domingo, 27 de janeiro de 2008

Uma (não tão curta) resposta a um apologista jeovista

Publicarei agora mais uma resposta a um comentário recebido em meu blog. Desta feita responderei ao leitor “Anônimo”, um Testemunha de Jeová que deixou um comentário (na verdade transcreveu passagens de obras jeovistas) defendendo a TNM, com certeza em “resposta” a minha postagem A Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, aonde refuto a dita cuja. Só vale destacar que o mesmo comentou na postagem Uma (pequena) exegese de Atos 16:31 e não na postagem referente ao tema (não acertou nem a postagem, que coisa!).

Pois bem, independentemente de local de postagem de comentário, segue-se abaixo a minha resposta na íntegra, que pode ser visualizada no original, bem como o comentário do “Anônimo”, na página de comentários da postagem Uma (pequena) exegese de Atos 16:31.

Caro amigo Anônimo (você realmente é uma Testemunha de Jeová). Primeiramente não sei o porquê de vocês se esconderem no anonimato, tanto os seus “fiéis e eruditos” tradutores da tão “confiável” e “admirável” TNM, quanto você próprio agora em seu comentário. Será falta de confiança em suas defesas? Por que teriam vergonha de se exporem? Nunca lestes João 18:20, aonde Jesus nos dá o exemplo de nunca nos escondermos e envergonharmos de nossas palavras “Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se ajuntam, e nada disse em oculto”?

Você basicamente realizou uma citação da obra jeovista “Raciocínios à Base das Escrituras”, obra já citada em meu post A Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, post esse que já é suficiente para mostrar ao leitor sério e imparcial a falsidade da TNM. Você cita que a TNM fora embasada em seu AT do texto da bíblia hebraica de Rudolf Kittel, em combinação com a Bíblia Hebraica Stuttgartensia de 1977, os rolos do mar morto, além de muitas outras traduções antigas em outras línguas. No NT (ou as escrituras Gregas Cristãs para vocês) usou-se primariamente o texto grego mestre de 1881, preparado por Westcott e Hort, além de outros textos mestres consultados. Mas veja-se que incoerência jeovista; dizem vocês que os cristãos “arrancaram” das novas versões o tetragrama do Nome divino, sendo estas suas bases textuais as “restauradoras do nome de Deus”, mas isso não passa de uma grande mentira, como é de praxe nas TJs e nas demais seitas! A verdade é que o tetragrama não aparece no trabalho de nenhum destes eruditos citados, não aparece em Westcott e Hort e em nenhum manuscrito grego do Novo Testamento; até mesmo o The Emphatic Diaglott (versão oficializada pela Sociedade Torre de Vigia) não traz o tetragrama. A própria Bíblia Hebraica Stuttgartensia ao invés de usar a expressão idiomática hebraica Jeová usa o nome Adonay, bem como procede do mesmo modo os rolos do mar morto.

No que tange aos autores da TNM, temos a prova cabal da falsidade, incoerência, partidarismo e falta de capacidade e qualificação dos tradutores “eruditos” da mesma. No mesmo livro (Raciocínios à Base das Escrituras) e em seu mesmo comentário, vemos passagens como “Quando a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia doou os direitos autorais da tradução realizada, ela pediu que seus membros permanecessem no anonimato” e “É realmente uma tradução erudita? Visto que os tradutores preferiram ficar no anonimato, a pergunta não pode ser respondida aqui em termos da formação cultural deles”. Vocês mesmos se entregam e confessam que não se pode atestar a qualidade da TNM, tendo em vista nem mesmo terem tido o mínimo cuidado de especificar e registrar os autores da mesma. Mas qual seria a razão de tão grande segredo? Não confiam na capacidade dos autores “eruditos” que a realizaram? Será que os mesmos não tinham conhecimento das línguas originais? Para sermos sinceros, apenas o fato da versão em português da TNM ser traduzida diretamente do inglês e não das línguas originais (como o é para ser) já torna a TNM e a Sociedade Torre de Vigia inescusáveis diante de tão grande horror “erudito”.

Fato interessante de se destacar foi o de o próprio Charles Russell, co-fundador da Sociedade Torre de Vigia e autor dos seis volumes de que trata o prefácio da TNM (ed. de 1961 e de onde viria a surgir a TNM), foi processado em 1912 após ter movido um processo contra um pastor batista por este ter publicado em um panfleto que Russel “ignorava o grego”. No tribunal o reverendo foi absolvido ficando provado que Russell desconhecia completamente o original grego, pois a última pergunta feita pelo advogado do pastor foi:

"P: O senhor conhece a língua grega?
R: NÃO".

Outro fato interessante e que deve ser mencionado foi o do quarto presidente da STV, Frederic W. Franz, processado por não saber os originais, sendo julgado em 24/11/1954 por não ter conseguido traduzir Gn 2:4 perante o tribunal, sendo que no início do julgamento o mesmo afirmara ser conhecedor do hebraico. O Sr. William Cetnar, ex-TJ e que trabalhou na sede mundial em Nova Iorque como assistente do Corpo Governante, confirma que Franz foi um dos membros da comissão que traduziu a TNM; isto é confirmado também pelo sobrinho de Franz, Raymond Franz, que foi membro do Corpo Governante durante nove anos e que viera a pedir para ser desassociado após descobrir as trapaças e más intenções do Corpo Governante, vindo inclusive a se converter a Jesus Cristo posteriormente. Mas é claro que todos esses fatos são abafados pela STV para que seus 6 milhões de adeptos em todo mundo não venham a conhecer a verdade suja de sua instituição.

Para concluir transcrevo diretamente o relato de William Cetnar (ex-membro do Corpo Governante da STV) sobre o tema em questão:

“Estava a ser feito trabalho na New World Translation (Tradução do Novo Mundo) e muito desse trabalho foi completo enquanto eu estava em Betel. A comissão de tradução pediu que os nomes dos tradutores fossem mantidos em segredo, mesmo depois da morte deles (Jehovah's Witnesses in the Divine Purpose [As Testemunhas de Jeová no Propósito Divino], p. 258). Sabendo quem eram os tradutores, pois isto era conhecimento comum em Betel, se eu estivesse na comissão de tradução também queria que o meu nome fosse mantido secreto. A razão para o anonimato dos tradutores era dupla: (1) as qualificações dos tradutores não podiam ser verificadas e avaliadas, e (2) não haveria ninguém para assumir a responsabilidade pela tradução. No entanto, quando perguntaram a Franz num tribunal da Escócia: ‘Porquê o secretismo?’ ele disse: ‘Porque a comissão de tradução queria ficar anônima e não procurava qualquer glória ou honra na realização de uma tradução, nem queria ter quaisquer nomes ligados a ela’. O advogado respondeu: ‘Escritores de livros e tradutores nem sempre recebem glória e honra pelos seus esforços, ou recebem?’ (Pursuer's Proof of Douglas Walsh vs. The Right Honourable James Latham, M.P., P.C., Scottish Court of Sessions, Novembro de 1954, p. 92.) Não seria da máxima importância conhecer os homens, as suas qualificações e credenciais -- homens a quem confiaríamos as nossas vidas espirituais? Certamente não confiaríamos num cirurgião que se recusasse a dizer o seu nome ou credenciais. Achei interessante que em Betel estes tradutores não tomassem quaisquer precauções para se manterem anônimos. Levantavam-se todos ao mesmo tempo da mesa do refeitório, antes das outras pessoas, e saíam todos juntos na limousine do presidente para Staten Island. Ficavam lá, algumas vezes ausentes de Betel durante várias semanas de cada vez. Este modo astuto de proceder não é novo na Sociedade. De fato, a Sociedade Torre de Vigia atribui toda a ‘nova luz’ a um corpo anônimo chamado o ‘restante’ (um bode expiatório abstrato). No entanto, ninguém tem uma lista com os nomes do ‘[escravo] fiel e sábio’ ou ‘restante’. Ninguém sabe quem realmente é o ‘restante’. O ‘restante’ também não se reuniu em congresso para tomar uma decisão sobre qualquer política da Sociedade ou ‘nova luz’. Das minhas observações, N. H. Knorr, F. W. Franz, A. D. Schroeder, G. D. Gangas e M. Henschel encontraram-se nestas sessões de tradução. Exceto o Vice-presidente Franz (cujo treino era limitado), nenhum dos membros da comissão tinha formação ou background adequado para ser tradutor crítico da Bíblia. A habilidade de Franz para fazer um trabalho erudito de tradução do hebraico está sujeita a sérias dúvidas. Isto ficou evidente na Scottish Court of Sessions (Tribunal Escocês de Sessões) em Novembro de 1954. A seguinte troca de perguntas e respostas entre o advogado e Franz consta da transcrição do tribunal: P. Você também se familiarizou com o hebraico? R. Sim. ... P. Portanto você tem um conhecimento lingüístico substancial ao seu dispor? R. Sim, para uso no meu trabalho bíblico. P. Penso que você consegue ler e seguir a Bíblia em hebraico, grego, latim, espanhol, português, alemão e francês? R. Sim. [Pursuer's Proof, p. 7].... P. Você mesmo lê e fala hebraico, certo? R. Eu não falo hebraico. P. Não? R. Não. P. Consegue, você mesmo, traduzir aquilo para hebraico? R. O quê? P. Aquele quarto versículo do segundo capítulo de Gênesis? R. Você quer dizer este? P. Sim? R. Não. Eu não tentaria fazer isso [Pursuer's Proof, pp. 102, 103].O que Franz ‘não tentaria’ traduzir para hebraico era um exercício simples que não apresenta nenhuma dificuldade para um estudante médio de hebraico do primeiro ou do segundo ano do seminário. Esta conclusão foi feita por um professor qualificado de hebraico. Devido à inadequação dos tradutores, eles não fizeram traduções exatas das línguas originais, mas antes transmitiram aquilo em que as Testemunhas acreditavam. Isto é verificado por muitos peritos bíblicos qualificados, entre eles o Dr. Anthony Hoekema, que comentou: ‘... A Tradução do Novo Mundo da Bíblia não é de modo nenhum uma versão objetiva do texto sagrado para o inglês moderno, é antes uma tradução tendenciosa na qual muitos dos peculiares ensinos da Sociedade Torre de Vigia são contrabandeados para dentro do texto da própria Bíblia’ [The Four Major Cults (A Quatro Seitas Principais), pp. 238, 239].Em Março de 1954 fui encarregado de entrevistar o bem conhecido tradutor da Bíblia, Dr. Edgar J. Goodspeed, para obter a avaliação dele sobre o primeiro volume da New World Translation of the Hebrew Sciptures (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraicas). Eu devia tentar que ele recomendasse a tradução. Durante a visita de duas horas com ele, era óbvio que ele conhecia bem o volume, pois conseguia citar os números das páginas onde se encontravam as traduções sobre as quais ele tinha objeções. [...] Quando eu estava de saída, perguntei-lhe se podia recomendar a tradução para o público em geral. Ele respondeu: ‘Não, sinto muito mas não posso fazer isso. A gramática é lamentável. Tenha cuidado com a gramática. Certifique-se de que corrige isso’ [...].Na sede, os homens do Departamento de Redação tinham freqüentemente diferenças de opinião. Cada um tinha de ‘camuflar’ cuidadosamente as suas opiniões de modo a não perder a posição ou ser considerado um herege. O Presidente Knorr fez uma declaração muito significativa e reveladora em 1952, depois de alguns dos irmãos do Departamento de Redação terem argumentado sobre um assunto doutrinal. Ele disse: ‘Irmãos, podem discutir à vontade sobre isso, mas quando isso sair do sexto piso, isso é a verdade’. O que ele estava a dizer era que depois de estar impresso (as rotativas estavam no sexto piso), o assunto passava a ser verdade e nós tínhamos de defendê-lo de forma unida”.

