto a Romanos 7, essa passagem ainda nos mostra a constante luta entre o crente e a sua mesma carne (corpo carnal, que continua o mesmo) (ver Gl 5:17), tendo sempre em mente a intrínseca relação entre a carne e o pecado, aonde os mesmos nunca se separarão em uma humanidade caída como essa é (2 Cr 6:36; Ec 7:20; 1 Jo 1:8). No demais, esses versos de Rm 7 apenas demonstram a livre-vontade de Paulo em querer fazer o bem. Para uma melhor compreensão sobre Rm 7 ver o meu post “O crente e o pecado”
http://anchietacampos.blogspot.com/2007/12/o-crente-e-o-pecado.html.

Quanto a Lucas 13:48, uma simples exegese e uma análise do contexto de Atos com demais referências bíblicas, torna bem claro a não defesa de uma salvação pré-destinada.

Destinados (ou ordenados), é a palavra em português para o vocábulo grego tetagmenoi, do verbo tasso. Tendo em vista que o próprio verso 46 mostra claramente a responsabilidade humana na aceitação ou rejeição da vida eterna, combinado com o sentido original da palavra, podemos tranqüilamente afirmar que a mais coerente interpretação para tetagmenoi é “estavam dispostos”, ficando em total conformidade com 1 Tm 2:4, Tt 2:11 e 2 Pe 3:9.

Além do mais, segundo Rm 11:20-22, não existe ninguém destinado incondicionalmente à salvação eterna: “Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado”.

Meu caro irmão Thiago, não me leve a mal, mas gostaria de uma “considerações finais”.

Os amados trazem sempre versos para nós e nós sempre esclarecemos o vosso equívoco, mas existem inúmeros versos “arminianos” que os amados se incomodam, pois nunca conseguiram “refutar”. Dentre muitos deixo apenas dois, um sobre “predestinação” e outro sobre “cessacionismo”:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” Mateus 23: 37. O querer da salvação de Israel por parte de Deus foi impedido pelo livre arbítrio do povo judeu? Onde está o querer divino (que segundo vocês é incondicional e absoluto para a salvação) determinante para salvação sobre o povo de Israel?

“O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” 1 Co 13:8-12. Quando vier o que é perfeito e passarmos a ver face a face (e não mais haverá o que agora é conhecido em parte), não é uma clara alusão ao céu de glória?! Se for assim as línguas, profecias e a ciência apenas desaparecerão na glória?! Não é isso mesmo meu caro amigo tradicional?

Amado Irmão Thiago, sou muito grato pela sua atenção para com o meu humilde blog. Me despeço afirmando nossos laços de irmandade e fraternidade como temos em irmãos em Cristo.

Que o Senhor nosso Deus possa abençoar você e os seus grandemente, em nome de Jesus!

“Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. Judas 25.

Atenciosamente,


Anchieta Campos”.

Continua.

Anchieta Campos

domingo, 14 de dezembro de 2008

Frase quase divina – 39

Mais uma frase do batista britânico Spurgeon.

“A espada da justiça não nos ameaça mais, mas a vara da correção paternal ainda está em uso” C. H. Spurgeon.

Anchieta Campos

O dia da Bíblia

Publico novamente depois de um ano (como os tempos estão passando ligeiro!) o artigo em que falo sobre a Bíblia e o seu dia, realizando apenas uma pequena adaptação em relação ao ano.

Portanto, quem não leu ano passado lê agora, e quem já leu pode relembrar algo que esqueceu.

Hoje (14/12/2008), por ser o segundo domingo do mês de dezembro, é comemorado em cerca de 60 países o Dia da Bíblia. É bem verdade que todo dia é dia da Bíblia, mas ter um dia específico para se comemorar a existência e engrandecer este Sagrado Livro, que é uma dádiva divina para a humanidade, não é pecado, nem modismo.

