sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A necessidade de uma declaração de fé

Muitos irmãos podem se perguntar o real motivo das Igrejas Protestantes adotarem uma Declaração de Fé (ou Confissão de Fé). Alegam que se temos a Bíblia, logo não necessitaríamos de um Credo denominacional oficial. Outros chegam ao ponto de afirmar que os credos não deveriam ser adotados pelas igrejas, haja vista ser a Bíblia a nossa única regra de fé. O que ocorre na realidade é que as Confissões de Fé sempre foram algo notadamente presente na história da Igreja, na realidade, a verdadeira Igreja se caracteriza no fundamento da confissão da crença bíblico/cristã (Mt 3:6 e 10:32; Rm 10:8-10; I Jo 4:2).

O primeiro Credo que se conhece no meio da história da Igreja é o conhecido “Credo Apostólico”, formulado por volta do segundo século, de origem e autores desconhecidos. Por essa época ainda tivemos os destacados “Credo do Concílio de Nicéia” de 325, “Credo de Constantinopla” (também conhecido como ‘Credo Niceno’) de 381 e o “Credo de Calcedônia”, do ano 451. Somente na época da Reforma é que se passou a elaboração de Confissões mais completas e teológicas, tratando de todos os aspectos da doutrina cristã, como a Confissão de Augsburgo (1530), marco da Reforma e de tradição luterana, vindo posteriormente as de cunho calvinista: a Segunda Confissão Helvética (1566), a Confissão Escocesa (1560) e a Confissão de Fé de Westminster (1646). Hoje em dia contamos com confissões eclesiásticas bem mais elaboradas e polidas, como as produzidas pelas Convenções Nacionais de denominações evangélicas tradicionais (Assembléia de Deus – CGADB, Batista – CBB, dentre outras).

A bem dessa constatação histórica, a realidade atual da Igreja nos mostra o quão se faz necessário a confissão doutrinária do que se crê. As heresias vem se multiplicando a cada dia que se passa, inovações sem base bíblica e modismos (principalmente nas igrejas pentecostais) vem tomando conta dos púlpitos das abençoadas igrejas protestantes. Todo crente que se preze deveria ter como primeira atitude ao visitar um site evangélico a de apreciar as crenças e posições teológicas/doutrinárias da igreja ou grupo responsável pela página virtual, identificando assim se há ou não algo contrário a Sã Doutrina Bíblica.

É bem verdade que as Declarações de Fé de igrejas e sites evangélicos são obras de homens, e, portanto, passíveis de falhas e más interpretações, assim como é bem verdade que não é objetivo de nenhuma Confissão de fé substituir ou complementar a Bíblia Sagrada, está sim, a nossa regra infalível de fé, soberana e absoluta, sendo que toda Declaração ou doutrina devem estar em total harmonia com os seus princípios divinamente inspirados. As declarações tem por fim justamente honrar a Palavra de Deus, colocando suas doutrinas e ensinos expostos de uma forma prática, organizada e sistemática, como sendo uma síntese de suas doutrinas, os fundamentos imutáveis da fé cristã.

Cabe a cada um investigar a procedência de cada declaração, a denominação evangélica, o grupo ou a pessoa que a elaborou, pois com certeza ainda nos nossos dias existem homens de Deus sérios e tementes aos ensinos bíblicos.

Portanto, meus irmãos, cuidado com aqueles que dizem crer no “mover apostólico”, no “cair do poder”, na “unção do riso”, “pedra e rosa ungida”, “sessão do descarrego”, “quebra de maldição hereditária”, nos “dentes de ouro”, e muitas outras inovações e modismos que não passam de aberrações teológicas e uma blasfêmia contra a Bíblia Sagrada. Atentando para o fato de que muitas vezes não podemos constatar heresias nos credos e confissões, mas a prática litúgica e uma análise mais pessoal acabam por entregar quem pratica (mas não professa) algo contrário a Sã Doutrina.

Enfim, mantenhamos sempre a nossa consciência cativa a Palavra de Deus, pois só assim poderemos cumprir o ensino do Apóstolo Paulo em Tito 1:9 que diz: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”.

Que o Senhor Jesus possa abençoar a sua amada Noiva (Igreja)!

“MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” I Timóteo 4:1,2

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” II Timóteo 4:3

“E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição” II Pedro 2:1

“Não vos movais facilmente do vosso entendimento” II Tessalonicences 2:2

“Para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito” I Coríntios 4:6

Anchieta Campos

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Declaração de Fé

Quanto a Bíblia
Cremos que a Bíblia, composta pelos 39 livros do Antigo Testamento e pelos 27 do Novo Testamento, é a perfeita, infalível, inerrante, completa, soberana, permanente e inspirada palavra de Deus aos homens, sendo digna de toda confiança e aceitação, não somente em matéria de fé, mas também em qualquer área em que venha a ser abordada, não contendo erros históricos, geográficos, matemáticos e científicos de qualquer espécie. Ela é a única fonte das doutrinas e a autoridade máxima da fé cristã. (Dt 29:29; Sl 18:30 e 19:7; Is 40:8; Mt 5:18 e 22:29; Mc 13:31; Lc 1:1-4; Jo 5:39 e 17:17; At 17:11; Rm 15:4; 1 Co 4:6 e 14:37; 2 Tm 3:15-17; 2 Pe 1:20,21 e 3:15,16; Ap 1:3 e 22:18,19)

Quanto a Deus
Cremos na existência de um só Deus, que existe por Si Só; Criador e Sustentador dos céus, da terra e de tudo que neles existe; Onipotente, Onipresente, Onisciente, Imutável, Perfeito em santidade, amor, justiça e verdade, infinito em todos os seus atributos. Ele existe e se manifesta eternamente em três Pessoas distintas, mas ligadas na divina essência que as compõem: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Mc 12:29; Jo 17:3; Rm 16:27; 1 Co 8:6; 1 Tm 1:17; Jd 1:25; Cl 1:16,17; Gn 18:14; Jr 32:17; Mt 19:26; Sl 139:7-12; At 17:27-28; Sl 44:21; 139-1:6 e 147:5; Gn 1:26; Mt 3:16,17; Mt 28:19; 2 Co 13:13; 1 Jo 5:7)

Quanto a Jesus Cristo
Cremos ser Jesus o Messias prometido no Antigo Testamento e esperado por Israel, o Salvador de toda a humanidade; cremos em seu nascimento natural/virginal da virgem Maria através da santíssima obra do Espírito Santo, vivendo aqui na terra como perfeito e verdadeiro Deus e homem concomitantemente. Somente Ele foi o homem perfeito em santidade e obediência, vivendo uma vida humana imaculada. Cremos em sua morte vicária, expiatória e real, bem como em sua ressurreição corporal ao terceiro dia; cremos em sua ascensão corpórea aos céus, aonde intercede por nós junto a Deus Pai e de onde há de vim julgar os vivos e os mortos. (Mt 2:1-6; Lc 2:10,11; Jo 1:41 e Jo 4:25,26; Jo 4:42; Fl 3:20; 1 Tm 4:10; 2 Tm 1:10; 1 Jo 4:14; Tt 1:4; 2:13 e 3:6; Is 7:14 e 9:6; Mt 1:23; Lc 1:35; Jo 5:58; 10:33 e 20:28; Cl 2:9; Hb 4:15; 1 Jo 3:5; Jo 19:30,33-35,38,40; Mt 28:9; Lc 24:15-43; Jo 20:15,16; 1 Co 15:6; Mc 16:19; Lc 24:50,51; At 1:9-11; Rm 8:34; 1 Tm 2:5; 2 Tm 4:1; Hb 7:25; 9:15 e 12:24; 1 Pe 4:5)

Quanto ao homem
Cremos ter sido o homem criado em Adão a imagem e semelhança de Deus, gozando de uma íntima comunhão com o seu Criador. Quando Adão caiu no pecado da desobediência o homem teve sua imagem/semelhança divina corrompida, tornando-se em sua natureza um ser voltado ao pecado, à desobediência e ao afastamento de Deus, ficando totalmente impossibilitado de operar por si próprio a restauração ao estado anterior de comunhão com Deus. O homem consiste de espírito, alma e corpo, distintos entre si. (Gn 1:26,27; 2:8,15 e 3:16-19; Ec 7:20; Rm 3:23; 5:12 e 8:3; Ef 2:8,9; Gl 2:16; 1 Ts 5:23; Hb 4:12)

Quanto à salvação
Cremos ser a salvação uma dádiva imerecida de Deus para o homem, providenciada pelo Criador através da morte vicária e expiatória do Senhor Jesus na cruz do calvário, entregando-se a si mesmo e derramando o seu imaculado sangue em nosso favor, para a remissão dos nossos pecados e da nossa culpa perante Deus. Cremos ser o sacrifício de Cristo perfeito e suficiente para a salvação de toda a humanidade, não necessitando-se nem admitindo-se qualquer outra forma de complementação a esta obra redentora, sendo que esta encontra-se condicionada a vontade humana em recebe-la pela fé ou rejeita-la. A justificação é um ato e não um processo de salvação. (Rm 6:23; 3:25 e 5:9,18; Ef 2:8,9,16 e 1:7; Cl 1:14,20 e 2:14; Tt 3:5; Mt 1:21; At 20:28; Hb 9:12; 1 Jo 1:7; Ap 1:5; 5:9; 7:14; 12:11 e 22:14; At 17:30; 1 Tm 2:4 e 4:10; Tt 2:11; Is 55:6; Am 5:14; Sf 2:3; Tg 4:8; Ap 3:20 e 22:17; Lc 23:39-43)

