quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Jeová e o nome de Deus. A importância do nome Jesus.

Irei tecer breves comentários a respeito da questão do nome próprio de Deus, cujo as TJs defendem arduamente ser só e somente só Jeová. O próprio nome do movimento está embasado nessa errônea crença, que foi adotada oficialmente em 1931.

O nome JEOVÁ, na verdade, é o produto final de acomodações e transformações literárias da língua hebraica, mais especificamente do tetragrama YHVH, que aparece 6.823 vezes no AT. No hebraico a literatura era composta apenas de consoantes, ou seja, usavam-se apenas as consoantes para se escrever, sendo as vogais apenas pronunciadas; percebe-se de pronto que as vogais eram transmitidas de uma geração judia para a outra apenas da forma oral e não escrita. No momento da fala inseriam-se as vogais para suprir as lacunas e alcançar os devidos objetivos da comunicação. Apenas no século IV, com o surgimento no cenário erudito dos “Massoretas” (do hebraico ‘massorah’ = ‘tradição’), que eram um grupo de pessoas preocupadas por preservar a tradição oral da língua hebraica (que se encontrava em pleno declínio, vendo a ser restabelecida apenas no ano de 1948 com a criação do Estado de Israel) é que se instituiu um sistema de pontos e sinais representando as vogais (sons vocálicos abertos e fechados), sistema esse que ficou conhecido como “sinais massoréticos”. Em relação ao nome de Deus, os massoretas inseriram os sinais vocálicos da palavra ADONAY no tetragrama, surgindo assim as derivadas expressões IAHWEH (que diga-se de passagem é a pronúncia mais próxima do tetragrama), JEHOVAH, IAVÉ e JEOVÁ. Mas somente a partir de 1514 é que se materializou a predominância do uso da palavra JEOVÁ, principalmente nos escritos católicos romanos, herança essa que o protestantismo absorveu e mantém na maioria de suas traduções tradicionais atuais. Nas edições bíblicas mais recentes as expressões IAHWEH e JAVÉ tem tido a preferência. Percebe-se e convém destacar que essas anotações massoréticas não fazem parte do texto original dos sagrados escritos, aonde os manuscritos originais hebraicos são totalmente consonantais. Essas considerações já desmistificam qualquer sentido especial dado a derivação JEOVÁ, sendo essa expressão, como já foi dito, apenas um dos produtos finais de acomodações e transformações literárias da língua hebraica.

Em relação ao uso dos sinais da palavra ADONAY pelos massoretas para se “vocalizar” o tetragrama, tem que se frisar que havia um temor e até mesmo um certo misticismo em torno da expressão YHVH, com toda certeza por causa de Êx 20:7 que diz: “Não tomarás o nome do Senhor [YHVH] teu Deus em vão; porque o Senhor [YHVH] teu Deus não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão”. Quando os judeus se deparavam com o tetragrama eles simplesmente de uma forma automática pronunciavam, liam e falavam ADONAY, que significa Senhor. Por causa deste temor os judeus deixaram de pronunciar o nome divino tal qual ele fora registrado no original, nos deixando assim sem saber que vogais eles usavam nas raríssimas pronuncias do tetragrama. Interessante destacarmos que as próprias TJs admitem essa realidade, aonde no livro “Poderá viver para sempre no paraíso na terra”, pág. 43, parág. 11, lemos: “Portanto, o problema hoje é que não temos meios de saber exatamente que vogais os hebreus usavam junto com as letras YHVH”; e mais, no livro “O Nome Divino que durará para sempre”, pág. 7, no rodapé da página lemos que: “Portanto, é evidente que a pronúncia original do nome de Deus não mais é conhecida. Nem é realmente importante. Se fosse, o próprio Deus se teria certificado de que fosse preservada para o nosso uso”. Mas mesmo depois dessas afirmativas jeovistas, eles ainda dizem, de uma forma totalmente incoerente, contraditória e até ilógica, que quem não conhece o nome de Deus não alcança a salvação: “… De fato, conhecer tal nome é necessário para a salvação, conforme diz a Bíblia, ‘pois todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo’ Rm 10.13…” (Poderá viver para sempre no Paraíso na Terra, pág. 185, parág. 5.).

Quanto à substituição aleatória e ao bel-prazer da palavra ‘Senhor’ por ‘Jeová’ em todo o Novo Testamento da TNM (Tradução do Novo Mundo, das TJs), como se pode perceber em Rm 10:13, temos aí mais um caso de assassinato às claras da boa gramática grega. A palavra que aparece no original grego para Senhor em todo o Novo Testamento é KURIOS, que sempre foi, continua e continuará a ser traduzida por Senhor; nenhuma correspondente grega para a expressão hebraica YHVH ou Jeová aparece nos manuscritos gregos. As TJs trocaram por conta própria ‘Senhor’ por ‘Jeová’ 237 vezes! Somente na Tradução do Novo Mundo é que se encontra a palavra Jeová no Novo Testamento! Interessante destacar que KURIOS é a mesma expressão que se usa para Cristo quando Deus, mas claro, as TJs omitem esse fato em sua tradução.

