domingo, 28 de outubro de 2007

E a Reforma passou em branco

Hoje, dia 28 de outubro de 2007, foi o culto mensal de Santa Ceia da Assembléia de Deus em Pau dos Ferros-RN, aonde me congrego. O culto foi uma bênção, como todos os outros são, mas temos que admitir que o culto de Santa Ceia é realmente uma oportunidade especial, não apenas pela parte espiritual, que diga-se é a mais importante, mas também pela igreja estar cheia, lotada com os irmãos de toda a parte da cidade, aonde muitos só vem até o templo sede justamente nessa ocasião; é sem dúvida um momento de festa e de grande alegria para a Assembléia de Deus em Pau dos Ferros.

Contudo, me veio apenas uma frustração no meio deste tão abençoado trabalho, que foi justamente se deixar passar essa tão valiosa oportunidade de pelo menos lembrar a igreja uma data que poucos sabem, e o pior, ensinar o que essa data comemora! A três dias do aniversário da Reforma Protestante um culto como esse se mostrou ideal para pelo menos uma rápida nota explicativa sobre o que foi e o que representou a Reforma do século XVI. É evidente que o foco do culto de Santa Ceia não seria (e nem poderia ser) desvirtuado; o centro do culto e da mensagem, como sempre é, continuaria a ser o Senhor Jesus, quanto mais em um culto dedicado à lembrança de seu sacrifício! Mas sejamos sinceros, deixar passar totalmente em branco esse fato de tão grande importância para a vida da Igreja é sem sombra de dúvidas um ultraje à memória de homens fundamentais para o desenvolvimento da mesma.

Não exagero, podem perguntar hoje aos irmãos denominacionais quem foram Lutero, Calvino, Huss, Wycliffe e outros muitos, que uma grande parte não saberão responder! Ao menos eles sabem quem foi Jesus, e é realmente isso que importa! Mas que é uma vergonha, isso é!

“Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, TAMBÉM O QUE ELA FEZ SERÁ CONTADO PARA SUA MEMÓRIA” Marcos 14:9.

“A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos apodrecerá” Provérbios 10:7.

Anchieta Campos

490 anos da Reforma Protestante

No dia 31 de outubro próximo o mundo cristão estará em festa. Trata-se da comemoração dos 490 anos da Reforma Protestante, que teve oficializado como data de sua comemoração a afixação das 95 teses na Catedral de Wittenberg pelo teólogo e ex-padre alemão Martinho Lutero, aonde foi atacado principalmente a venda de indulgências.

Mas a Reforma, como é de conhecimento de muitos protestantes, teve seu inicio bem antes de Lutero ou Calvino no século XVI. Podemos citar vários “pré-reformadores”, como John Wycliffe, (1330-1384), filósofo, teólogo e reformador religioso inglês, um verdadeiro precursor da Reforma Protestante. Wycliffe, no ano de 1378, perante alguns professores de Oxford, desafiou a tradição escolástica católica ao traduzir a Vulgata (A Bíblia em latim) para o inglês. Ele acreditava na relação direta entre a humanidade e Deus, sem mediação sacerdotal. Opinava que os cristãos podiam governar-se pela observância das Escrituras e sem ajuda de papas e prelados. Depois de sua morte, seus ensinamentos propagaram-se e os Lolardos, seus seguidores, distribuíram a Bíblia publicada em 1388. Em maio de 1415 o Concílio de Constança, organizado pela Igreja Católica Apostólica Romana, revisou suas “heresias” e ordenou que o corpo de Wycliffe fosse desenterrado e queimado.

Como sucessor de Wycliffe, podemos dizer assim, surge o boêmio John Huss (1369?-1415), que veio a ser fortemente influenciado pelos ensinos de Wycliffe. Em 1400, Huss foi separado como padre e foi-lhe entregue a responsabilidade da prestigiada Capela de Belém. Estudando-as bem de perto, Huss começou não somente a pregar, como também a traduzir as obras de Wycliffe na língua Tcheca. Em 1403, John Huss tentou reformar a Igreja Romana na Boêmia, ensinando que o papado não tinha nenhuma autoridade de oferecer a remissão dos pecados através da venda de indulgências, como também questionou a legitimidade dos dois papas rivais Gregorio XII e Alexandre V. Por esta razão, em 1408, os incontentes padres e colegas da Universidade de Praga condenaram a Huss, e como resultado, foi proibido de exercer suas funções eclesiásticas em Praga. Em 1411, Huss é excomungado de sua congregação, e todos os cultos, cerimônias de batizado e funeral realizados por ele foram anulados, trazendo grande revolta nos cidadãos de Praga, os quais defenderam a Huss. No ano de 1412, o papa João XXIII lançou uma cruzada contra o Rei Ladislau de Nápoles, oferecendo a remissão completa de pecados a todos os que participassem na guerra. Ao saber de tal notícia Huss se levanta e ataca veementemente o papado de fazer uso de sanções espirituais e indulgências estritamente para fins pessoais e políticos, como conseqüência, John Huss foi excomungado de Roma e obrigado a deixar Praga. Durante o seu exílio, Huss teve a oportunidade de concluir uma de suas obras mais importantes, “De Ecclesia”. No ano de 1414, os líderes da Igreja Romana se reuniram para um Concílio em Constança (atual Alemanha), e John Huss foi convocado a comparecer a fim de esclarecer seus ensinos controversiais com o da Igreja. Após um mês em Constança, os seguidores do Papa João XXIII o prenderam, e ele foi impelido pelo Concílio a se retratar. Por não renegar suas convicções, John Huss foi condenado como herege, despido e queimado na estaca fora da cidade no dia 6 de julho de 1415. Huss morreu cantando o hino em grego “Kyrie eleeson” (Senhor tem misericórdia). O local de sua morte é marcado até hoje com uma pedra memorial. Huss, assim como todos os reformadores, contribuiu bastante para o desenvolvimento da literatura e da língua local, sendo responsável, dentre inúmeros benefícios, pela introdução do uso de acentos na língua tcheca, de modo a fazer corresponder cada som a um símbolo único.

E o que falar de Martinho Lutero (1483-1546)? Personagem fundamental da história moderna européia, sua influência alcançou não somente a religião, mas a política, a economia, a educação, a filosofia, a linguagem, a música e outras áreas culturais. No verão de 1512, doutorou-se em Teologia na Universidade de Wittenberg e assumiu a cátedra de Teologia Bíblica, que conservou até a morte. Foi atuante pregador, professor e administrador. Ao estudar o Novo Testamento para a preparação de suas aulas, convenceu-se de que os cristãos são salvos não por seus próprios esforços e méritos, mas pelo dom da graça de Deus, aceita pela fé. Para Lutero, a essência do cristianismo não se encontrava na organização liderada pelo papa, mas na comunicação direta que cada pessoa pudesse estabelecer com Deus. Seu protesto gerou muitos problemas para a Igreja católica e estabeleceu as diretrizes para outros movimentos protestantes, como o calvinista e o presbiteriano. Excomungado pelo papa Leão X, Lutero queimou, em público, o decreto papal de excomunhão. O imperador Carlos V, os príncipes alemães e eclesiásticos, reuniram-se, em 1521, na Dieta de Worms e convidaram Lutero a se retratar, e como é de conhecimento de todos, o mesmo não se retratou. O príncipe Federico da Saxônia manteve-o em seu castelo de Wartburg, onde Lutero iniciou a tradução do Novo Testamento do original grego para o alemão, importante contribuição para o desenvolvimento da língua alemã. Proibido de assistir à Dieta de Augsburg por ter sido excomungado, Lutero delegou a defesa dos reformadores, formulada na Confissão de Augsburg (1530), a seu colega e amigo, o humanista Felipe Melanchthon, confissão essa que acabou sendo considerada sem culpa pelo imperador alemão Carlos V. Sua influência estendeu-se ao norte e a leste da Europa e seu prestígio contribuiu para que Wittenberg se tornasse um centro intelectual.