[Texto de William Cetnar no livro de Edmond C. Gruss We Left Jehovah's Witnesses (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1976), pp. 73-77].

Meu caro amigo ‘anônimo’, ainda há tempo de se voltar ao Único e Verdadeiro Deus Trino! Tenha um coração aberto e sincero para com a Palavra de Deus e permita ao Espírito Santo fazer a obra e transformação que sua mente e coração precisam urgentemente! Deus lhe abençoe e ilumine grandemente, em nome de Jesus!

Obs.: se quiser saber mais pode acessar a página http://www.cacp.org.br/jeovismo/indexmenu.aspx?menu=3&submenu=5, do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP).

Atenciosamente e com amor em Cristo,

Anchieta Campos

sábado, 26 de janeiro de 2008

Os "tímidos" de Apocalipse 21:8

Publicarei aqui a minha resposta ao comentário do irmão Joiloil Carlos sobre a minha postagem Os 144.000 do Apocalipse, aonde ele não me questiona sobre o tema do post referente, mas sobre quem seriam os "tímidos" citados no verso 8 do capítulo 21 do livro do Apocalipse. Quem quiser ver a minha resposta e o questionamento do irmão Joiloil pode acessar a página de comentários do referido post.

Os "tímidos" de Ap 21:8 realmente não são pessoas que tem em sua personalidade a característica da timidez. Veja o texto de Mc 4:40: "E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?". Aqui claramente Jesus não censurou a qualidade "timidez" que poderia ser parte de algum, todos ou nenhum daqueles discípulos, mas censurou o temor deles (cf. Mt 8:26).

Os "tímidos" de Ap 21:8 realmente são pessoas covardes, frouxas, que se deixaram amedrontar pelas ameaças do povo ímpio e conseqüências de exteriorizar a sua fé em Cristo (cf. Mt 10:32,33 e Mc 8:38). A versão NVI (independente de alguns erros que contém) traduz Ap 21:8 substituíndo (de um forma correta neste caso) a palavra "tímidos" por "covardes", demonstrando o real significado da palavra "tímidos" em seu original (colocando as duas como sinônimos no contexto da passagem).

Os verdadeiros crentes, os salvos, são os que seguem o exemplo dos fiéis de Pérgamo: "e reténs o meu nome e não negaste a minha fé" Ap 2:13.

Como bem disse o Apóstolo Paulo: "se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará" 2 Tm 2:12. Amém.

Obs.: estou demorando um pouco mais a postar pois me encontro na cidade de João Pessoa-PB, desde segunda-feira (21), aproveitando um pouco das minhas férias universitárias.

Anchieta Campos

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Uma (pequena) exegese de Atos 16:31

"E eles disseram: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". At 16:31.

Esse verso (como muitos outros) tem sido utilizado de um modo deturpado e fora da sistemática bíblica-ortodoxa-pura em muitas igrejas ('para variar', infelizmente). Não são apenas pregadores, mas já ouvi presbíteros e pastores pronunciarem a motivacional frase: "Meu irmão, creia na promessa! Você ainda verá a toda sua casa servindo ao Senhor! Deus prometeu! Ele disse: Crê e serás salvo tu e a tua casa! Apenas creia! Deus VAI SALVAR A TODA SUA CASA!!!". Falta conhecimento de hermenêutica e até mesmo de português para muitos irmãos.

Este verso é a resposta de Paulo e Silas ao trêmulo carcereiro, que acabara de presenciar uma miraculosa intervenção divina para libertar aos seus servos (versos 25-27), aonde o mesmo questionou aos filhos de Deus o que deveria fazer para se salvar (v. 30). Perceba-se que a pergunta do carcereiro foi em relação a sua salvação, e não há de toda sua casa "que é necessário que eu faça para me salvar?", e a resposta foi a que deveria ser dada: "crer em Jesus" (cf. Jo 6:47, 11:25). Crer em Cristo como salvador é (em uma primeira e superficial análise) o único requisito necessário para a salvação. Sem a fé em Cristo como salvador não é possível ao homem herdar a vida eterna (cf. Jo 3:18).

Este verso não ensina a falsa idéia de que uma pessoa se convertendo a Cristo, os seus demais membros familiares serão forçosamente salvos. Se isto fosse verdade apenas o primeiro converso da casa é que estaria debaixo da absoluta doutrina bíblica do livre-arbítrio, estando os demais (necessariamente) debaixo da enganosa doutrina da predestinação incondicional (ver os meus posts Em defesa do livre-arbítrio. Uma pequena exegese de Efésios 1:4,5 e 4:30 e Faraó, predestinação e livre arbítrio). O próprio Apóstolo Paulo, autor das palavras registradas por Lucas em Atos 16:31, sabia perfeitamente desta verdade, quando o mesmo escreveu aos irmãos coríntios, em 1 Co 7:10-16, principalmente o verso 16 que diz: "Porque, donde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, donde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?".

O que Paulo e Silas quiseram dizer em Atos 16:31 pode ser perfeitamente observado ao se realizar uma simples análise do verso sob uma ótica lingüística correta. "E eles disseram: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". Paulo e Silas apenas responderam a pergunta do carcereiro, dizendo que se ele cresse em Jesus o mesmo seria salvo, do mesmo modo se a sua casa também o fizesse. O meio é crer, o fim é ser salvo, independentemente de quem seja. Essa verdade é claramente observada ao se perceber que existe uma sentença inicial que responde a pergunta do carcereiro, que é "Crê no Senhor e serás salvo", há uma pausa (uma separação) por uma vírgula, e apenas em seguida é que eles concluem "tu e a tua casa". Se ele cresse seria salvo, do mesmo modo como se a casa dele cresse também seria salva. Não há uma ligação de efeito que amarrasse uma decisão isolada aos dois grupos (carcereiro e a sua casa), mas uma ligação da causa salvadora (crer em Jesus) e as pessoas necessitadas (o carcereiro e a sua casa, hava vista que eles ainda não eram crentes).

Há ainda a linha interpretativa que afirma que o verso 31 seria uma profecia para o carcereiro, hava vista a casa do mesmo ter se convertido a fé em Cristo (verso 34). Essa corrente não chega a ser de toda rejeitada, mas também não há uma sistemática que a sustente, ficando como melhor resposta (sem sombra de dúvidas) a explanada acima no post.

Enfim, o importante é que os crentes aprendam a não usarem versos isolados para formar um ensino, precisam aprender um pouco mais de hermenêutica e do próprio português; além de aprenderem a citarem corretamente Atos 16:31, pois a má explanação deste verso cria uma expectativa em muitos crentes não maduros, sendo que se a mesma não se realizar poderá trazer prejuízos imensuráveis, pondendo resultar com o próprio desvio da fé do irmão "desapontado pela promessa de Deus". Vamos ser mais responsáveis e cativos aos ensinos e doutrinas bíblicas!

Anchieta Campos

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová

Como fora exposto nos posts anteriores, a Bíblia não concorda e nem deixa concordar com a teologia jeovista. Para não ficarem por baixo, as TJs tentaram fazer com que a Bíblia concordasse com os seus posicionamentos doutrinários, realizando assim a Torre de Vigia uma nova tradução das Escrituras, a conhecida ‘Tradução do Novo Mundo’; digo ‘tentaram’, pois os mesmos, obviamente, não obtiveram êxito, atacando com esta nova tradução principalmente a divindade e personalidade de Jesus e do Espírito Santo e esquecendo outros pontos, além de usarem de uma total incompetência grega para tentar tirar a divindade do Espírito Santo e principalmente de Cristo.

O principal texto que compõe o ‘embate’ lingüístico grego, o carro-chefe alvo da atenção maior, é sem dúvida alguma o prólogo de João 1. Nesta passagem João descreve de um modo claríssimo a divindade de Cristo e sua unidade com o Pai. Os três primeiros versos dizem: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Com esta tradução, era (e é) impossível aos TJs sustentarem a renúncia da Trindade e divindade de Cristo. A tradução jeovista diz: "No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus e a Palavra era [um] deus", inexistindo assim a divindade de Cristo, sendo Jesus apenas um ‘deus’ criado pelo ‘verdadeiro Deus Jeová’.

As TJs viram a necessidade vital de se embasarem em uma outra tradução bíblica para que seus projetos de desenvolvimento fossem bem sucedidos. A própria Bíblia que os TJs usavam em seus primórdios nos Estados Unidos antes de criarem a TNM, a versão em inglês “King James”, traduzia (e traduz) João 1 corretamente, aonde nela se lê que “the Verb was God / o Verbo era Deus”. Até os dias atuais, aonde a Bíblia Sagrada já se encontra traduzida para mais de 2.000 línguas e dialetos, as TJs, na figura da Sociedade Torre de Vigia, conseguiu garimpar apenas 9 traduções que estão em acordo com a sua tradução de que “a palavra era [um] deus”; e mesmo destas nove traduções que estão em desacordo com o original, duas são das próprias TJs! Interessante destacar também o despreparo e a própria manifestação de falsificação e engodo dos TJs, aonde eles próprios acabam se entregando quando dizem na página 28 do livro “A Sentinela” de 01/03/1991: “Mas João 1:1 não foi falsificado a fim de provar que Jesus não é o Deus Todo-poderoso. As Testemunhas de Jeová, entre muitos outros, já objetavam a usar "deus" com letra maiúscula muito antes de surgir a Tradução do Novo Mundo, que se empenha em traduzir com exatidão a língua original"; pelo menos as TJs são sinceras!

Outro fato que merece exposição é o de que no livro jeovista “Raciocínios à Base das Escrituras”, mais precisamente na página 394, eles asseguram que para a tradução do Novo Testamento, chamado na TNM de “Escrituras Gregas Cristãs”, usou-se o texto dos reconhecidos eruditos ingleses Westcort e Hort, para basearem sua tradução, e também no livro “Toda Escritura é Inspirada por Deus e proveitosa”, na página 310, acrescentam ainda que usaram este texto (Wetscort e Hort) para assegurarem “a máxima exatidão possível”. Ocorre, porém, que o texto grego de Westcort e Hort não concorda com essa perniciosa e desastrosa tradução feita pelas TJs. Veja o que diz o próprio Westcort sobre João 1:1: “O predicado (Deus) encontra-se na posição inicial enfaticamente, como em João 4:24. É necessariamente sem o artigo... Nenhuma idéia de inferioridade de natureza é sugerida por essa forma de expressão, que simplesmente afirma a verdadeira deidade da palavra [ou verbo]... na terceira cláusula declara-se que 'a palavra' é 'Deus', e assim incluída na unidade da divindade”. As TJs esqueceram de concordar com Westcort e Hort!

