segunda-feira, 30 de junho de 2008

A politicagem e sua má influência

A política é, sem sombra de dúvidas, um meio onde impera a corrupção moral e ética em sua maior amplitude, com raras exceções é claro. No mundo da política impera, reina absoluto, os interesses pessoais em detrimento do bem comum e da moral; a vergonha na cara, algo tão valorizado pelas nossas gerações anteriores (em um passado não tão distante), é jogada na lama pela grande maioria dos nossos homens públicos, que de interesse público não tem nada.

É um fato, inegável, de que a política não está ligada a uma imagem de coerência, pureza, sinceridade e compromisso. É de pleno consentimento da maioria da população de que, quando alguém entra no mundo político, esta pessoa tende a se corromper pelo sistema de interesses mundanos que ali impera (claro, repito, com raras exceções). Isto posto, eu, em minha humildade e simplicidade, reconhecendo que sou pequeno, pergunto: o que levaria um homem de Deus, com um chamado e uma responsabilidade de cuidar de uma parte considerável do importante rebanho do povo de Deus, se envolver em um meio desses?

Na política nada passa em branco, tudo toma proporções inimagináveis. Então, qual o motivo de um líder evangélico, que leva consigo mais do que ninguém o nome da sua denominação eclesiástica e, mais importante ainda, leva consigo a imagem do Evangelho, se envolver de um modo direto e profundo na política? A tendência é de que ocorram, naturalmente, escândalos e prejuízos para com a Obra de Deus, maus testemunhos e coisas do gênero. A situação se agrava quando o tal líder evangélico assume posicionamentos nada coerentes e lógicos, como ficar pulando de galho em galho, saindo de grupo para grupo, contrariando o que ele mesmo dissera em ocasiões não tão pretéritas.

Jesus certa vez fez uma afirmativa muito direta e forte: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” Mt 5:37. O que dizer um líder evangélico/político que ontem dizia um “sim eterno” para L, mas hoje já diz um “sim eterno” para N? Tornou-se o seu “sim” em “não”, e o seu “não” em “sim”.

Paulo, se dirigindo a todos os crentes assim se expressou: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus” 1 Co 10:32. Seguindo a mesma linha, só que desta vez sendo direcionado exclusivamente aos ministros do Evangelho, diz que “Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado” 2 Co 6:3. Quantos ministérios tem sido censurados pela política não?!

Meus irmãos, para bom entendedor meia-palavra basta. Estes versos citados acima falam por si só. É muito triste ouvirmos pessoas ímpias dizendo:
“ – o pastor disse para mim ontem que não abria de modo nenhum de L”.
“ – oxe!? Pois ele disse pra mim que não estava gostando da administração de L”.
“ – Que coisa... ele ta mentindo?”.
“ – Só pode ser!”.


Não trata-se apenas do jogo político (o que já é feio para qualquer pessoa, principalmente pro representante maior de uma igreja), mas de más escolhas feitas por estes líderes evangélicos/políticos, abandonando e criticando uma linha menos corrompida e abraçando uma linha malhada e conhecida por seus atos nada éticos. É uma verdade que exames imparciais da política são possíveis, assim como em todos os assuntos, e eles sempre apontam o melhor sistema político, pelo menos o menos corrompido.

É muito triste vermos a mídia virtual falando algumas verdades (verdades mesmo) sobre o comportamento de nossos líderes evangélicos/políticos.

O resultado de tudo isso é divisão do corpo de Cristo, contendas, escândalos, e, infelizmente, algumas verdades que devemos engolir calados quando questionados por vizinhos e amigos.

Para saber mais sobre o tema e meu posicionamento (ou melhor, o da Bíblia) sobre o mesmo, acessar meu post Pastor em ativa e a ocupação de cargo político.

Com amor e temor,

Anchieta Campos, em defesa do Evangelho

domingo, 29 de junho de 2008

Frase quase divina – 17

Li hoje mais uma frase realmente quase divina do histórico inglês Matthew Henry, onde mais uma vez temos uma certeira sentença sobre nossa humanidade e relacionamento com Deus.

“Grande parte de nossa dignidade está em reconhecer nossa indignidade” Matthew Henry.

Anchieta Campos

sábado, 28 de junho de 2008

Amuleto fraco

Assistindo hoje ao programa “Topa ou não topa” do SBT, algo me chamou a atenção desde o início. Tratava-se da participante, mais especificamente da fé dela. Explico-me: ela chegou munida com um objeto, um amuleto da sorte, e tratou logo de ir dizendo que eram as figuras da sorte dela.

De cara percebi que tratava-se de algo bem místico mesmo, uma verdadeira fé naquele objeto cheio de cores e símbolos (não consegui reconhecê-lo direito). A cada maleta aberta ela segurava mais firmemente o dito cujo, fazendo questão de dar bem destaque ao mesmo.