Poderia aqui elencar muitos outros nomes, poderia escrever outro parágrafo sobre o ilustre reformador francês João Calvino, de seu precursor, o escocês John Knox, dentre muitos outros homens que não temeram a espada, o fogo e a morte para defenderem o que temos de mais precioso que Deus nos deixou: A Bíblia Sagrada!

A Reforma trouxe luz, desfez mitos romanistas, quebrou as correntes da ignorância implantada pela Igreja Romana, abriu as portas para o desenvolvimento literário, científico, intelectual e cultural da Europa e depois de todo o mundo! Com a ajuda da imprensa inventada pelo alemão Gutemberg, a reforma pode realizar aquilo que a fez nascer: trazer o acesso a leitura e ao conhecimento bíblico para todos os povos e gentes!

Devemos ser gratos a Deus pelos bravos reformadores e pelos seus princípios doutrinários que nos legaram!

Que os princípios reformadores possam voltar a ocupar o espaço que nunca era para se ter perdido em muitas igrejas evangélicas de todo o mundo!

Sola Scriptura! Sola Christus! Sola Gratia! Sola Fide e Soli Deo Gloria!

Anchieta Campos

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Faraó, predestinação e livre arbítrio

Como é de conhecimento de muitos protestantes, a reforma trouxe consigo uma unidade em torno da Bíblia como única regra de fé e restaurou outros pontos fundamentais da sã doutrina bíblica que haviam sido esquecidos ou deturpados pela Igreja Católica Romana, além de refutar outros pontos sem fundamento bíblico algum inseridos pela mesma.

Mas como nem tudo são flores, e o inimigo de nossas almas também não iria ficar de braços cruzados vendo Deus restaurando o seu povo para a verdade, surgiram pensamentos e doutrinas divergentes, mais precisamente, surgiu uma doutrina divergente principal no seio reformado, que é a doutrina que diverge entre a predestinação incondicional e o livre arbítrio do homem, no que tange a possibilidade do mesmo ter a liberdade de escolher ou não se segue o caminho da salvação.

A predestinação, tendo como seu ícone maior o reformador francês João Calvino (influenciado por Ulrico Zuínglio), além de reformadores como John Knox na Escócia e outros, prega que Deus elegeu com antecedência aqueles que haviam de ser contemplados com a graça da salvação, e, conseqüentemente, elegeu aqueles cuja sorte seria a desgraça eterna, escolhas essas independentes da vida de cada indivíduo (salvo ou não), é o que se chama de predestinação incondicional. Já por outro lado, defendendo a eleição mediante a condição da fé voluntária no sacrifício de Cristo, o livre arbítrio, surgiu a corrente que viria a ser conhecida como arminianismo, nome derivado do principal precursor na defesa da predestinação condicional, o holandês Jacó Arminius.

Como membro da Assembléia de Deus, igreja que defende a doutrina do livre arbítrio (assim como todas as demais igrejas pentecostais, além da própria Igreja Católica), também sou partidário da existência do mesmo, não apenas porque minha igreja a defende, mas acima de tudo, porque a Bíblia defende a existência da liberdade de escolha do homem em crer ou não em Deus, em amá-lo ou não (amar, sentimento tão intrínseco), em aceitar ou rejeitar a oferta de salvação que nosso Senhor Jesus oferece gratuitamente por seu sacrifício vicário e perfeito na cruz do calvário.

Talvez um dos principais pilares da doutrina da predestinação seja o tão falado Faraó, o rei absolutista do Egito antigo. Tomando por base as referências 4:21; 7:3; 9:12; 10:1,20,27; 11:10; 14:4,8,17 do livro do Êxodo, os defensores da doutrina da predestinação alegam que o endurecimento do coração de Faraó para não libertar os israelitas do Egito foi algo forçado e pré-determinado por Deus, destruindo assim toda a pretensão de defesa da existência do livre arbítrio. Mas será que essa afirmativa calvinista é a verdadeira expressão do coração de um “Deus fiel, que guarda o pacto e a misericórdia, até mil gerações, aos que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt 7:9)? Não! Essa é a única resposta bíblica para esta pergunta. O endurecimento do coração de Faraó não foi algo forçado por Deus ou pré-determinado pelo Senhor Jeová em algum tempo no espaço da eternidade, e o meu único objetivo neste pequeno artigo será justamente o de refutar este pensamento errôneo dos nossos irmãos calvinistas, além de esclarecer um pouco o que realmente ocorreu no caso de Faraó. Posteriormente publicarei mais análises sobre a temática em questão.

O próprio livro do Êxodo responde de forma clara a esse embate doutrinário. Deus em nenhum momento retirou a capacidade de escolha de Faraó; o endurecimento partiu do próprio Faraó, ele próprio endureceu o seu coração, como fica claro nos versos seguintes: Disse mais o SENHOR a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo e põe-te diante de Faraó; eis que ele sairá às águas; e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. Porque se não deixares ir o meu povo, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e às tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, e também a terra em que eles estiverem. Mas endureceu Faraó ainda esta vez seu coração, e não deixou ir o povo (Êx 8:15,20,21,32). Esses versos poderiam ser definidos como uma resposta resumida para esse embate teológico. Neles podemos perceber a presciência de Deus “eis que ele sairá às águas”, o desejo de Deus “Deixa ir o meu povo, para que me sirva”, a existência do livre arbítrio “se não deixares ir” e o uso que Faraó fez dessa capacidade de escolha “Mas endureceu Faraó ainda esta vez seu coração”. Deus, como onisciente, pode dizer o que vai ocorrer no futuro sem errar (Is 46:10); assim como Deus sabia que Faraó sairia às águas pela manhã, Ele também sabia que Faraó iria endurecer o coração e não permitiria de bom grado que os israelitas saíssem do Egito, “Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir” (Êx 3:19).

“Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o SENHOR tinha falado. Então disse o SENHOR a Moisés: O coração de Faraó está endurecido, recusa deixar ir o povo” (Êx 7:13-14). Esses versos são logo em seguida ao episódio em que Arão lançou a sua vara e ela se transformou em serpente, e que os encantadores e magos de Faraó conseguiram fazer o mesmo com os seus encantamentos; Faraó ao ver que os seus servos haviam imitado o feito de Arão, endureceu o coração e não libertou o povo de Israel, exatamente como havia sido previsto por Deus no capítulo 3 e verso 19 de Êxodo; é o mesmo raciocínio para todas as pragas, ex.: E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se agravou, e não deixou ir o povo. Vendo Faraó que cessou a chuva, e a saraiva, e os trovões, pecou ainda mais; e endureceu o seu coração, ele e os seus servos. Assim o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o SENHOR tinha dito por Moisés (Êx 9:7,34-35). Ver também (Êx 7:22).