Vejamos agora o que dizem sobre João 1 e a TNM alguns dos estudiosos sérios da língua grega e das tradicionais e reconhecidas escolas da disciplina:

H. H. Rowley, um eminente perito Inglês do Velho Testamento, escreveu a respeito do primeiro volume da New World Translation of the Hebrew Scriptures [Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraicas]: “A tradução é marcada por um literalismo empedernido que só vai exasperar qualquer leitor inteligente - se é que algum dos seus leitores é inteligente - e em vez de mostrar a reverência que os tradutores dizem ter pela Bíblia, é um insulto à palavra de Deus... este volume é um exemplo brilhante de como a Bíblia não deve ser traduzida”.

Dr. J. R. Mantey, o qual é citado nas páginas 1158-1159 da ‘Kingdom interlinear Translation’, das próprias Testemunhas: “Uma chocante falha de tradução... Obsoleta e incorreta... Nenhuma pessoa com conhecimentos razoáveis iria traduzir João 1:1 para ‘O Verbo era um deus’”.

Dr. Bruce M. Metzger, de Princeton, Professor de linguagem do Novo Testamento e Literatura: “Um espantoso erro de tradução... Errôneo... pernicioso... criticável... Se as Testemunhas de Jeová levam essa tradução a sério, elas são politeístas”.

Dr. Samuel J. Mikolaski, de Zurich, Switzerland: “É monstruoso traduzir a frase para ‘o Verbo era um deus’”.

Dr. Paul L. Kaufman, de Portland, Oregon: “Com seu erro de tradução em João 1:1, as Testemunhas de Jeová demonstram um abismal desconhecimento das regras básicas da gramática grega”.

Dr. Charles L. Feinberg, de La Mirada, California: “Eu posso assegurar a vocês que a interpretação a qual as Testemunhas de Jeová dão em João 1:1 não é aceita por nenhum honrado conhecedor de Grego”.

Dr. James L. Boyer, de Winona Lake, Indiana: “Eu nunca ouvi, ou li sobre qualquer estudioso de Grego que tenha aceito a interpretação insistentemente defendida pelas Testemunhas de Jeová... nunca encontrei uma delas que tenha qualquer conhecimento da linguagem grega”.

Dr. Ernest C. Colwell, da Universidade de Chicago: “O predicado definido nominativo tem artigo quando ele segue o verbo; e não tem o artigo quando ele precede o verbo... esta declaração não pode ser considerada como estranha no prólogo do evangelho, o qual atinge seu clímax com a confissão de Tomé: ‘Senhor meu e Deus meu’ - João 20:28”.

Dr. J. Johnson, da Universidade do Estado da California, Long Beach, que declarou não ser cristão e não crer na Trindade: “Não há qualquer justificação para traduzir THEOS EN HO LOGOS para 'o Verbo era um deus'. Não há um paralelo sintático com Atos 28:6, onde há uma declaração em discurso indireto, e João 1:1 é direto”.

Anchieta Campos

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os 144.000 do Apocalipse

Um ponto interessante e que merece a nossa atenção é a crença jeovista que envolve as 144 mil pessoas descritas nos capítulos 7 e 14 do livro Apocalipse. Sobre este tema, crêem basicamente os TJs que apenas um pequeno rebanho de 144 mil sortudos irá para o céu e reinará com Cristo. Creio que o que já foi exposto na minha postagem “A realidade do Céu de glória para todos os salvos em Jesus” é o suficiente para se crer na certa esperança de uma vida eterna para todos quantos vierem a crer em Cristo Jesus. No entanto ainda cabem algumas considerações sobre o tema em questão.

Mas na realidade, quem são ou o que representam estes destacados 144 mil? Primeiramente tem que se observar que o tempo desta aparição já é o da tribulação (‘escondei-nos... da ira do Cordeiro’ Ap 6:16), ou seja, a Igreja já estará nos céus com Jesus, participando do Tribunal de Cristo e das Bodas do Cordeiro (ver Ap 7:9-17); portanto, os 144 mil representam, em uma primeira e superficial análise, pessoas que crerão no período dos sete anos de tribulação e governo do Anticristo.

Do capítulo 7 de Apocalipse podemos destacar algumas observações, que são:
· Os três primeiros versos revelam um cenário de uma grande destruição natural iminente, destruição esta que está sendo cuidadosamente contida pelos anjos até que se assinalem, identifiquem os servos de Deus, obviamente para que se efetue uma separação entre justos e ímpios.
· O verso quatro revela o número destes justos (144 mil) e de onde eles provem (todas as tribos de Israel).
· Do versículo 5 até o 8 encontra-se o relato de que cada tribo de Israel tem 12 mil selados (12 X 12 = 144).

Pois bem, percebemos de pronto o cuidado de Deus para com os seus fiéis, nenhum dano ou catástrofe seria permitida antes de se identificar os fiéis a Deus; identificação esta, como já foi mencionado, é para separar os justos e os ímpios, para que os anjos (que não são oniscientes) possam distinguir entre um fiel e entre um ímpio. Agora adentramos mais especificamente ao número 144.000. Há aqui duas interpretações: uma diz que os 144 mil são verdadeiramente e somente Judeus; a outra afirma que os 144 mil representam todos os que creram em Cristo após o arrebatamento da Igreja, incluindo aí tanto Judeus como gentios. Qual das duas é a correta não tem muita importância para o caso em questão, o importante aqui é compreendermos que esses 144 mil não são o número exato e real destes fiéis, mas sim que eles representam uma simbologia.

O livro do Apocalipse é reconhecidamente um livro repleto de alegorias. Observemos apenas a descrição da nova Jerusalém em Ap 21:15-17, que diz: “E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo”. A cidade é descrita como um cubo perfeito, do mesmo modo como o Santo dos Santos no Tabernáculo do AT, aonde Deus manifestava a sua glória e poder purificador, enchendo o Santíssimo de sua santa glória; do mesmo modo, o cubo perfeito que simboliza a nova Jerusalém nos demonstra a perfeição da cidade, e que a mesma será cheia da glória e da santidade de Deus. É óbvio que Deus não criará uma cidade em um quadrado, aonde os moradores da parte de cima ficarão de cabeça para baixo em relação aos que estão em baixo, e os moradores das laterais ficarão em uma posição perpendicular em relação aos demais, uma concepção desta é no mínimo ridícula e cômica. Jesus disse que Ele era a videira verdadeira e nós as varas (Jo 15:5), disse que era a porta (Jo 10:9) e disse ainda que era o pão vivo que desceu do céu (Jo 6:51), mas nem por causa disso nós imaginamos Jesus literalmente como sendo uma árvore aonde nós podemos chegar e arrancar um fruto, uma porta por onde nós passamos por dentro e muito menos um pedaço de pão que possamos comer. O que eu quero dizer é que a Bíblia é um livro espiritual, e que, portanto, deve ser interpretado com os olhos espirituais (1 Co 2:14,15); é bem certo que ela contém relatos e descrições reais, mas um bom conhecimento bíblico, da pessoa de Deus, discernimento espiritual e um bom uso da razão nos mostram quando algo é literal e quando algo é simbólico (ver Jo 6:54-58).

Doze era o número das tribos de Israel (Antiga Aliança) e o número dos apóstolos de Cristo (Nova Aliança), percebemos aí o seu valor espiritual e moral. Doze mil de cada tribo de Israel representa os israelitas que creram em Cristo no período tribulacionista e se manteram fiéis a Ele. Os membros da Igreja já arrebatada são identificados na seqüência do capítulo 7, no verso 9, que diz: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos”; percebe-se neste verso que os membros da Igreja que se encontravam na glória (‘diante do trono’) formavam ‘uma multidão a qual ninguém podia contar’, derrubando de vez o ensino jeovista de que apenas 144 mil vão para o céu. Verdadeiramente os 144 mil do capítulo 7 representam os israelitas convertidos, até porque seria algo extremamente estranho que exatamente 12 mil judeus descendentes de cada tribo aceitassem a Cristo como o Messias. Sem dúvida alguma Deus não se limitaria a tal coisa.

A leitura de Ap 14:1-5 acaba de vez com toda dúvida. O monte Sião está intrinsecamente ligado a Israel e chega a ser usado a expressão ‘monte Sião’ como analogia a ‘Israel’, cf. 2 Re 19:31; Sl 48:2; 74:2; 78:68; Is 18:7; 24:23; 29:8; Jl 2:32; Ob 1:17; Mq 4:7. Nesta passagem apocalíptica vê-se a cena de Cristo sobre o monte Sião com os 144 mil crentes fiéis. Estes 144 mil não representam a Igreja já arrebatada, pois os sete anos de tribulação ainda não se findaram e Cristo ainda não desceu com os Santos do AT e com a Igreja glorificada, mas representam sim todos os judeus que creram no período tribulacionista, possivelmente não só os judeus, mas também os gentios que vieram a crer, visto que Paulo chama os gentios convertidos de ‘Israel de Deus’ em Gl 6:16 (ver Ap 6:9-11).

Anchieta Campos

A realidade do Céu de glória para todos os salvos em Jesus

Outro ensino herético da Sociedade Torre de Vigia é o de negar a existência de um céu eterno para todos os salvos. Dizem as TJs que a morada eterna dos salvos será o próprio planeta Terra, esse mesmo que conhecemos e habitamos. Afirmam que o ‘Senhor Jeová’ restaurará a Terra para que haja paz, segurança, prosperidade, equilíbrio natural/ambiental e tudo mais de maravilhoso que ESSA terra possa oferecer, sim, e tudo isso segundo eles será eterno, uma morada eterna aqui na terra!

Mas infelizmente (para as TJs), mais uma vez a Bíblia contraria uma doutrina jeovista. Jesus orientou aos seus discípulos que não ajuntassem tesouros nesta terra, por serem os tesouros desta terra passíveis de perecimento e roubo, mas orientou que ajuntássemos tesouros nos céus, que não correm nenhum destes riscos (Mt 6:19,20); Pedro conhecia tão bem essa realidade que disse que nós fomos chamados “para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós (1 Pe 1:4).

A Bíblia é enfática em afirmar que nossa morada eterna não será aqui nessa terra, mas sim em um céu de glória. Textos como Jo 14:1-3, 2 Co 5:1,2, 2 Tm 4:18 e Hb 12:22, não deixam margens para dúvidas quanto ao destino eterno dos salvos em Cristo, como bem disse o escritor de Hebreus em 13:14 que diz: “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura”.

O livro de Hebreus ainda nos fala da nossa vocação celestial (Hb 3:1), sendo nossa verdadeira pátria a celestial e não a terrena, nos comparando com estrangeiros e peregrinos neste mundo (Hb 11:13-16). Ver ainda 1 Ts 4:16,17, Ap 3:12 e Ap 7:9-17.

