Amanhã é dia 12 de outubro de 2008, e, como é de conhecimento de quase todos os brasileiros, será celebrado não somente o dia das crianças, mas também será celebrado o dia da “padroeira do Brasil”, a “Nossa Senhora Aparecida”, com uma pomposa festa na cidade de Aparecida-SP. A cidade tem uma população de 37.405 habitantes, e espera-se pelo menos que 170 mil romeiros passem por lá neste fim de semana (achou muita gente?).
Já postei vários artigos neste blog refutando as principais doutrinas do catolicismo romano, de modo que este sucinto artigo tem por função principal expor a história desta festa, claro, de um modo crítico e imparcial.
É de conhecimento objetivo que a Igreja Católica Romana possui e apresenta duas fontes para o achado da imagem no rio Paraíba do Sul, em 12 de outubro de 1717; uma se encontra no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (na verdade um Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá) e a outra se encontra no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma (Annuae Litterae Provinciae Brasilíanae, anni 1748 et 1749).
Basicamente a história oficial romana diz que, em meados de 1717, surgiu a notícia de que o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, iria passar pela povoação a caminho de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais. Com esta notícia, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves ficaram desejosos de oferecer ao nobre visitante o melhor de seus pescados, sendo então que lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul em busca de peixes para tal. Após muitas tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu, no dia 12 de Outubro de 1717. Desesperançoso, João Alves lançou a sua rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Após tentar novamente acabou por apanhar a cabeça da imagem (a imagem é de terracota e mede quarenta centímetros de altura, tendo o estilo seiscentista. A argila utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de Santana do Parnaíba, Grande São Paulo. Embora não seja possível determinar com precisão o autor ou a data da confecção da imagem, através de estudos comparativos concluiu-se que ela pode ser atribuída a um discípulo do monge beneditino frei Agostinho da Piedade, ou, segundo Silva-Nigra e Lachenmayer, a um do seu irmão de Ordem, frei Agostinho de Jesus). Então envolveram os achados em um lenço e, animados pelo acontecido, lançaram novamente as redes com tanto êxito que obtiveram uma maravilhosa pesca (tudo isto me lembra uma passagem bíblica! Que coincidência! Pedro que o poderia dizer! Só não teve imagem pelo meio!). Após esse milagre, surgiram outros relacionados à imagem.
Durante quinze anos a imagem permaneceu na residência do pescador Felipe Pedroso, local onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A família chegou a construir um oratório, que, devido ao intenso crescimento de visitantes, logo se quedou insuficiente para acomodar aos fiéis. Então, por volta de 1734, o vigário da época de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do morro dos Coqueiros, que fora aberta à visitação pública em 26 de Julho de 1745. Diante do contínuo aumento no número de fiéis, no ano de 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior, que atualmente é a conhecida Basílica Velha.
No dia 6 de Novembro de 1888, a Princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e na ocasião ofertou à santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis (presente básico), juntamente com um manto azul. A romaria já era tão intensa que fora preciso que no ano de 1894 fosse enviado a Aparecida um grupo de padres e irmãos da chamada Congregação dos Missionários Redentoristas, com o fim de ajudar no atendimento aos romeiros que se dirigiam (quase que desesperadamente) aos pés da imagem para rezar com a então conhecida “Senhora Aparecida das águas”.
Evento importante ocorreu em 8 de Setembro de 1904, onde se deu a coroação da imagem, em uma realização solene conduzida por D. José Camargo Barros, contando com a presença do Núncio Apostólico, vários outros bispos, além, é claro, do Presidente da República e um numeroso público fiel à imagem. Após a coroação o Santo Padre concedeu ao santuário de Aparecida, dentre outros favores, indulgências para os romeiros que vinham (e vem ainda) em peregrinação ao Santuário (pense em um negócio “bom” visitar o santuário em Aparecida, a pessoa ganha até indulgências! Quem quiser se “salvar” é melhor morar por lá!). No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu os ossos de São Vicente Mártir, trazidos de Roma com a devida permissão do Papa. Quase vinte anos depois, a 17 de Dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município (pelo menos ajudou no povoamento da região!). Por fim, em 1929, Aparecida foi proclamada, oficialmente, Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial, por direta determinação do absolutista romano o Papa Pio XI.
Vinte e oito anos atrás, em 4 de julho de 1980, o Papa João Paulo II (já sentindo os efeitos do avanço protestante no Brasil), em visita ao Brasil, consagrou a Basílica de “Nossa Senhora Aparecida” em solene missa celebrada, por fim de revigorar a devoção à “Mãe de Deus”, como é tida para os católicos romanos.
É isto.
Quem quiser saber mais sobre o romanismo, especialmente sobre as “pérolas teológicas” da Igreja Católica Romana, ver meus artigos:
A festa do Corpus Christi
Proibição da leitura da Bíblia no catolicismo romano
Uma pequena exegese de Gênesis 3:15
O escapulário – Um novo evangelho e uma blasfêmia contra o sangue de Cristo
Disco arranhado na Renovação Carismática Católica (RCC)
II Pe 1:20 – É a Igreja Católica a detentora da verdadeira interpretação bíblica?
II Tessalonicenses 2:15 e a Tradição Oral Católica
Resposta a um apologista católico-romano
Lucas 1:28 e a Imaculada Conceição de Maria
O apelo da Igreja Católica Romana à tradição
Maria é a Mãe de Deus?
Anchieta Campos
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