É um fato inegável que Deus enviou Moisés e Arão inúmeras vezes perante Faraó para lhe oferecer a opção de libertar o povo hebreu pacificamente ou suportar a sua poderosa mão. Referências como: (Êx 5:1-2) E DEPOIS foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Mas Faraó disse: Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel; (Êx 6:10-13) Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Entra, e fala a Faraó rei do Egito, que deixe sair os filhos de Israel da sua terra. Moisés, porém, falou perante o SENHOR, dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido; como, pois, Faraó me ouvirá? Também eu sou incircunciso de lábios. Todavia o SENHOR falou a Moisés e a Arão, e deu-lhes mandamento para os filhos de Israel, e para Faraó rei do Egito, para que tirassem os filhos de Israel da terra do Egito; (Êx 7:15-16) Vai pela manhã a Faraó; eis que ele sairá às águas; põe-te em frente dele na beira do rio, e tomarás em tua mão a vara que se tornou em cobra. E lhe dirás: O SENHOR Deus dos hebreus me tem enviado a ti, dizendo: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não tens ouvido; (Êx 8:1-2) DEPOIS disse o SENHOR a Moisés: Vai a Faraó e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. E se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos. Todas estas referências expõem de um modo irrefutável a liberdade de escolha que o Senhor oferecia a Faraó.

Como compreender então as frases: “mas eu endurecerei o seu coração” (Êx 4:21); “Mas o Senhor endureceu o coração de Faraó” (Êx 9:12); “tenho endurecido o seu coração” (Êx 10:1) e outras referências que falam que Deus endureceu o coração de Faraó? Não estaria a Bíblia se contradizendo? De modo nenhum! As Sagradas Escrituras, como sendo a palavra escrita de Deus aos homens, nunca poderá se contradizer, afirmar erros científicos, históricos ou geográficos (2 Sm 22:31; Sl 18:30). A opção de escolha que Faraó gozava já fora perfeitamente demonstrado nos parágrafos acima, sendo assim, estes versos não podem, em hipótese alguma, anular a existência do livre arbítrio, pois a Bíblia estaria assim caindo em contradição. A resposta para a pergunta introdutória deste parágrafo se encontra na própria Bíblia. Para uma melhor compreensão iremos analisar duas referências neo-testamentárias: “Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm” (Rm 1:24-28) e, “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade” (2 Ts 2:8-12). Esses versos falam por si mesmos, caem como luvas para a harmonia bíblica da doutrina do livre arbítrio. Em suma eles revelam que Deus apenas ‘confirma’ aquilo que o coração do homem escolhe livremente “Deus os entregou às concupiscências de seus corações”, entregando-os (abandonando-os) para que eles mesmos caíam e se afundem cada vez mais nos seus erros e pecados, pois “como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm”.

Em Tiago 4:8a está escrito: Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós; este verso, além de demonstrar o livre arbítrio do homem, declara um princípio bastante importante, que é o que Deus respeita as nossas decisões e age conforme a atenção que damos a Ele; pode-se deduzir deste verso, sem alterar em nada o sentido bíblico, que assim como Deus se aproxima do homem quando este O busca, Ele também se afasta do homem quando este o nega, é o que se harmoniza perfeitamente com as referências de (Rm 1:24-28) e (2 Ts 2:8-12), além da própria situação de Faraó. A própria lei da semeadura de Gálatas 6:7 sintetiza de uma forma brilhante este raciocínio.

Faraó estava em pecado por não deixar Israel partir, ou seja, por ter endurecido o coração contra o povo de Israel para não os libertar; Deus enviou várias vezes Moisés e Arão para dar a Faraó a opção de deixar o povo de Israel partir, mas ele sempre endurecia o seu coração contra a liberdade do povo hebreu; como Deus sabia que ele não permitiria a libertação dos israelitas (continuaria com o coração endurecido), então a partir daí se diz que o Senhor ‘endureceu’ (confirmou) a opção de Faraó por permanecer no seu erro, tanto é que no verso 3:19 de Êxodo o Senhor já havia anunciado que Faraó não permitiria a libertação de Israel, ou seja, antes de se falar em endurecimento (4:21). Toda vez que uma praga ocorria Faraó se recusava a ceder, como as pragas eram providencias de Deus, então se passa a dizer que o Senhor endureceu o coração de Faraó, para que o Senhor se glorificasse sobre Faraó e sobre todo o seu poderio. Interessante destacar que, como o Senhor sabia desde a eternidade que Faraó endureceria seu coração, Ele levantou um reino egípcio poderoso para que Faraó governasse, reino que dominaria toda a terra já conhecida na época, para que isso? Rm 9:17 responde: Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra.

Ir contra a palavra e os conselhos de um Deus Todo-Poderoso é bastante perigoso; negar o amor de sua verdade e não fazer caso de conhecê-lo é tornar-se sem dúvida alguma um suicida em potencial. A Bíblia alerta para essa perigosa realidade em I Sm 6:6: "Por que, pois, endureceríeis o vosso coração, como os egípcios e Faraó endureceram os seus corações? Porventura depois de os haver tratado tão mal, os não deixaram ir, e eles não se foram?". Aleluia!

Anchieta Campos

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Vergonha Universal - Bispo Edir Macedo defende o aborto

Realmente estamos nos últimos dias! A apostasia predita pelo Apóstolo Paulo em 2 Ts 2:3 e 1 Tm 4:1 (além de inúmeras outras passagens) já deu e continua dando grandes prejuízos a Igreja Cristã. O abandono da ortodoxia doutrinária, como um claro sinal da falta de apego a Palavra e temor a Deus, já há tempos vem invadindo igrejas “evangélicas” e a cabeça de seus líderes, e isso não é nenhuma novidade.

Mas o que é novidade mesmo, e uma triste novidade, é a defesa do aborto por uma igreja (e seu líder) que é tida como evangélica por todo brasileiro. Trata-se da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), na figura do seu fundador e líder, o ‘Bispo’ Edir Macedo, que declarou abertamente em uma entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, do dia 13 de outubro de 2007, que defende a prática do aborto.

A prática do aborto sempre foi e continuará a ser condenada pela Igreja Cristã na figura de suas denominações sérias e verdadeiras, comprometidas com a Bíblia Sagrada e suas doutrinas, doutrinas que são imutáveis, não vulneráveis ao tempo e aos costumes de regiões! Esse repúdio não parte apenas de fundamentos bíblicos (aonde se tem inumeráveis contra a prática do aborto), mas também da boa ética e moral, tanto médicas quanto jurídicas. A imoralidade e promiscuidade que tomam conta do Brasil e do mundo não podem vitimar inocentes que não pediram para serem gerados!

O Direito brasileiro condena o aborto, nos Arts. 124 a 128 do nosso Código Penal encontra-se a disciplina da referida matéria. “A lei não faz distinção alguma entre óvulo fecundado (3 primeiras semanas da gestação), embrião (3 primeiros meses) ou feto (a partir de 3 meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, entre a concepção e o início do parto” afirma o conceituado criminalista Fernando Capez, em seu livro Curso de Direito Penal, parte especial, vol. 2.

“A própria medicina ajuda a mostrar claramente que a vida começa na concepção, como se conclui ao analisar que:
Na fertilização, o espermatozóide do pai penetra o óvulo da mãe. As instruções genéticas dos dois se combinam para formar uma nova vida individual única, dificilmente visível ao olho humano.
Com 20 dias de gestação, os olhos do bebê começam se formar e o cérebro, a coluna vertebral e o sistema nervoso estão completos.
Com 24 dias, O CORAÇÃO COMEÇA A BATER.
Com 43 dias, AS ONDAS CEREBRAIS DO BEBÊ PODEM SER REGISTRADAS.
Com 2 meses, o bebê tem aproximadamente 7 cm de comprimento e pesa 7 g. Todos os órgãos estão presentes, completos e funcionando (exceto os pulmões). As batidas cardíacas são fortes. O estômago produz sucos digestivos. O fígado produz células sanguíneas. Os rins estão funcionando. As impressões digitais estão gravadas. As pálpebras e as palmas das mãos são sensíveis ao toque. O estímulo com batidas leves no saco amniótico faz mexer os braços do bebê”
(Dr. Brian Clowes, Os Fatos da Vida -Providafamilia: Brasília, 1997-, pp.218, 219 e 220).