Para concluir este pequeno e sucinto artigo, deixo as palavras do apóstolo Paulo em Fl 3:18-21 que diz: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”.

Anchieta Campos

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O internauta participa – Artigo de Fernando Camboim

Todas as postagens deste blog são de minha autoria (afinal o blog é meu e leva o meu nome), mas este espaço também se encontra aberto (como sempre esteve) para a colaboração e participação dos amados e queridos irmãos, enviando seus artigos e estudos para uma PERTINENTE publicação.
E inaugurando este espaço de colaboração externa no “Blog do Anchieta”, tenho a satisfação de postar um pequeno (mas profundo) artigo de autoria do meu amado e caro irmão Fernando Camboim, congregado na “Igreja de Cristo” daqui de Pau dos Ferros-RN. Eis o artigo:

O VALOR ESPIRITUAL DO SANGUE DE JESUS

Eucaristia para os Católicos e para outros “A mesa do Senhor”, mas ambos dizem o mesmo. A distorção está no fato de se utilizar os ingredientes como instrumento de manipulação, resultado de toda a transformação de uma verdade como sempre tem acontecido ao longo dos séculos relativo a tantas outras. O Valor espiritual do sangue de Jesus é apenas o fato do sacrifício ter gerado a ressurreição, profeticamente, e desde os primórdios tipificados, foi esse único sacrifício reconhecido pelo Pai e concluído no Gólgota. Podemos dizer até que é o sangue da ressurreição. A Mesa Eucarística do Senhor só diz isso. O resultado do sacrifício que levou a ressurreição. Então, o sacrifício foi para Deus unicamente, e quando celebramos, devemos ter essa idéia somente. É Como se todos nós estivéssemos presente na mesa do Senhor junto com os 12 (numa extensão tribal e genealógica) e o Senhor Jesus estabelece uma lembrança antecipada do que iria acontecer depois, a ausência de Jesus pela ressurreição.

“Mas diz assim: E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção”. I Co 15:50. Continue a leitura até o versículo 57 de I Co 15 que você vai tocar no valor espiritual do sangue Eucarístico. Amém.

“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e OS mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto, que é corruptível, se revista DA incorruptibilidade, e que isto, que é mortal, se revista DA imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir DA incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir DA imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?Ora o aguilhão DA morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas, graças a Deus, que nos dá a vitória, por nosso Senhor Jesus Cristo”.

Fernando Camboim Filho


Obs.: Os artigos de outra autoria publicados neste blog não necessariamente refletem uma concordância plenária com os mesmos, e são de inteira responsabilidade dos respectivos autores.

Anchieta Campos

domingo, 13 de janeiro de 2008

II Pe 1:20 – É a Igreja Católica a detentora da verdadeira interpretação bíblica?

Temos aqui outra fragilidade apologética romana. Antes de mais nada o próprio versículo recaí sobra a acusação, pois de quem seria a interpretação? Os católicos dizem que é da Igreja Católica Romana na figura do Papa, pois este é dotado da “infalibilidade papal”, quando o mesmo abre a sua boca e pronuncia a frase “ex-cathedra”. Ora, se este dogma só foi promulgado com o Papa Pio IX no século XIX, como fica a situação dos papas anteriores? Nenhum deles sabiam que precisavam falar “ex-cathedra” para serem infalíveis, ou pior, nenhum deles tinham a menor idéia de que eram infalíveis em matéria de fé e doutrina. Então quer dizer que o “Espírito Santo” só veio revelar essa “verdade” dezenove séculos depois do primeiro papa Pedro? Mas mesmo que essa “lei retroagisse” até Pedro, como fica a situação do mesmo quando fora repreendido por um “Apóstolo de menor escalão” como Paulo (Gl 2:11ss)? E uma questão mais contemporânea: porque os papas atuais, inclusive Bento XVI, permitem que os seus fiéis se ajoelhem perante eles e inclusive beijem suas mãos? Visto que quando Cornélio veio se prostar diante de Pedro (o suposto primeiro papa) o mesmo o repreendeu que não fizesse tal ato, pois ele também era um homem, como se relata em At 10:25-26. Enfim o objetivo máximo deste pensamento católico romano é ensinar que se você, com a sua interpretação da Bíblia, entender que alguma coisa da Igreja Católica está de encontro com os ensinos das Escrituras, deva aceitar sua interpretação como errada e a da Igreja Católica como a correta, sempre! Essa é demais! Misericórdia!

Voltando ao objetivo da questão, analisaremos o contexto do versículo, para que possamos ter a idéia verdadeira do que ele quer nos passar: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça e a estrela da alva apareça em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pedro 1:19-21). Primeiro: Pedro em nenhum momento designou quem teria que interpretar as profecias da Bíblia, ele não cita papas nem a Igreja de Roma. Segundo: ele fala de profecias bíblicas, e não de versículos bíblicos. Terceiro: Pedro estava afirmando que nenhuma profecia da Bíblia foi produzida pela vontade do profeta, mas que, sem nenhuma exceção, todos eles foram guiados pelo Espírito Santo. Embora escrita por homens, às profecias não tiveram origem neles, mas em Deus! Assim, em lugar de nos desencorajar de ler e entender a Bíblia para nós mesmos, este verso nos dá confiança para confiarmos na Bíblia completamente, e, por conseguinte, nas suas profecias.

Trocando em miúdos temos: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas [profecias do Antigo Testamento; o próprio AT], à qual bem fazeis em estar atentos [conhecer as Escrituras do Antigo Testamento], como a uma luz que alumia em lugar escuro [um lugar sem a luz de Cristo], até que o dia esclareça [venha a luz de Cristo em nossas vidas] e a estrela da alva [Jesus Cristo] apareça em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação [a interpretação não cabe ao homem, mas sim ao próprio Deus, conforme a Palavra]; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum [as profecias bíblicas não tem o dedo da interpretação do homem (dos profetas)], mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo [foi o Espírito Santo que as concedeu, por isso elas são seguras e irão se cumprir].

Portanto, esta pretensão da Igreja Católica Romana de ser a única detentora da verdadeira interpretação da Bíblia não encontra sustendo neste versículo da segunda carta de Pedro, nem tão pouco nas Sagradas Escrituras. Lembre-se ainda que o próprio Cristo nos orienta para lermos as Escrituras “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” Jo 5:39 e censura aqueles que não tem o conhecimento das mesmas “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” Mt 22:29.

Anchieta Campos

II Tessalonicenses 2:15 e a Tradição Oral Católica

Esse sem dúvida é o versículo preferido pelos apologistas católicos romanos para defenderem a tradição oral, mas como todos os outros argumentos romanistas, esse também carece de uma boa fundamentação. O verso diz: “Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”. Por ser esse o versículo mais forte para a defesa católica romana, fica clara a pobreza de fundamentação e a fragilidade das suas defesas. Um conhecimento não tão aprofundado sobre o que se passou em Tessalônica já é o bastante para cair por terra toda a pretensão dos apologistas católicos de encontrarem neste verso uma defesa da tradição oral.

Os Tessalonicenses haviam sido enganados, evidentemente por uma carta forjada (supostamente escrita pelo apóstolo Paulo), falando que o dia do Senhor já tinha chegado (2 Ts 2:2). A igreja inteira tinha ficado aparentemente perturbada com isto, e o apóstolo Paulo estava ansioso para encorajá-los e esclarecê-los. Então ele passa a lhes contar como reconhecer uma epístola genuína sua, teria a marca de sua assinatura (3:17). Isto garantiria uma segurança contra as epístolas espúrias em nome dele. Mas até mesmo mais importante que isto, ele queria que eles se despertassem para os mesmos ensinamentos que eles já haviam recebido dele, de forma pessoal. Por exemplo, ele já tinha lhes falado que o dia do Senhor seria precedido pelo anticristo. Dizia ele: “Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco?” (2:5). Era realmente de se admirar que os Tessalonicenses tivessem sido enganados, pois haviam sido instruídos sobre isto pela própria boca dele, ou seja, de forma oral! Vale-se considerar também que esta é a segunda epístola dele aos Tessalonicenses.

É evidente que quando o Apóstolo Paulo viajava pelas cidades, ele instruía pessoalmente (oralmente) muitos cristãos novos convertidos, mas Paulo não está encorajando os Tessalonicenses a receber alguma tradição que tivesse sido entregue a eles por terceiros, mas eram as mesmas doutrinas que havia recebido por inspiração do próprio Deus (Gl 1:11,12) e passadas adiante ou por sua própria boca, num ensino pessoal e palpável, ou através da forma mais confiável para as futuras gerações, a forma escrita, entrando em total conformidade com II Tessalonicenses 2:15. Amém!

Anchieta Campos

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A volta FÍSICA e REAL de Cristo

As TJs por negarem a ressurreição física e real de Jesus, também negam a sua volta física, real e visível. Eles dizem que Jesus não estará literalmente aqui na Terra, mas sim apenas a sua presença espiritual, ou seja, apenas o seu Espírito. Mas a Bíblia não nos abre espaço para crermos em tal pensamento. At 1:9-11 diz que assim como Jesus foi visto com seu corpo físico e real a subir pros céus, do mesmo modo nós o veremos a descer dos céus, ressaltando-se que em um corpo glorificado (Ap 19:11-16).

A Bíblia nos mostra ainda que quando Jesus voltar em glória assentar-se-á no seu trono, reunirá todas as nações diante de Ti, separará as ovelhas dos bodes, falará para os justos (ovelhas) e eles lhe responderão, falará para os injustos (bodes) e eles também lhe responderão (Mt 25:31-46), nos revela ainda que no dia de sua vinda Cristo será admirável (2 Ts 1:10); tentar aplicar essas passagens a uma presença apenas espiritual/invisível é no mínimo forçar o bom-senso.

Paulo nos recomenda a esperarmos dos céus a manifestação de Jesus (1 Ts 1:10 e 1 Ts 4:16), ora, se Jesus viesse de forma invisível (apenas sua presença espiritual) essa recomendação de Paulo se tornaria extremamente incoerente e sem fundamento.

O escritor do livro de Hebreus afirma em Hb 9:28 que: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. A afirmativa é de uma clareza inquestionável! Cristo APARECERÁ SEGUNDA VEZ, ou seja, é ‘segunda vez’ porque se refere a ‘segunda’ aparição de Cristo, e como foi a primeira? Foi fisicamente! Só se aparece algo ou alguém quando este algo ou alguém pode ser visto! Como é que uma presença espiritual/invisível poderá aparecer para alguém?

Passagens como Mt 24:30, Mc 13:26 e Ap 1:7, afirmam que a volta de Jesus poderá ser contemplada visivelmente por todos, e só vem acabar de vez com as pretensões teológicas das TJs quanto ao que se refere a volta de Cristo.

Anchieta Campos

sábado, 5 de janeiro de 2008

Uma palavra sobre a existência de Deus

“DISSE o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, e cometido abominável iniqüidade” Salmo 53:1a.

