domingo, 8 de fevereiro de 2009

O espiritismo e a Bíblia – Ressurreição X Reencarnação

Deixando um pouco de lado a “isca” de simples contestação postada abaixo, entro logo, sem perca de tempo, no campo doutrinário da Bíblia, com o fim de se refutar a idéia de uma comunhão entre o cristianismo bíblico e o espiritismo. Na verdade ao se refutar biblicamente os ensinos do espiritismo kardecista, está-se aniquilando a pretensa idéia desta moderna e mais influente linha espírita no ocidente, que é a idéia de um respaldo bíblico para os seus ensinos.

Pulando-se os antigos expoentes do espiritismo primitivo, bem como as suas filosofias e doutrinas, chegamos ao chamado e famoso espiritismo kardecista, o qual é realmente o de maior valia para ser abordado, haja vista ser a linha mais moderna e mais difundida no Brasil e ocidente. O espiritismo kardecista e sua doutrina espírita é o fruto do trabalho direto do francês Hippolyte Leon Denizard Rivail (1804-1869), que passou a adotar o famoso nome “Allan Kardec”. Rivail (ou Kardec), em 1857, retomou a análise e disseminação de antigos argumentos defendidos pelos cristãos e judeus reencarnacionistas séculos atrás. Em seu famoso “Livro dos Espíritos”, Kardec levantou novamente a idéia da reencarnação, buscando respaldar biblicamente sua filosofia reencarnacionista. Portanto, o espiritismo kardecista alega ter respaldo e apoio bíblico para as suas doutrinas, notadamente a reencarnação, sendo que ao se desqualificar esta suposta comunhão, está-se verdadeiramente desqualificando o kardecismo.

Kardec alegou que a condenação da doutrina da reencarnação pelos cristãos seria o fruto direto de uma manipulação da Igreja Católica Romana, a qual teria substituído o termo “reencarnação” por “ressurreição” no Segundo Concílio de Constantinopla (também conhecido como o Quinto Concílio Ecumênico, realizado de 5 de maio a 2 de junho de 553). E é exatamente neste ponto que irei me deter neste primeiro artigo puramente doutrinário/bíblico sobre o espiritismo: a Ressurreição, notadamente como um fator que condena a idéia reencarnacionista.

Primeiramente cabe distinguir os termos. Reencarnar significa o espírito voltar a habitar em um novo corpo, enquanto que ressurreição significa o espírito voltar a habitar o mesmo corpo. A Bíblia não faz nenhuma alusão à reencarnação, conquanto que à ressurreição há dezenas de alusões apenas no Novo Testamento.

O ensino bíblico sobre a ressurreição é pacífico e uno. Já no Antigo Testamento encontramos ensinos referentes à ressurreição. Citemos, dentre inúmeras referências, apenas duas, que se encontram em Isaías e em Daniel. “Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos” Is 26:19, e “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” Dn 12:2. Os textos são claros, ambos demonstram os caracteres envolventes da ressurreição bíblica. Primeiro percebemos a existência dos “mortos”, que são os que morreram e se encontram nesta situação, ou seja, não reencarnaram em outro corpo para tornar a vida; este ensino é confirmado por Isaías no paralelo relacional que ele faz entre os mortos (i.e., os que habitam no pó, ou seja, não ressuscitaram e permanecem com seus próprios corpos mortos, sem terem reencarnado em outro corpo) e o seu próprio cadáver (seu próprio corpo na condição de morto), afirmando que ambos tornarão a viver por ocasião da ressurreição, ou seja, o mesmo corpo (e não um novo) já morto tornará a vida na ressurreição (‘a terra lançará de si os mortos’). Por fim, o verso de Daniel confirma os ensinos de Isaías, afirmando que os que dormem no pó (os que morreram e tem seus corpos físicos já decompostos em pó) ressuscitarão em seus próprios corpos, seja para a vida eterna ou para o desprezo eterno (cf. At 24:15). O próprio uso do termo “dormir” denota o sentido de descanso e inconsciência desta vida terrena, fato que contraria a idéia espírita de reencarnação.

