sábado, 26 de janeiro de 2008

Os "tímidos" de Apocalipse 21:8

Publicarei aqui a minha resposta ao comentário do irmão Joiloil Carlos sobre a minha postagem Os 144.000 do Apocalipse, aonde ele não me questiona sobre o tema do post referente, mas sobre quem seriam os "tímidos" citados no verso 8 do capítulo 21 do livro do Apocalipse. Quem quiser ver a minha resposta e o questionamento do irmão Joiloil pode acessar a página de comentários do referido post.

Os "tímidos" de Ap 21:8 realmente não são pessoas que tem em sua personalidade a característica da timidez. Veja o texto de Mc 4:40: "E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?". Aqui claramente Jesus não censurou a qualidade "timidez" que poderia ser parte de algum, todos ou nenhum daqueles discípulos, mas censurou o temor deles (cf. Mt 8:26).

Os "tímidos" de Ap 21:8 realmente são pessoas covardes, frouxas, que se deixaram amedrontar pelas ameaças do povo ímpio e conseqüências de exteriorizar a sua fé em Cristo (cf. Mt 10:32,33 e Mc 8:38). A versão NVI (independente de alguns erros que contém) traduz Ap 21:8 substituíndo (de um forma correta neste caso) a palavra "tímidos" por "covardes", demonstrando o real significado da palavra "tímidos" em seu original (colocando as duas como sinônimos no contexto da passagem).

Os verdadeiros crentes, os salvos, são os que seguem o exemplo dos fiéis de Pérgamo: "e reténs o meu nome e não negaste a minha fé" Ap 2:13.

Como bem disse o Apóstolo Paulo: "se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará" 2 Tm 2:12. Amém.

Obs.: estou demorando um pouco mais a postar pois me encontro na cidade de João Pessoa-PB, desde segunda-feira (21), aproveitando um pouco das minhas férias universitárias.

Anchieta Campos

2 comentários:

Renne disse...

Obrigado pela explicação
POR FAVOR RESPONDA -ME A UMA PERGUNTA

Quem não quarda os mandamentos será salvo???


Meu Blog
http://espiritodedeus.blogspot.com/

Anchieta Campos disse...

Caro Renne, saudações fraternas em Cristo.

A relação entre observar os mandamentos (em sentido geral) e a salvação, aparentemente lembra um paradoxo, mas não o é.

Primeiramente tem que se destacar que o mero fato de observar os mandamentos da lei mosaica não garante a vida eterna (cf. Mt 19:17-24). Destaque-se ainda, de pronto, que conforme a referência de Mt 19:17-24, a guarda do sábado, a observância da circuncisão, a observância das festas judaicas, os holocaustos, e outros caracteres da lei mosaica, não foram citados por Jesus como requisitos para a salvação (ver At 15:25; 1 Co 7:18-20; Cl 2:16,17).

A bem da verdade, é inconteste que a observância da lei e seus mandamentos não tem o poder de tornar o homem justo perante Deus, mas tão somente o sacrifício de Cristo é que detém tal eficácia (cf. Rm 3:19-28; 8:3; Gl 2:16,21; 3:10,11; Ef 2:8,9,13-16; 2 Tm 1:9; Hb 9:19-28; 10:1-4), tendo a lei sido revogada como meio divino para se chegar à Deus (cf. Gl 3:24,25; Hb 7:18,19).

Uma passagem bastante pertinente sobre o tema é Mt 5:19, que diz: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”. Aqui Jesus está se referindo justamente à lei mosaica (v. 18), e percebemos que a ênfase soteriológica repousa no ensino, e não necessariamente na irrestrita e perfeita observância dos mandamentos ensinados. Vemos que mesmo que um crente chegue a violar algum mandamento, ainda assim o mesmo poderá herdar o reino dos céus, pois na verdade não há pessoa alguma que esteja isenta de pecar (Ec 7:20; 1 Jo 1:8-10). Lembremos ainda, como eu já disse aqui no blog em outra oportunidade, que por mais que o exterior possa ser um reflexo do interior de uma pessoa, o mesmo é enganoso em ambos os sentidos, sendo que o que define realmente uma pessoa para com Deus é o seu interior (1 Sm 16:7; 2 Co 5:12; Gl 2:6; Cl 2:23; 3:22; 2 Tm 3:5). Por isso que o julgamento de uma pessoa deve se iniciar sempre pela doutrina que a mesma professa (Rm 16:17; Ef 4:14; 1 Tm 1:3,10; 4:1,6; 6:3-5; 2 Tm 4:3,4; Tt 1:9; Hb 13:9; 2 Jo 1:9,10; Ap 2:14,15), sendo que os atos condenáveis (Gl 5:19-21; Ap 21:8; 22:15) não são necessariamente o estado permanente e imutável de uma pessoa, cf. 1 Co 6:9-11; Ef 2:2,3; 5:8; Cl 1:21; 3:5-8; Tt 3:1-5.

Para uma melhor compreensão sobre a relação entre o crente e o pecado, ver meu artigo http://anchietacampos.blogspot.com/2007/12/o-crente-e-o-pecado.html.

Os mandamentos maiores da fé cristã não estão relacionados diretamente com a observância dos regramentos da lei, mas sim em relação a termos fé em Jesus e a amarmos uns aos outros (1 Jo 3:23; 4:21; Jo 13:34,35; 15:12). Ver Mt 22:36-40.

Portanto, a observância dos mandamentos da lei mosaica não são requisitos para a salvação. Pontos como a guarda do sábado, circuncisão, festas judaicas e holocaustos, não fazem parte do quadro de mandamentos que devem ser observados na Nova Aliança. A observância perfeita dos demais mandamentos confirmados pela Nova Aliança, bem como os surgidos nesta, conquanto sirvam de padrão para a vida cristã, não vem a ser requisito primário e indispensável para a salvação, visto que, conquanto o crente sempre busque levar uma vida santa aqui na terra, o mesmo jamais conseguirá ter uma vida imaculada; devendo, quando pecar (o que deve ser exceção na vida do crente), buscar em Cristo (e não na inútil observância da lei) o perdão pelos pecados (cf. 1 Jo 2:1,2).

“Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” 1 Tm 1:5.

“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” Mt 7:20; “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” Gl 5:22,23.

Obrigado pela visita e participação. Deus te abençoe grandemente. Amém.

Abraço.

Anchieta Campos