“E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos” Hebreus 1:10.

Atendendo a pedidos, tive o cuidado de elaborar esta pequena missiva sobre o tema da existência de Deus. Não se trata de uma produção completa e nem um estudo aprofundado, mas apenas mostrarei evidências que são suficientes para provar a existência de Deus. Creio que não seria preciso abordar um tema como esse em meu blog, devido à clareza das evidências, que apontam sem dúvidas para a existência de Deus, mas infelizmente existem pessoas que querem passar a imagem de sábias e entendidas, mas acabam, por terem um coração duro para com o Espírito Santo, caindo no engodo do materialismo/evolucionismo. Quem quiser mais informações sobre a veracidade da Bíblia, e a conseqüente existência de Deus, pode acessar minha postagem “A Bíblia e o seu Dia” http://anchietacampos.blogspot.com/2007/12/bblia-e-o-seu-dia.html.

Antes de qualquer coisa é preciso salientar que somente as pessoas que tem um coração, uma mente voltada para o Espírito Santo, é que podem compreender as coisas espirituais, “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo” 1 Co 2:14,15a. Portanto, evidências científicas, naturais e lógicas, podem até convencer sobre a existência de Deus, mas sem o Espírito Santo na vida da pessoa ela continuará perdida e confusa em relação as coisas de Deus.

Primeiramente temos que lembrar a fragilidade dos defensores do evolucionismo, pois quem nega a existência de Deus somente poderá ser um evolucionista. As teses (teses mesmo) dos que crêem no big-bang e evolução não se sustêm em si mesmas. Os céticos defensores destas correntes simplesmente não conseguem explicar a origem de tudo, a origem do primeiro grão de poeira cósmica (de onde veio o cosmos?) que, por meio de uma forte atração (de onde veio essa atração?) entre elas veio a ocorrer uma enorme explosão que veio a formar este complexo e gigantesco universo (que milagre não!?), que não conseguimos chegar, mesmo com toda a nossa sabedoria (de onde veio a sabedoria?) a casa vizinha da esquina.

Sendo materialistas como são, suas posições caem em contradição com a ciência provada e com a própria tese, pois uma matéria surgiria do nada? Onde fica a lei de que nada se cria nem se perde, mas tudo se transforma? O pensamento materialista nunca conseguirá se suster e estar em paz com a ciência provada.

Pior ainda é tentar defender que o complexo sistema vital que habita neste mundo possa ter se originado de um organismo uni-celular (de onde veio a vida desse organismo uni-celular?), sem nem explicarem de onde veio esse organismo, de onde veio essa vida, ou como foi possível que ele viesse a ser matéria existente.

A ciência em defesa de Deus

Outro problema para os materialistas evolucionistas é que a ciência provada e aceita (diferentemente da ciência teórica, que dela faz parte o evolucionismo) nos mostra a impossibilidade de veracidade das idéias evolucionistas. A evolução pregada por Darwin simplesmente contraria leis científicas. Vejamos algumas:

A Primeira Lei da Termodinâmica – Essa lei, que também é chamada de lei da conservação da energia, estabelece que a energia pode ser convertida de uma forma a outra, mas não pode ser criada ou destruída. Nada na organização atual da lei natural pode dar conta de sua própria origem, evidenciando a impossibilidade materialista da teoria (apenas uma teoria) da evolução. Essa lei fica mais fácil de ser compreendida e aceita quando a analisamos do ponto de vista em que um Deus VIVO e que tem todo o poder, criou essa energia e a organizou como a vemos hoje, organizada e finalizada. A evolução não se sustêm, a criação sim, além do que se partirmos do pressuposto de forçosamente uma das duas tem que ser a verdade, e como a da evolução não passou do crivo da Primeira Lei da Termodinâmica, conseqüentemente a criação divina é a verdadeira.

A Segunda Lei da Termodinâmica – Também conhecida como a lei da dissipação da energia, diz que sistemas estruturados progridem de um estado mais ordenado e complexo para um menos ordenado, desorganizado e aleatório, processo esse conhecido como “entropia”. Teoricamente em uma situação raríssima, limitada e temporária, poderia ocorrer um final de estado mais ordenado, mas a regra da lei é de que todos os sistemas caminham rumo à desorganização/deteriorização. Sendo assim a evolução viola diretamente a segunda lei da termodinâmica, e os evolucionistas são absolutamente conscientes dessa verdade, e por esta razão sempre precisam de bilhões de anos de violações freqüentes da segunda lei da termodinâmica. Estatisticamente a evolução não é apenas altamente improvável, mas virtualmente impossível.

A Lei da Biogênese – Essa lei nos ensina que apenas vida gera vida. Os materialistas evolucionistas não podem e nunca poderão nos mostrar de onde surgiu a primeira vida, pois não conseguem explicar a origem da matéria primária, muito menos da vida primária. Matéria inanimada não pode gerar vida (isso partindo já do inexplicável pressuposto da origem inexplicável da matéria, segundo a teoria evolucionista). A “geração espontânea”, que prega que a vida se originou quando um raio atingiu algo denso e de alguma maneira (inexplicável e sem lógica) uma célula viva se formou, desenvolvendo larvas que agindo em carnes (de onde veio essa carne meu Deus?) em decomposição viriam a desenvolver-se e findar nas complexas vidas que temos hoje. Pasteur (1860), Spallanzani (1780), e Redi (1688) refutaram definitivamente essas idéias descabidas. Essa lei apenas se amolda ao criacionismo, refuta o evolucionismo e confirma a idéia do controle de Deus em todas as coisas e na criação. Lembre-se ainda que as mutações não evoluem o ser vitimado pela aberração, pelo contrário, sempre o gera de modo imperfeito, incompleto, tanto é que os seres que nascem com distúrbios genéticos são impossibilitados de se reproduzirem, ou passar seus genes defeituosos (modificados por uma falha natural) adiante.

Existem outras evidências científicas e naturais que apontam apenas para uma verdade: Deus criou e sustêm o universo de uma forma perfeita e milimetricamente harmônica. Tomemos apenas alguns dos inúmeros exemplos. A Terra, que em seu movimento de rotação leva 24 horas para completar uma volta em torno do seu eixo. Se essa velocidade de rotação fosse reduzida a 1/10, o tempo de duração dos dias e das noites aumentaria cerca de dez vezes. Isto seria desastroso: durante o dia o sol abrasador queimaria toda a vegetação, enquanto que as baixíssimas temperaturas à noite congelariam tudo que tivesse sobrevivido. A atmosfera terrestre possui densidade adequada para proteger-nos da chuva de milhões de meteoritos que diariamente nela penetram à velocidade aproximada de 45 Km por segundo, sendo queimados antes de atingirem nossas cabeças. Se a atmosfera fosse mais rarefeita, sofreríamos um constante e terrível bombardeio, além da mesma nos proteger das radiações letais que também atingem em cheio o nosso planeta. A Lua dista cerca de 384.000 Km da Terra. Se esta distância fosse apenas 80.000 Km, as marés, atualmente inofensivas, haveriam de inundar e submergir todos os continentes duas vezes ao dia, destruindo qualquer possibilidade de vida.

Todo esse sistema é obra do acaso? Tem que ter muita fé para se crer nisso! A lógica, a ciência, a natureza, o universo, a complexidade do homem e sua singularidade em relação aos outros animais, apenas vem a confirmar a verdade bíblica da criação como se encontra registrada em Gênesis. Crer-se que tudo isso é obra do acaso, de uma explosão, é a mesma coisa que deixarmos o cimento, o ferro, areia, os fios, canos, tomadas, interruptores, portas, mobília, cerâmica, baldes de tinta, enfim, deixarmos tudo que compõe uma grande construção largado ao léu, e após anos se constatar que a construção, por exemplo um colégio, fora feita sozinha, por obra do acaso.

Simplesmente não existem registros fósseis que comprovam a evolução, o tão falado “elo perdido” nunca fora encontrado. Onde se encontram as espécies em transição? As espécies nunca mudaram! Porque ainda existem macacos, chimpanzés?

Sinceramente, crer-se na evolução é assumir uma posição científica ignorante, aonde se crê naquilo que não se sabe de onde veio, nem como veio, nem como se mantém, nem a razão de se crer naquilo que eles sabem que não tem como crer, pois somente crendo muito naquilo que não é possível crer é que se poderão fazer crer naquilo que realmente não dá para ninguém crer! Que coisa!

E que tal lermos palavras de homens como Einstein, Isaac Newton, e o próprio Darwin?

“A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu. Creio em um Deus pessoal e posso dizer que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia atéia. Não há oposição entre a ciência e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam idéias que datam de 1880. Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas. No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que estes cientistas costumam pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis. Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a idéias que faço de Deus”. Albert Einstein. Disponível em http://www.guia.heu.nom.br/fe_de_albert_einstein.htm.

“Os movimentos que os planetas têm hoje não puderam originar-se através de causas naturais isoladas, mas, sim, lhes foram impostos por um agente inteligente. Devemos acreditar que há um só Deus ou Monarca Supremo a quem devemos temer, guardar as suas leis e dar-lhe honra e glória. Devemos acreditar que Ele é o Pantokrator, Senhor de Tudo, com poder e domínio irresistíveis e ilimitados, do qual não temos esperança de escapar se nos rebelarmos e seguirmos a outros deuses, ou se transgredirmos às leis de Sua soberania, e de quem podemos esperar grandes recompensas se fizermos a Sua vontade. Devemos acreditar que Ele é o Deus dos judeus, que criou os Céus e a Terra e tudo o que neles existe, como o expressam os Dez Mandamentos, de modo a que possamos agradecer-lhe pela nossa existência e por todas as bençãos desta vida, e evitar o uso do Seu nome em vão ou adorar imagens ou outros deuses”. Isaac Newton. Disponível em http://www.iqc.pt/ateismo/a-f-de-isaac-newton.html.

“Quando penso sobre o olho, fico abismado!”. Darwin, ao comentar sobre a impossibilidade do olho humano ter evoluído de uma espécie menos complexa, devido a alta complexidade desse membro do corpo. Disponível em http://www.sergiosakall.com.br/montagem/5darwin-stamps.html.

“Quando nos detemos para analisar os pormenores, podemos provar que espécie alguma mudou. Nem conseguimos provar que as supostas mudanças tenham sido benéficas, pois este é o fundamento da teoria. Não podemos sequer explicar porque certas espécies se transformaram e outras não”. Darwin, em 1863. Disponível no site anterior.

“Todavia, na mesma proporção em que este processo de extermínio atuou em escala gigantesca, também deveria ter sido enorme o número de variedades intermediárias outrora existentes no mundo. Por que razão toda a formação geológica e toda a camada sedimentar não se encontram repletas destes elos? Com efeito, a Geologia não nos revela nenhuma cadeia orgânica interligada por elos contínuos, sendo esta, talvez, a objeção mais evidente e ponderável que se possa contrapor à minha teoria”. Darwin. Disponível em http://www.apologetics.org/portugues/myths.html.