Selecionando algumas palavras de Jesus, haja vista muitas tratarem do tema, citemos neste momento uma passagem do Evangelho de João. “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” Jo 5:28,29. Jesus deixa claro que a ressurreição abrange ‘todos os que estão nos sepulcros’, ou seja, todos os mortos em seus próprios corpos físicos; mais um fato que contraria a idéia espírita da reencarnação (que sempre se dá em outro corpo). Estas palavras de Jesus ainda confirmam a idéia de uma ressurreição para julgamento (Hb 9:27), seja para a vida ou para a condenação.

Destaquemos que na passagem de Lc 20:27-38, onde Jesus responde a um questionamento dos saduceus, Jesus deixa implícito que os sete irmãos e a mulher serão as mesmas pessoas (com a mesma personalidade) no mundo vindouro (clara alusão ao céu, onde não se pode morrer, cf. verso 36), por ocasião da ressurreição, com o detalhe de não se casarem. Fato este também que contraria o ensino da reencarnação, pois com a reencarnação estar-se-ia adquirindo um novo corpo e uma nova personalidade, aniquilando a pessoa e corpo (com suas características) que morrera.

O texto sublime de Paulo sobre a ressurreição, 1 Co 15:12-54, vem também a contrariar a idéia reencarnacionista. O texto fala da ressurreição dos mortos comparando-a a ressurreição de Jesus (vs. 12, 13, 15 e 16), a qual sabemos que fora uma ressurreição física do próprio Jesus, da mesma pessoa, e não uma reencarnação em outro corpo/pessoa. O texto ainda fala da ‘ressurreição dos mortos’ (vs. 12, 13, 21 e 52). Fala que o último inimigo a ser vencido é a morte (v. 26), sendo que a mesma é vencida pela vitória proporcionada por Jesus (vs. 54 e 57), em uma clara alusão à ressurreição de Cristo. Afirma-se ainda que a ressurreição será no mesmo corpo, apenas com mudanças em relação a algumas de suas características, como a corrupção pela incorrupção (v. 42), desonra por glória e fraqueza por vigor (v. 43), natural por espiritual (v. 44), mortal por imortalidade (vs. 53 e 54).

Por fim, Paulo rogou aos irmãos de Tessalônica dizendo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele” 1 Ts 4:13,14. Aqui Paulo deixa claro que a tristeza dos crentes de Tessalônica era referente a falta de esperança dos mesmos reverem seus entes queridos por ocasião da ressurreição. Paulo os conforta dizendo que assim como Jesus morreu e ressuscitou (e não reencarnou, como acima já exposto), Deus irá trazer consigo os salvos (i.e., ‘aos que em Jesus dormem’), demonstrando e confirmando o ensino da ressurreição corporal e pessoal de cada crente. Destaque-se ainda que se Paulo os incentiva a ter esperança de reverem os seus entes queridos por ocasião da ressurreição, logo conclui-se por mera dedução lógica que os mesmos não reencarnaram em outro corpo e pessoa, mas ressuscitarão como sendo as mesmas pessoas, com semelhança física de seu corpo terreno, fato este que também contraria o ensino espírita da reencarnação.

Futuras abordagens de outros temas do espiritismo kardecista serão publicadas oportunamente.

Anchieta Campos

19 comentários:

Muita Paz! disse...

A Supressão da Reencarnação
O Concílio de Constantinopla - 553 D.C.

A Reencarnação escamoteada e suprimida pela Igreja Católica. Por que será ?