Segundo informações da Sociedade Bíblica do Brasil http://www.sbb.org.br/, o dia da bíblia surgiu no ano de 1549, por ocasião em que um bispo chamado Cranner, que vivia na Grã-Bretanha, incluiu no livro de orações do rei Eduardo VI, um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura da Escritura Sagrada. A data escolhida foi o segundo domingo do advento (o advento é celebrado nos quatro domingos que antecedem ao natal). Foi dessa forma que o segundo domingo de dezembro se tornou o Dia da Bíblia.

No Brasil o Dia da Bíblia começou a ser celebrado por volta de 1850 pelos primeiros missionários protestantes oriundos da Europa e dos Estados Unidos, que aqui vieram para semear a Palavra de Deus. Durante o período do império a liberdade religiosa foi restrita (apenas a Igreja Católica Romana tinha liberdade) e impedia as manifestações públicas dos evangélicos. Mas por volta de 1880, a liberdade foi crescendo e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, foi se popularizando.

Pouco a pouco as diversas denominações protestantes institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, no ano 1948, aonde em dezembro deste mesmo ano houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, realizada em São Paulo, no monumento do Ipiranga.

Hoje as comemorações alusivas ao Dia da Bíblia mobilizam uma boa parte dos cerca de 40 milhões de cristãos protestantes de todo o Brasil. Em alguns estados e vários municípios o Dia da Bíblia é data oficial. Para a honra e para a glória do nome do Senhor.

A Bíblia é sem dúvida um Livro singular em todos os seus aspectos. Ela é o Livro dos recordes: o mais traduzido (com mais de 2.212 línguas e dialetos, acrescendo-se 40 novas traduções por ano); o livro de maior tiragem; o livro mais lido e também o livro mais amado e perseguido que já existiu. Reis, ditadores e até líderes religiosos (inclusive cristãos) tentaram de toda a forma proibir o seu acesso ao povo, destruí-la e apagá-la da memória humana, mas com a dedicação de homens e mulheres tementes a Deus e que haviam sido transformados por essa poderosa Palavra, que não temeram a espada, o fogo e a morte, guiados por Deus, que acima de tudo e de todos foi o Responsável Maior pela preservação desse Livro para a humanidade, a Bíblia hoje goza do absoluto status de imperecível, habitando em lares de todo o planeta (tanto de príncipes e reis como de pessoas que nem mesmo tem casa para morar), digitalizada na internet e computadores de todo o mundo. Os ataques infudados recebidos por céticos a centenas de anos mostram que não surtiram efeitos pelos fatos expostos acima.

A Bíblia, do grego ‘biblios’, que significa ‘biblioteca’, é realmente uma biblioteca composta de 66 livros, livros estes escritos por aproximadamente 40 autores diferentes em um período de aproximadamente 1.500 anos. Ela não fora escrita por um consenso coletivo. Alguns autores escreveram na Babilônia, outros em Jerusalém e Oriente Médio, Grécia, Itália, etc. Um dos autores fez às vezes como de um historiador ou repórter (relatando vidas de reis, plebeus, fatos heróicos e outros vergonhosos), já outro escreveu como biógrafo das mais variadas classes de pessoas, outro escreveu tratados teológicos dos mais diversos assuntos, ainda outro compôs poemas (alguns de amor) e escreveu provérbios, enquanto outro registrou profecias. Com tanta diversidade de autores, datas, regiões e temas, a Bíblia mantém uma precisão e harmonia de impressionar a todo pesquisador coerente e imparcial. Centenas de profecias cumpridas, somente em Cristo foram mais de 300 referências vero-testamentárias cumpridas na vida de Jesus. Predições de nomes, lugares, pessoas, ruínas e glórias de reinos, a Bíblia é sem dúvida alguma um livro que foge as limitações humanas. Nela não são encontrados erros matemáticos, geográficos, históricos ou científicos de qualquer espécie, tendo inúmeros fatos mencionados nela sido comprovados pela arqueologia, registros históricos apócrifos e pela própria ciência comprovada. Dentre inúmeras afirmações feitas na Bíblia que comprovam a sua veracidade (inspiração divina) e harmonia com a realidade científica, basta apenas relatar que Isaías já sabia, cerca de 700 anos antes de Cristo, que a Terra é um círculo (cf. Is 40:22) e de que Jó, que viveu aproximadamente entre 2.000 e 1.800 antes de Cristo, já sabia que a Terra está “solta” e sem base alguma no universo (cf. Jó 26:7).