Tenho que admitir que fiquei dividido: em certos momentos queria que ela fosse realmente “sortuda” e ganhasse uma boa grana, mas em outros (que foi a grande parte do tempo) queria mesmo era que ela ganhasse apenas os R$ 0,50 do prêmio mínimo (não tenho nada contra essa participante), apenas para mostrar que aquele amuleto não podia nada, além de ser uma tamanha afronta contra o nosso Deus (tomei as dores do Todo Poderoso).

Pois não é que no final das contas ela acabou ficando apenas com os R$ 0,50! Uma mistura de alegria e tristeza tomaram conta de mim, mas tenho que admitir que foi mais de alegria.

Deus controla tudo (Jó 11:10; Sl 8:6; Is 43:13), e não há nada que se passe nesta terra que fuja da universal influência do Eterno; as vezes de modo permissivo e outras de modo decisivo. A Bíblia é bem clara ao nos ensinar que a sorte está sob o comando de Deus “A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a determinação” Pv 16:33, mostrando assim que não existe sorte em si, mas sim vontade e propósito de Deus em tudo, até mesmo nestes lances de sorte.

Oras, Deus é invisível, e nossa fé está firmada naquilo que não vemos. O conceito de fé está descrito de um modo brilhante em Hb 11:1 “ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Não devemos ter fé no palpável, mas sim no Deus invisível e que se não pode tocar. Devemos ter a fé de Moisés, que “pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível Hb 11:27.

“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém” 1 Tm 1:17.

Boa sort... ops... boa graça diante de Deus!

Anchieta Campos

terça-feira, 24 de junho de 2008

Igreja Anglicana sofre divisão por causa do homossexualismo

Dando continuidade ao meu post Igreja Anglicana, libertinagem e homossexualismo, repasso a notícia que acabei de ler no blog da UBE, com o título Igrejas conservadoras da África dão exemplo às igrejas liberais da Europa e EUA (para ler basta clicar em qualquer ponto do título da matéria).

Não há muito o que comentar da referida matéria. Na verdade há motivos para lamentação e para comemoração. Lamentação pelo simples fato de tudo isto estar ocorrendo em uma igreja protestante, mais ainda pelo fato de ser o homossexualismo o motivo de tudo isto. Mas também podemos comemorar, pois como bem mostra a matéria, a Igreja Anglicana ainda está viva, ainda luta, e luta com uma boa parte de seus membros; a alegria é maior ainda por sabermos que a parte sã e comprometida com a Palavra de Deus é a liderança da Igreja Anglicana na África, que como bem diz a matéria, está dando uma verdadeira aula de fé e seriedade para a Igreja Anglicana da Europa e dos Estados Unidos.

No demais, oremos para que tudo isto se resolva bem, e sejamos sempre exemplo no trato da doutrina bíblica.

Anchieta Campos

Por um correto uso das Sagradas Escrituras

O objetivo maior de um genuíno cristão, aquele que é herdeiro dos princípios da Reforma Protestante do século XVI, será sempre o de honrar, acima de tudo e de todos, a Palavra Escrita de Deus. A Bíblia é a nossa regra maior de fé e conduta humana, nossa fonte primária de doutrina. Ela se encontra no topo da Igreja, todo e qualquer ensino e prática devem estar em total conformidade com uma correta e imparcial exegese e hermenêutica da mesma; em suma, usando uma linguagem mais informal: a Bíblia manda e desmanda mesmo.

Destaque-se também (como já fora dito algumas vezes neste blog) que o principal motivo para o surgimento de heresias e modismos nada ortodoxos no nosso meio evangélico, é a falta de uma correta interpretação bíblica, de um correto uso dos Sagrados Escritos. Falta em grande parte dos pastores, pregadores e cantores do nosso meio (os formadores de opinião, principalmente entre os jovens e os incautos) noções de interpretação bíblica. Falta teologia mesmo!

É comum vermos irmãos usando versos e passagens isoladas do Antigo Testamento e sem nenhuma correspondência no Novo Testamento para fazer verdadeiras “eixegeses”, onde em vez de tirarem o significado do texto bíblico, acabam por deturpá-lo e inserindo ensinos que não fazem parte da Bíblia, cite-se como exemplo os defensores da dança no culto cristão (dança esta sempre motivada por ritmos de louvores que mexem mais com a carne do que com o espírito), os que apóiam o uso de “palmas para Jesus” como parte integrante da adoração, os que defendem que o líder da uma igreja local possa exercer ao mesmo tempo alguma outra função secular, principalmente a da política (ver meu post Pastor em ativa e a ocupação de cargo político), além de inúmeros outros desvios mais sérios e graves.

