sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A verdadeira adoração

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”
João 4:23,24

Tenho que admitir que cansei! Isso mesmo, cansei de ter que contemplar (seria melhor o termo ‘suportar’) o grande desvio de foco que se presencia hoje na grande maioria das igrejas evangélicas do Brasil. Trata-se de verdadeiros animadores de igreja que se multiplicam a cada dia mais, invadindo os púlpitos de onde deveriam sair palavras e expressões pautadas nos ensinos e recomendações da Bíblia Sagrada, expressas por homens de Deus, sejam pregadores ou levitas do Senhor.

Pregadores que não pregam, cantores que não louvam, mas que animam o público eclesiástico como fazem os cantores de bandas mundanas! Expressões como “quem está feliz diga amém!”, “olhe para o seu irmão do lado e diga que é hoje!”, “pentecostal que não faz barulho está com defeito de fabricação”, “levante sua mão comigo e glorifique, exalte ao Senhor!”, “aplauda ao Senhor!”, dentre muitas outras, revelam a pobreza espiritual e teológica que se encontra numa parte significativa dos pregadores e cantores da nossa época trabalhosa (2 Tm 3:1). Simplesmente por não conseguirem transmitir algo de Deus, transmitir algo que a Palavra nos revela, e, conseqüentemente, a igreja não corresponder ao que se está sendo passado, os detentores do microfone baixam o nível e verdadeiramente apelam para tentar ‘animar’ ou tirar alguma reação do público, que muitas vezes, acaba caindo nas palavras envolventes e pensam estar sentindo a ‘alegria do Espírito Santo’.

É bem verdade que como pentecostal que sou, sei que o mover do Espírito Santo em nosso interior, a Palavra de Deus testificando em nossos corações, provocam alegria intensa (Sl 16:11) e nos levam a adorarmos ao Senhor (Sl 86:12,13). Glorificar a Deus, exaltá-Lo, adorá-Lo, são atitudes absolutamente bíblicas e boas, e que com certeza sempre farão parte de um culto aonde o Espírito Santo se faça presente e ache espaço nos corações (‘E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus’ At 2:46,47a). O que se deve condenar é o louvor apenas exterior, sem motivação interna e com motivação externa, pois o verdadeiro louvor é aquele que parte de dentro para fora, com um impulso natural do espírito do crente (Lc 1:47).

Deus procura os verdadeiros adoradores, os que o adorem em espírito e em verdade (cf. Jo 4:23,24), e não aqueles que levantam suas mãos ou dizem ‘aleluia’, ‘glória a Deus’, apenas em virtude de um pregador ou cantor ter mandado que eles agissem assim, nesses casos o impulso é meramente exterior, não passa de uma interação entre homem e homem, mas a verdadeira adoração é uma interação entre Deus e o homem!

Esse é o meu desabafo e alerta para a Igreja do Senhor. Simplesmente não adoro quando alguém me manda, não digo aleluia ou glória a Deus quando me mandam, não levanto minha mão direita, a esquerda ou até mesmo as duas quando algum pregador ou cantor sem o Espírito Santo me mandam! Podem até pensar que estou frio ou insensível a voz de Deus, mas sei que devo agradar a Deus e não aos homens (Gl 1:10)! Sei que a minha adoração deve ser voluntária e um ato maravilhoso que envolve apenas duas pessoas: Deus e eu.

“Aceita, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, ó SENHOR; ensina-me os teus juízos” Salmo 119:108

“LOUVAI ao SENHOR. Louvarei ao SENHOR de todo o meu coração, na assembléia dos justos e na congregação” Salmo 111:1

Anchieta Campos

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