Ela é a Palavra de Deus escrita aos homens, infalível, inerrante, escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo do Senhor, conforme 2 Pe 1:21 “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” e 2 Tm 3:16 “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”. A Bíblia é a verdade (cf. Jo 17:17); é ela que nos dá o conhecimento da vida eterna (cf. Jo 5:39 e 2 Tm 3:15); ela nos impede de pecarmos contra Deus (cf. Sl 119:11); ela é viva (cf. Hb 4:12); ela nos dá ensino, paciência, consolação e esperança (cf. Rm 15:4), além de inúmeros outros atributos inerentes a Bíblia Sagrada.

Por fim, cabe dizer que a Bíblia em toda sua grandeza detém uma mensagem central, que se perfaz desde Gênesis até o Apocalipse: a salvação eterna em Jesus. Essa é a mensagem central da Bíblia! Toda a Bíblia aponta e trata dessa que é a mais maravilhosa verdade que existe em todo o universo! A Igreja nunca poderá fugir dessa mensagem, devemos sempre anunciar a salvação em Cristo Jesus, e estarmos cientes de que fomos alcançados por ela. Amém!

“... sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” 2 Timóteo 3:15.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hebreus 4:12.

Cabe aqui algumas frases de grandes personagens da história:

“Creio que a Bíblia é o melhor presente que Deus já deu ao homem. Todo o bem da parte do Salvador do mundo nos é transmitido mediante este livro” Abraão Lincoln.

“É impossível governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia” George Washington.

“A Bíblia não é um simples livro, senão uma criatura vivente, dotada de uma força que vence a quantos se lhe opõem” Napoleão Bonaparte.

“Este livro dá a razão da supremacia da Inglaterra” Rainha Vitória.

“Este livro, senhor, é o rochedo no qual se fundamenta a nossa República” Andrewn Jackson.

“Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana” Isaac Newton.

“A Bíblia é o maior documento ao alcance da raça humana” Billy Grahan.

Anchieta Campos

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Boa gestão na Igreja Batista de Pau dos Ferros

Ontem participei de um culto na Igreja Batista da CBB aqui da cidade de Pau dos Ferros, por ocasião do encerramento da escala de cultos por várias igrejas da cidade, como parte da programação em comemoração ao dia da Bíblia que se avizinha.

Confesso, de todo o coração, que fiquei maravilhado com a estrutura e organização da igreja, a qual mesmo não sendo a maior da cidade se mostrou uma das mais (senão a mais) organizada deste município. Fiquei maravilhado ao ver que cada faixa etária da Escola Dominical tem sua própria sala. Fiquei maravilhado ao ver uma biblioteca bem considerável. Fiquei maravilhado ao ver banheiros bem estruturados e conservados.

Não poderia deixar de mencionar que também fiquei maravilhado por ver que a liderança da igreja interage com seus membros, seja através de inúmeros cartazes sobre os mais variados temas que a Bíblia aborda, bem como com vários informativos, tudo isso sendo de sua Convenção Nacional, realizando assim uma ligação entre os membros de uma cidade do interior com a sua liderança nacional, unificando assim a nível nacional as Igrejas Batistas ligadas à CBB, além de formar uma visão mais crítica sobre temas bíblicos e sociais em seus membros.

Mas o que mais me deixou maravilhado fora a detalhada e fiel prestação de contas mensal exposta em um dos murais ao entorno da igreja. Simplesmente perfeita e impecável, sendo até os centavos e compras com valores irrisórios devidamente especificados. Em conexão com este fato some-se a excelente administração dos recursos, que não são tão consideráveis como a da maior igreja evangélica da cidade, mas que mesmo assim acabam por render bons frutos, como conseqüência de uma zelosa administração dos dízimos e ofertas dos irmãos batistas.

