sábado, 29 de agosto de 2009

5.000 blogueiros evangélicos

Não faz muito tempo que postei o selo comemorativo em alusão a marca de 4.000 escritores cadastrados na União de Blogueiros Evangélicos do Brasil (UBE). Pois é, em cumprimento as palavras do Mestre Jesus contidas em Mc 4:30-32, essa união de escritores/comentadores da Palavra de Deus acaba de atingir mais uma marca histórica: agora já somos 5.000 pensadores cristãos espalhados por todo o Brasil, divulgando e defendendo a Palavra de Deus e seus ensinos doutrinários, morais e éticos.

São pastores, presbíteros, diáconos, evangelistas, jovens, mulheres, escritores renomados (inclusive da nossa querida CPAD), enfim, são crentes que tem em sua mente o eterno pensamento da soberania absoluta da Bíblia Sagrada, sendo ela a nossa autoridade máxima em matéria de fé e vida cristã, a nossa única fonte para toda e qualquer análise que se faz da sistemática doutrinária cristã.

Verdadeiramente, repito, a UBE é um braço estendido do Senhor sobre o Brasil, a qual já é reconhecida e respeitada pelas principais denominações protestantes e pela grande mídia nacional, se fortalecendo e cultivando cada vez mais um poder de influência (para o bem da ortodoxia cristã) de notória nobreza. Destaque-se que são apenas dois anos de UBE, tendo a mesma nascido em 30 de agosto de 2007.

“Neste biênio, o blog UBE foi citado pelo portal Terra, Jornal O Dia, Rede Record de Televisão, revista Enfoque Gospel e Agência Senado. Mas, o que nos motiva a dar continuidade neste projeto não é a mera conquista da notoriedade, tudo neste mundo passa, queremos propagar o cristianismo virtualmente. Com os pés no chão, sem fanatismos, sem alienação.

Neste processo de evangelismo virtual, como blogueiros cristãos, evangélicos, membros do organismo espiritual que é a Igreja invisível, o Corpo de Cristo, é sui generis manter acesa a nossa união. É através da unidade que Deus ordena a bênção e a vida para sempre (Salmo 133)”
Eliseu Antônio Gomes.

Parabéns aos 5.000 atalaias da sã doutrina, da boa moral e da justiça social. Que o nosso bondoso e poderoso Deus nos abençoe cada dia mais com a sua graciosa sabedoria, para que assim nunca venhamos a aprender algo de forma errada, nos qualificando para que sejamos sempre propagadores da boa, agradável, perfeita e imutável vontade de Deus, externada em sua suficiente Palavra.

Triste mesmo é vermos, e isso tem que ser aqui registrado, na contra mão deste belo desenvolvimento do saber cristão, certos pastores e líderes locais que se levantam contra este nobre ministério, censurando os membros de suas igrejas que publicam conteúdo cristão na internet. Qual o temor? Algo de errado nas publicações de suas ovelhas? Se sim, então mostrem onde está a incoerência bíblico/teológica, e assim ajudem suas ovelhas a se desenvolverem melhor no conhecimento da graça do nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, peço-lhes apenas para reconhecerem a realidade, se despindo das roupas da ditadura e da ignorância.

O desenvolvimento ortodoxo da mente de um cristão é algo tão belo e importante que nunca deve ser censurado, mas sim sempre incentivado.

Viva a UBE! Viva ao conhecimento! Viva a liberdade de expressão! Viva a Palavra de Deus! Viva ao bendito nome de JESUS!

Sola Scriptura!

Com amor,

Anchieta Campos

Dedada nasal “santa”

Fiquei sabendo de uma ontem que tinha que ser registrada neste espaço. Em uma congregação assembleiana de uma cidade que, digamos, eu conheço bem, uma irmã se levantou em “profecia” para outra irmã, e a dita “profecia” não era nada “agradável”, motivo pelo qual a irmã alvo da “profecia” se levantou e disse que não recebia tais palavras.