Gostaria, portanto, de apenas meditar em algumas passagens que o Espírito Santo me levou, para que possamos ter ao menos uma noção de como devemos usar as Sagradas Escrituras. Para tanto tomarei como texto base At 17:11: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Este verso nos mostra, com objetividade singular, como deve ser o correto uso das Sagradas Escrituras, tanto na pregação quanto na interpretação. O cerne do artigo se encontra na parte “examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”, principalmente a expressão “Escrituras”. Aprendemos aqui que toda e qualquer pregação (inclusive a de Paulo) era submetida ao crivo da Palavra; aprendemos além disto, e é o que quero destacar, que os beréianos utilizavam “as Escrituras”, isto mesmo, no plural, ou seja, não se detinham apenas a um único ou poucos livros do AT, mas a todos, as Escrituras, aos livros que compõe o AT. E o que isso significa? Significa que eles analisavam o todo, realizavam combinações de livros, passagens, para terem a correta idéia da doutrina bíblica, pois eles sabiam que o conjunto de todos os livros é que fornece sustentação a um ensino classificado como doutrina, e não apenas passagens isoladas, que quando mal usadas causam enormes prejuízos para o povo de Deus.

Aprendo também que Paulo em seus sermões para com os crentes de Beréia não se utilizava apenas de um livro vero-testamentário ou de passagens isoladas, mas de todo o AT, pois os beréianos analisavam “as Escrituras” para conferir as palavras de Paulo, dando a entender que Paulo se utilizava do AT como um todo para formar suas doutrinas.

A Bíblia faz uma distinção entre “Escritura” e “Escrituras”, onde a primeira se refere apenas a um único livro da Bíblia, enquanto que a última se refere ao todo ou a um conjunto de livros bíblicos (cf. Mt 26:56 “Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas). É o que podemos perceber ao lermos Lc 4:17:21: “E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do SENHOR. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”. Aqui Jesus leu o livro de Isaías, e usou-se o termo “Escritura”, no singular. Ler também At 8:26-35, que está no mesmo sentido.

Nós, como cristãos, devemos sempre fazer uso do todo, do conjunto bíblico, para que possamos sempre ter a correta interpretação bíblica, evitando assim as destrutivas heresias e modismos. Como bem gosta de falar o Pr. Silas Malafaia: “texto sem contexto é pretexto” .

A Bíblia é clara em defender o uso de todo o conjunto bíblico. É extremamente útil citar Lc 24:27,44: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Aqui Jesus fora claro, não deixando dúvidas sobre o tema em questão. Ele começou por Moisés (o Pentateuco), passou por todos os profetas (os maiores e menores), explicando o que dele se achava em “todas as Escrituras”; no verso 44 Jesus usa as expressões “lei de Moisés” (o Pentateuco), “profetas” (maiores e menores) e “Salmos” (incluindo aqui os livros poéticos). Jesus simplesmente usou todo o Antigo Testamento em sua hermenêutica! Com certeza também devemos imitá-lo e usar toda a Bíblia para obtermos uma correta e mais abalizada interpretação bíblica.

É a Bíblia (como um todo) que testifica de Cristo e nos conduz e nos torna sábios para a salvação (cf. Jo 5:39 e 2 Tm 3:15).

Como bem disse Jesus: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” Mt 22:29.

Anchieta Campos

domingo, 22 de junho de 2008

Frase quase divina – 16

Décima-sexta edição, e desta feita trago uma memorável frase de um dos maiores expoentes de todos os tempos da fé cristã, Aurélio Agostinho, ou Agostinho de Hipona (354-430), como é mais conhecido.

“Se, no Evangelho, você crê no que quer e ignora o que não quer, você não crê no Evangelho, mas em si mesmo” Agostinho.

Anchieta Campos

domingo, 15 de junho de 2008

Igreja Anglicana, libertinagem e homossexualismo

Fui deparado com uma notícia nada boa que se encontrava na home page do UOL, que trazia (e traz) o seguinte título: Sacerdotes gays anglicanos se casam em igreja em Londres. Quem quiser ler a matéria basta clicar sobre qualquer ponto do título da mesma.

A Igreja Anglicana, uma das mais antigas do movimento da reforma, está perdendo sua ortodoxia e marca clássica, se tornando uma das primeiras a se abrir para modismos e invenções heréticas, das mais baixas e absurdas, diga-se de passagem.

O anglicanismo já tinha em sua marca uma grande semelhança litúrgica e doutrinária com o catolicismo romano, sendo há tempos classificado como um movimento intermediário entre o romanismo e o protestantismo. Agora a igreja Anglicana está também se assemelhando ao mundo, para completar de vez o seu desvio da linha bíblico-protestante.