A Bíblia mostra Deus se relacionando com o homem antes mesmo de sua concepção, “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta” Jr 1:5. Mostra o cuidado de Deus para com o homem desde o ventre de sua mãe, “Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe” Salmos 22:10 e “Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe” Salmos 71:6. Mostra a criança, ainda no ventre, respondendo espiritualmente a impulsos externos, “Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga” Lc 1:44. Por fim, a Bíblia mostra ainda que ao homicida não caberá parte no Reino dos Céus, “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os HOMICIDAS, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” Apocalipse 22:15.

Infelizmente, a IURD sempre trouxe mais prejuízos do que benefícios para a causa do Reino de Deus aqui na terra!

“Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia” Salmo 139:15,16

“O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” 1 Samuel 2:6

“Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juízes. Mas se houver morte, então darás vida por vida” Êxodo 21:22,23.

Anchieta Campos

domingo, 21 de outubro de 2007

Maria é a Mãe de Deus?

A Igreja Católica Apostólica Romana é reconhecidamente uma denominação cristã apóstata. São muitos os desvios doutrinários, tantos que chega a ser uma tarefa trabalhosa catalogar todas as heresias apregoadas pela Igreja Romana.

Vale-se ressaltar que nós, os protestantes, como conhecedores das Sagradas Escrituras e dos ensinos de Cristo, através da Divina obra do Espírito Santo em nossos corações e mente, não somos, em hipótese alguma, inimigos dos católicos e nem muito menos os odiamos ou os amaldiçoamos. Com certeza todo cristão evangélico tem em seu rol de amigos pessoas que professam a fé romanista, até mesmo em virtude dos mesmos ainda serem maioria em nosso país colonizado por portugueses. Na verdade nós amamos os católicos, amamos a todos, pois é a vontade de Deus que nenhuma alma se perca e que todos venham a ter o conhecimento da verdade e, conseqüentemente, se arrepender (cf. 1 Tm 2:4 e 2 Pe 3:9).

Agora como bem gosta de dizer o abençoado Pr. Silas Malafaia da Assembléia de Deus na Penha/RJ, ‘quem ama diz a verdade, mesmo que essa verdade venha a machucar’. E não é nada mais do que isso que nós evangélicos fazemos. Por amar os amigos romanistas, por cumprir a missão bíblica de anunciarmos e batalharmos pela verdade (cf. Mc 16:15; Rm 10:14,15; 1 Pe 2:9 e Jd 1:3), por essas razões que sempre quando vemos possibilidade alertamos aos nossos caros amigos romanistas dos desvios doutrinários da religião que seguem, e conseqüentemente do perigo que correm ao fazerem parte da mesma. Não somos contrários aos católicos, somos unicamente contra os ensinos que emanam do Vaticano.

Dentre as inúmeras blasfêmias contra a Sã Doutrina Bíblica que o Estado do Vaticano prega, me deterei neste curto artigo sobre o título que eles deram a tão grande e mui honrada mãe física de Jesus, o título de “Mãe de Deus”. Posteriormente, se Deus assim o permitir, estarei trazendo a público análises de outros pontos da doutrina romanista.

Primeiramente, vale-se destacar que a Bíblia nunca chama Maria de “Mãe de Deus”, mas sempre a chama de Mãe de Jesus (cf. Jo 2:1,3 e At 1:14), é aí que entra o falso silogismo de que se Jesus é Deus, e de que Maria é sua mãe, logo Maria é mãe de Deus; mas nem todo silogismo é verdadeiro, vejamos: Jesus era homem, todo homem pecou, logo Jesus também pecou, e isso nem mesmo os católicos romanos se atrevem a dizer que seja uma verdade. Esse título “Mãe de Deus” nasceu numa confusão teológica no Concílio de Éfeso, ano 431, ou seja, 3 séculos após a morte do último apóstolo, tratando-se de pura invenção humana e sem base bíblica.

Outro ponto a se analisar é de que Deus é eterno, como afirma a Bíblia em inúmeras passagens, por ex. Gn 21:33, ou seja, Deus sempre existiu, não tem início nem fim (Ap 22:13), logo Deus não tem antecessor, não tem mãe. Fora dEle não há outro, fora dEle ninguém existiu ou existe, antes dEle ninguém existiu (‘Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus’ Is 44:6).

Deus foi quem criou todas as coisas, Ele é o princípio de tudo. O relato de Gênesis mostra Deus antes de todas as coisas, criando tudo a partir do nada, inclusive, obviamente, o primeiro homem e a primeira mulher, vindo Maria passar a existir (a nascer) milhares de anos depois. Dizer que Deus teve uma mãe é a mesma coisa que colocá-Lo abaixo do homem, sendo não o Criador, mas criatura, e isso é um absurdo teológico! Uma verdadeira piada! Outra conseqüência seria afirmar que Maria era uma “deusa”, eterna, pois só assim para se conceber (isso com um esforço muito grande) a idéia de que Maria era a mãe de Deus; desse modo o cristianismo deixaria de ser uma religião monoteísta e passaria a ser politeísta! Outro absurdo e incoerência bíblica! “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” Apocalipse 4:11.

Maria era a mãe física de Jesus, pois o mesmo, como Deus, fora concebido pelo Espírito Santo (Mateus 1:18,20). Jesus é a Segunda Pessoa da Divina Trindade, ou seja, Jesus sempre foi Deus com o Pai e o Espírito Santo, Ele sempre existiu, conforme diz Colossenses 1:16: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele”.

Maria fora a mulher de bem-aventurança escolhida por Deus Pai para receber seu Filho Jesus no mundo. Deus não iria colocar seu Filho do nada no mundo, diretamente nos braços de uma mulher. Além do que o seu nascimento de uma virgem fora para que se cumprisse as profecias do AT, que diziam que o Messias nasceria de uma virgem, conforme Is 7:14. Era necessário que Jesus tomasse a forma de homem para realizar um único sacrifício, poderoso e eficaz, com efeitos de uma eterna redenção para com a humanidade pecadora (cf. Hb 9:12,12 e 10:4). Somente um sangue de homem puro e sem pecado seria suficiente para limpar os pecados de toda a humanidade, daí a necessidade de Jesus ter-se feito homem.

Para maiores detalhes da Divindade de Jesus consultar meu post “Em defesa da Doutrina Bíblica da Trindade – Parte 01”.

Que o Senhor Deus possa abençoar e iluminar a todos os católicos romanistas!

Anchieta Campos

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A verdadeira adoração

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”
João 4:23,24

Tenho que admitir que cansei! Isso mesmo, cansei de ter que contemplar (seria melhor o termo ‘suportar’) o grande desvio de foco que se presencia hoje na grande maioria das igrejas evangélicas do Brasil. Trata-se de verdadeiros animadores de igreja que se multiplicam a cada dia mais, invadindo os púlpitos de onde deveriam sair palavras e expressões pautadas nos ensinos e recomendações da Bíblia Sagrada, expressas por homens de Deus, sejam pregadores ou levitas do Senhor.