Até agora, quase todos os historiadores da igreja romana acreditam que a Doutrina da Reencarnação foi declarada herética durante o Concílio de Constantinopla em 553 D.C, atual Istambul, na Turquia. No entanto, a condenação da Doutrina se deve a uma ferrenha oposição pessoal do finado imperador Justiniano, que nunca esteve ligado aos protocolos do Concílio. Segundo Procópio, uma mulher de nome Teodora, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio, era a ambiciosa esposa de Justiniano, e na realidade, era quem manejava o poder. Ela, como cortesã, iniciou sua rápida ascensão ao Império. Para se libertar de um passado que a envergonhava, ordenou, mais tarde, o expurgo de quinhentas antigas "colegas" e, para não sofrer as conseqüências dessa ordem em uma outra vida como preconiza a lei do Carma, empenhou-se em suprimir toda a magnífica Doutrina da Reencarnação. Estava confiante no sucesso dessa anulação, decretada por Justiniano " em nome de DEUS " !

Em 543 D.C, o déspota imperador Justiniano, sem levar em conta o ponto de vista clerical, declarou guerra frontal aos ensinamentos de Orígenes - exegeta e Teólogo ( 185 - 235 D.C ), ( ver Obs. ao final ), condenando tais ensinamentos através de um sínodo especial. Em suas obras : De Principiis e Contra Celsum, Orígenes tinha reconhecido, abertamente, a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas. Ele pensava que certas passagens do Novo Testamento poderiam ser explicadas somente à luz da Reencarnação.

Do Concílio convocado por Justiniano só participaram bispos do oriente (ortodoxos). Nenhum de Roma. E o próprio "Papa", que estava em Constantinopla nesta ocasião, deixou isso bem claro.

O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios, não passou de um encontro, mais ou menos em caráter privado, organizado por Justiniano, que, mancomunado com alguns vassalos, excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio, e a publicação de seus anátemas. Embora estivesse em Roma naquela época, o Papa Vigílio seqüestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por oito anos, recusou-se a participar deste Concilio, quando Justiniano não assegurou o mesmo quórum de bispos representantes do leste e do oeste.

Uma vez convocado, o Concilio só incluiu 165 bispos da Cristandade em sua reunião final, dos quais 159 eram da Igreja oriental. Tal fato garantiu a Justiniano todos os votos de que precisava.

Muita Paz disse...

A conclusão oficial a que o Concílio chegou após uma discussão de quatro semanas teve que ser submetida ao "Papa" para ratificação. Na verdade, os documentos que lhe foram apresentados ( os assim chamados "Três Capítulos") versavam apenas sobre a disputa a respeito de três eruditos que Justiniano, há quatro anos, havia por um edito ( decreto ) declarado heréticos. Os "papas" seguintes, Pelagio I ( 556 - 561 D.C ), Pelagio II ( 579 - 590 D.C ) e Gregório ( 590 - 604 D.C ), quando se referiram ao quinto Concílio, nunca tocaram no nome de Orígenes.

A Igreja teve alguns concílios tumultuados. Mas parece que o V Concílio de Constantinopla II (553) bateu o recorde em matéria de desordem e mesmo de desrespeito aos bispos e ao próprio Papa Virgílio, papa da época.

Muitos inconformados alegam que esse Concílio não tratou da Reencarnação, e por isso a Igreja nunca esteve envolvida com tal princípio. Porém a verdade é que, os seus Cânons ( Regra geral de onde se inferem regras especiais ) do Magistério relacionado a este evento, mais especificamente o seu Cânon 11, trata da condenação das teses de Orígenes e suas referências à preexistência da alma. Vejamos uma versão em espanhol dessa parte decisória do Supremo Pontificado :


Magisterio del C.E II de Constantinopla :

[En parte idénticos con la Homología del Emperador, del año 551]

Can. 11. Si alguno no anatematiza a Arrio, Eunomio, Macedonio, Apolinar, Nestorio, Eutiques y Origenes, juntamente con sus impíos escritos, y a todos los demás herejes, condenados por la santa Iglesia Católica y Apostólica y por los cuatro antedichos santos Concilios, y a los que han pensado o piensan como los antedichos herejes y que permanecieron hasta el fin en su impiedad, ese tal sea anatema.

