domingo, 28 de setembro de 2008

A excelência do amor

“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição” Cl 3:14.

Vivemos em um mundo caído, atolado no lamaçal do pecado; a frieza de coração e falta de sentimentos e sensibilidade é algo assombroso na sociedade global em que vivemos. Pessoas frias, calculistas, sem compaixão e sem misericórdia são cada vez mais presentes e imitadas. A sensibilidade, o sentimento do amor e da compaixão são características cada vez mais escassas e repudiadas pela sociedade contemporânea, marca do final dos tempos (Mt 24:12). E o que fazer? Deixar de amar e de praticar a compaixão? De modo nenhum!

O amor em questão, do grego agápē (ἀγάπη), que é aquele amor incondicional (o qual deve ser sincero e não fingido, cf. Rm 12:9), é colocado na Bíblia acima de qualquer outro sentimento, inclusive acima da fé e da esperança (1 Co 13:13), sendo o fundamento de tudo quanto se deva fazer e praticar (1 Co 16:14). O amor foi o sentimento que levou Deus a salvar a humanidade por meio de Jesus Cristo (Jo 3:16; Rm 5:8; Ef 2:4,5). O amor é uma característica, senão a maior, do verdadeiro cristão (1 Jo 4:7,8), sendo o primeiro fruto do Espírito mencionado por Paulo (Gl 5:22). O amor é o meio operante da fé (Gl 5:6b). Somos convidados por Cristo a permanecermos no seu amor (Jo 15:9).

O amor é tão importante, que sem ele não pode o homem alcançar a salvação, sendo ele uma característica inegociável daquele que serve e segue verdadeiramente a Cristo (Mt 16:25). Quem ama aos outros cumpriu a lei (Rm 13:8), ou seja, o cumprimento da lei é o amor (Rm 13:10).

E o que concluímos de tudo isso? Concluímos que a essência de toda a fé cristã não se resume a fatores meramente externos, mortos e sem vida. A fé cristã é antes de tudo algo interno, do coração humano, algo espiritual, intocável fisicamente, que provém de uma relação íntima e indescritível entre Deus e o homem. Uma santidade puramente externa, sem o amor motivador interno, é algo condenável pela Bíblia, resultando apenas em aparência (2 Tm 3:5). Colocar a salvação como fruto dos nossos esforços e santidade é algo realmente estranho para as Sagradas Escrituras (Rm 11:6; Gl 2:16; Ef 2:8,9; Tt 3:5). O amor salvador transforma o caráter e as atitudes das pessoas (2 Co 5:17), mas não são as atitudes que transformam o caráter e os sentimentos das pessoas. É algo interno que se exterioriza, e nunca externo que se interioriza (1 Tm 5:24,25; Tg 2:14-18; 1 Jo 4:20).

No final, concluímos que “ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” 1 Co 13:1-3, pois o amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” 1 Co 13:7, e “o amor nunca falha” 1 Co 13:8a.

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” Rm 8:35-39.

Viva ao amor! Amemos, pois, uns aos outros! Deus se agrada disto.

Obs.: e que cada um também possa ser feliz em seu amor eros, do grego érōs (ἔρως), que é o amor apaixonado, envolvendo um homem e uma mulher, pois isto também é um dom de Deus (Ec 9:9).

Anchieta Campos

2 comentários:

carloshenrique disse...

A Paz, irmão Ahchieta Campos.
Um texto edificante.
Que através de nossas atitudes demonstremos nosso amor para com os perdidos.
E o que é ter amor? Não é tão somente dizer "eu te amo", o que não nego que se deva dizer, pois é bom dizer que amamos a tal pessoa.
Mas, quem ama de verdade quando vê que o outro está errado, sabe corrigir o que está no caminho errado para que retorne ao bom caminho.
O amor verdadeiro exorta, ensina, nos instrui e nos mostra o bom caminho da Salvação.
Que demonstremos cada dia mais esse verdadeiro amor por aqueles que estão ao nosso redor. E, que também perdoemos aos que nos ofendem, pois o verdadeiro amor perdoa a todos aqueles que o ofendem.
No Amor de Cristo Jesus, Carlos Henrique Xavier.

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Carlos Henrique, a paz do Senhor.

Ótima complementação!

Como disse, o verdadero amor jamais poderá se restringir apenas em palavras, e uma das maiores provas do amor de Deus nosso coração é o amor e zelo pelas almas perdidas que ainda não conhecem a Cristo.

Forte abraço!

Anchieta Campos