Pregadores que não pregam, cantores que não louvam, mas que animam o público eclesiástico como fazem os cantores de bandas mundanas! Expressões como “quem está feliz diga amém!”, “olhe para o seu irmão do lado e diga que é hoje!”, “pentecostal que não faz barulho está com defeito de fabricação”, “levante sua mão comigo e glorifique, exalte ao Senhor!”, “aplauda ao Senhor!”, dentre muitas outras, revelam a pobreza espiritual e teológica que se encontra numa parte significativa dos pregadores e cantores da nossa época trabalhosa (2 Tm 3:1). Simplesmente por não conseguirem transmitir algo de Deus, transmitir algo que a Palavra nos revela, e, conseqüentemente, a igreja não corresponder ao que se está sendo passado, os detentores do microfone baixam o nível e verdadeiramente apelam para tentar ‘animar’ ou tirar alguma reação do público, que muitas vezes, acaba caindo nas palavras envolventes e pensam estar sentindo a ‘alegria do Espírito Santo’.

É bem verdade que como pentecostal que sou, sei que o mover do Espírito Santo em nosso interior, a Palavra de Deus testificando em nossos corações, provocam alegria intensa (Sl 16:11) e nos levam a adorarmos ao Senhor (Sl 86:12,13). Glorificar a Deus, exaltá-Lo, adorá-Lo, são atitudes absolutamente bíblicas e boas, e que com certeza sempre farão parte de um culto aonde o Espírito Santo se faça presente e ache espaço nos corações (‘E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus’ At 2:46,47a). O que se deve condenar é o louvor apenas exterior, sem motivação interna e com motivação externa, pois o verdadeiro louvor é aquele que parte de dentro para fora, com um impulso natural do espírito do crente (Lc 1:47).

Deus procura os verdadeiros adoradores, os que o adorem em espírito e em verdade (cf. Jo 4:23,24), e não aqueles que levantam suas mãos ou dizem ‘aleluia’, ‘glória a Deus’, apenas em virtude de um pregador ou cantor ter mandado que eles agissem assim, nesses casos o impulso é meramente exterior, não passa de uma interação entre homem e homem, mas a verdadeira adoração é uma interação entre Deus e o homem!

Esse é o meu desabafo e alerta para a Igreja do Senhor. Simplesmente não adoro quando alguém me manda, não digo aleluia ou glória a Deus quando me mandam, não levanto minha mão direita, a esquerda ou até mesmo as duas quando algum pregador ou cantor sem o Espírito Santo me mandam! Podem até pensar que estou frio ou insensível a voz de Deus, mas sei que devo agradar a Deus e não aos homens (Gl 1:10)! Sei que a minha adoração deve ser voluntária e um ato maravilhoso que envolve apenas duas pessoas: Deus e eu.

“Aceita, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, ó SENHOR; ensina-me os teus juízos” Salmo 119:108

“LOUVAI ao SENHOR. Louvarei ao SENHOR de todo o meu coração, na assembléia dos justos e na congregação” Salmo 111:1

Anchieta Campos

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Programa Intimidade com Deus

A Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Pau dos Ferros-RN, cumprindo a missão nos comissionada pelo Senhor Jesus em Marcos 16:15, está realizando uma obra que a cada dia é mais abençoada pelo nosso Deus. Trata-se do programa "Intimidade com Deus", que é transmitido pela Rádio Dumbo 96,5 MHz FM, alcançando a toda Pau dos Ferros e cidades circo-vizinhas.

Mas não para por aí, o programa ainda tem seu alcance expandido de forma ilimitada através dos benefícios da tecnologia, mais especificamente da internet, sendo transmitido via web pelo endereço eletrônico http://www.radiornnet.com.br/, aonde o programa é ouvido por irmãos e amigos de todo o Rio Grande do Norte, cidades da Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, além de alcançar o continente europeu, com registros de ouvintes de Portugal.

O programa, com direção dos Presbíteros Jetro Lopes e Cezimar, vai ao ar todo domingo, a partir das 11hs, com duração de duas horas. O programa conta com hinos de louvor, pregação da Palavra, orações, informativos e muitos outros quadros.

Quem quiser participar do programa pode ligar para o telefone da Rádio Dumbo FM, 84 3351-3597, ou através do msn p.intimidadecomdeus@hotmail.com.

Anchieta Campos

sábado, 13 de outubro de 2007

A realidade bíblica do castigo eterno (inferno)

Uma das muitas heresias existentes meios religiosos afora é a que nega a existência do castigo eterno, ou seja, em outras palavras, não existe o inferno. São membros destacados dessa corrente herética as Testemunhas de Jeová e os Adventistas, além de outros movimentos recentes de menor expressividade.

Dizem eles que os não-salvos simplesmente deixarão de existir, perderão suas consciências de existência, portanto, não provarão do castigo eterno; é a chamada teoria do aniquilacionismo da alma, da consciência do individuo. As TJs herdaram este ensino herético dos adventistas, de onde eles saíram por dissensões doutrinárias. Ambos os grupos apregoam esta heresia, talvez justamente por temerem passar a eternidade separados da glória de Deus e queimando no fogo do inferno, mas não podemos negar uma verdade bíblica simplesmente por ela nos causar incomodo, costumo sempre dizer que nossos pensamentos é que tem que se amoldarem as verdades bíblicas e não a Bíblia se amoldar as nossas conveniências.

A Bíblia é clara no ensino da existência e realidade do castigo consciente e eterno. A morte que os adeptos alegam ser a aniquilação da alma, é, na verdade, a separação eterna de Deus, no fogo eterno do inferno. Textos como Dn 12:2 “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”, Ap 14:10b “e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro” e Ap 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”, deixam bastante claro tanto uma das finalidades do castigo eterno, que é a vergonha e separação eterna de Deus, bem como a realidade deste castigo para os ímpios, pois um ser sem consciência de existência não tem como sentir ‘desprezo’, ‘vergonha’ e ‘tormento’. Textos como Mt 10:28, 13:49,50 e 22:13, só vêm a reforçar esta verdade bíblica, pois somente quem está vivo e consciente do que está sentindo pode ‘prantear e ranger os dentes’.

Nós, os seres humanos, criados e feitos como a imagem e semelhança de Deus, herdamos algumas características do nosso Criador, entre muitas semelhanças encontra-se a imortalidade. Não somos eternos como Deus, pois tivemos um início, mas somos imortais, pois Deus quis que herdássemos essa característica dEle. O Texto de Mc 9:43,44 é bem claro a este respeito: “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga”.

A realidade do castigo e da dor eterna pode também ser percebida nos textos de Mt 25:41,46 “dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”, Ap 14:11 “E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome” e Ap 20:10 “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.

A parábola do rico e Lázaro, que se encontra em Lc 16:19-31, nos dá uma luz bastante útil para concluirmos a explanação deste tema, tanto é, que convém transcrever os versos 22-28 da referida passagem, que diz: “E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento”. Mesmo que se aceite que esta parábola foi algo que nunca aconteceu na realidade, que foi apenas um cenário ilustrado por Cristo, tem-se que se admitir que ela repassa ensinos reais. Nesta parábola vemos cair por terra muitas das crenças jeovistas. A primeira diz respeito da não presença do crente com Cristo após a sua morte; oras, o texto é claro ao afirmar que imediatamente após morrer o mendigo Lázaro foi levado para um lugar de gozo, no caso o seio de Abraão, ver Lc 23:43. Percebemos também a realidade de um tormento pré-julgamento final, e mais que disso, a consciência desse tormento “porque estou atormentado nesta chama”. Concluímos também a realidade da separação eterna, que é a morte espiritual, já que “está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá”.