Aí está : O Cânon 11 ( Regra geral de onde se inferem regras especiais ) condenando Orígenes e suas teses da preexistência da alma. Ora, a preexistência do espírito com relação ao corpo vivificado por ele, é a base fundamental para a Teoria da Reencarnação, pois que, ao admitirmos o reencarne de um espírito, automaticamente estamos admitindo que ele já encarnou antes, pelo menos uma vez que seja.

Justiniano presidiu esse Concílio. Era um teólogo que queria saber mais de Teologia do que o Papa. Sua mulher, a imperatriz Teodora, foi uma cortesã e se imiscuía nos assuntos do governo do seu marido, e até nos de Teologia. Houve, portanto, a condenação da Doutrina da Preexistência, o que, "ipso facto", condenou também a reencarnação, pois não existe reencarnação sem a preexistência do Espírito.

Muita Paz! disse...

VEJA COMO É FÁCIL CONCLUIR : Como a Doutrina da Reencarnação pressupõe a da preexistência do espírito, Justiniano e Teodora PARTIRAM, PRIMEIRO, PARA DESESTRUTURAR A DA PREEXISTÊNCIA, COM O QUE ESTARIAM, AUTOMATICAMENTE, DESESTRUTURANDO A DA REENCARNAÇÃO ( !!! )

Então, em 543 d.C, Justiniano publicou um édito, em que expunha e condenava as principais idéias de Orígenes, sendo uma delas a da preexistência. Em seguida à publicação do citado édito, Justiniano determinou ao patriarca Menas de Constantinopla que convocasse um Sínodo, convidando os bispos para que votassem em seu édito, condenando dez anátemas deles constantes e atribuídos a Orígenes [O Mistério do Eterno Retorno, pág. 127-127, Jean Prieur, Editora Best Seller, São Paulo, 1996].

A principal cláusula ou anátema que nos interessa é a da condenação da preexistência que, em síntese, é a seguinte : "Quem sustentar a mítica crença na preexistência da alma e a opinião, conseqüentemente estranha, de sua volta, seja anátema" ( William Walker Atikinson, Ed. Pensamento, São Paulo, 1997).

Vamos ver agora essa cláusula na íntegra e NO ORIGINAL EM LATIM :

"Si quis dicit, aut sentit proexistere hominum animas, utpote quae antea mentes fuerint et sanctae, satietatemque cepisse divinae contemplationis, e in deterius conversas esse; atque ideirco apofixestai id este refrigisse a Dei charitate, et inde fixás graece, id est, animas esse nuncupatas, demissasque esse in corpora suplicii causa : anathema !"


OU SEJA :


"Se alguém diz ou sustenta que as almas humanas preexistiram na condição de inteligências e de santos poderes; que, tendo-se enojado da contemplação divina, tendo-se corrompido e, através disso, tendo-se arrefecido no amor a Deus, elas foram, por essa razão, chamadas de almas e, para seu castigo, mergulhadas em corpos, que ele seja anatematizado !" ( O Mistério do Eterno Retorno, pág. 127-127, Jean Prieur, Editora Best Seller, São Paulo, 1996 ).

Muita Paz disse...

Como se não bastasse, o tal Concílio NÃO DEVERIA TER VALIDADE UNIVERSAL, POIS NÃO FOI CONVOCADO PELO PAPA VIGILIUS que, na ocasião, achava-se prisioneiro do Imperador Justiniano !!! Vejam : O Imperador Justiniano mandou prender o Papa !!!

Além disso, há registros do historiador Paul Brunton ( com décadas de estudos comparativos das religiões e das tradições antigas do Oriente e um dos pensadores e Escritores mais perceptivos em transcrever aquela sabedoria para o mundo ocidental ) que afirma que Justiniano anexou ao relatório do Concílio de Constantinopla (553) um documento do Sínodo de Constantinopla, 543 d.C ( Sínodo é uma Assembléia de um pequeno número de bispos de uma região, enquanto que o Concílio Ecumênico é uma assembléia de todos os bispos da Igreja ), dando a entender que a condenção da Reencarnação, feita pelo Sínodo, fosse do Concílio !!! Veja como manipularam as decisões desse Concílio !!!