“estou consciente de que me encontro num atoleiro sem a menor esperança de saída. Não posso crer que o mundo, tal como vemos, seja resultado do acaso, e, no entanto, não posso considerar cada coisa separada como desígnio divino”. Darwin. Disponível em http://www.lepanto.com.br/Evolucion.html.

“Eu era jovem e minhas idéias não estavam formadas. Não quis saber de perguntas nem sugestões e o tempo todo me surpreendia com tudo o que estava fazendo. Para meu espanto, minhas idéias se espalharam como um incêndio florestal. As pessoas fizeram delas uma verdadeira religião”. Darwin. William Federer, America’s God and Country (Fame Publishing, Inc: Coppell, Texas, 1994), p. 199.

A criação atesta de Deus e torna o homem inescusável perante Ele, “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” Rm 1:19,20 e “OS céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” Salmo 19:1.

Espero e oro sinceramente para que as pessoas que ainda não enxergaram a verdade divina que nos cerca possam abrir os olhos e ter um coração voltado para crer nas coisas de Deus, no seu amor e em sua Palavra, para que, enfim, possam sentir o gozo e dizer em seu coração como o escritor aos hebreus disse: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” Hb 11:3.

Quem quiser ler mais pode acessar:
http://www.earthharvest.org/pt/ApologiaDaBibliaChristianismo/ExisteUmDeus/9DesenhadorDeusVersesDarwin.htm

http://www.impacto.org/ibv/ibv3-2.htm

http://www.iqc.pt/ateismo/testemunho-demolidor-de-isaac-newton.html

http://www.cacp.org.br/movimentos/indexmenu.aspx?menu=12&submenu=2

http://www.cacp.org.br/movimentos/indexmenu.aspx?menu=12&submenu=4

Em defesa do Evangelho,

Anchieta Campos

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Novo trimestre, novas Lições Bíblicas da CPAD

Ano novo, vida nova, planos novos, e também Lições Bíblicas para a Escola Dominical novas.

Neste primeiro trimestre de 2008, o carro-chefe das Lições Bíblicas da CPAD, a revista para “Jovens e Adultos”, terá como tema “Jesus Cristo, Verdadeiro homem, Verdadeiro Deus”, aonde teremos a oportunidade de desfrutarmos em 13 lições de um verdadeiro curso de cristologia.

As Lições para Jovens e Adultos contarão com a instrumentalidade do Pr. Esequias Soares, líder da Assembléia de Deus em Jundiaí-SP e membro da Comissão de Apologia da CGADB, sempre com a revisão e o auxílio teológico do mestre Antonio Gilberto, Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD.

Os temas das lições são:

01- Jesus, o Verbo de Deus
02- Jesus, o Filho de Deus
03- Jesus, Verdadeiro Homem, Verdadeiro Deus
04- A Infância de Jesus
05- O Batismo de Jesus
06- Jesus, o Profeta das Nações
07- O Sacerdócio Eterno de Cristo
08- Jesus, Filho de Davi
09- O Ministério de Ensino de Jesus
10- Os Milagres de Jesus
11- A Morte Vicária de Jesus
12- A Ressurreição de Jesus
13- Jesus, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores

Além das Lições para Jovens e Adultos, a CPAD também disponibiliza trimestralmente material (lições) para todas as faixas etárias. Os temas das demais revistas para as outras faixas etárias são:

Berçário (0 a 2 anos) – Temas e atividades variadas
Maternal (3 e 4 anos) – As coisas que Jesus faz
Jardim de Infância (5 e 6 anos) – Eu gosto da Igreja
Primários (7 e 8 anos) – Jesus e seus amigos
Juniores (9 e 10 anos) – Heróis da Bíblia
Pré-Adolescentes (11 e 12 anos) – Conhecendo melhor a si mesmo e os outros
Adolescentes (13 e 14 anos) – Conselhos para o dia-a-dia
Juvenis (15 a 17 anos) – A História da Igreja

Quem deseja subsídios e auxílios para as lições conta com uma gama de sites, com excelentes artigos e estudos para cada semana. Dentre as opções cito:

Portal da Escola Dominicalhttp://www.escoladominical.com.br/index.asp
Blog Ensino Dominicalhttp://ensinodominical.com/
Além do próprio portal da CPADhttp://www.cpad.com.br/cpad/ebd.htm

A Escola Dominical é um braço estendido do Senhor aqui na terra. Costumo dizer que não é apenas para quem quer aprender mais da Palavra, mas sim para todos os cristãos. A CPAD, como em todas as suas publicações, disponibiliza um material teológico rico e ortodoxo, elaborado por pessoas mais que capacitadas, que deve ser valorizado por toda a Assembléia de Deus e demais denominações que usam as revistas Lições Bíblicas.

Se esse trabalho, que é verdadeiramente um curso de Teologia, fosse mais valorizado pelos irmãos, não haveria tantos desvios doutrinários e comportamentais no seio da igreja.

Como bem nos alertou o Senhor através de Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” Os 4:6.

Que o nosso Deus possa sempre abençoar este trabalho, despertando os que ainda não acertaram com ele, concedendo sempre professores fiéis a Palavra e alunos com sede de aprender! Em nome de Jesus!

Anchieta Campos

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Os Dons espirituais estão disponíveis nos dias de hoje como em Pentecostes? - Parte 02 - Conclusão

O testemunho bíblico a favor dos pentecostais

Como já vimos no presente estudo, a Bíblia não mostra em lugar nenhum que alguns dons espirituais cessariam após um determinado período de tempo aqui na Terra, pelo contrário! As referências são abundantes quando se refere a promessa do Consolador (Espírito Santo), tanto para os primeiros crentes como para todos quantos cressem, até quando a Igreja permanecer aqui na Terra.

Vamos agora expor através de algumas referências bíblicas (além das que já foram citadas nesse estudo) que o Espírito Santo continua a se manifestar nos dias atuais como em Pentecostes e no início da Igreja.

MATEUS 3:11

A referência supra citada traz o seguinte por texto: “Eu, na verdade, vos batizo em água, na base do arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe as alparcas; ele vos batizará no Espírito Santo, e em fogo”. A fala é de João Batista, quando o mesmo ministrava a pregação do batismo para arrependimento. João falou que aquele que vinha após ele, isso é, Jesus, batizaria com o Espírito Santo e não com água (quem batiza com água é o Ministro do Evangelho), realizando uma clara distinção (já exposta no estudo) entre o batismo nas águas e o batismo no Espírito Santo; vale-se destacar que Jesus não batizou ninguém enquanto estava aqui na Terra, mostrando mais uma vez que Ele só nos batizaria após sua ida para os céus, permanecendo esse batismo disponível até a sua volta.

ATOS 1:8

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. O verso 8 é uma fala do Senhor Jesus, nele Cristo promete a virtude (poder) do Espírito Santo sobre os discípulos, cf. Lc 24:49. Mas o interessante é que a construção frasal do verso deixa claro que a virtude seria para formar testemunhas para todo o mundo (isso inclui a América, ‘descoberta’ somente no século XV), quando o Senhor progride desde ‘Jerusalém’ até ‘os confins da terra’. Mais do que lógico, pois não seria justo deixar o continente americano, a Austrália e a Oceania sem testemunhas, pois o próprio Cristo afirmou que o fim só viria quando o Evangelho fosse testemunhado em todas as nações (Mt 24:14).

ATOS 2:38-39

Temos aqui mais um bom testemunho bíblico a favor do pentecostalismo contemporâneo. A referência em abordagem traz o seguinte conteúdo: “Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar”. Os versos são bastante claros em seus significados; sendo que o apóstolo Pedro ministrou essas palavras após a descida do Espírito Santo. Ao responder a pergunta dos da Casa de Israel sobre como proceder, ele disse que deveriam se arrepender dos seus pecados, se converter a Cristo para ter os pecados perdoados (tendo como símbolo o batismo nas águas), para depois receber o dom do Espírito Santo (o batismo no Espírito Santo); e mais na frente ele prossegue com a afirmação de que a promessa (do batismo no Espírito Santo) era pertencente a eles, aos seus filhos e a todos os que estão longe, ou seja, a quantos o Senhor Jesus chamar para o arrependimento e a salvação.

Perceba-se que o ‘arrepender-se’ e o ‘ser batizado em nome de Jesus’ estão na mesma sentença gramatical, apenas na outra sentença do verso é que o apóstolo Pedro fala do ‘dom do Espírito Santo’ e da ‘promessa’, em clara alusão a promessa do revestimento de poder em Lc 24:49, que acabara de ser cumprida.

Lembre-se ainda que mais uma vez não há uma restrição bíblica a um determinado período de validez para a promessa, dando-se a entender nitidamente que a promessa é para todos quantos vierem a crer.


ATOS 8:5-17

“E descendo Filipe à cidade de Samaria, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados; pelo que houve grande alegria naquela cidade. Ora, estava ali certo homem chamado Simão, que vinha exercendo naquela cidade a arte mágica, fazendo pasmar o povo da Samaria, e dizendo ser ele uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor até o maior, dizendo: Este é o Poder de Deus que se chama Grande. Eles o atendiam porque já desde muito tempo os vinha fazendo pasmar com suas artes mágicas. Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam. Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, tendo ouvido que os da Samaria haviam recebido a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João; os quais, tendo descido, oraram por eles, para que recebessem o Espírito Santo. Porque sobre nenhum deles havia ele descido ainda; mas somente tinham sido batizados em nome do Senhor Jesus. Então lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.

O relato histórico do doutor Lucas é bastante rico em informações, assim como o restante do livro de Atos e o Evangelho que leva seu nome. Aqui encontramos o relato da pregação do Evangelho na região de Samaria por parte do evangelista e diácono Filipe (não confundir com o apóstolo). Podemos perceber claramente a profecia do Senhor Jesus em Atos 1:8 (e também Jo 14:12) se cumprindo aqui com os sinais e grandes milagres que Filipe operava pelo poder do Espírito Santo. Percebemos que todos quantos estavam crendo no Senhor Jesus estavam sendo batizados nas águas por Filipe, e que quando chegou em Jerusalém a notícia de que o Evangelho havia alcançado Samaria, foi-lhes enviados os apóstolos Pedro e João, que após uma verificação da obra perceberam que nenhum deles ainda havia recebido o Espírito Santo (mas sido apenas batizados em nome do Senhor Jesus, ou seja batizados nas águas), problema esse que eles trataram logo de tentar solucionar com uma oração, oração essa que surtiu efeito, e que resultou nos crentes de Samaria recebendo o Espírito Santo, ou seja, recebendo o batismo no Espírito Santo, pois o Espírito já habitava neles como em qualquer outro crente (2 Co 4:13; Ef 2:18).

Esses versos fazem uma distinção claríssima entre a conversão/batismo em águas e entre o batismo do Espírito Santo. Não há espaço para dúvidas.

ATOS 19:1-6

O texto em abordagem traz as seguintes palavras: “E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo tendo atravessado as regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? Responderam-lhe eles: Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo. Tornou-lhes ele: Em que fostes batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo respondeu: João administrou o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em Jesus. Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam.