É... sinceramente fiquei com uma “inveja santa” de tudo que vi na Igreja Batista de Pau dos Ferros!

“E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus... e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos” Rm 15:30,31.

Com amor e temor,

Anchieta Campos

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Antes de partir

Convidado pelo irmão Clóvis em seu blog (http://cincosolas.blogspot.com/2008/12/antes-de-partir.html), descrevo as 8 coisas que gostaria de fazer antes de partir desta vida:

01) Fazer o bacharelado em Teologia;

02) Dominar o grego do Novo Testamento;

03) Escrever um livro sobre teologia;

04) Me formar em Direito;

05) Passar em um concurso público;

06) Me casar e ter filho(s);

07) Aprender a tocar violão;

08) Chegar a faixa preta no karatê.


As regras da brincadeira são as seguintes:

* Escrever uma lista com oito coisas que sonhamos fazer antes de ir embora daqui;
* Passar o meme para oito pessoas;
* Comentar no blog de quem lhe passou o meme;
* Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da “intimação”;
* Mencionar as regras.

Meus 8 ilustres convidados são:

Vitor Hugo, do http://www.pericopecc.blogspot.com ;

João Paulo, do
http://joaopaulo-mendes.blogspot.com ;

Francivaldo Jacinto, do
http://teologiacristocentrica-pb.blogspot.com ;

Lucimauro Marques, do
http://lucimauroassembleiadedeus.blogspot.com ;

Edson Dorna, do
http://www.santodosantos.blogspot.com ;

James Almeida, do
http://jesusmaioramor.blogspot.com ;

Daniel Filho, do
http://danielsfilho.blogspot.com ;

Victor Leonardo, do
http://gqlgeracaoquelamba.blogspot.com .

Anchieta Campos

Salvação a preço de banana na festa da padroeira de Pau dos Ferros

Como já relatei no post abaixo, Pau dos Ferros está em período festivo, alusivo à sua padroeira. Ontem, após o culto, eu e um irmão amigo meu demos uma passadinha pelo centro da cidade, nas imediações da igreja católica matriz. Vimos alguns conhecidos nossos, falamos respeitosamente com eles (como não poderia ser diferente), e na saída passamos por uma banca e vimos alguns escapulários. Indaguei ao vendedor quanto custava, e ele me respondeu que estava custando a bagatela de R$ 1,50, mas disse que tinha um mais “fraco” no acabamento que custava apenas R$ 1,00.

Saímos de lá comentando o quanto a salvação estava barata, pois com apenas R$ 1,00 você já teria a sua garantida com o seu escapulário. E aposto que se eu quisesse garantir a salvação de toda a minha família, ele (o vendedor) faria um preço bom e daria um desconto por ocasião da quantidade maior de escapulários adquiridos.

Isso, caro leitor, não passa de uma verdadeira blasfêmia contra o imensurável sofrimento, a morte e o sangue de Cristo. Isso é algo muito, mas muito sério mesmo!

Sobre a doutrina católica do escapulário, deixo o link do meu artigo:

O escapulário – Um novo evangelho e uma blasfêmia contra o sangue de Cristo

“Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem” Hb 5:8,9.

Anchieta Campos

A Imaculada Conceição de Maria

Hoje, dia 8 de dezembro de 2008, é comemorado em minha cidade de Pau dos Ferros e em muitas outras cidades do Brasil que a tem por padroeira, o dia de “Nossa Senhora da Conceição”.