Oremos para que esta importante e histórica igreja possa se libertar dessas algemas e gozar de um grande e regenerador avivamento da parte de Deus, pois como a própria matéria mostra, nem tudo está perdido para a Igreja Anglicana.

Só para terminar: é ou não é o fim dos tempos?

Anchieta Campos

Frase quase divina – 15

Neste domingo trago, mais uma vez, uma frase do memorável Charles H. Spurgeon, muito profunda por sinal.

“Preparem-se meus jovens amigos, para se tornarem cada vez mais fracos; preparem-se para mergulhar a níveis cada vez mais baixos de auto-estima e orem para que Deus apresse este processo” Charles H. Spurgeon.

Anchieta Campos

sábado, 14 de junho de 2008

NÃO ao PL 122/2006

NÃO!

É o que todos os evangélicos, e não somente estes, mas todas aquelas pessoas de bem do nosso Brasil, devem dizer aos senadores da nossa República, em relação a aprovação do PL 122/2006, enviando um e-mail para os mesmos.

Não é admissível, em uma nação onde 90% é de cristãos, que uma minoria tente legislar ao seu bel prazer, ferindo princípios constitucionais, como o de liberdade de expressão e liberdade religiosa.

Reitero que não somos contra os homossexuais e nem mesmo queremos proibir que eles exerçam suas escolhas sexuais, defendemos tão somente o nosso direito de dizer que não concordamos com a prática do homossexualismo, especialmente sob a ótica da nossa fé.

Click no link abaixo, e não se detenha em enviar seu e-mail somente aos senadores do seu estado, mas envie sua mensagem de repúdio ao referido projeto para todos os senadores do nosso país.

SENADO FEDERAL

Anchieta Campos

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Pastor em ativa e a ocupação de cargo político

Primeiramente gostaria de destacar que o povo evangélico deve sim participar da política (e não da politicagem imperante no mundo). Devemos exercer não o nosso direito de sufrágio, mas o nosso dever (como entendo ser) de escolhermos nossos representantes no legislativo e executivo. Destaque-se também que não vejo mal algum em um crente ser candidato a qualquer cargo público, pelo contrário, acho muito louvável e algo digno de total apoio por parte do Povo de Deus, pois estamos vendo o tanto que a liberdade da nossa fé tem sido atacada por projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional.

O objetivo deste artigo, como creio que ficara exposto claramente em seu título, é analisar (principalmente do ponto de vista bíblico, claro) a situação em que um pastor que tem em sua responsabilidade direta uma igreja, um rebanho para cuidar, exercer ao mesmo tempo cargo político, ou seja, acumula a nobre função de pastor do povo de Deus com um cargo político.

Reitero que não é a minha intenção atacar ninguém que se encontre ou possa vir a se encontrar nesta situação, mas cabe citar, como sempre fora citado em meu blog, que a Palavra de Deus não pode, em hipótese alguma, ser subjugada pela vontade e vaidade humana. Somos nós que temos que nos amoldar com a Bíblia Sagrada, e não esta que deve se amoldar as nossas filosofias e comodidades. Esta é uma realidade a qual não podemos fugir nem negar. A Bíblia está acima de tudo e de todos.

Em um primeiro momento cabe destacar que Israel é Israel, Igreja é Igreja. O que quero dizer com isso? Quero dizer que são concertos totalmente distintos, cada um com sua respectiva característica. Na antiga aliança era necessário a intermediação do sacerdote para expiação dos pecados, na nova podemos nos dirigir diretamente a Deus por meio de Cristo; na antiga aliança o acesso aos Santo dos Santos estava bloqueado do povo por um véu, na nova temos o acesso direto e constante ao Santíssimo Trono da Graça Divina; na antiga aliança eram necessários sacrifícios para a remissão dos pecados, na nova aliança os pecados já foram perdoados pelo perfeito e eterno sacrifício de Cristo; na antiga aliança víamos Israel lutando, guerreando com espadas na mão, na nova vemos as ordens de Cristo no sentido de oferecermos a outra face e de retribuir o mal com o bem; na antiga aliança vemos que Deus estabeleceu para com Israel um Estado teocrático, onde o próprio Deus governava diretamente a nação, ou seja, Estado e religião judaica se confundiam, na nova aliança vemos a separação entre Estado e religião, dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

