A sexualidade é um assunto bastante importante e delicado (até mesmo pelo descaso com que muitos líderes o tratam). É notório a todos que principalmente os jovens são alvo dos efeitos naturais de nossos corpos, no que diz respeito ao prazer que o sexo heterossexual produz tanto ao homem quanto a mulher. O silêncio neste assunto pode acabar por ser muito prejudicial aos jovens que se encontram no seio da Igreja Evangélica.
O temor em relação ao assunto é bastante positivo e benéfico para a vida de todo o povo de Deus. Escolhas, atitudes e principalmente conceitos errôneos (heresias) podem trazer sem sombra de dúvidas conseqüências trágicas; lembremo-nos apenas de Davi, dentro de tantos exemplos. Devemos sempre ter em mente as inspiradas palavras do Apóstolo Paulo em Rm 11:22 “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado”. Procedendo assim, todo irmão ou irmã estará dando passos firmes e seguros em direção ao sucesso ministerial e, acima de tudo, andando firmemente em direção aos céus. As conseqüências do pecado muitas vezes são imprevisíveis, mas sabemos que elas vêm e que não são nada boas.
Primeiramente cabe destacar que o sexo é criação de Deus e vontade de Deus para com o homem e a mulher (Gn 1:27,28; 2:24; 1 Tm 4:1-5), e isso boa parte da Igreja Cristã sabe muito bem. O problema não recai neste ponto, mas sim quando as pessoas esquecem o modo como proceder o relacionamento de acordo com os absolutos e inquestionáveis padrões estabelecidos por Deus. É aí aonde mora o perigo! E é especificamente sobre este enfoque que eu irei discorrer este artigo, qual seja, a relação do crente com o sexo, principalmente a virgindade e o sexo como algo sadio apenas dentro do leito matrimonial, haja vista não haver grandes problemas no que diz respeito à condenação do sexo anal e o homossexualismo por parte da Igreja Evangélica (Rm 1:24-27; 1 Co 6:9; 1 Tm 1:10).
A virgindade até o casamento é algo pregado e defendido de uma forma clara na Bíblia. Tomemos por base neste momento o texto de Dt 22:13-29 que diz:
“Quando um homem tomar mulher e, depois de coabitar com ela, a desprezar, E lhe imputar coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher, e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; Então o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da moça, e levá-los-ão aos anciãos da cidade, à porta; E o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém ele a despreza; E eis que lhe imputou coisas escandalosas, dizendo: Não achei virgem a tua filha; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E estenderão a roupa diante dos anciãos da cidade. Então os anciãos da mesma cidade tomarão aquele homem, e o castigarão. E o multarão em cem siclos de prata, e os darão ao pai da moça; porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, em todos os seus dias não a poderá despedir. Porém se isto for verdadeiro, isto é, que a virgindade não se achou na moça, Então levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim tirarás o mal do meio de ti. Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher; assim tirarás o mal de Israel. Quando houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, Então trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim tirarás o mal do meio de ti. E se algum homem no campo achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela; Porém à moça não farás nada. A moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo, e lhe tira a vida, assim é este caso. Pois a achou no campo; a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse. Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, Então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias”.
O texto de Deuteronômio fala por si só e é claríssimo eu seu objetivo de instrução. Ao analisarmos o texto em questão percebemos que o sexo só deveria ocorrer após o homem tomar uma mulher para si “um homem tomar mulher e, depois de coabitar com ela, a desprezar”, isso é, após ela deixar a casa de seus pais “E o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem” e “prostituindo-se na casa de seu pai”; percebe-se que o sexo apenas ocorria (deveria ocorrer) após o homem tomar a mulher para si, pois somente assim poderia ocorrer a verificação da virgindade da mesma. Veja ainda que a não virgindade antes do casamento era considerada como loucura “fez loucura em Israel”.
No mesmo texto ainda percebemos claramente a diferença entre noivado e casamento, aonde vemos o casamento em “Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido” e o noivado em “Quando houver moça virgem, desposada” (cf. Mt 1:18; Lc 1:27), aonde no noivado percebemos a ligação da virgindade com este estágio do relacionamento. No final do texto citado vemos ainda o estado solteiro em “Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada”.