É o dia em que a maioria esmagadora dos católicos de Pau dos Ferros se lembram que são católicos romanos, e vão acompanhar a imagem da “Santa” em procissão; muitos de pés descalços e quase todos de branco. Realizam um sacrifício em busca do perdão dos pecados acumulados no decorrer do ano, e não sabem que o verdadeiro sacrifício, único, perfeito e suficiente para a remissão dos pecados e salvação de toda a humanidade já fora realizado por Jesus na cruz do calvário (1 Pe 1:18,19; 1 Jo 1:7; Ap 1:5; 5:9; 7:14; 12:11; Hb 9:12-26; 10:19; 13:12,20; Cl 1:14,20; Ef 1:7; Rm 3:25; 5:9).

Sobre a doutrina romanista da imaculada conceição de Maria, deixo os links de dois artigos de minha autoria:

Lucas 1:28 e a Imaculada Conceição de Maria

Resposta a um apologista católico-romano

“Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar” Isaías 45:20.

Anchieta Campos

Meninices pentecostais

Vou aqui relatar uma experiência pessoal que tive em meados de 2005, por ocasião de um congresso de jovens que estava sendo realizado em uma cidade aqui da região de Pau dos Ferros.

Estávamos na reunião da tarde, o culto estava caminhando bem, estava mesmo uma bênção. O ginásio onde estava sendo realizado o evento não se encontrava lotado, mas tinha um considerável número de pessoas presentes, dentre elas muitos incrédulos. Eu era “novo convertido”, não contava nem com um ano de evangelho, e ainda não estava muito firme na minha fé e em suas doutrinas.

Muito bem. Chegou em um determinado momento em que o “fogo” começou a cair, e comecei a ver algumas manifestações bem “exóticas” de alguns irmãos. Eu estava, como podemos dizer, “na minha”, orando e pedindo que o Espírito Santo se manifestasse de forma pura e falasse com os presentes, fazendo a obra que o aprouvesse fazer. De repente vejo um irmão, que se encontrava na outra “ponta” do ginásio vindo em minha direção, isso pulando e fazendo um aviãozinho (a essa altura já estava meio cabreiro); foi se aproximando e quando realmente percebi que ele viria para a minha pessoa já fiquei meio sem ação. Ele se abraçou comigo falando em línguas e bem agitado, e eu sem saber o que fazer. Em determinado momento percebi o “irmão” me empurrando, e eu, evidentemente, tentando me manter equilibrado, até que ele percebeu que eu não iria cair, foi quando ele colocou uma perna me calçando e simplesmente me empurrou... foi uma queda e tanto!

Ainda no chão, fui cercado por irmãos, e alguns me indagavam o que eu tinha visto, e eu calado estava e calado fiquei, mas com uma vontade enorme de ter dito que tinha visto umas formigas andando no piso do ginásio (o que fora realmente a única coisa de interessante que eu vi). O “irmão” ainda teve o atrevimento de na fila da janta se aproximar de mim e dizer que Deus tinha lhe revelado em sua cidade que Ele iria derrubar um crente de vermelho (eu estava de vermelho). Veio uma vontade enorme de dizer umas boas, mas minha inexperiência fez com que eu me contivesse.

Hoje em dia, por incrível que pareça, nunca mais veio nenhum irmão com estas presepadas para cima de mim, e eu até queria que viesse, pois desta feita quem daria a rasteira seria eu! Daria um “kame-rame-rá” que deixaria este “menino” no mínino uns 10 minutos “caído no poder” (poder do meu braço).

“Faça-se tudo decentemente e com ordem” 1 Co 14:40.

Anchieta Campos

domingo, 7 de dezembro de 2008

Frase quase divina – 38

Desta feita destaco uma frase do escritor e poeta inglês Rudyard Kipling (1865-1936).

“Nenhum homem tem o dever de ser rico, grande ou sábio; mas todos têm o dever de serem honrados” Rudyard Kipling.

Anchieta Campos

Por que eu não caio no espírito?

Já fora dito aqui neste blog, e torno a repetir que o meio pentecostal é o que mais sofre com modismos e meninices. Colocar experiências pessoais acima da Palavra de Deus é um erro grave e muito comum em nosso meio.

