terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os 144.000 do Apocalipse

Um ponto interessante e que merece a nossa atenção é a crença jeovista que envolve as 144 mil pessoas descritas nos capítulos 7 e 14 do livro Apocalipse. Sobre este tema, crêem basicamente os TJs que apenas um pequeno rebanho de 144 mil sortudos irá para o céu e reinará com Cristo. Creio que o que já foi exposto na minha postagem “A realidade do Céu de glória para todos os salvos em Jesus” é o suficiente para se crer na certa esperança de uma vida eterna para todos quantos vierem a crer em Cristo Jesus. No entanto ainda cabem algumas considerações sobre o tema em questão.

Mas na realidade, quem são ou o que representam estes destacados 144 mil? Primeiramente tem que se observar que o tempo desta aparição já é o da tribulação (‘escondei-nos... da ira do Cordeiro’ Ap 6:16), ou seja, a Igreja já estará nos céus com Jesus, participando do Tribunal de Cristo e das Bodas do Cordeiro (ver Ap 7:9-17); portanto, os 144 mil representam, em uma primeira e superficial análise, pessoas que crerão no período dos sete anos de tribulação e governo do Anticristo.

Do capítulo 7 de Apocalipse podemos destacar algumas observações, que são:
· Os três primeiros versos revelam um cenário de uma grande destruição natural iminente, destruição esta que está sendo cuidadosamente contida pelos anjos até que se assinalem, identifiquem os servos de Deus, obviamente para que se efetue uma separação entre justos e ímpios.
· O verso quatro revela o número destes justos (144 mil) e de onde eles provem (todas as tribos de Israel).
· Do versículo 5 até o 8 encontra-se o relato de que cada tribo de Israel tem 12 mil selados (12 X 12 = 144).

Pois bem, percebemos de pronto o cuidado de Deus para com os seus fiéis, nenhum dano ou catástrofe seria permitida antes de se identificar os fiéis a Deus; identificação esta, como já foi mencionado, é para separar os justos e os ímpios, para que os anjos (que não são oniscientes) possam distinguir entre um fiel e entre um ímpio. Agora adentramos mais especificamente ao número 144.000. Há aqui duas interpretações: uma diz que os 144 mil são verdadeiramente e somente Judeus; a outra afirma que os 144 mil representam todos os que creram em Cristo após o arrebatamento da Igreja, incluindo aí tanto Judeus como gentios. Qual das duas é a correta não tem muita importância para o caso em questão, o importante aqui é compreendermos que esses 144 mil não são o número exato e real destes fiéis, mas sim que eles representam uma simbologia.

O livro do Apocalipse é reconhecidamente um livro repleto de alegorias. Observemos apenas a descrição da nova Jerusalém em Ap 21:15-17, que diz: “E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo”. A cidade é descrita como um cubo perfeito, do mesmo modo como o Santo dos Santos no Tabernáculo do AT, aonde Deus manifestava a sua glória e poder purificador, enchendo o Santíssimo de sua santa glória; do mesmo modo, o cubo perfeito que simboliza a nova Jerusalém nos demonstra a perfeição da cidade, e que a mesma será cheia da glória e da santidade de Deus. É óbvio que Deus não criará uma cidade em um quadrado, aonde os moradores da parte de cima ficarão de cabeça para baixo em relação aos que estão em baixo, e os moradores das laterais ficarão em uma posição perpendicular em relação aos demais, uma concepção desta é no mínimo ridícula e cômica. Jesus disse que Ele era a videira verdadeira e nós as varas (Jo 15:5), disse que era a porta (Jo 10:9) e disse ainda que era o pão vivo que desceu do céu (Jo 6:51), mas nem por causa disso nós imaginamos Jesus literalmente como sendo uma árvore aonde nós podemos chegar e arrancar um fruto, uma porta por onde nós passamos por dentro e muito menos um pedaço de pão que possamos comer. O que eu quero dizer é que a Bíblia é um livro espiritual, e que, portanto, deve ser interpretado com os olhos espirituais (1 Co 2:14,15); é bem certo que ela contém relatos e descrições reais, mas um bom conhecimento bíblico, da pessoa de Deus, discernimento espiritual e um bom uso da razão nos mostram quando algo é literal e quando algo é simbólico (ver Jo 6:54-58).