E o que a “profetisa” fez? Ainda tomada pelo “mistério”, ela simplesmente empurrou o dedo indicador no nariz da irmã dizendo: “Você receeeeeba!!!”.

A “profecia” a irmã não quis receber, mas uma dedada no nariz ela não teve muita escolha!

É triste.

“Faça-se tudo decentemente e com ordem” 1 Co 14:40.

Sola Gratia!
Com amor,

Anchieta Campos

sábado, 22 de agosto de 2009

Bênção apostólica?

A chamada “bênção apostólica” não é nenhuma novidade no meio evangélico. Ela é tão comum e conhecida como a tradicional leitura feita nos cultos de Santa Ceia (1 Co 11:23-34). Mas, assim como os católicos se prostram diante das imagens sem saber o fundamento de tal prática, do mesmo modo os evangélicos curvam as suas cabeças e abrem suas mãos estendidas em direção ao céu para receberem a dita bênção.

A bênção apostólica é proclamada sempre ao final de cada culto, sendo que somente o pastor local é quem tem a “competência espiritual” para “impetrá-la”. A mesma nada mais é do que o versículo final da segunda carta de Paulo aos coríntios “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém” 2 Co 13:13; palavras estas que são simplesmente uma oração de Paulo clamando em favor dos mesmos.

No que pese o seu valor espiritual, por se tratar de uma oração proferida em nome da Trindade, a qual ainda engloba em sua petição três fatores fundamentais na vida de qualquer cristão (graça divina, amor divino, e comunhão divina), a referida “bênção”, nos moldes como vemos ela hoje sendo praticada nos cultos evangélicos, não passa de uma prática sem o menor respaldo neo-testamentário.

Não quero aqui ser contencioso, nem mesmo ser o causador de uma mudança de prática eclesiástica, mas tão somente fazer um esclarecimento bíblico, para que assim cada crente possa conhecer melhor uma prática tão comum em nosso meio.

Essa “bênção apostólica” (ou oração) nada mais é do que uma herança do catolicismo romano, a qual remonta em sua origem para a bênção aarônica (ou araônica, também conhecida entre os judeus como Nesiat Kapayim, i.e., estender as mãos), assim chamada a bênção descrita em Nm 6:23-27. Assim se expressou o Papa Leão XIII em sua Carta Encíclica Inscrutabili Dei Consilio:

“A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a caridade de Deus e a comunicação do Espírito Santo sejam com todos vós (2 Cor 13, 13), Veneráveis Irmãos, e é de todo coração que, a Vós e a cada um em particular, bem como aos Nossos caros filhos o clero e os fiéis de vossas Igrejas, concedemos a bênção apostólica como penhor da Nossa especial benevolência e como presságio da proteção celeste”.

Na verdade todos os cristãos estão autorizados a abençoar e a orar por quem quer que seja (At 12:5; Rm 12:14; Ef 6:18; Cl 4:2,3), diferentemente da Antiga Aliança, onde havia a figura do sacerdote como o principal responsável pelo ministério da oração e da ministração da bênção (cf. Lv 9:22; Dt 21:5; Js 8:33; 1 Cr 23:13; 2 Cr 30:27). Destaque-se que na Nova Aliança todos os crentes são como sacerdotes (Ap 1:6, cf. 5:10), o que implica dizer que todos tem a competência para exercer o ofício da oração e da ministração da bênção.

Esclareça-se, ainda, que não somos nós em si que abençoamos, mas, como já exposto, apenas oramos pedindo uma bênção sobre alguém (podendo Deus conceder a mesma ou não), haja vista que “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” Tg 1:17, cf. Nm 6:24 e Rt 2:4. Portanto, nenhum crente, independentemente do cargo eclesiástico que ocupa, é detentor de uma unção especial para conceder determinada bênção em detrimento da incapacidade espiritual dos demais. Crer que somente o pastor de uma igreja local é quem tem autoridade para conceder determinada bênção é o mesmo que estar colocando nele a origem da mesma, dando a ele a posição de detentor e distribuidor da bênção, o que contraria o acima exposto.