Quanto à Igreja
Cremos ser a Igreja a noiva e o corpo invisível de Cristo aqui na Terra, composta pelos salvos em Cristo Jesus, regenerados e transformados pelo poder do Espírito Santo, tendo como fundador, pedra de esquina, cabeça e líder, o Senhor Jesus. É uma congregação Universal dos santos, e não uma única denominação evangélica cristã, não se limitando a uma delimitação puramente humana. Todo e qualquer ser humano, independentemente de qualquer coisa, tem a possibilidade de vir a integrar a Igreja de Cristo. A Igreja é dedicada à adoração e ao serviço da causa do Reino de Deus aqui na Terra, sempre guiada pela Bíblia Sagrada, se submetendo as boas obras e observando a prática das ordenanças do Batismo e da Santa Ceia. (At 20:28; Rm 12:5; 1 Co 6:15 e 12:12-27; 2 Co 11:2; Ef 1:22,23; 2:19-22; 4:15 e 5:23-27; Cl 1:24; 1 Pe 2:4-8; Ap 19:7 e 21:9; Hb 12:23; At 14:27,28 e 15:3,4; At 2:5,41; Mt 28:29; At 8:26-38 e 19:1-5; Mt 5:16; Ef 2:10; 1 Tm 6:18; Tt 2:7,14 e 3:8,14; Hb 10:24; Lc 22:19,20; At 2:42 e 20:7; 1 Co 11:23-26)

Quanto à obra do Espírito Santo na Igreja e no mundo
Cremos que o Espírito Santo atua na vida da Igreja como um Regenerador, Consolador, Orientador, Capacitador, Intercessor e Ajudador, qualificando os membros da Igreja para a obra do Reino dos Céus aqui na terra. Cremos na atualidade do Batismo com o Espírito Santo e na distribuição dos dons espirituais aos membros da Igreja, para o proveito espiritual da mesma. Aos infiéis o Espírito Santo atua como o Convencedor do pecado, da justiça e do juízo divino. (Tt 3:5; Jo 14:16,26 e 16:7; At 8:29; 11:28; 13:2,4; 15:28; 16:6 e 21:4; 2 Co 3:5,6; Rm 8:26; Mt 3:11; At 1:8; 2:38,39; 19:1-6; Rm 12:6-8; 1 Co 12:1-31 e 14:1,12; Hb 2:4)

Quanto à segunda volta de Cristo
Cremos na segunda volta do Senhor Jesus, distinta em duas fases: a primeira de forma invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes do período de sete anos de tribulação, em dia e hora que nenhum homem sabe; a segunda de forma visível a todos, após os sete anos de tribulação e governo do Anticristo, com a sua Igreja glorificada e os Salvos do Antigo Testamento para reinar na terra por mil anos. (1 Ts 4:16,17; At 1:10,11; Ap 20:2-7; 1 Co 15:51,52; Dn 9:24,27; 2 Ts 2:6-8; Lc 21:36; 1 Ts 1:10; Ap 3:10,11; Mt 24:36,42,44 e 25:13; Zc 14:1-5; Mt 24:30; Jd 1:14; Ap 1:7)

Quanto ao estado eterno dos justos e ímpios
Cremos no juízo vindouro dos homens de todas as épocas, que destinará aos membros da Igreja de todos os tempos e aos israelitas fiéis de todas as gerações a salvação eterna, com morada na Cidade Santa que se encontra no céu de glória, a nova Jerusalém Celestial, com o gozo do justo-peso do galardão que cada um receberá individualmente; aos incrédulos e infiéis de todos os tempos e gerações caberá a condenação eterna, no lago de fogo (inferno) que arderá sem cessar. Tanto os salvos como os não-salvos terão plena consciência de tudo o que sentirão em seu estado eterno. (Mt 25:31,32; At 10:42 e 17:31; Rm 2:16 e 14:10; 2 Co 5:10; Jl 3:12; Mt 25:46; Jo 5:29; Rm 2:7; Ap 21:1-4,23,24; Mt 16:27; Rm 2:6; Ap 2:23; 20:12,13 e 22:12; Mt 7:23 e 25:41,46; Lc 13:27; 1 Co 6:9,10; Gl 5:19-21; Ap 20:14; 21:8 e 22:15; Lc 16:19-25)

Autor: Anchieta Campos