Doze era o número das tribos de Israel (Antiga Aliança) e o número dos apóstolos de Cristo (Nova Aliança), percebemos aí o seu valor espiritual e moral. Doze mil de cada tribo de Israel representa os israelitas que creram em Cristo no período tribulacionista e se manteram fiéis a Ele. Os membros da Igreja já arrebatada são identificados na seqüência do capítulo 7, no verso 9, que diz: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos”; percebe-se neste verso que os membros da Igreja que se encontravam na glória (‘diante do trono’) formavam ‘uma multidão a qual ninguém podia contar’, derrubando de vez o ensino jeovista de que apenas 144 mil vão para o céu. Verdadeiramente os 144 mil do capítulo 7 representam os israelitas convertidos, até porque seria algo extremamente estranho que exatamente 12 mil judeus descendentes de cada tribo aceitassem a Cristo como o Messias. Sem dúvida alguma Deus não se limitaria a tal coisa.

A leitura de Ap 14:1-5 acaba de vez com toda dúvida. O monte Sião está intrinsecamente ligado a Israel e chega a ser usado a expressão ‘monte Sião’ como analogia a ‘Israel’, cf. 2 Re 19:31; Sl 48:2; 74:2; 78:68; Is 18:7; 24:23; 29:8; Jl 2:32; Ob 1:17; Mq 4:7. Nesta passagem apocalíptica vê-se a cena de Cristo sobre o monte Sião com os 144 mil crentes fiéis. Estes 144 mil não representam a Igreja já arrebatada, pois os sete anos de tribulação ainda não se findaram e Cristo ainda não desceu com os Santos do AT e com a Igreja glorificada, mas representam sim todos os judeus que creram no período tribulacionista, possivelmente não só os judeus, mas também os gentios que vieram a crer, visto que Paulo chama os gentios convertidos de ‘Israel de Deus’ em Gl 6:16 (ver Ap 6:9-11).

Anchieta Campos

15 comentários:

Anônimo disse...

A paz do Senhor.
Meu nome é Calebi Rolan, estou em Santa Catarina na AD de São Francisco do Sul. Gostaria de parabenizá-lo pelos assuntos do Blog. A leitura é muito agradável. Peço para que entre em contato comigo pelo mail calebifernandes@msn.com
Sou Maestro da Filarmônica da AD e mantenedor do Site www.numeadsfs.com.br
Desde já agradeço. Um forte abraço. Que Deus o Abençoe.

Anônimo disse...

A paz do Senhor!
Gostaria de saber sua opinião sobre os timidos que se encontram em apocalipce 21:8. Quem são eles e onde estão?
No meu entender, são aqueles que por falta de conhecimento da Palavra de Deus, se negam a fazer a obra, pois tem medo de serem questionados.

Anchieta Campos disse...

A Paz do Senhor irmão Joiloil Carlos. Primeiramente obrigado pela sua participação em meu blog.
Os "tímidos" de Ap 21:8 realmente não são pessoas que tem em sua personalidade a característica da timidez.
Veja o texto de Mc 4:40: "E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?". Aqui claramente Jesus não censurou a qualidade "timidez" que poderia ser parte de algum, todos ou nenhum daqueles discípulos, mas censurou o temor deles (cf. Mt 8:26).
Os "tímidos" de Ap 21:8 realmente são pessoas covardes, frouxas, que se deixaram amedrontar pelas ameaças do povo ímpio e conseqüências de exteriorizar a sua fé em Cristo (cf. Mt 10:32,33 e Mc 8:38). A versão NVI (independente de alguns erros que contém) traduz Ap 21:8 substituíndo (de um forma correta neste caso) a palavra "tímidos" por "covardes", demonstrando o real significado da palavra "tímidos" em seu original (colocando as duas como sinônimos no contexto da passagem).
Os verdadeiros crentes, os salvos, são os que seguem o exemplo dos fiéis de Pérgamo: "e reténs o meu nome e não negaste a minha fé" Ap 2:13.
Como bem disse o Apóstolo Paulo: "se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará" 2 Tm 2:12. Amém.

Espero ter contribuído com o amado irmão, lhe dizendo que me encontro sempre à disposição para ajudar (até a minha limitada capacidade).

Abraços fraternos!

Atenciosamente,

Anchieta Campos

marcelo victor disse...