Paul Brunton foi considerado pelo meio acadêmico, como o maior sábio inglês do Século 20. Sua Obra "Verdades em Perspectivas", relata a morte, no Oriente Médio, de mais de um milhão de pessoas, logo após o Concílio de Constantinopla (553), em choques com as forças de segurança de Justiniano, porque não aceitaram a condenação da reencarnação.

Vamos agora, por curiosidade, transcrever o início da introdução histórica desse célebre Concílio, contida na obra "Hefele, History of the Councils", Vol. IV, p. 289 :

“In accordance with the imperial command but without the assent of the Pope, the Council was opened on the 5th of May A.D. 553, in the Secretarium of the Cathedral Church at Constantinople. Among those present were the Patriarchs, Eutychius of Constantinople, who presided, Apollinaris of Alexandria, Domninus of Antioch, three bishops as representatives of Patriarch Eustochius of Jesuralem, and 145 other metropolitans and bishops, of whom many came also in the place of a sent colleagues”.


OU SEJA :


“De acordo com ordens do Imperador mas sem o consentimento do Papa, o Concílio foi aberto em 5 de maio de 553 da nossa era cristã, na Secretaria da Igreja Catedral em Constantinopla. Entre os presentes achavam-se os Patriarcas Eutichis de Constantinopla, quem presidiu, Apollinaris de Alexandria, Domninus de Antioquia, três bispos como representantes do Patriarca Eustochius de Jerusalém, e 145 outros bispos metropolitanos e bispos, dos quais VÁRIOS VIERAM TAMBÉM EM LUGAR DE COLEGAS AUSENTES.”

Muita Paz! disse...

E por que tanta ênfase na condenação de Orígenes ??? Ora, Orígenes, em sua Obra Capital, “Dos Princípios”, livro I, passa em revista os numerosos argumentos que mostram, na preexistência e sobrevivência das almas em outros corpos, o corretivo necessário à desigualdade das condições humanas. De si mesmo inquire qual é a totalidade dos ciclos percorridos por sua alma em suas peregrinações através do Infinito, quais os progressos feitos em cada uma de suas estações, as circunstâncias da imensa viagem e a natureza particular de suas residências.

Está aí a argumentação de como É FACIL ESCAMOTEAR A VERDADE, quando dizem que o Concílio II de Constantinopla não condenou a Reencarnação. O termo "Reencarnação" não poderia mesmo constar em qualquer documento ORIGINAL, antes de 1853, quando Kardec o formalizou em suas Obras. REPITO : O que fizeram naquele Concílio foi enfraquecer as bases da pluralidade das existências. Como a Doutrina da Reencarnação pressupõe a da preexistência do espírito, Justiniano e Teodora PARTIRAM, PRIMEIRO, PARA DESESTRUTURAR A DA PREEXISTÊNCIA, COM O QUE ESTARIAM, AUTOMATICAMENTE, DESESTRUTURANDO A DA REENCARNAÇÃO ( !!! )


E a Igreja aceitou o edito de Justiniano - "Todo aquele que ensinar esta fantástica preexistência da alma e sua monstruosa renovação, será condenado" - como parte das conclusões do Concílio. Esta atitude da Igreja levou a reações tais como a do Cardeal Nicolau de Cusa que sustentou, em pleno Vaticano, a pluralidade das vidas e dos mundos habitados, com a concordância do Papa Eugênio IV (1431 -1447), embora isso provocasse descontentamento de influentes clérigos da Cúria Romana. Porém, havia e houve sempre o interesse em sepultar esse conhecimento. Então, ao invés de uma aceitação simples e clara da Reencarnação, a Igreja passou a rejeitá-la, justificando tal atitude com a criação de Dogmas que lançam obscuridade sobre os problemas da vida, revoltam a razão e impõem dominação, ignorância, apatia e graves entraves à autonomia da razão humana e ao desenvolvimento espiritual da humanidade.