As palavras de 2 Co 13:13 recitadas ao final de cada culto não podem ser tidas como palavras milagrosas ou mágicas. Lembremos que Deus condena a repetição de palavras na oração (Mt 6:7), bem como que Paulo não repetiu no encerramento de nenhuma outra carta a oração de 2 Co 13:13. Além do mais, antes das palavras em si que são usadas para se pedir algo, a fé é bem mais importante em uma oração (Hb 10:22, Tg 1:6,7).

A referida “bênção apostólica” não é uma bênção especial, mais nobre do que as demais orações abençoadoras, mas tão somente é um apego literal a uma passagem do Novo Testamento. Sua prática e observação não vem a ser um pecado em si, pois, como já dito, a ordem bíblica é para sempre “abençoarmos” (i.e., pedirmos a bênção sobre alguém), e creio que a fé e a boa intenção das pessoas envoltas na “bênção apostólica” acabam-na tornando eficaz em alguns casos.

Então a mesma deve acabar? Não digo que sim, e nem digo que não. Digo que cada igreja deve ter ciência da verdade bíblica aqui exposta, e assim decidir o que achar melhor, ou simplesmente deixar que o tempo e o costume digam o que deverá acontecer com a “bênção apostólica”.

Mas que a referida “bênção”, como a vemos hoje no final de cada culto, foge da sistemática bíblica, isso é um fato inconteste!

Anchieta Campos

sábado, 15 de agosto de 2009

Apenas cinco anos de uma nova vida

Os cuidados desta vida fizeram com que a data passasse despercebida, mas hoje me lembrei que dia 13 de agosto (última quinta-feira) fez cinco anos que entreguei minha vida ao Senhor Jesus, confessando-o como meu único e suficiente Salvador. Sem sombra de dúvidas foi a melhor escolha que eu tomei em toda a minha vida.

Estou aprendendo, caminhando, crescendo e se desenvolvendo na fé cristã. Sou uma criança de cinco anos a qual pouco tem a ensinar, mas muito tem a aprender. Minha oração é que Deus nunca permita que eu aprenda algo errado, para que assim eu nunca venha a ensinar algo que não se deve.

“Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará” Salmo 37:5.

Anchieta Campos

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Globo, Record e o escândalo universal

Ontem pela noite contemplei um duelo de gigantes nacionais. Nunca tinha visto duas redes nacionais de televisão tão diretas e dedicadas em defesa de seus interesses, se enfrentando com o melhor que tem. E sabe quem ganhou a batalha de ontem? Claro que foi a Globo.

Vídeos são provas fortes demais. Bispos da Universal pedindo carros, casas, ofertas de 100 mil reais, dízimos no piso de mil reais, culminando com o cúmulo do absurdo que foi pedir o sustento da família como oferta, e encerrando com chave de ouro com um certificado “assinado” por “Jesus Cristo”, são fatos fortes demais para ignorar. Isso sem falar no vídeo onde passa Edir Macedo feliz que nem pinto em areia ao ver os seus “pouquinhos” dólares norte-americanos.

E a Record? Fez seu dever de casa em defender o patrão. Mas não tinha como. O apoio testemunhal é o mais fraco que ela poderia usar, e quem estuda Direito sabe que a prova testemunhal é a prostituta das provas. O argumento de que a Universal aumenta grandemente em números de fiéis (o que seria um atestado de qualidade e satisfação dos membros) é pífio e frágil por excelência. Esse grande número de adeptos se justifica tranquilamente com o uso maciço da grande mídia, sua reconhecida marca de ser uma igreja liberal na moral e bons costumes, bem como pelo fato da teologia da prosperidade ser bem atrativa para os indoutos. E as ações sociais? Para tanta riqueza é pouco.