A Assembléia de Deus continua, pelo menos oficialmente e em suas publicações, a repudiar os modismos destes últimos tempos. Agora na prática o que vemos são estas aberrações teológicas presentes, fortes e avançando cada vez mais no seio da nossa querida denominação, a qual, queiramos ou não reconhecer, é o referencial pentecostal para todas as demais igrejas protestantes do Brasil.

Dentre muitas destas invenções dos últimos dias, irei tecer um breve comentário sobre uma das mais comuns, que é o famoso “cair no poder”, ou “cair no espírito”, que é quando o crente, supostamente, está cheio do poder e do Espírito Santo, e como conseqüência disto acaba por perder o controle de suas faculdades mentais e passa a agir como se estivesse realmente sem controle, caindo no chão em virtude de tamanha glória e manifestação de Deus, ficando como que inconsciente.

Então, por que eu não caio no espírito?

Primeiramente porque não há nenhum apoio bíblico para esta prática. Em todo o Novo Testamento não vemos nenhum crente em Jesus caindo do poder ou agindo como um louco que tivesse perdido a sua consciência. O que vemos de semelhante com essas manifestações em nossas igrejas é a passagem de Mc 9:17-26, passagem que transcrevo:

“E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo; E este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo. E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando. E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância. E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos. E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele. E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto”.

Percebemos pela passagem acima que quem tira a consciência das pessoas e as fazem agir como loucos são os espíritos malignos, que oprimem e anulam a razão de suas vítimas. No versículo 27 da mesma passagem, vemos a atitude que Jesus tomou após libertar o cativo: “Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou”. Jesus não derrubou o jovem, mas o colocou em pé, são e consciente.

Na clássica narrativa de Atos 2 nós não vemos o relato de nenhuma pessoa caindo ou ficando inconsciente. E quanto ao fato de alguns estarem zombando do que viam e pensarem que os apóstolos estavam embriagados (vs. 13 e 15), isto não se justifica por estarem os discípulos caindo no chão ou agindo como loucos, mas pelo fato dos mesmos estarem falando em outras línguas (vs. 7-12).

E o que falar da passagem da transfiguração no monte (Mt 17:1-8)? Oras, em um momento tão glorioso quanto àquele, onde Jesus se transfigurou em glória, teve a presença de Elias e Moisés, uma nuvem gloriosa cobriu o lugar e a voz de Deus se fez ouvir fisicamente, nós não vemos em momento algum, mesmo em tamanha glória, nem Pedro, Tiago ou João caindo do poder ou ficando inconscientes. Eles ficaram conscientes a todo tempo do que viam, tanto é que depois relataram o ocorrido, fazendo com que o mesmo fosse escrito com detalhes em três evangelhos.

E alguns questionam a passagem de 2 Cr 5:14, que diz que “os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus”. Primeiramente trata-se de uma passagem isolada em toda a Bíblia, sem nenhuma sistemática bíblica que a autorize a formar uma doutrina. Observe-se também que fora um momento específico, bem como o versículo não afirma que os sacerdotes ficaram inconscientes ou que caíram no chão como que tivessem sido nocauteados, como vemos hoje em dia. Na verdade, o que ocorreu com os sacerdotes em 2 Cr 5:14 fora o mesmo que aconteceu com Ezequiel em Ez 1:28 “Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do SENHOR; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava”, ou seja, a glória foi tão grande que Ezequiel não pôde permanecer em pé, mas caiu sobre o seu rosto, i.e., prostrou-se (e não caiu) perante tão grande glória de Deus, humilhando-se assim perante Deus e reconhecendo o seu poder (cf. Lc 24:5; Ap 22:8). A própria passagem supracitada da transfiguração, especificamente em Mt 17:5,6, lemos que “E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o. E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo”, o que só vem confirmar o entendimento bíblico exposto. Em suma: os sacerdotes não caíram ou foram derrubados, mas prostraram-se diante do poder e da glória de Deus.