Portanto, a proibição da Doutrina da Reencarnação foi um erro histórico, sem qualquer validade eclesiástica, mas que foi adotada, por satisfazer os interesses do Sacerdócio Profissional e suas pomposas celebrações que mais lembram as excentricidades dos cultos exteriores farisaicos do que a simplicidade vivificante do amor exemplificado por Jesus.

É fácil para qualquer pessoa leiga no assunto, entender porque a Reencarnação foi banida dos ensinamentos da Igreja, a qual planejava manter a hegemonia sobre as pessoas ingênuas e satisfazer a sua ambição material. Para citar apenas UM exemplo, lembremo-nos da “Venda de Indulgências” praticada pela Igreja Católica. Quanto a esse fato, fazem-se necessários alguns esclarecimentos :

Muita Paz! disse...

- A Igreja Romana da época costumava dizer que algumas pessoas possuíam mais méritos do que tinham necessidade, para serem salvas. Por isso, este "mérito extra" dessas pessoas poderia ser transferido - especialmente através de pagamento - para pessoas cuja salvação era duvidosa. Martim Lutero protestou contra esta prática, chamada de indulgência.

- No dia 31 de outubro de 1517, Lutero tornou públicas suas 95 Teses contra a venda de indulgências. Com este gesto desencadeou o processo da Reforma.

- Indulgências eram recibos de perdão de pecados passados e futuros. Os pecados eram perdoados a peso de ouro !

- Até pelos mortos era permitido comprar indulgências. Um dos nomes mais conhecidos em Roma, nessa ocasião da construção da Basílica de São Pedro, foi o do cardeal João Tetzel que viajava pelo mundo católico recolhendo contribuições para essa construção. Uma das suas declarações relacionadas à oportunidade das pessoas escaparem do Purgatório por meio de indulgências se tomou célebre : " No momento em que uma moeda tilinta no fundo do gazofilácio, uma alma escapa do purgatório ". Em outras palavras : " Quando o dinheiro na caixa cai, a alma do purgatório sai ".

- Em pouco tempo, as 95 Teses estavam espalhadas por toda a Alemanha.

- Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas Teses ao Papa Leão X, pois estava convicto que o Papa iria apoiá-lo contra os abusos das indulgências.

- No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero é oficialmente excomungado da Igreja Católica.

Nota : A Igreja Católica tem duas inesgotáveis "galinhas dos ovos de ouro" : o Purgatório e as Indulgências — sendo estas para salvar os ricos, os que têm dinheiro com que resgatar os seus pecados. Porém, lembremo-nos das palavras de Jesus, quando viu o jovem rico afastar-se dele por não se dispor a vender seus bens para segui-lo :

"Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino de Deus. ( Mt 19.23 ). Entretanto, dentro do ensino católico, essa entrada se tornou fácil para os ricos, e pouco importa se eles são bons ou não : As indulgências abrem-lhes as portas.

E os pobres que continuem sofrendo neste mundo e que paguem no purgatório por séculos sem fim, o castigo dos seus pecados, porque não têm dinheiro para missas e indulgências, mui¬to embora Jesus houvesse dito: ... aos pobres é anunciado o Evangelho ( Mt 11.5 ). Porém o Papa Leão X ensinava que uma pessoa rica poderia doar terras e bens materiais à Igreja e assim comprar um lote de terreno no paraíso. ( SIC )