Por fim, uma análise do texto grego acaba de vez com a pretensão aniquilacionista. A expressão idiomática grega “eis tous anônas ton aiônôn” não significa, em hipótese alguma, um extermínio puro e simples. Esta sentença grega quer dizer “até as eras das eras”, “até os séculos dos séculos”, “para sempre” ou “eternamente”, ou ainda “aquilo que não tem fim”. É esta a expressão que se encontra nos textos de Rm 16:27; 1 Tm 1:17; Hb 13:21; 1 Pe 4:11; Ap 1:6, bem como para descrever a vida eterna em Jo 3:16; esta mesma expressão é usada em Mt 18:8; Ap 14:11 e Ap 20:10 para descrever o tempo do tormento eterno no inferno.

Por Anchieta Campos

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Em Defesa da Doutrina Bíblica da Trindade (Parte 3 - Conclusão)

A Trindade é um fato bíblico irrefutável, e negar ou questionar a sua existência é de uma tremenda incoerência e ilógico para o bom senso bíblico.

A ordenação do Batismo nas águas pelo Senhor Jesus apresenta a Trindade de uma forma brilhante, aonde lemos em Mt 28:19 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os EM NOME do Pai, E do Filho, E do Espírito Santo”. Jesus separou as Três Pessoas de um modo inequívoco com o uso da conjunção ‘E’ entre uma Pessoa e Outra, e é inegável que os ‘Três Nomes’ são ao mesmo tempo UM SÓ, pois Cristo usou o termo ‘em nome’, ou seja, ‘O PAI’, ‘O FILHO’ e o ‘ESPÍRITO SANTO’ formam um nome só, que é DEUS!!!
Passagens como Gn 1:26: “E disse Deus: FAÇAMOS o homem À NOSSA imagem, conforme A NOSSA semelhança” e Gn 3:22: “Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de NÓS, sabendo o bem e o mal”, só vêm enterrar de uma vez por todas toda e qualquer pretensão, seja de quem for, de negar a existência da Trindade.

É A TRINDADE comprovada e re-comprovada pela BÍBLIA! Ver ainda Gn 11:6-7; Mt 3:16,17; Rm 15:30; 1 Co 12:4-6; 2 Co 13:13; Tito 3:4-6; Jd 1:20,21 e Ap 1:4,5.
Aleluia!

Por Anchieta Campos

Em Defesa da Doutrina Bíblica da Trindade (Parte 2)

Quanto ao ESPÍRITO SANTO, Ele é detentor dos mesmos atributos divinos e singulares do Pai e do Filho, portanto, Ele é perfeitamente Deus, compondo assim a Trindade Bíblica, na figura da Terceira Pessoa (Mt 28:19).

O livro de Atos dos Apóstolos, escrito pelo médico grego Lucas, é conhecido no meio teológico como o ‘Evangelho do Espírito Santo’, pois é nesse livro que percebemos o poder do Santo Espírito de Deus no meio da Igreja Primitiva, com muitos sinais e maravilhas operados pelo poder do Espírito Santo, através do Nome de Jesus (At 3:6-7; At 4:29-31; At 7:55; At 13:9-11; At 16:18; At 19:17). É também nesse livro aonde encontramos inúmeras passagens que nos atestam sobre a divindade do Espírito Santo. Em At 5:3-4 lemos o seguinte: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”; aqui o apóstolo Pedro coloca a mentira ao Espírito Santo como a mesma coisa que mentir a Deus, tornando Deus o Espírito Santo.

Nós vemos também no livro de Atos características da personalidade do Espírito Santo, aonde em At 13:2 nós lemos que: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”, aqui nós percebemos a caracterização da personalidade da Terceira Pessoa da Trindade. Ele é também Aquele que constitui os Bispos da Igreja (At 20:28). O Espírito Santo também fala, conforme At 11:12: “E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando”; Gl 4:6: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” e Ap 2:7: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Ainda em relação aos atributos de personalidade do Espírito Santo, é possível que Ele se entristeça, conforme Ef 4:30: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” e Is 63:10: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles”. Também é possível se mentir ao Espírito Santo, cf. At 5:3-4. O Espírito Santo também tem vontade própria, conforme 1 Co 12:11 que diz: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. O Espírito Santo também tem planos e projetos, e ainda intercede por nós, conforme Rm 8:27 que diz: “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”. O Espírito Santo ainda é capaz de amar, cf. Rm 15:30: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” e de consolar, cf. At 9:31b: “e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo”.
Por fim, reforçando e comprovando definitivamente a personalidade do Espírito Santo, o Mesmo se autodenomina de “EU” em At 10:19-20, que diz: “E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei”.

Depois de comprovado que o Espírito Santo é uma Pessoa, voltemos para a demonstração bíblica de sua divindade. O apóstolo Paulo escrevendo aos irmãos da Igreja em Corinto, demonstrou claramente a divindade do Espírito Santo nas suas duas cartas destinadas àquela igreja. Em 1 Co 12:4-6 está escrito que: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”, aqui Paulo claramente chamou o Espírito Santo de ‘Senhor’ e de ‘Deus’. Paulo fez a distinção das Pessoas (Espírito, Senhor e Deus) mas os colocou num mesmo nível e essência, quando usava para cada Pessoa o termo ‘é o mesmo’. Percebemos claramente a definição de Trindade de uma forma prática nesses versos, aonde existem Três Pessoas distintas mas com ‘o mesmo’ centro Divino. Confirmando este ensino, Paulo ainda fala em 2 Co 3:17 que: “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”; na primeira parte do verso Paulo diz que ‘o Senhor é Espírito’, essa assertiva afirma que o Espírito é Senhor e Deus; na segunda parte do verso Paulo diz ‘o Espírito do Senhor’, neste caso o uso do artigo ‘o’ define a existência de uma pessoa ou de algo independente, e o uso da preposição ‘do’ diz que essa pessoa ou algo faz parte de outra coisa ou de alguém, mas quem é essa pessoa e faz parte do quê ou de quem? Essa Pessoa é o Espírito Santo e ela faz parte de Deus. Esse ensino é confirmado nas palavras do Senhor Jesus em Jo 15:26 que diz: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim”; aqui Jesus ensinou que o Espírito Santo é ‘parte do Pai’ e que Ele ‘procede do Pai’, deixando claro que o ‘Espírito de verdade’ é uma Pessoa distinta do Pai, pois o mesmo estaria na Terra enquanto o Pai e o Filho permaneceriam no céu; além de demonstrar sua divindade, pois o Espírito faz parte e procede do Divino Pai.

Paulo, comentando sobre nós sermos a morada do Espírito Santo, fala em 1 Co 3:16 que: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”, deixando claro que nós somos a morada do ‘Espírito’ ou ‘o templo de Deus’, tornando divino o Espírito Santo. Ver também Ef 2:22.

A Bíblia também nos revela o Espírito Santo de Deus como Criador em Sl 104:30: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra”; Jó 26:13: “Pelo seu Espírito ornou os céus” e em Jó 33:4: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida”.

A Palavra de Deus também revela a eternidade do Espírito Santo em Hb 9:14: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”. Ainda no livro de Hebreus, nós vemos o Espírito Santo falando como Deus, isso se percebe claramente em Hb 3:7-12.

A onipresença, onisciência e onipotência do Espírito Santo também são ensinadas pela Bíblia Sagrada. O Espírito Santo é revelado como Onipresente no Sl 139:7-10 que diz: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá”. Não se pode esconder do Espírito do Senhor.

A Bíblia nos revela também a onisciência do Espírito Santo em 1 Co 2:10-11: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”; 2 Pe 1:20-21: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” e Jo 14:26: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.