Não é nem preciso dizer que todas as práticas da Universal para arrancar dinheiro dos seus fiéis são totalmente anti-bíblicas, anti-morais, anti-éticas, anti-sociais e anti-lógicas. Nenhuma igreja evangélica é perfeita (na verdade nenhuma instituição humana é), nem a minha Assembléia de Deus, mas certas práticas fogem de todo limite da ética e moral.

Destaque-se ainda que a Universal é hoje a igreja mais rica da América Latina, sendo que tem apenas 32 anos de existência. Apenas para se ter uma noção, a Igreja Presbiteriana do Brasil tem 147 anos, a Igreja Batista no Brasil tem 138 anos, a Luterana tem 105 anos, e a Assembléia de Deus fará seu centenário em 2011. Agora junte o patrimônio dessas quatro igrejas e compare com o da Universal para ver se chega pelo menos perto.

Por essas e outras que eu digo, pelo bem do seguimento genuinamente protestante: chega de escândalos no Reino Universal! Amém.

“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” Fl 3:18-20.

Ver ainda meus artigos: “A Bíblia apóia o comunismo?” e “Uma pequena exegese de Fl 4:13”.

Com amor,

Anchieta Campos

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Silas Malafaia, Morris Cerullo e a unção financeira

Quase que não acreditei quando me contaram, e quase que não acreditei quando vi o vídeo no YouTube, mas sim, é verdade! E que triste verdade!

Veja o vídeo clicando AQUI.

Não vou nem me dar ao trabalho de rebater novamente essa famigerada Teologia da Prosperidade e afins (já fiz isso no artigo Uma pequena exegese de Fl 4:13), mas gostaria apenas de destacar que não sei o que é pior: ter líderes assembleianos (e de demais denominações) que apóiam estes absurdos, ou ter uma grande quantidade de assembleianos (e de demais denominações) que deram os novecentos reais.

Não entendo também a absurda inércia da CGADB e os seus Conselhos de “Doutrina” e “Ética e Disciplina”. E olha que a atual administração é “oposição”! Imagine se “Belém do Pará” tivesse sido eleito!

Por fim, o argumento de “2009” para o valor da oferta é uma verdadeira piada. Por que então a oferta não foi estipulada em nove (o que seria mais lógico) ou em noventa reais? Mas alguém poderá argumentar (e até com uma certa razão) que novecentos reais para receber as bênçãos de Deus está bem barato; e na verdade não há dinheiro no mundo que pague as bênçãos de Deus sobre nossas vidas. Mas difícil mesmo é achar respaldo bíblico para a doutrina da barganha financeira com o Eterno Deus. Acho que a palavra “graça” não foi bem assimilada por essa turma da prosperidade.

“E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” 2 Pe 2:1-3.

Com amor,

Anchieta Campos

sábado, 8 de agosto de 2009

Agora já são 23 anos

Hoje, 8 de agosto de 2009, tenho a imensurável graça de completar mais um ano de vida. São 23 anos dos quais só tenho a agradecer a Deus. O tempo passa e os seus efeitos nos atingem, mas a certeza da proteção do Deus de Israel é cada dia mais marcante.

Tudo que tenho e tudo que sou hoje devo ao meu gracioso e poderoso Deus, o qual me concedeu uma família abençoada e a qual eu amo muito; família esta que secularmente falando é o alicerce da minha vida. Grandes amigos fiéis também logrei nestes 23 anos, o que é uma das maiores dádivas divinas que um homem pode receber em vida.

Enfim, só me resta tributar a Deus toda a honra e toda a glória pela minha vida. Não sou merecedor de absolutamente nada que sou e tenho hoje, o que atesta, de forma incontestável, a infinita misericórdia e graça do nosso Deus, o qual está disposto e pode proporcionar a qualquer ser humano, por intermédio do Senhor e Salvador Jesus Cristo, o maior presente de todos, que é a certeza de uma vida eterna de gozo, comunhão e paz.

“Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança desde a minha mocidade” Salmo 71:5.

Anchieta Campos

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dançar no espírito? Dança como adoração?