Mais uma vez percebemos o batismo no Espírito Santo sendo concedido após o crer em Jesus (como pensam os cessacionistas), além disso, vemos também os sinais do batismo no Espírito Santo (línguas e profecias). O interessante é que o apóstolo Paulo se surpreende ao descobrir que eles não haviam recebido o Espírito Santo (sido batizados com Ele), demonstrando que a virtude do Espírito Santo poderia ser adquirida por qualquer irmão e em qualquer lugar (entendam o sentido do termo ‘qualquer lugar’), sem a necessidade da intervenção de um apóstolo, como pensam os cessacionistas; não tinha como um apóstolo ter viajado até Eféso antes de Paulo, até por que foi ele quem fundou a igreja de Eféso, no ano de 53 d.C., por ocasião do seu retorno da segunda viagem missionária.

JOÃO 7:38-39

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”.

Tomando por base o texto acima, vamos encerrar a exposição de textos bíblicos a favor do pentecostalismo contemporâneo. A primeira sentença desse texto são palavras do Senhor Jesus, através delas Cristo expressa como serão as maravilhosas sensações interiores daqueles que recebessem o Espírito Santo, como o apóstolo João explicou no verso seguinte.

Quem crê no Senhor Jesus segundo os parâmetros das Escrituras Sagradas, sentirá correr dentro de si os rios de água viva, os rios do Espírito Santo. São águas que purificam, que curam, que libertam, que nos enche de paz, do poder e do gozo imensurável do mover do Espírito Santo em nossas vidas.

Como dizem as próprias escrituras:

“enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18) e

“Não extingais o Espírito” (1 Te 5:19).

Anchieta Campos

Os Dons espirituais estão disponíveis nos dias de hoje como em Pentecostes? - Parte 01

Este é, sem dúvida, juntamente com a Predestinação, um dos maiores temas em discussão no meio protestante em todo o mundo. Mas como pode em um segmento cristão que diz ter como a única fonte de doutrina e ensino a Bíblia Sagrada, existirem dissensões teológicas de uma tão grande diferença de norteamento? Realmente não podemos negar essa divergência doutrinária, tanto é que o protestantismo é divido nas classificações literárias em dois grandes ramos, que são: o protestantismo histórico ou tradicional (composto majoritariamente pelas igrejas Luterana, Presbiteriana, Batista e Metodista) e o protestantismo pentecostal, o maior e o que mais cresce (composto principalmente pela Assembléia de Deus, Deus é Amor e Evangelho Quadrangular). Importante salientar que existem algumas igrejas Presbiterianas, Batistas e Metodistas com características pentecostais e que são partidárias das mesmas doutrinas defendidas pelos pentecostais clássicos. Vale destacar também que essa discórdia doutrinária não sustenta a tão pretendida ‘unidade católica’, pois a mesma é mais esfacelada que o seio evangélico bíblico, com inúmeras ‘ordens’ religiosas, cada uma com suas próprias doutrinas, que em muitos casos divergem muito mais do que os pensamentos protestantes, mas essa abordagem não vem ao caso.


A resposta mais forte dentre muitas outras, para esses dois pontos de divergência (contemporaneidade dos dons e predestinação) entre os pentecostais e os tradicionais, é, sem dúvida nenhuma, o Inimigo de nossas almas. Indiscutivelmente Satanás sempre tentou e continua tentando destruir a Igreja do Senhor Jesus, procurando de todas as maneiras impedir que o cristianismo se desenvolva, e o mais importante, impedir que se desenvolva de uma maneira sadia e bíblica, pois o mesmo “não veio senão para matar, roubar e destruir” (João 10:10).


A Bíblia e a História são as maiores testemunhas da influência maligna no seio da Igreja Cristã. O relato bíblico da traição do apóstolo Judas, as inúmeras discussões entre judeus convertidos a Cristo e os gentios cristãos e as inúmeras cartas dos apóstolos para corrigir e defender a fé (muitas canônicas e outras que se perderam no tempo), são alguns exemplos sagrados. Fora da Bíblia encontramos a defasagem da maior Igreja Cristã da Era Apostólica, a Igreja de Roma, que no início fora elogiada pelo apóstolo Paulo em sua carta dirigida à mesma, mas que posteriormente veio a se tornar a ‘Grande Prostituta’ que se conhece hoje, como fora perfeitamente profetizado pelo apóstolo João no capítulo 17 do livro de Apocalipse. Na atual época vemos o Inimigo tentar desequilibrar o meio pentecostal com o surgimento da tão falada Teologia da Prosperidade (que anda de braços dados com a Doutrina da Determinação), que findou estabelecendo um novo segmento religioso cristão, o neo-pentecostalismo, que, diga-se de passagem, não tem nenhuma ligação com o pentecostalismo original. Surgiu também recentemente outra heresia, essa denominada de G-12, introduzindo no seio da Igreja muitas doutrinas heréticas, que não vem ao caso de serem abordadas; além das inúmeras outras seitas mais velhinhas e populares, como os Testemunhas de Jeová, Adventistas do 7º Dia, Mórmons e outros.


Na época da tão abençoada Reforma Protestante não seria diferente. O Inimigo não iria permitir que Deus fizesse essa obra tão maravilhosa no meio do seu povo sem deixar a sua tão indesejada marca. Não podemos esquecer dos “cinco gritos” que viriam a se tornar o lema da Reforma: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria, lema esse que a Assembléia de Deus e as demais igrejas pentecostais reconhecem como guia de doutrina, pois estão sustentados nas Sagradas Escrituras, o que torna o movimento pentecostal pertencente a conceituação de Igrejas Protestantes. Também reconhecemos o uso por parte de Deus sobre homens como Lutero, Calvino, Knox, Wesley e outros, além de seus antecessores, como Wycliff e Huss, sendo que este último PROFETIZOU a vinda de Lutero um século antes, quando estava sendo queimado na ‘fogueira santa’ da inquisição romana, e isto se deu no século XV e não no primeiro século da era cristã!


Agora porque esses homens foram usados por Deus para tirar o seu povo das garras da Igreja Católica, não torna cabível colocarmos todas as suas palavras e concepções teológicas ao nível de infalíveis, no que estaríamos incorrendo no mesmo erro da igreja romana atual, ao colocar a ‘sagrada tradição oral’ no mesmo nível do das Sagradas Escrituras. Nós, os pentecostais, não colocamos as palavras e ensinos de Daniel Berg e Gunnan Vingren como sagrados e infalíveis, até por que eles também eram homens, e podiam falhar, mas se alguns dos seus ensinos são sustentados pelas Escrituras e não entram em contradição com a mesma, passamos a sugerir os seus escritos para leitura e meditação, mas nunca iremos procurar fazer arrudeios exegéticos e teológicos para tentar provar como verdadeiro um pensamento herético de algum dos dois, e de nenhuma outra pessoa. As denominações que assim procedem passam a ser meramente instituições religiosas, além de entrar em um dos muitos erros que a igreja em Corinto estava, aonde alguns se diziam seguidores Paulo, outros de Pedro, Apolo e tinha os da turma de Cristo. Ora, não somos seguidores de homens, mas sim seguidores da Bíblia, seguidores do Cristo Bíblico, por isso pertencemos a uma religião cristã, e não a uma religião calvinista ou luterana. Nunca podemos esquecer o maior de todos os lemas da Reforma, o da Sola Scriptura. As palavras de grandes homens da nossa fé têm que se amoldar com ela (Bíblia), e não as Escrituras se amoldarem com as palavras desses grandes homens reformadores!


Sei que os amados irmãos tradicionais não chegam ao ponto de colocar os escritos dos amados reformadores ao ponto de infalíveis e sagradas, mas chegam próximo, muito próximo disso.


Adentrando no tema em que trata este estudo, a contemporaneidade dos dons do Espírito Santo, devemos procurar as respostas para essa tão grande divisão nas Sagradas Escrituras, e nelas somente.

Conceituação do cessacionismo


O “cessacionismo” é definido como a tese de que alguns dons (e seus correspondentes ministérios) descritos no Novo Testamento são ordinários e perpétuos, enquanto outros eram extraordinários e foram paulatinamente desaparecendo da vida da igreja a partir do fim da era apostólica, por ocasião em que o cânon bíblico fora selado.


DONS ORDINÁRIOS:
1. Pastores e mestres
2. Presbíteros (dom de dirigir e governo)
3. Diáconos (dom de serviço, distribuição, misericórdia)


DONS EXTRAORDINÁRIOS:
1. Apóstolos
2. Profetas (palavra de sabedoria; de conhecimento)
3. Evangelistas
4. Discernimento de espíritos
5. Línguas
6. Interpretação de línguas
7. Operadores de milagres; curas (“fé” inclusive(?))

Conceituação do pentecostalismo


Os pentecostais crêem que o Espírito Santo continua a agir nos dias atuais como em Pentecostes (Atos 2) e registrado no Novo Testamento. Distribuindo livremente os dons espirituais entre os crentes em Jesus para edificação espiritual do corpo da Igreja, como aprouver a Deus.

Fragilidade bíblica dos cessacionistas


Em primeiro lugar devemos expor a fragilidade dos textos bíblicos por parte dos cessacionistas, simplesmente eles não encontram um versículo só que demonstre de forma clara que alguns dons cessariam após a conclusão do cânon bíblico. Em nenhuma parte da Bíblia se encontra alusão ao fim de dons aqui na Terra ou que parte deles cessariam e outros continuariam.


O verso que mais se aproxima dessa idéia cessacionista é 1 Co 13:8, verso que diz: “O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”. Mas o uso deste verso é de uma fragilidade tal, que os próprios defensores da cessação admitem que o verso não se refere a um período aqui na Terra, após o fechamento do cânon bíblico, pois o contexto do capítulo 13 deixa mais do que claro que esses dons cessarão na glória, lá no céu, quando estaremos para sempre com o Senhor e os salvos. Não haveria sentido a necessidade dos dons espirituais no céu, pois eles servem para a edificação da Igreja aqui na Terra (1 Co 14:12), lá na glória não haverá necessidade de edificação, pois seremos transformados e a nossa natureza pecaminosa será exterminada para sempre, além do que, já estaremos salvos mesmo. Veja o comentário de um autor cessacionista sobre o verso 8 de 1 coríntios:


(1. Alguns cessacionistas, em busca de um argumento conclusivo e definitivo contra o contemporanismo de línguas e profecia, têm tentado identificar “o perfeito” com o encerramento do cânon do NT. De qualquer forma, os melhores exegetas cessacionistas admitem que esta interpretação não pode ser exegeticamente sustentada.
2. A chegada do “perfeito” (v. 10) pode coincidir com a vinda de Cristo, porque é somente aí que conheceremos como somos conhecidos (v. 12))
.


O texto pode ser encontrado em http://www.monergismo.com/textos/dons_espirituais/profecia_linguas_lee_irons.htm.