Por fim encontramos um Espírito Santo que é revelado nas Sagradas Escrituras como Onipotente. Em Lc 1:35 está escrito que: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”, aqui ‘o cobrir da virtude do Altíssimo’ é justamente ‘o descer do Espírito Santo’ sobre Maria, para que a mesma pudesse dar a luz ao Santo (Jesus Cristo). Percebemos então que a ‘virtude’ ou ‘poder’ que cobriu Maria foi justamente o Espírito Santo que desceu sobre ela. Portanto, o Espírito Santo é apresentado de uma forma inequívoca com o atributo de Onipotente.

Por Anchieta Campos

Em Defesa da Doutrina Bíblica da Trindade (Parte 1)

Dentre as muitas blasfêmias contra a sã doutrina bíblica que se encontram espalhadas seitas a fora, a que poderia ser classificada como a mais aberrante é a que nega a existência da Trindade. Grupos sectários e heréticos como as Testemunhas de Jeová principalmente, pregam a não divindade de Cristo e do Espírito Santo, além de tirar a personalidade Deste último. Já em outra versão herética do tema existem os unicistas, que dizem ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma Pessoa Divina só, e não um Deus só, inexistindo assim a Trindade; dentre os unicistas destacamos a Igreja Voz da Verdade, Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus do Sétimo Dia, dentre outras.

A Trindade, como fora rasteiramente conceituada em minha Declaração de Fé postada dias atrás neste blog, seria que “Ele (Deus) existe e se manifesta eternamente em três Pessoas distintas, mas ligadas na divina essência que as compõem: o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, trocando em miúdos, a Trindade Bíblica é o ensino que nos apresenta que um Único Deus Eterno subsiste e se manifesta em Três Pessoas Eternas e Divinas, sendo que Elas Três são as manifestações distintas e pessoais da Figura do Único e Eterno Deus, ou seja, seria algo do tipo “Três em Um”.

É inegável que a natureza trinitariana de Deus é algo que se torna de uma difícil compreensão para o limitado conhecimento humano e sua percepção de curto alcance. Para nós, que temos uma natureza limitada, é algo impossível estarmos em dois lugares ao mesmo tempo, sabermos de tudo o que compõe a história da eternidade, e sermos capazes de realizar tudo o que nossa vontade quer; desse modo, a uma primeira vista, para o homem natural também é impossível se crer em um único Deus que é composto por três pessoas distintas e eternas. Mas quando nós passamos a analisar do ponto de vista bíblico que Deus é onipresente (Sl 139:7-12; At 17:27-28; <...>), onisciente (Sl 44:21; 139-1:6; 147:5; <...>) e onipotente (Gn 18:14; Jr 32:17; Mt 19:26; <...>), nós começamos a perceber que Deus detém outra natureza, que Ele é totalmente diferente do homem em seus atributos, que além dEle saber de tudo que ocorre dentro do transcendente espaço da eternidade, que além dEle estar presente ao mesmo tempo em todos os lugares que possam existir, para Ele também é possível todas as coisas que se possam imaginar e as que não conseguimos imaginar, inclusive ser ao mesmo tempo UM em TRÊS pessoas distintas.

A Bíblia, que é a Palavra escrita de Deus aos homens inspirada pelo seu Santo Espírito (1 Tm 4:1; 2 Tm 3:16; Hb 4:12; 2 Pe 1:19-21), e que é a ÚNICA fonte de autoridade, doutrina e fé do cristão (Gl 1:8-9; 1 Co 4:6; Ap 22:18-19), mostra de um modo claro e irrefutável a existência da Trindade, aonde o Pai é perfeitamente divino, assim como o Filho e o Espírito Santo, os três unidos em uma só essência da deidade. Isso se torna claro logo no versículo inicial da Bíblia (Gn 1:1), aonde vemos, no texto original hebraico, a presença da palavra “Elohim”, que significa “Deus” e que se encontra no plural, embora o verbo “criou” esteja no singular. Assim, percebemos que logo no inicio da revelação divina ao homem, encontramos um Deus que é, ao mesmo tempo, plural e singular, um único Deus, mas mais de uma Pessoa.

Um dos erros dos que não vêem Jesus como Deus é não saber diferenciar quando Ele falava como HOMEM e de quando falava como DEUS, pois Jesus era perfeitamente homem e perfeitamente Deus (Jo 10:33). Jesus falou como homem, dentre outras passagens, em Mc 13:32 e em Mt 26:38-39; como Deus falou, dentre muitas outras passagens, em Jo 17:5 e em Jo 14:6.

Dentre inúmeras referências bíblicas que revelam a Trindade, faremos uso apenas de algumas. Em 1 Jo 5:7 está escrito: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um”; o Pai e o Espírito Santo são reconhecidos imediatamente, mas quem seria a Palavra? A resposta se encontra em Ap 19:13 que diz: “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”; aqui nós vemos Jesus recebendo mais um título, que desta vez é o de Palavra de Deus. Jesus é a Palavra de 1 Jo 5:7, e juntamente com as pessoas do Pai e do Espírito Santo, formam um só Deus, pois os três são um.

Na narrativa do Evangelho segundo João, nós percebemos que os próprios judeus compreenderam as palavras de Jesus, sobre o que se refere a Ele, Jesus, ser Deus, conforme Jo 10:30-33 que diz: “Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”. Perceba-se que Jesus disse “Eu e o Pai somos um”, se a doutrina unicista fosse verdade e Jesus e o Pai fossem uma só pessoa (inexistindo assim a Trindade), Jesus teria dito “Eu sou o Pai”, que seria a expressão gramatical correta, mas o Mestre fez questão de separar as Pessoas Dele e do Pai, mas teve o cuidado de ligá-las ao dizer “somos um”, um o quê? Um único Deus.

Podemos perceber também a DIVINDADE E SENHORIO DE CRISTO na relação existente entre as palavras do próprio Jesus e do apóstolo Paulo, aonde Jesus disse em Mc 12:29 que “O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor”, e em 1 Co 8:6 Paulo diz que “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”; em Mc 12:29 nós vemos claramente o ensino de que há um só Deus, e que esse Deus é o único Senhor, ou seja, o título de ‘Senhor’ está ligado somente a Deus; mas quando nós lemos o texto de 1 Co 8:6, percebemos que o título de ‘Senhor’ está atribuído como pertencente unicamente a Jesus. Ainda no mesmo verso, Paulo diz que Deus, o Pai, é dono de todas as coisas e é por quem nós vivemos, mais a frente o apóstolo diz que todas as coisas são pelo Senhor Jesus Cristo e nós por ele. O verso é de uma clareza teológica sem igual, tudo que se aplica ao Deus Pai, se aplica ao Senhor Jesus Cristo! Os atributos de Um são os mesmos do Outro! As palavras de Tomé para Jesus em Jo 20:28 só vêm reforçar esse ensino bíblico-teológico: “E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!”.