Srs,
Parece-me que há dois grupos distintos de 144 mil, um para o Velho Testamento e outro para o Novo Testamento (ambos judeus).
Um grupo de 144 mil parece referir-se aos judeus que seriam assinalados durante as tribulações, conforme Ap 7 (em consonância com Ezequiel 9).
O outro grupo de 144 mil judeus, citados em Ap 14, parece referir-se a judeus fiéis do Velho Testamento, comprados como premícias e assinalados com o nome do Pai do Cordeiro.
Parece haver um paralelismo entre o Velho e o Novo Testamentos, conforme a simbologia utilizada para os 24 anciães que estão ao redor do trono de DEUS, referindo-se possivelmente aos 12 patriarcas e aos 12 apóstolos de Cristo, todos judeus.
A igreja parece formar um terceiro grupo, citada como a grande multidão com vestes brancas e palmas nas mãos (Ap 7 e 15).
Há ainda um outro grupo de almas, aquelas que estão debaixo do altar de DEUS, que morreram por amor à Palavra de DEUS e esperam a vingança (Novo e Velho Testamento). Em que grupo estariam essas almas?

Anchieta Campos disse...

Caro Marcelo Victor, saudações fraternas em Cristo.

Os 144 mil de Ap 14 não se refere a judeus fiéis do Velho Testamento. Este grupo se encontrava com o Cordeiro (Cristo), cf. verso 01, bem como são qualificados como pessoas que ‘seguem o Cordeiro para onde quer que vá’ (v. 04), o que nitidamente exclui os judeus fiéis do AT, haja vista os mesmos não terem conhecido ao Cordeiro de Deus (Cristo).

Ezequiel 9 realmente trata do período tribulacional, notadamente fazendo alusão a Jerusalém neste período. Creio que a assinalação de Ez 9 seja a mesma descrita em Ap 7.

Realmente os 24 anciãos representam as 12 tribos de Israel e os 12 apóstolos de Cristo, mas cada grupo representa uma aliança distinta da outra, não se restringindo ambas figuras somente para representar o povo judeu. Essa distinção fica clara em Ap 21:10-14, na descrição inicial da morada eterna, na qual habitarão todos os salvos de todas as épocas.

Em relação ao grupo de almas descrito em Ap 6:9, o mesmo se refere a Igreja já arrebatada/ressuscitada, bem como que possivelmente os salvos ressuscitados do AT também estejam neste grupo.

Basicamente é isto.

Abraço.

Anchieta Campos

marcelo victor disse...

Permita-me discordar de sua sincera opinião, Sr Anchieta, pois, no meu modesto entender, os justos do Velho Testamento também seguiam o Cordeiro, o qual nada mais é do que a Palavra de DEUS, Jesus Cristo.
Lembre-se de que Elias e Moisés foram vistos conversando com Ele, o que nos faz crer que O conheciam, e que, em vida, antes mesmo Dele se fazer carne e habitar entre nós, o Senhor DEUS revelou-lhes a Sua glória (a glória que Jesus Cristo tinha antes mesmo da fundação do mundo, pois Nele, por Ele e para Ele foram feitas todas as coisas).
Os justos do Velho Testamento, tais como Moisés, Samuel, Isaías, Elias e muitos outros (muitos dos quais não são sequer citados nas Sagradas Escrituras) honraram a Palavra (o Cordeiro de DEUS) em vida, viram a sua glória durante seus peregrinares (conforme Is 6:1-5, Ez 1:28) e não se contaminaram com o mundo, tendo sido irrepreensíveis (sob a ótica divina).
Perceba que logo em seguida à queda de babilônia, no mesmo capítulo que trata dos 144 mil (Ap 14), a terra é segada (ceifada), de forma que os bons frutos (os escolhidos) são recolhidos para o céu por um semelhante ao Filho do homem, que possuía uma coroa de ouro na cabeça, e os maus, mediante a ação de outro anjo, são lançados no lagar da ira de DEUS.
Na seqüência dos acontecimentos, em Ap 15, os mesmos que foram recolhidos para o céu na ceifa daquele que possuía uma coroa de ouro, são vistos com as harpas, cantando cânticos de louvor, por haverem sido salvos.

Todavia, Sr Anchieta, respeito sua opinião.

Cordialmente,
Marcelo Victor.

marcelo victor disse...