Por fim, o ordenamento doutrinário do Novo Testamento sobre o assunto encontra-se registrado em seu ápice em 1 Co 14 (todo o capítulo), onde Paulo trata diretamente e com louvor do assunto em questão.

Anchieta Campos

sábado, 6 de dezembro de 2008

A importância dos apologistas

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” Judas 1:3.

O cristianismo é, sem sombra de dúvidas, o seguimento religioso mais esfacelado e dividido que há no mundo. Existem hoje, no mínimo, quatro grandes grupos do cristianismo (catolicismo romano, protestantismo, ortodoxo grego e o chamado cristianismo de fronteira), sendo que cada um destes grandes grupos se subdivide em uma grande gama de diversos outros subgrupos. Estreitando mais o funil e chegando a nós (protestantes) podemos observar inclusive diferenças sensíveis dentro de uma mesma denominação evangélica, o que é nada bom!

Percebemos, então, que a unidade cristã que era para repousar e ter como alicerce a Bíblia Sagrada não é uma realidade, isto analisando do ponto de vista institucional que acabara de ser exposto, pois sabemos que a Igreja em seu real sentido é sim Una. Logo, em meio a tanta diferença, é claro que existe uma grande parte que não se aproveita, que não passa sob o crivo da Palavra de Deus que é Una em seu ensino, ou seja, existem mesmo muitas seitas e heresias que se rotulam de cristãs, e isto não é nenhuma novidade.

Deus, como Eterno que é, sabia muito bem que a fé cristã seria alvo da investida maligna e humana, e dentre muitas referências que deixou registrado na sua Palavra por meio de seus santos servos, destaca-se a transcrita acima, retirada do livro de Judas.

A exortação para defendermos a fé cristã é uma das mais importantes contidas na Palavra de Deus, pois o ataque a nossa fé e nossas doutrinas é com certeza um golpe que quando bem sucedido desestrutura todo o cristianismo, pois tudo que passar a se realizar será feito no erro e em desacordo com a Bíblia Sagrada.

É aí que entra a importância, crucial, dos defensores da fé cristã, dos apologistas, que são aqueles que se dedicam em defender os fundamentos imutáveis da fé cristã dos ataques das heresias e seitas, reafirmando e confirmando a primeira e refutando os últimos.

Ser apologista não é uma tarefa fácil e que não traz muita recompensa/reconhecimento humano, mas com certeza é um ofício dignificante e agradável a Deus. Os apologistas são muitas vezes menosprezados pela grande massa evangélica, são taxados de “caçadores de heresias”, de “donos da verdade” e algo mais, pelo simples motivo de saberem que devem honrar e defender a Palavra de Deus acima de qualquer grupo gospel, pregador de renome nacional, modismo, denominação e etc.

Os apologistas são os que se expõem, os que se “queimam” e “compram briga” com os bem preparados membros de seitas, rendendo muitas vezes um desgaste físico enorme para responder aos ataques dos contradizentes; tudo isto para manter (ou pelo menos tentar) uma fé cristã pura e imaculada, resguardada de todo e qualquer engodo, protegendo e dando segurança para os novos na fé e para os que não tem um alicerce bíblico tão aprofundado. Era isto o que Paulo fazia com destaque dentre os apóstolos e demais contemporâneos, e todas as cartas que ele escreveu e que compõem a Bíblia Sagrada são uma prova inconteste desta verdade.

Portanto, deixo aqui a minha palavra de apoio a todos os apologistas e defensores da fé cristã, os quais se dedicam ao estudo da Palavra de Deus com o fim maior de defendê-la e anunciá-la de forma pura como ela é, sempre a honrando acima de tudo e de todos, pois somente assim é que pessoas se converterão ao Senhor Jesus (At 17:11,12).

Que possamos cumprir o mandamento de Mc 16:15, mas sempre tendo em mente que os frutos deste mandamento nunca terão um desenvolvimento saudável caso não observemos o mandamento de Jd 1:3.

“Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” 1 Pe 3:15.

Anchieta Campos