Paulo também nos ensina sobre a atuação de Jesus na criação e sua natureza eterna, que é antes de todas as coisas, como foi dito de forma inequívoca em Cl 1:16,17, que diz: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”. O texto se refere claramente a Jesus, que “é a imagem do Deus invisível” Cl 1:15, colocando Jesus como Criador de tudo e levando sua existência para a eternidade, pois Ele é ‘antes de todas as coisas’, além de sustentador de tudo que existe; esse raciocínio só vem se fortalecer com as palavras de Jesus em Jo 8:58, que diz: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou”, ou seja, Jesus já existia mesmo antes de Abraão vir a nascer; somente Jesus sendo eterno para isso se tornar possível, tendo em vista que Abraão nasceu milhares de anos antes de Jesus nascer fisicamente de Maria. Voltando ao livro de Colossenses, Paulo nos ensina ainda em Cl 2:9 que em Jesus “habita corporalmente toda a plenitude da divindade”.
Paulo, na Carta a Tito, ainda nos mostra duas vezes a divindade do Senhor Jesus de um modo inquestionável e irrefutável. As conclusões dos versos 1 e 2 do primeiro capítulo nos revelam a deidade de Cristo, aonde lemos que: “... segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador” (Tito 1:3) e “... do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tito 1:4); no verso 3 o apóstolo Paulo nos revela que ‘Deus’ é o nosso único ‘Salvador’, aplicando o termo no singular, não abrindo espaço para outro ‘Salvador’ se não ‘Deus’; já no verso 4 Paulo aplica o intransferível título divino de ‘Salvador’ a Pessoa de Jesus Cristo. Podemos concluir então que ou Jesus é Deus e Salvador, ou a Bíblia entrou em uma contradição, mas como a Bíblia é a Palavra de Deus escrita aos homens, infalível e inerrante, a única conclusão restante é a admissão da Divindade do Senhor Jesus! Ainda na Carta do apóstolo Paulo a Tito, nós vemos Paulo chamando Jesus de Deus, como se pode perceber em Tito 2:13 que diz: “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”; Paulo não fez a separação entre as Pessoas de ‘Deus’ e ‘Senhor Jesus Cristo’, o apóstolo usou a conjunção ‘e’ somente, dizendo que Jesus é o ‘grande Deus’ e ‘nosso Senhor’ ao mesmo tempo; se as Pessoas fossem distintas, Paulo teria dito ‘e do’, mas ele usou apenas a conjunção ‘e’.

O apóstolo João também era tão certo da divindade de Jesus que, dentre inúmeras outras referências além das já citadas, fala em 1 Jo 5:20 as seguintes palavras: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. João ainda registrou em Jo 17:5 as palavras de Jesus que diz: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. Ver também Jo 14:9. Mais uma vez a Bíblia nos ensina sobre a divindade de Jesus.

O escritor do livro de Hebreus também revela a divindade do Senhor Jesus, o Deus Filho, como fica claro nas palavras de Hb 1:8 que diz: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. No mesmo livro ainda vemos a ordem de ADORAÇÃO ao Filho Jesus em Hb 1:6, que diz: “E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem”, sendo que a Bíblia nos ensina que somente ao Senhor Deus devemos prestar culto e adoração (Êx 20:3-5; Mt 4:10), ou seja, o Senhor Jesus é o mesmo Deus dos tempos antigos e de Israel.

O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito Santo de Deus, profetizando sobre o nascimento do Messias, fala em Is 9:6 as seguintes palavras: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Isaías atribuiu a Jesus o título de DEUS Forte e de Pai da ETERNIDADE; se Jesus não for divino de acordo com a Bíblia, tudo o que me ensinaram sob interpretação lingüística foi mentira, ou mudaram os parâmetros do estudo lingüístico e não avisaram aos professores!!! O próprio nome profético atribuído ao Messias, Emanuel, significa ‘Deus conosco’ (Mt 1:23), ou seja, Deus verdadeiramente estaria na Terra através de seu Divino Filho Jesus Cristo. Ainda dentro das profecias de Isaías, as palavras de Is 45:23 “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua”; essas mesmas palavras proféticas são dirigidas ao Senhor Jesus em Fl 2:10-11 “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai”.

O livro de Apocalipse reforça e confirma de uma vez por todas a divindade de Cristo. Em Is 44:6 o Senhor DEUS invoca somente para Si o título de ‘primeiro’ e ‘último’: “Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus”; quando nos transportamos para as palavras de Ap 1:17-18 nós percebemos que Jesus recebe o mesmo título: “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vive e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”. Esse mesmo ensino é repetido novamente em Ap 2:8 que diz: “E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”. Foi Jesus que foi morto e que ressuscitou, e é esse mesmo Jesus que é o primeiro e o último, que é Eterno, que é a segunda pessoa da Divina Trindade. Em Ap 22:6 nós lemos que “Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer”; mais na frente, em Ap 22:16 está escrito que “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas”; no verso 6 foi Deus que enviou, mas no verso 16 o enviador já recebe o nome de Jesus; somente eles sendo a mesma Divindade para estes versos se harmonizarem. Ainda no livro do Apocalipse, nós percebemos que toda a liturgia da adoração a Deus Pai em Ap 4:8-11 é a mesma que se aplica ao Cordeiro (Jesus) em Ap 5:8-14.

O Novo Testamento ainda nos mostra a onipotência de Jesus em Mt 28:18 e sua onisciência em Jo 4:16-18 e Lc 19:1-5.

Por Anchieta Campos

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Novo trimestre, novo tema da Lição da Escola Bíblica Dominical da CPAD

Para milhares (talvez milhões) de alunos assembléianos da Escola Bíblica Dominical de todo o Brasil, que fazem uso da revista “Lições Bíblicas” da Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), cada novo trimestre que se inicia é sinônimo de uma nova revista com um novo tema, aonde se estudarão lições sobre a temática a cada domingo.

Sempre sob a responsabilidade doutrinária/teológica do Mestre Antônio Gilberto, cada trimestre um comentarista diferente assume a responsabilidade pela produção da revista. Este mês coube tal tarefa ao Pr. Geremias do Couto (blog do Pastor http://geremiasdocouto.blogspot.com/), de Teresópolis, RJ.

O tema deste trimestre é “As promessas de Deus para a sua vida”, e terá a seguinte programação das lições por cada domingo:
1- O caráter das promessas de Deus
2- As promessas de Deus e a sua soberania
3- A promessa da salvação
4- A promessa do batismo no Espírito Santo
5- A promessa da cura divina
6- A promessa da paz interior
7- A promessa da verdadeira prosperidade
8- A promessa de um lar feliz
9- A promessa de uma velhice feliz e frutífera
10- A promessa de segurança num mundo inseguro
11- A promessa da segunda vinda de Cristo
12- A promessa de nossa entrada no céu
13- Como alcançar as promessas de Deus.

Que essa lição trimestral possa vim a nos despertar para a realidade bíblica das promessas de Deus para nossas vidas, que possamos crer piamente na fidelidade e poder de Deus para cumpri-las, além de saber o que é preciso fazer (e não fazer) para estarmos na posição de recebê-las.

As revistas da Escola Dominical têm se mostrado um verdadeiro curso de Teologia, sempre com subsídios teológicos, exegeses e uma hermenêutica séria e comprometida com a Sã Doutrina, com uma linguagem erudita e ao mesmo tempo clara e direta. A maioria dos grandes pastores, teólogos e conferencistas tiveram suas raízes nesse tão abençoado trabalho, e com certeza, graças ao início na Escola Dominical, são hoje reconhecidos como homens de Deus comprometidos com a Palavra.

Que este trabalho tão essencial e rico possa continuar sempre a crescer em todo o Brasil e mundo, pois este é um modo eficaz da igreja se fortificar na Palavra, ficando menos influenciável contra os ventos de doutrinas, modismos e invenções dos nossos dias sem fundamento algum.

Enfim, que as saudáveis práticas da leitura e estudo da Bíblia (que é a verdade, cf. Jo 17:17) possam voltar a ser uma prática e não apenas uma teoria!
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” João 5:39.

Vale-se apenas ressaltar que o que fora comentado acima se refere à Lição para Jovens e Adultos, que digamos, é o carro-chefe das Lições Bíblicas da CPAD, direcionada para a faixa etária de 18 anos em diante. O currículo da CPAD ainda conta com revistas específicas para cada faixa etária.

Site de subsídios sobre as lições: http://www.escoladominical.com.br/.

Por Anchieta Campos