Sr Anchieta,
Apenas para complementar minha modesta opinião, o evangelho de João retrata no capítulo 8, verso 56, que Abraão exultou por ver o dia do Senhor Jesus e o viu, conferindo com o fato de que muitos santos do Velho Testamento não só profetizaram a respeito do Filho do homem, como também tiveram a oportunidade de conhecê-lo (em visões, revelações, sonhos, pessoalmente em espírito e de outras formas milagrosas que aprouve a DEUS, incompreensíveis para a mente humana).
Quanto à "vindima da terra" (Ap 14), basta ler Joel 3.
Respeitosamente,
Marcelo Victor.

Anchieta Campos disse...

Caro Marcelo, a paz do Senhor.

Com certeza também respeito o seu ponto de vista, até porque você levantou pontos meramente secundários da sistemática cristã, os quais não influenciam diretamente nos fundamentos da fé. Portanto, não há espaço para conflitos.

Li e compreendo seus dois últimos comentários, mas me permita continuar com a minha já exposta conclusão.

Sobre Elias e Moisés, os mesmos conversaram com o Cristo glorificado, o Divino do céu de glória, sendo que neste ponto entra a questão do estado de consciência dos que morreram antes do estabelecimento da graça, o que já vem a ser outro assunto.
Ademais, Pedro, Tiago e João não chegaram a conhecer Elias e Moisés, mas isso não foi fator para impedir de reconhecê-los naquele momento.
Veja, portanto, que este primeiro levantamento encontra em sua frente toda uma sistemática e fatores que o envolve para uma melhor compreensão.

Em relação as visões de Isaías e Ezequiel, as mesmas não servem para demonstrar que os mesmos seguiram a Cristo, sua graça e ensinos. Ademais, a graça só veio a ser estabelecida com a morte e ressurreição de Jesus, sendo que até então prevalecia a dispensação da lei (cf. Mt 11:13; Lc 16:16; Gl 3:24,25; Hb 7:18,19).

Ademais, vemos que Abraão (Hb 11:8-10,17), Moisés (Hb 11:23,24), Elias, Isaías e Ezequiel (Hb 11:32, parte final), por mais que tivessem vivido pela fé no tempo da lei, morreram sem terem recebido as promessas, apenas vendo-as de longe (Hb 11:13,39), tendo as mesmas sido providas para nós que vivemos na dispensação da graça, por intermédio do cumprimento da lei por Cristo (Hb 11:40). Portanto, claro é que a graça veio a ser estabelecida somente após Cristo, havendo uma nítida distinção entre as alianças, entre os grupos, entre épocas de pessoas, não havendo uma direta participação dos santos do AT com a graça do NT.

"E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes. Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram" Lc 10:23,24.

Em Ap 21:10-14 vemos que as portas da cidade eterna fazem uma clara alusão à Lei e ao AT, através da figura dos 12 nomes das tribos de Israel sobre as portas da mesma (v. 12). Mais na frente vemos agora a alusão à graça e ao NT, através da figura dos 12 nomes dos apóstolos do Cordeiro. Oras, sendo esta cidade a morada eterna dos salvos de todas as épocas e dispensações, mister que a mesma seja estruturada sob as duas grandes dispensações, que são a lei e a graça, representadas por figuras importantes em uma casa, que são as portas e os fundamentos.

Por fim, Jo 8:56 está intimamente relacionado com as promessas em torno de Isaque, onde neste versículo Jesus assume para si as figuras proféticas externadas na vida de Isaque. Podemos entender a alegria de Abraão no nascimento improvável de Isaque e em Deus ter dado um cordeiro para sacrifício em lugar do menino; sendo assim, Jesus estaria afirmando sua Messiânidade (por ser filho/descendente de Abraão) e sua missão como Cordeiro de Deus, dado em lugar da humanidade (representada por Isaque). Há ainda alguns que afirmam que Abraão viu nestes dois atos (nascimento e livramento de Isaque) o plano de salvação de Deus para a humanidade, motivo pelo qual teria se alegrado.

Sem mais nada para externar, encerro desejando que te vá bem, bem como que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre sobre você e os seus. Amém.

Anchieta Campos

marcelo victor disse...