Deus, como o Ser Supremo por excelência que É, Perfeito e Infinito em todos os seus atributos, Magnífico, Tremendo, Criador e Sustentador simplesmente de tudo que há no Universo e nos Céus, Aquele que diz tranquilamente palavras como estas: “Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu, ó terra, porque fala o Senhor” Is 1:2; “Calai-vos perante mim, ó ilhas” Is 41:1; “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” Is 43:13; “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra” Salmo 46:10 e inúmeras outras passagens que demonstram um pouco quem Ele É; para um Ser como Este, simplesmente, não existe nenhum nome que O possa definir ou que seja digno de ser o nome próprio de Deus. Mesmo em Ap 3:12, aonde Cristo deixa a entender que Deus tem mesmo um nome, percebe-se que esse nome ainda não é conhecido ou público, diferentemente do nome da cidade de Deus, a Nova Jerusalém. O nome de Ap 3:12 pode até mesmo ser um novo nome, posto que o próprio Jesus terá um novo nome (v. 3:12), nós teremos também um novo nome, o qual somente nós o conheceremos (Ap 2:17), além do que existirá um novo céu, nova terra e tudo se fará novo (Ap 21:1-5). Mesmo que esse nome de Deus seja um nome já existente, as palavras de Cristo transmitem a clara idéia de que ele ainda não é conhecido (i.e manifesto).

A Bíblia nos mostra, em inúmeras passagens, que Deus não é chamado apenas por um nome, pelo simples motivo dEle ser Deus e de não haver um nome digno de sua Majestade. Ele pode, simplesmente, ser chamado do modo como lhe aprouver, com os adjetivos humanos mais próximos para demonstrar quem Ele É (ver Ap 1:8). O próprio Jesus (que é Deus) foi chamado de Emanuel (Is 7:4) que significa ‘Deus conosco’, além dos nomes Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Is 9:6), Renovo (Zc 6:12), Palavra de Deus (Ap 19:13) e muitos outros nomes que falam um pouco de quem Ele É.

O nome JESUS vem do hebraico YEHOSHUA, que se traduzia JOSUÉ no hebraico, que significa “o Senhor (Iavé) salva”; na Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento) usou-se o nome IESUS para traduzir YEHOSHUA, daí o nome escrito JESUS no português e inglês. O próprio Deus Pai se autodenominou de o ‘Santo de Jacó’ em Is 29:23; inúmeras passagens, como 2 Re 19:22, Salmos 71:22, 78:41, 89:18, Is 1:4, 12:6, 30:15 e 41:14 chamam o Pai de o ‘Santo de Israel’. Versículos como Is 47:4 “O nosso redentor cujo nome é o SENHOR dos Exércitos, é o Santo de Israel”, Is 54:5 “Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra” e Am 4:13 “Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome”, acabam, de uma vez por todas, a pretensão jeovista de que Jeová é o nome de Deus.

Para enterrar de vez o pensamento herético das TJs, mas enterrar mesmo, lá pra uns 500 metros de profundidade, basta apenas transcrever Êx 3:13-15 que diz: “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração”. Deus simplesmente disse que Ele Era, É e sempre Será! Deus afirmou aqui a sua eternidade. No original aparece o verbo “hayah” na forma do incompleto (passado é completo, presente é incompleto e futuro é incompleto), possibilitando as traduções “Eu Serei o Que Sou”, “Eu Sou o Que Tenho Sido”, “Eu Continuo a Ser o Que Sempre Fui” e/ou simplesmente “Eu Sou o Eterno”, que convenhamos, já diz tudo!

Demonstrado que Jeová é apenas mais um dos nomes que designa os atributos de Deus, convém expor a importância do nome de Jesus para a Igreja neo-testamentária.

Somente no nome de Jesus nós temos a salvação, “Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” At 4:10-12 e ver ainda At 16:30,31. Em nome de Jesus nós temos o perdão dos pecados e a vida eterna, conforme Lc 24:47, Jo 20:31 e At 10:43. Quem crê em seu nome é feito filhos de Deus (Jo 1:12). O mandamento de Deus é para que creiamos no nome de Jesus (1 Jo 3:23). Em nome de Jesus pessoas são curadas e demônios expulsos (At 3:6-8, Mc 16:17 e At 16:18). Saulo e os fariseus perseguiam os que falavam no e/ou em nome de Jesus (At 4:18, 5:40,41, 9:21 e 26:9). O que profere o nome de Cristo aparta-se da iniqüidade (2 Tm 2:19). O que der um copo de água aos que proferem ser discípulos de Cristo não perderá o seu galardão (Mc 9:41). Igrejas primitivas foram elogiadas por não negarem o nome de Jesus mesmo em meio as perseguições (Ap 2:13 e 3:8). Somos lavados, santificados e justificados em nome de Jesus (1 Co 6:11). Há um só Senhor, que é Jesus Cristo (1 Co 8:6). Enfim, Jesus está “Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” Ef 1:21 e que “ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra” Fl 2:10. Referências como Mt 10:22,32,33; 12:21; 18:5,20 e 24:9 apenas vem a reforçar a verdade bíblica da imensurável importância do nome de Jesus.