Como se pode perceber, os próprios defensores da cessação admitem que não se possa usar o verso 8 de 1 coríntios para defender a cessação dos dons, e eu diria sem sombra de dúvidas que esse verso cai como uma luva para os contemporânistas, pois se as línguas, profecias e a ciência só se cessarão na glória, é porque esses dons ainda estarão disponíveis aqui na Terra. Não há outra exegese cabível para tal verso!


Um outro verso que os cessacionistas usam para sustentar o fim das línguas e profecias é Ap 22:18-19, que diz: “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro”. Pura distorção hermenêutica. Esses versos mostram a finalização do cânon bíblico, revelam a proibição de se acrescentar ou retirar qualquer parte do texto sagrado, podendo-se claramente abranger esta ordem desde Gênesis até o Apocalipse. Revela também que não se pode acrescentar outra literatura, mesmo que ateste ser inspirada (o Livro Mórmon, os livros de Ellen White, etc.), como o apóstolo Paulo advertiu em Gálatas 1:8-9. O texto não proíbe futuras profecias e revelações, mas deixa claro que se alguma profecia ou revelação for contrária a Bíblia (que já se encontra fechada para adições), revelando algo que irá contradizer a própria Palavra de Deus, essa revelação ou profecia seja anátema, é o caso dos já citados Livro Mórmon e os livros de Ellen White.



A Bíblia é a única fonte de doutrina e vida cristã, as revelações proféticas não podem ir contra ela, e mesmo que não a contrarie, essas revelações não podem ser consideradas ao ponto de infalíveis, colocando-as ao nível das Sagradas Escrituras; essas revelações nunca poderão acrescentar novas doutrinas a Igreja do Senhor Jesus, pois doutrinas só podem (podiam) ser ditadas por Apóstolos ou por uma pessoa com íntima relação com um, e como o último (João) morreu à aproximadamente 1900 anos, as nossas doutrinas estão disponíveis somente nas escrituras. Vale-se também registrar que a Assembléia de Deus combate modismos “pentecostais”, diferenciando o agir do Espírito Santo bíblico (principalmente sobre o crivo de 1 Co 12-14) de meninices e possessões demoníacas que, infelizmente, vem enganando a muitos pentecostais e assembléianos. Quem lê os editos oficiais da Assembléia de Deus através da CPAD, percebe claramente nossa seriedade e ortodoxia no trato da pneumatologia. Lembre-se ainda o fim do famoso ex-pastor assembléiano de Boston, EUA.

O argumento cessacionista de 1 Co 12:13


Buscando apoio bíblico para a cessação dos dons espirituais, os cessacionistas usam o texto de 1 Co 12:13, texto que diz um seu início: “Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo”. O que os tradicionais alegam desse verso é que o apóstolo Paulo teria afirmado que todos os que recebem o Senhor Jesus como salvador de suas almas recebem também o batismo no Espírito Santo. Mas tal tese não se sustem, e para desfazer esse enigma não é necessário um ‘arrudeio teológico ou exegético’. O contexto bíblico deixa mais do que claro que o apóstolo Paulo estava falando sobre a unidade dos membros do corpo de Cristo; do verso 1 até o verso 11 o apóstolo comenta acerca da diversidade de dons espirituais, do verso 12 até o fim do capítulo Paulo passa a falar sobre a unidade dos membros do corpo de Cristo, visto que um dos grandes problemas da igreja de Corinto era a sua divisão interna. Tentando defender a igreja contra maiores divisões, o apóstolo os lembrou do que verdadeiramente os une, que é Jesus, através do Espírito Santo. Quando uma pessoa se converte a Cristo, ela é selada com o Espírito Santo (Ef 4:30), o Espírito Santo passa a habitar nessa pessoa, mas batismo com Espírito Santo é outra coisa totalmente diferente, o batismo é um revestimento de poder (Lc 24:49), é uma sobre-capa do Espírito Santo, para sermos fiéis testemunhas de Jesus (At 1:8) e anunciarmos a Palavra com ousadia (At 4:31).


Para fechar a explanação, o Senhor Jesus quando estava para se ascender aos céus, disse para os seus discípulos (que evidentemente já haviam se convertido, como relatado em Lc 24:45, além de já terem sido batizados nas águas) que “não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias” (At 1:4,5), e a promessa do batismo no Espírito Santo se cumpriu dez dias depois, no Pentecostes, quando os sinais foram manifestos e os dons espirituais foram dados a Igreja.

O argumento cessacionista de Atos 2:8


A referência traz o seguinte enunciado por texto: “Como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nascemos?”. Os cessacionistas alegam que as línguas de pentecostes e do início da Igreja eram somente línguas humanas de outras nacionalidades, e não novas línguas, línguas estranhas ou angelicais. Realmente o texto de Atos 2 não deixa dúvidas que as línguas de Pentecostes eram outras línguas humanas, de outros países e nacionalidades. Mas será realmente que a Bíblia sustenta a tese tradicionalista de que as línguas eram somente humanas?


Antes de qualquer referência, vamos pensar um pouco. Se as línguas eram somente outras línguas humanas, para que é que serviria então o dom de interpretação? Ora, quando em Pentecostes os discípulos de Jesus falaram na língua nativa de cada pessoa, não tinha a necessidade da interpretação, pois a língua já era dirigida para cada gentio ali presente, a função era que todos entendessem a pregação e que ficassem (como realmente ficaram) pasmados com a capacidade de uma pessoa judia falar nas línguas nativas de cada pessoa ali presente; era uma forma de demonstrar o poder do Espírito Santo. Se as línguas seriam sempre outras línguas humanas, qual seria o sentido de que em um meio aonde só estavam judeus congregados, uma pessoa falar em italiano e ser necessário se levantar um interprete? Mas as línguas estranhas, as que ninguém entende, essas tem duas finalidades, que são: “O que fala em língua edifica-se a si mesmo” (1 Co 14:4) e “de modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (1 Co 14:22).


Haviam as línguas humanas, dos homens, como também haviam as línguas desconhecidas, angelicais (ainda que falasse as línguas dos homens e dos anjos - 1 Co 13:1), que nenhum homem podia entender pois “o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios” (1 Co 14:2), a não ser aquele que tivesse o dom de interpretação (o que fala em língua, ore para que a possa interpretar - 1 Co 14:13), e que no momento oportuno, para a edificação da igreja, este interprete comunica-se a igreja a interpretação das línguas (Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação - 1 Co 14:26). Quando o Senhor Jesus falou em Marcos 16:17 que “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas”, ele usou a palavra ‘novas’ e não ‘outras’ línguas, ora, se é novas é por que elas ainda não eram conhecidas no dia em que Ele ascendeu aos céus; o Senhor não disse que os seguidores não falariam em ‘outras’ línguas, apenas disse que ‘um’ dos sinais seria o de falar em ‘novas’ línguas.

O argumento cessacionista de Efésios 2:20


Os cessacionistas usam o texto de Efésios 2:20, texto que diz: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina”, para mostrar que as profecias eram necessárias para a fundação do edifício (Igreja), sendo que após a conclusão do fundamento da Igreja, que é a Bíblia, as profecias não seriam mais necessárias e, portanto, cessariam. Não negamos que a Bíblia é o fundamento da Igreja (tendo Cristo como a ‘pedra angular’), isso ficou bastante claro nas linhas acima, mas não concordamos que as profecias eram apenas e somente para a consumação do cânon bíblico.


Vamos meditar brevemente sobre os versos 20, 21 e 22 de Efésios 2, que são: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”. O que o apóstolo Paulo quis dizer aqui é que a Igreja estava firmada nos ensinos (doutrinas) dos apóstolos e nas profecias dos primeiros profetas da Igreja (sendo que alguns destes profetas eram os próprios apóstolos), profetas que foram mencionados algumas vezes na Bíblia (Lc 1:67; Lc 2:36; At 11:28; At 13:1ss; At 19:6; At 21:9) e que com certeza passaram no teste do Espírito Santo. Por essas profecias terem sido reveladas na época em que o cânon bíblico ainda estava aberto, provavelmente foram aprovadas pelos apóstolos e passadas a serem ensinadas por eles, tornando-se assim algumas em doutrina registrada na Bíblia para as futuras gerações. Esses versos expõem como e com quem houve a edificação da igreja primitiva; além de não expressarem que as profecias cessariam e de que elas eram um privilégio apenas da época; a narração apenas demonstra como e com quem.


Em suma, o apóstolo queria deixar registrado que a base do cristianismo se encontra no seu início, com o apostolado e os primeiros profetas, e não com novos ensinos, evangelhos e tendências modernistas no seio da Igreja. Era mais uma maneira de defender a Igreja contra as heresias que o próprio apóstolo já havia previsto em 1 Tm 4:1-3.

O argumento cessacionista de Marcos 4:12


Este é outro verso que os cessacionistas usam como defesa de sua tese. O verso diz o seguinte: “para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados”. Eles tomam esse versículo para defenderem que uma das funções das línguas era o endurecimento de Israel na incredulidade. Mas uma análise do verso 12 em paralelo ao contexto de todo o capítulo, mostra claramente que Jesus estava falando da funcionalidade das suas parábolas; no verso anterior Cristo fala que os que estão do lado de fora ouvem a mensagem por parábolas, pois eles ainda não estão prontos para receber a mensagem, pois não compreenderiam o mistério da mensagem; Cristo sabia tanto disso que os designa como pertencentes ao grupo dos que estavam do lado de fora, fora do grupo que estava com o coração apto a entender a Palavra.


As parábolas obrigavam os ouvintes a prestar atenção, somente os que davam crédito a pregação realmente a compreenderiam. Jesus falava em parábolas para todos, tanto crentes como incrédulos, mas o método das parábolas era especial porque a mensagem só poderia ser compreendida pelos que davam crédito e atenção suficiente para compreenderem o mistério da pregação. Além de tudo, este verso não faz nem de longe menção a dons espirituais ou a cessação dos mesmos.

O argumento cessacionista de 1 Co 12:29-30


A referência traz o seguinte texto: “Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos?”. Mais uma vez os cessacionistas procuram algo que é impossível de se achar. Tomando por base o texto citado acima, eles chegam ao ponto de afirmar, como se fosse algo extremamente forte em argumentos, que o apóstolo Paulo disse que não é necessário ser dotado de dons espirituais para se salvar. Realmente o batismo no Espírito Santo (revestimento de poder) não é necessário para a salvação, pois somos salvos pela graça, por meio da fé; tanto pentecostais como os não-pentecostais podem gozam da mesma salvação, pois as obras não salvam ninguém (Efésios 2:8).


O que o apóstolo Paulo quis dizer é que o Espírito Santo distribui seus dons a cada um conforme lhe apraz, para o bem da obra do Senhor aqui na Terra, e não de forma desorganizada e sem nexo (1 Co 12:4-7). Fala da organização espiritual no seio da Igreja, para melhor função da mesma; cada qual naquilo que fora capacitado.



Além de que esses versos 29 e 30 não fazem nenhuma alusão a cessação de dons, pelo contrário, fazem é menção da existência dos mesmos.



Anchieta Campos