Sr Achieta,
Agradeço a consideração e o respeito.
Entendo que suas colocações a respeito do que pensa, de forma alguma anulam a possibilidade de haver dois grupos distintos de 144 mil. Um que se refere ao período tribulacional e possivelmente outro formado por outros judeus fiéis à fé em Cristo (à Palavra de DEUS) do Velho Testamento (somados ou não a fiéis do Novo Testamento).
Os do Velho Testamento, ainda que não tenham alcançado o privilégio de andar com o Filho de DEUS na terra ou viver na época da graça, foram fiéis e irrepreensíveis e, por certo, tomarão parte no desfecho de todas as coisas, ocupando um lugar de honra (salvo melhor juízo de DEUS).
Algumas promessas feitas aos eleitos da Graça citam inclusive servos de DEUS do passado, corroborando com a idéia de que o Senhor DEUS os tem em elevada estima e os reserva lugares sobreexcelentes na história final deste mundo, como por exemplo: “...(os eleitos) sentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó” (referindo-se a uma vitória que alcançarão os que permanecerem fiéis à doutrina revelada pelo Espírito Santo até à morte).
Homens como Jó, Daniel, Abraão, Samuel e outros fiéis, em seus dias, representavam para os demais a própria personificação da Palavra de DEUS, embora eles pregasse a vinda do Messias.
Eu poderia ousar a estabelecer uma escala de valores e dizer que tais homens do passado tiveram uma importância maior do que, por exemplo, o ladrão da cruz, que foi salvo por um decreto divino, mas efetivamente não morreu pelo Evangelho (e sim pelas suas obras más), nem muito menos esteve à frente de um povo, ou qualquer coisa que o valha (como muitos santos do passado o fizeram).
Todavia, prefiro me eximir, pois o juízo está unicamente nas mãos de DEUS e o próprio Senhor Jesus afirmou que o menor no reino dos céus era maior do que João Batista.
Respeitosamente,
Marcelo Victor

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão Marcelo, saudações fraternas em Cristo.

Foi um prazer trocar idéias com você.

Sem mais o que acrescentar, apenas destaco que concordo com o exposto por vossa pessoa no último comentário (com exceção do primeiro parágrafo, que foi o ponto de nossa pequena divergência).

Deus te abençoe. Abraço.

Anchieta Campos

marcelo victor disse...

Caro Anchieta,
Ainda no mesmo tema do seu blog, talvez valesse a pena pensar um pouquinho a respeito da série de acontecimentos maravilhosos e divinos que se sucederam na morte, e logo após à morte, do Senhor Jesus Cristo, entre os quais o que se refere à ressurreição de muitos santos, ocorrida após a ressurreição Dele (Mt 27:52-53). Dizem as Escrituras que os tais santos saíram dos sepulcros e entraram na Cidade Santa (não esclarece se trata-se da celestial ou da terrena, todavia fala que foram vistos por muitos, ou seja, ocorreu e tem testemunhas que inclusive relataram a Mateus).
Quem sabe não seja tão infundada assim a minha idéia original a respeito dos 144 mil do capítulo 14 de Apocalipse? Ou seja, santos do Velho Testamento que seguiam fielmente o Cordeiro (a Palavra).
Ainda para pensar mais um pouquinho: me parece bem provável que os 144 mil de Apocalipse 7 não sejam os mesmos de Ap 14, ou não? Até porque a ceifa da terra ocorre após a visão do Cordeiro com os 144 mil no Monte Sião.
Respeitosamente,
Marcelo Victor

marcelo victor disse...

Uma retificação referente ao comentário que fiz em 28/06:
Mt 27:53 não se refere à Jerusalém celestial e sim a terrana.
A entrada na celestial só ocorrerá após o juízo final, para aqueles que forem achados dignos (Ap 21 e 22).
Marcelo Victor

Anchieta Campos disse...

Caro Marcelo, saudações.

A passagem de Mt 27:52,53 não nos fornece subsídios suficientes para crer que se tratem de crentes do AT.

O objetivo de tais ressurreições fora primordialmente demonstrar a autenticidade do ministério de Cristo (v. 54), bem como o poder de sua morte, além de apontar o plano da ressurreição que estava se iniciando naquele momento e que viria a se consumar três dias após.

No demais, em relação a pequena divergência sobre os 144 mil, repito o que já fora exposto nos comentários anteriores.

Abraço.

Anchieta Campos

marcelo victor disse...