Estava eu certo dia (não muito distante) em um culto campal aqui em Pau dos Ferros, quando ouvi uma cantora que já se encontrava cheia (não do Espírito, mas com uma vontade bem exótica para um culto) falar ao microfone: “Oh vontade de dançar irmãos!!”. Quando escutei tal afirmação logo pensei que iria ver alguma performance de adoração extravagante através da dança, imaginando a irmã dando uns rodopios, umas batidas de pé, ou, quem sabe, com muita falta de sorte, talvez ela fizesse algumas “estrelinhas” ou “plantasse uma bananeira”. Em seguida ela soltou: “Vamos dançar no espírito!!”; imediatamente eu já olhei ao redor em procura de uma irmã para ser meu par na dança! Que situação!

Temendo que a irmã realmente viesse a por em prática a sua fala, fiz uma curta oração comigo mesmo: “Senhor, é um culto campal, tem muito incrédulo vendo; peço a sua intervenção para que não permita que essa ‘abençoada’ venha a dar uma de dançarina aqui hoje. Em nome de Jesus. Amém”. Não sei se foi por minha oração, mas o importante é que a cantora resolveu ficar sendo só cantora. Aleluia!

A dança, até onde tenho conhecimento da história da Igreja, nunca fez parte da liturgia do culto de adoração a Deus, vindo somente a ser introduzido como meio de “adoração” de um tempo recente para cá. A bem da verdade, não há nenhuma passagem no Novo Testamento que relate o uso da dança pela Igreja no culto formal ao Senhor, bem como não há nenhum indício que a dança seja um meio de adoração a Deus.

A dança é gerada e desenvolvida por um estímulo notadamente externo, qual seja, a batida e o ritmo da música, suplantando assim de cara a letra e o conteúdo da canção, bem como desvirtuando a essência da adoração a Deus, a qual deve ser em espírito e em verdade (Jo 4:23,24), i.e., interna, movida pelo espírito, pelo íntimo de cada um, e não pela batida e ritmo de uma música, os quais embalam mais a carne do que o espírito.

Os elementos bíblicos do culto a Deus são expostos em 1 Co 14:26 “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Onde está a dança? Em lugar nenhum! O apóstolo Paulo, fazendo referências sobre a adoração ao Senhor, assim se expressa em Ef 5:19 “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”. Mais uma vez a dança não é mencionada!

Na verdade a adoração está majoritariamente relacionada com o louvor, devendo este ser sempre externado por um coração sincero e devoto a Deus, cf. Cl 3:16 “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração”. Percebe-se novamente, através deste importante versículo, que não se vê nenhuma menção a dança como forma de adoração a Deus, ou como sendo algo edificante (ensino e admoestação).

E quanto às danças de Davi e Miriã? Destaque-se de pronto que as mesmas não foram realizadas em um culto coletivo a Deus. Outro fator importante é que o próprio Davi, por oportunidade em que estabelecia a sistemática organizacional do culto a Deus, não instituiu a dança como parte integrante da liturgia do mesmo (1 Cr 6:31,32; 1 Cr 25). Por fim, essas danças foram motivadas prioritariamente por uma alegria de cunho patriota, pela vitória de Israel sobre os seus inimigos. Assim já se expressou o pastor e escritor assembleiano Ciro Sanches: “Não só a dança de Davi, mas a de Miriã, também muito citada pelos “revolucionários”, foram atos à parte, fora do culto, patrióticos, pelos quais eles extravasaram a sua alegria. O Senhor não os condenou por suas danças, mas elas também não passaram a fazer, a partir de então, parte do culto coletivo a Deus”.

A dança, historicamente, nunca esteve relacionada com a Igreja do Senhor, sendo nada mais nada menos do que uma das formas do processo de secularização pelo qual a igreja evangélica está passando nestes últimos tempos. Lembremos por fim que o nosso culto a Deus deve ser feito nos moldes de 1 Co 14, sob o fundamento da ordem e decência, de modo que não venha a ser escândalo para ninguém (1 Co 10:32).

Com amor,

Anchieta Campos