É justamente neste último ponto em que vou me deter e me aprofundar um pouco mais. Os defensores da participação de pastores que estão na ativa ministerial na política sempre, e não há exceção alguma, se fundamenta no Antigo Testamento; nunca citam fundamentos neo-testamentários. Citam, em defesa da cumulação, exemplos de José, Davi, Salomão, no sentido que eles reinaram e julgaram, mas se esquecem que o ministério vero-testamentário era tríplice, ou seja, existia a figura do Rei (Estado), Sacerdote (Representante do povo perante Deus) e Profeta (representante de Deus perante o povo). Nunca se irá ler na Bíblia um caso em que o Rei era ao mesmo tempo Sacerdote, e, quando um Rei “gaiatinho” se meteu a “besta” e quis fazer às vezes de Sacerdote, acabou perdendo o reinado; basta ler 1 Sm 13:8-14 para conhecer o fracasso do Rei Saul, que quis fazer as vezes de sacerdote, algo que não era de sua alçada e chamada. Já adiantando alguma possível objeção usando o exemplo de Melquisedeque (que era Rei e Sacerdote de Salém), basta apenas lembrar que ele era um tipo que apontava para o Cristo da Nova Aliança, algo básico no estudo da tipologia bíblica.

Portanto, mesmo tentando usar Israel para justificar a cumulação da função de pastor com um cargo político, falta fundamento e sistemática bíblica.

Quando chegamos no Novo Testamento, a Eterna e Perfeita Aliança, aí é que o negócio se complica mais ainda para os defensores da cumulação da função de pastor com cargo político. Simplesmente não há, em todo o Novo Testamento, um exemplo sequer de algum apóstolo, bispo, evangelista ou diácono que exercesse algum cargo político, muito menos há qualquer tipo de incentivo para tal acumulação.

Para começo de conversa, vamos transcrever Mt 22:17-21: “Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Aqui Jesus realizou, de um modo claro e incontestável, a separação entre Estado e religião, algo diferente da Antiga Aliança. Jesus reconheceu o governo secular como autoridade constituída, mesmo sendo formado por pessoas ímpias, e esta verdade doutrinária se encontra registrada e confirmada sistematicamente em Rm 13:1-7 e 1 Pe 2:13-17.

O apóstolo Paulo, onde escreveu aconselhando, instruindo e motivando o jovem pastor Timóteo, assim se expressou: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” 2 Tm 2:4. Paulo aqui estava se referindo à militância da fé, mais especificamente à militância do ministério episcopal, como bem assevera a epígrafe da Bíblia de Estudo Pentecostal, onde este verso se encontra em uma seção intitulada “A aflição de Paulo por Timóteo. Exortação à firmeza e à consistência no ministério”. Como bem instruiu o apóstolo dos gentios ao jovem pastor, aquele que almeja o episcopado excelente obra almeja (1 Tm 3:1), mas o mesmo deve ser, dentre tantas qualidades citadas por Paulo: irrepreensível, honesto, não cobiçoso de torpe ganância, não contencioso, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo (1 Tm 3:2-7). Portanto, aquele que milita, no episcopado principalmente, não pode se embaraçar com negócios desta vida, pois assim tomará o tempo do mais nobre e precioso trabalho que pode existir nesta terra, que é o de pastorear a igreja de Jesus. Quem fora chamado para esta nobre função, não pode, em hipótese alguma, se envolver com funções seculares, e vejo neste quadro principalmente a função de político.

O conselho de Paulo aos bispos de Éfeso deve sempre estar nos corações daqueles que cuidam do povo de Deus: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” At 20:28, pois somente assim os pastores (bispos) poderão dizer no final de seus ministérios o que o próprio Paulo disse em 2 Tm 4:7: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.

Concluo, portanto, que não é permitido, biblicamente falando, que um pastor que exerce sua função de líder de uma igreja local, exercer outra função secular que venha a atrapalhar e prejudicar o seu ministério eclesiástico. Caso queira entrar para o mundo da política e ocupar algum cargo político, entregue o pastoril e liderança da igreja que faz parte, para que outro venha e ocupe o seu lugar com tempo exclusivo de dedicação para com a Obra de Deus.

Com amor e temor,

Anchieta Campos

domingo, 8 de junho de 2008

Frase quase divina – 14

Nesta edição trago uma colaboração do irmão Edson Dorna, editor do http://www.santodosantos.blogspot.com/, o qual me enviou um e-mail com belas frases, realmente quase divinas.

A frase deste domingo é do americano Charles Colson (nascido em Outubro 1931), o qual fora conselheiro do presidente americano Richard Nixon. Envolvido no escândalo Watergate, Colson fora condenado a três anos de prisão, onde se converteu ao cristianismo e teve a sua vida verdadeiramente transformada pela Palavra de Deus. Atualmente Colson lidera um ministério de evangelização internacional nas prisões conhecido como Prison Fellowship; uma organização que auxilia presidiários, ex-presidiários, seus familiares, vítimas e famílias afetadas.

“Temos abraçado o mundo, ao invés de expor sua insensatez” Charles Colson.