Diz a Palavra que se tratava de SANTOS (separados por DEUS).
Claro que nesse número poderiam estar incluídos João Batista e José (pai de Jesus), mas creio que, conforme as Escrituras, sejam eles os únicos chamados SANTOS que morreram entre o nascimento e a morte do Senhor Jesus.
Dentro dessa linha de raciocínio, um fator que corrobora com essa possibilidade é o fato de que João e José, possivelmente, fossem bastante conhecidos de muitos que ainda viviam naqueles dias (principalmente João Batista).
Porém, julgo ser bem mais provável que se tratava de grandes homens do passado (VT), em virtude das Escrituras utilizar a palavra "muitos". Além do que, o grosso do número dos chamados SANTOS do NT ainda iria morrer pela Palavra.
Os muitos SANTOS do VT que ressuscitaram naquela ocasião possivelmente foram conhecidos dos judeus que os viram, pelo mesmo poder que fez com que Pedro, João e Tiago reconheceram Elias e Moisés no monte da transfiguração sem nunca terem estados com os mesmos.
Não posso afirmar que sim, mas negar peremptoriamente essa probabilidade é também um grande risco.
Veja que em Apocalipse 6, as Escrituras relatam que as almas dos que foram mortos pela Palavra estavam repousando debaixo do altar de DEUS. Mesmo que eu queira, não consigo imaginar que nesse número não estão incluídos grandes profetas e servos de DEUS que foram mortos pela Palavra no VT, como Zacarias.
Saudações e obrigado pela paciência.
Marcelo Victor

Anchieta Campos disse...

Marcelo,

Olha, sinceramente, eu não sei quem foi que ressuscitou na morte de Jesus, a Bíblia não diz quem foi. Mas creio que não foram pessoas do AT, pois o objetivo deste evento não era ressuscitar os "famosos" da antiga aliança. A ênfase deste evento não repousa nas personalidades do AT, mas sim no que já falei no comentário acima.

Ora, se personalidades santas e famosas do AT tivessem ressuscitado neste evento, com certeza teriam sido nomeadas, assim como foi na transfiguração. Mas o termo genérico "santos" já designa que foram pessoas "normais", sem muito destaque no passado e/ou no presente, mas tão somente conhecidos pelos da época de Cristo como pessoas de uma vida piedosa e devota à Deus.

Comentando tal passagem, o teólogo Donald C. Stamps, autor das notas e estudos da Biblia de Estudo Pentecostal, CPAD, assim se expressa com a sua reconhecida precisão e temperança bíblica:

"O significado deste evento é o prenúncio profético de que a morte e a ressurreição de Cristo garantem a nossa ressurreição gloriosa na sua vinda. A ressurreição de Cristo foi a derrota da morte (ver 1 Co 15:50-58; 1 Ts 4:14)".

Portanto, não cabe a nós especularmos coisas sem uma coerente sistemática e fundamento bíblico.

Com certeza todos os salvos, de todas as épocas, sejam judeus ou gentios, da Antiga ou Nova aliança, estarão todos juntos com Cristo na morada eterna, onde para sempre viverão; e é isso que importa! Não faz muito sentido querer por fina força que os santos do AT tenham conhecido e seguido a Cristo, bem como tenham tido parte da dispensação da graça. Oras, os judeus salvos seguiram corretamente o Senhor Único Deus, o que é a mesma honra de seguir a Cristo, pois no "final das contas" é o mesmo Deus! Não sei a razão de ficar batendo nesta secundária tecla doutrinária, bem como não sei de onde veio a ter esta noção e tamanha devoção em defender tal especificidade da fé.

Cada dispensação em seu devido lugar; cada povo em sua devida época e dispensação. Mas com certeza todos juntos no céu, juntamente com a eterno Deus Trino.

A sistemática sobre o tema está posta, e praticamente em sua totalidade (não tinha tido conhecimento anterior de um pensamento divergente como o seu) aponta para este bom sendo bíblico por mim já exposto.

Mas, repito mais uma vez: respeito a sua opinião, mesmo que não veja norte algum para compactuar desta especificidade levantada pelo amado irmão.

No demais, encerro aqui as trocas de idéias sobre este particular bíblico, crendo que o principal da temática sobre a ressurreição e vida eterna estão blindados com uma harmonia nossa.

Deus te abençoe cada vez mais.

Abraço.

Anchieta Campos