O texto de Gn 2:24 “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” nos mostra claramente que o ‘ser uma só carne’ apenas seria para após o casamento, ou seja, ambos deixarem a casa dos pais e instituírem, de um modo claro para com a sociedade ao redor, que estavam assumindo um compromisso perante o homem e perante Deus.
E o que dizer do texto de 1 Co 7:9 “Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se”? Este texto nos mostra claramente a necessidade de se manter virgem até o devido casamento. O “conter-se” expressa de um modo inequívoco a luta que existe para o casal se manter na abstinência sexual até o leito matrimonial, sendo o casamento a única solução para o casal dar cabo a essa luta, que, sejamos sinceros, é difícil de vencê-la, mas necessário. Paulo era tão ciente da dificuldade em se manter casto até o casamento que ele conclui: “Porque é melhor casar do que abrasar-se”; abrasar-se é o mesmo que “ficar ardendo em desejos”, ou seja, até mesmo as intimidades pré-nupciais movidas pelo forte desejo do prazer eram (e são) prejudiciais aos crentes, sendo censuradas pelo apóstolo, quando ele diz que é melhor o casamento do que os desejos e intimidades fora do casamento.
Vale lembrar também que um dos “frutos do Espírito” é a “temperança” ou “domínio próprio” (Gl 5:22), aonde lemos em Gl 5:24 que “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”, isso implica em ter crucificado as “obras da carne” citadas em Gl 5:19-21, entre as quais estão o “adultério”, “prostituição”, “impureza”, “lascívia” e “coisas semelhantes a estas”.
Segue-se abaixo algumas definições:
A “temperança” (gr. egkrateia), significa o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1 Co 7:9; Tt 1:8 e 2:5).
O termo para fornicação (gr. porneia), descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais, i. e., imoralidade sexual de todas as formas. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18:6-30; 20:11,12,17,19-21; 1 Co 6:18; 1 Ts 4:3). O termo também abrange dentro do seu significado os feitos de gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficas (Mt 5:32; 19:9; At 15:20,29; 21:25; 1 Co 5:1). Esse termo (pornéia) bem como a palavra “moichéia” são ambos também traduzidos por “prostituição”.
A palavra grega “akatharsia”, traduzida por “impureza”, significa pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5:3; Cl 3:5).
A lascívia (gr. aselgeia), i. e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2 Co 12:21); enfim, é a ausência de princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa, tendo inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5:19; Ef 4:19; 1Pe 2:2,18).
Estas definições (extraídas e adaptadas da Bíblia de Estudo Pentecostal, páginas 1802 e 1921) nos ajudam a termos um entendimento mais amplo e correto sobre o tema sexualidade.
Por fim, todo o crente deve sempre procurar colocar as suas ações sobre o crivo de Fl 4:8 que diz: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. O sexo antes do casamento está nitidamente relacionado com a promiscuidade, imoralidade, má fama, pecado, enfim, com o mundo. É inegável que o casamento tradicional, com a noiva vestindo o famoso traje branco (símbolo de pureza e virgindade) é de boa fama, louvável, puro, amável e virtuoso para com a sociedade, quanto o mais deve ser para com o Povo de Deus.
Que todos os que compõem a Igreja do Senhor, bem como os não-crentes, possam bradar em alto e bom som: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará” Hb 13:4.
Permanecer sempre firme e fiel nestes santos e bíblicos propósitos, que são os corretos, ou seja, de manter um relacionamento puro e imaculado com a(o) namorada(o), noiva(o) ou esposa(o) é algo que garantirá noites tranqüilas de sono, paz, refrigério, gozo e esperança, além de estar-se agradando ao Senhor nosso Deus e regar o ministério terreno de quem assim age.
É difícil lutarmos contra a nossa própria natureza (Gl 5:17; Rm 7), mas devemos sempre buscar melhorar em nossa comunhão com Deus e com a sua Palavra (Hb 12:14; Fl 1:9), tendo um coração sincero (Pv 11:20) e voluntário para com o nosso Senhor (Sl 51:12).
“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado” Hb 12:12,13.
Anchieta Campos
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