Anchieta Campos

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Um testemunho inspirador - Nossa missão de anunciar as Boas Novas de Salvação

Publico neste post um testemunho que acabei de ler no Blog do pastor Ciro http://cirozibordi.blogspot.com/2008/01/livra-os-que-esto-destinados-matana.html, o qual nos toca profundamente sobre a nossa grande responsabilidade de anunciarmos o Evangelho a todos, bem como nos regozija por podermos contemplar o agir e o cuidado de Deus para com os necessitados, aflitos e oprimidos de coração.

"Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã, um pastor e seu filho, de onze anos, saíam pela cidade para entregarem folhetos evangelísticos.

Numa tarde, quando chegou a hora de saírem pelas ruas, fazia muito frio e chovia muito.

O menino se agasalhou e disse:
— Ok, papai, estou pronto.
— Pronto para quê? — respondeu-lhe o pai.
— Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos.
— Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo...
Surpreso, o menino perguntou ao pai:
— Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?
— Filho, eu não vou sair nesse frio.
Triste, o menino suplicou-lhe:
— Pai, eu posso ir? Por favor...
— Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, meu filho.
— Obrigado, pai!

Então, o menino de onze anos saiu no meio daquela chuva pelas ruas da cidade, de porta em porta, entregando folhetos evangelísticos aos moradores. E, depois de caminhar por duas horas na chuva, estava todo molhado... Mas tinha ainda de entregar o último folheto...

Parando na esquina, procurou por alguém para entregar o panfleto, mas as ruas estavam desertas. Então, virou-se em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até à porta e tocou a campainha insistentemente, mas ninguém respondia.

Ele esperou um tempo, e não havia resposta. Finalmente, quando ele já se preparava para ir embora, uma senhora idosa, com um olhar muito triste, apareceu na porta.
— O que eu posso fazer por você, meu filho?
Radiante e um sorriso que iluminou o mundo dela, o menino lhe respondeu:
— Me perdoe se eu estou perturbando a senhora, mas eu só gostaria de dizer que Jesus a ama muito, e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto, que lhe dirá tudo sobre Jesus e seu grande amor.
Quando ele se virou para ir embora, a senhora o chamou e disse-lhe:
— Obrigada, meu filho! E que Deus o abençoe!

No domingo seguinte, o pastor da igreja e pai do menino, perguntou durante o culto se alguém teria um testemunho para compartilhar. Na última fila do templo havia uma senhora idosa, que se dirigiu à frente e começou a falar. Um olhar glorioso transparecia em seu rosto.

— Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Há uma semana eu não era cristã. Meu marido faleceu há algum tempo, deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu decidi pelo suicídio, pois não tinha mais esperança ou vontade de viver. Peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão. Amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a corda em volta do pescoço...
Diante da surpresa de todos, ela prosseguiu:

— De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava pronta saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. E eu pensei: “Vou esperar um minuto. Quem quer que seja irá embora. Esperei, esperei, mas a campainha não parava de ser tocada...Em lágrimas, ela continuou:
— Quem neste mundo poderia me visitar? Ninguém tocaria a campainha da minha casa. Então, eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta. E, quando a abri, vi quem era; eu mal pude acreditar. Na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. Seu sorriso eu nunca conseguiria descrever... Mas as palavras que saíram da sua boca fizeram com que o meu coração, morto há muito tempo, saltasse para a vida!
— Senhora, eu só vim aqui para lhe dizer que Jesus a ama muito — disse o garoto. Então, ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos, no qual consta o endereço desta igreja. Li cada palavra deste folheto. E, depois, subi ao sótão, peguei a corda e a cadeira. E agora sou uma filha de Deus. Estou muito feliz!".

Louvado seja o nome do Senhor Jesus!

Anchieta Campos

E os que nunca ouviram o testemunho do Evangelho?

Aqueles que nunca ouviram o Evangelho serão salvos? Esta é uma pergunta que sempre é feita aos crentes, e muitas vezes ficam devendo uma resposta satisfatória. É bem verdade que tratar deste assunto é algo no mínimo delicado, não deixando realmente de ser um tanto quanto complexo, principalmente para com aqueles que não tem o conhecimento espiritual revelado da Palavra de Deus.

Para responder a esta pergunta o crente deve, como em todas as demais, procurar resposta na Bíblia Sagrada, pois sendo ela a perfeita Palavra de Deus aos homens, com certeza a mesma trará uma resposta que satisfará a cede dos que buscam esclarecimentos. Esta produção, portanto, não terá como norte a pura filosofia e emoção humana, mas sim o que a própria Palavra de Deus nos diz sobre o assunto.