Vale destacar ainda que Jesus nunca chamou o Pai de Jeová (Mt 11:25; 26:39-42; Mc 14:36; Lc 10:21 e Jo 11:41). O nome Jeová não aparece nenhuma vez no Novo Testamento, mas o nome Jesus aparece 908 vezes e em todos os livros do NT.

Anchieta Campos

3 comentários:

Sagazvas disse...

A paz do Senhor a todos,Meu nome é Valdevan, moro em Ribeirão Pires Cidade de São Paulo,achei o blog muito bom, venho há algum tempo fazendo um estudo sobre seitas pois trabalho com alguns tj, sou novo no evangelho, mas a minha familia sempre foi cristã

Anchieta Campos disse...

A paz do Senhor, irmão Valdevan.

Obrigado por sua participação e palavras de apoio.

É bom ver um novo convertido já envolvido com o estudo da Palavra de Deus, preocupado em defendê-la e alertar os que estão no engodo.

Abraço.

Anchieta Campos

Anônimo disse...

É “o nome Jeová uma junção da palavra Adonai sobreposta ao tetragrama?

“QUANDO SURGIU O NOME JEOVÁ?

No hebraico moderno do século VI depois de Cristo, os Massoretas colocaram os sinais das vogais adonay nas consoantes do tetragrama, daí em diante que os clérigos católicos começaram a tentar escrever o nome divino: Iahweh, Jehovah, Iavé e Jeová.”

A declaração acima pode estar errada. Muitos eruditos acreditam que o nome ”Jeová” é uma forma hibrida “inventada tardiamente” no tempo dos Massoretas, entre 600 E.C -1100 E.C, e até mesmo Raimundo Martini (c. 1220-1287), o Dominicano, argumentou que a pontuação do Nome de Deus foi adicionada por Ben Naphtali e Ben Asher por volta de 900-960. Atualmente afirma-se que a chamada “forma hibrida” é derivada da combinação das letras latinas JHVH com as vogais de Adonai,contudo, há evidências de que a forma “Jeová” já estava presente foneticamente em textos gregos e semíticos durante a antiguidade tardia.

Encontramos a forma “Jeová” escrita Ιεωά em textos gregos do 2º e 3º século E.C.

The Grecised Hebrew text “εληιε Ιεωα ρουβα“ é interpretado como significando ”meus Deus Ieoa é mais poderoso”. (“La prononciation ‘Jehova’ du tétragramme“, O.T.S. vol. 5, 1948, pp. 57, 58. [Papiro Grego CXXI " PISTIS SOPHIA" (do 3º séc.), Biblioteca do Museu Britânico]

Uma coisa é certa após estas e muitas outras citações fica claro que muito antes dos Massoretas a forma IeHoWah já era usada o que torna a afirmação do site acima , no mínimo uma impossibilidade histórica.

Charles William King citando a obra “Na interpretação” (do 2º século) encontra o Nome na forma ΙΕΗΩΟΥΑ que segundo Charles…”se cada vogal grega for lida com o verdadeiro som grego” veremos o que ele chama de ” a correta representação da pronúncia hebraica da palavra Jeová“.Charles William King, The Gnostics and their remains: Ancient and Mediaeval (1887), pp. 199-200. (Clique aqui para ver os escritos de William King)

Tem se afirmado em publicações de referência e obras respeitadas que o Nome Jeová é uma sobreposição ao tetragrama das vogais da palavra Adonai. Até mesmo a obra Estudo perspicaz das Escrituras repete esta declaração (Veja nota *). Veja um exemplo na Encyclopedia Judaica (em Inglês) Volume 7 (Jerusalém, Israel, Publishing House 1971) nas páginas 680 declara:

“Cedo na era da idade média, quando o texto consonantal da Bíblia foi suprido com pontos vocálicos para facilitar a leitura correta tradicional,os pontos vocalicos para Adonai com uma variação- um sheva com o primeiro yod de YHWH ao invés do hateph patah sob o Alef de Adonai, foram usados para YHWH, assim produzindo a forma YeHoWaH“.

Como vimos esta declaração ignora documentos primitivos que já usavam a forma “Jeová” (YeHoWaH) em textos gregos e semíticos.


Mais Informações:

http://traducaodonovomundodefendida.blogspot.com/

Ou pesquise por: " Tradução do novo Mundo das Escrituras Sagradas Defendida ".

Obrigado...