Primeiramente cabe destacar que Deus criou o homem reto, justo, sendo que fora o próprio homem que se desviou dos caminhos puros do seu Criador (cf. Ec 7:29). Cite-se também que Deus sempre buscou ter um relacionamento mais próximo com o homem, mesmo depois do pecado, mas o homem é que tende a fugir da presença e da voz de Deus (cf. Gn 3:8,9). Percebemos que o homem originariamente tinha uma plena comunhão com o seu Criador, tendo sido criado puro, reto e justo, sendo que sua própria vontade o fez se distanciar dos caminhos de Deus. Este fato, por si só, já torna todo e qualquer homem culpado perante Deus, pois sempre fora o homem que buscou se afastar de Deus, além do fato de que originariamente a raça humana fora criada com uma plena comunhão e proximidade com Deus, sendo nós mesmos os responsáveis por este distanciamento do Criador.

Quando Adão pecou, ocorreu a queda do homem, onde a imagem e semelhança de Deus em nós fora arranhada, passando nossa natureza a tender para o erro e o pecado, sendo essa natureza pecaminosa transmitida a todos os descendentes adâmicos; é o que nos mostra o apóstolo Paulo em Rm 5:12 “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”, e também em Rm 3:9-12,23 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Paulo mostra claramente que todos os homens pecaram, e isto é comprovado pelo fato de todo homem morrer, tendo em vista que o salário do pecado é a morte (cf. Rm 6:23). Portanto, mesmo aqueles que sempre viveram isolados também pecaram contra Deus em algum momento de suas vidas, fazendo algo que contrariasse a vontade de Deus, mesmo que eles não tenham tido o conhecimento direto da Palavra de Deus; com certeza eles cometeram algo que facilmente seria julgado como errado por qualquer pessoa de bom senso e de qualquer cultura, tornando-os assim pecadores e necessitados da graça de Deus, pois o homem não pode oferecer nada a Deus em recompensa por sua alma (Mt 16:26b), tendo em vista ser Deus o dono de tudo que há na terra (Sl 24:1; 89:11; Ag 2:8) e a perfeição da santidade (Hb 7:26; Ap 4:8).

Pela Bíblia nós também aprendemos que fora do nome de Jesus e sem fé neste Nome é impossível o homem obter o perdão dos pecados e, conseqüentemente, alcançar a salvação eterna, conforme bem disciplina Jo 14:6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” e At 4:12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Não há outro que leve o homem a salvação senão Jesus. Foi Cristo que morreu e pagou o justo preço pelos pecados de toda a humanidade. Portanto, sem Cristo o homem está fadado à condenação eterna. Excetua-se nesta regra as crianças que ainda não atingiram a noção do certo e do errado (Is 7:15,16; Rm 9:11; Mt 21:16), bem como os loucos de nascença (Is 35:8).

Mas a pergunta não deixa calar: mas se a pessoa nunca ouviu falar de Jesus, ela será condenada mesmo assim? Não seria Deus injusto?

Vamos analisar alguns textos bíblicos que falam profundamente sobre o assunto. Os dois textos se encontram na carta de Paulo aos romanos.

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm” Rm 1:18-25,28. Este texto responde, com louvor, a questão aqui exposta, sendo necessário apenas poucas palavras para ajudar no entendimento. Paulo mostra que a natureza dá a plena condição do homem reconhecer a existência e o cuidado de um Ser Criador que está acima da natureza e de tudo, não possibilitando a inocência do homem que atribui à criação a criação, ou seja, adoram como divinos e criadores a natureza ou os astros do céu. Paulo também mostra que a idolatria para com animais e o com o próprio homem já torna o homem culpado perante Deus, pois foge à lógica natural apresentada pelo grandioso e complexo sistema de vida natural, bem como pelo gigantesco universo. O apóstolo encerra afirmando que, pelo homem não ter tido a vontade e o cuidado de buscar a este Ser Criador de toda a complexa e grandiosa natureza e universo, Deus o abandonou em seus próprios desejos e vaidades filosóficas, ou seja, obedeceu a vontade do homem de não querer se relacionar com Ele, se afastando assim do mesmo.

O segundo texto é: “O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade; Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os Rm 2:6-15. Este texto também trata com louvor do tema em análise, não cabendo muito o que comentar. Paulo mostra que Deus julgará cada um segundo o seu proceder, abordando vários aspectos daquilo que leva a salvação e daquilo que leva a condenação, além de destacar que para Deus não há acepção alguma de pessoas, ou seja, para Deus todos são igualmente amáveis e preciosos, tanto índios, europeus, americanos ou qualquer outra etnia. Dentro deste texto há uma afirmação muito importante: “todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados”; aqui Paulo diz que não importa se a pessoa teve ou não conhecimento da lei (Palavra de Deus; Antigo Testamento), mas se a mesma vier a pecar contra os santos padrões de Deus, será condenada. Destaque-se que os que pecaram sem lei não serão julgados pela mesma, mas pela “lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”, pois “os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei”. Paulo nos mostra que os que nunca ouviram da Palavra de Deus poderão sim alcançar a salvação, não sendo os mesmos julgados da mesma forma dos que conhecem a lei, mas sendo julgados pela lei que está em seus corações, e esta lei está em conformidade com o padrão de justiça divina, pois somos filhos de Deus e herdamos o seu senso de justiça; é um fato que todo homem tem a noção do que é certo ou errado (não me refiro aqui ao pleno conhecimento da Palavra de Deus, mas aos padrões universais de justiça e lógica divina), mas infelizmente o que nós vemos é que o meio acaba por influenciar e ser mais forte na vida de muitas pessoas, levando-as a aceitarem e se conformarem com aquilo que lhes é imposto. Lembremo-nos de Jó, que provavelmente não era judeu e não teve conhecimento algum do judaísmo, mas mesmo assim nada o impediu de conhecer a Deus e de seguir uma vida justa diante do Senhor, tendo tido o próprio testemunho do Criador.

Portanto, o homem que nunca ouviu falar de Jesus pode sim ser alvo da graça divina do sacrifício de Cristo, obtendo assim o perdão dos seus pecados e a salvação eterna, observando-se o que já fora exposto acima.

Estes dois textos da carta de Paulo aos romanos já são mais do que suficientes para demonstrar o que a Bíblia diz sobre o assunto. Seguindo a mesma linha, o salmista assim se expressou: “OS céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz” Sl 19:1-3. O salmista chega a dizer que “não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz”, em uma clara alusão que tudo que envolve o homem aponta e testifica do Deus Criador. Cite-se ainda Lv 5:17 que diz: “E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será ela culpada, e levará a sua iniqüidade”. O não conhecimento da Palavra não isenta completamente de culpa o homem que a desconhece, sendo o mesmo responsável pela sua iniqüidade, mas, como já fora exposto, o mesmo não será julgado do mesmo modo daqueles que conheceram a Palavra de Deus.

As palavras de Jesus em Lc 12:47,48 podem ser tidas como a síntese de todo este embate: “E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”. Aqui Jesus deixa claro, como já fora exposto, que o não conhecimento da Palavra Escrita de Deus não isenta totalmente o homem de sua responsabilidade perante Deus. Jesus apenas enfatiza aqui a justa justiça de Deus, onde nem todos sofrerão eternamente o mesmo peso, mas aqueles que fizeram por onde sofrer mais, padecerão mais dor. Jesus afirma, em suma, que aquele que teve o conhecimento do Evangelho e não o aceitou terá um julgamento mais rigoroso do que aqueles que nunca ouviram a Palavra; é o que Paulo fala na referência já supra citada “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados”. Ver ainda Mt 10:15; 23:14; Mc 6:11; Lc 10:13,14.

Devemos lembrar que Deus é justo, e que Ele julgará com justiça a todos os homens, fato este que já nos deixa tranqüilos quanto a possibilidade de haver alguma injustiça por parte de Deus. Lembrando que a justiça de Deus não é a nossa justiça (Is 55:8,9).

“Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” Atos 17:31.

Por fim, vale lembrar que a vontade de Deus é que todos os homens venham a se arrepender, alcançando o conhecimento da verdade e a salvação (2 Pe 3:9; 2 Tm 2:4), não excetuando-se nenhuma tribo ou nação (Ap 5:9), dando a entender que Deus proverá o anúncio do Evangelho para todos (Mt 24:14; Lc 3:6), principalmente para aqueles que Ele sabe que aceitarão a oferta de salvação (Jo 10:26,27), pois o Senhor conhece o coração e a intenção dos homens (Jr 1:5; 1 Cr 28:9; 1 Tm 4:10).

Portanto, como bem ficou exposto, o homem que nunca ouviu falar de Jesus pode vim sim a ser salvo pela graça de Deus, desde que ele dê espaço a lei natural que está escrita em seu coração, incluindo aí o reconhecimento de um Ser Divino Criador e Sustentador de todo o universo, bem como a não adoração da natureza ou do próprio homem, além do cumprimento da vontade moral de Deus para com o homem.

Anchieta Campos

domingo, 1 de junho de 2008

Frase quase divina – 13

Nesta edição publico uma frase do nobre erudito inglês Matthew Henry (18/10/1662 – 22/06/1714), que inclusive teve seu comentário bíblico publicado em forma condensada pela CPAD há uns anos atrás, sendo que em breve a obra completa será publicada pela CPAD.

“Uma certeza bem firmada do céu e da felicidade, em vez de encher o homem com orgulho, irá torná-lo e mantê-lo verdadeiramente humilde” Matthew Henry.

Anchieta Campos