Não é por acaso que a Igreja Católica é um dos maiores proprietários de terras e imóveis em todo o mundo. Os banqueiros melhor informados calculam as riquezas do Vaticano entre DEZ A QUINZE BILHÕES ( Eu disse BILHÕES ) DE DÓLARES. Ele ( Vaticano ) possui grandes investimentos em bancos, seguros, produtos químicos, aço, construções, imóveis etc. SOMENTE OS DIVIDENDOS servem para manter de pé toda a organização, INCLUÍDAS AS OBRAS DE BENEFICIÊNCIA. Tal fortuna vem sendo ACUMULADA em função das reaplicações no mercado. Nos pátios do Vaticano, encontram-se todos os símbolos de uma multinacional : Estacionamento repleto de Mercedes último tipo pretas, com motorista. A Cúria Romana possui hoje, um patrimônio que talvez seja o mais valioso do mundo pertencente a uma Instituição.

Muita Paz! disse...

E os pobres que continuem sofrendo neste mundo e que paguem no purgatório por séculos sem fim, o castigo dos seus pecados, porque não têm dinheiro para missas e indulgências, mui¬to embora Jesus houvesse dito: ... aos pobres é anunciado o Evangelho ( Mt 11.5 ). Porém o Papa Leão X ensinava que uma pessoa rica poderia doar terras e bens materiais à Igreja e assim comprar um lote de terreno no paraíso. ( SIC )

Não é por acaso que a Igreja Católica é um dos maiores proprietários de terras e imóveis em todo o mundo. Os banqueiros melhor informados calculam as riquezas do Vaticano entre DEZ A QUINZE BILHÕES ( Eu disse BILHÕES ) DE DÓLARES. Ele ( Vaticano ) possui grandes investimentos em bancos, seguros, produtos químicos, aço, construções, imóveis etc. SOMENTE OS DIVIDENDOS servem para manter de pé toda a organização, INCLUÍDAS AS OBRAS DE BENEFICIÊNCIA. Tal fortuna vem sendo ACUMULADA em função das reaplicações no mercado. Nos pátios do Vaticano, encontram-se todos os símbolos de uma multinacional : Estacionamento repleto de Mercedes último tipo pretas, com motorista. A Cúria Romana possui hoje, um patrimônio que talvez seja o mais valioso do mundo pertencente a uma Instituição.

Será que Bancos Comerciais, Seguradoras, Produtos Químicos, Industria do Aço, Construções, Imóveis ( são centenas espalhados pela Itália ), automóveis Mercedes, também fazem parte do "Patrimônio Mundial da Humanidade" ? Ou pertencem ao "Patrimônio Particular do Vaticano" ?

Por que, ao invés de reaplicar o dinheiro, o Vaticano não o redistribui para os mais carentes ? Será que é mesmo necessário ACUMULAR CERCA DE 15 BILHÕES DE DÓLARES para manter a Igreja Romana ?

E a própria Revista "Isto É - Dinheiro" revela a situação financeira do Vaticano, que apesar das dificuldades, mantém um Patrimônio, revelado pela própria Cúria Romana, de 5 bilhões de dólares mais 3,2 bilhões de dólares depositados no Banco do Vaticano. E se essas cifras são reveladas pela própria Igreja, então, é sinal que o montante pode ser muito maior. E a Revista ainda diz : "... O pontífice tem ainda 1 mil apartamentos registrados em seu nome na capital italiana, Roma." Para confirmar, acesse :

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/255/negocios/255_santa_crise.htm


Todos nós, e até mesmo os Católicos, não podemos acreditar que Deus prefira manter ouro e luxo nas suas Igrejas ao mesmo tempo que muitos de seus filhos morrem de fome pelo mundo.

Se um representante do Vaticano, hipoteticamente, perguntasse a Cristo: " Que devo fazer para obter a vida eterna ? ", Certamente que Cristo não poderia responder de um modo diferente deste : " Se quiseres ser perfeito, vai, vende o que tens (....) ". E a Igreja lhe deveria objetar : " Se queres que eu cumpra a tua ordem de representar-Te na Terra, devo possuir os meios do mundo ".

Muita Paz! disse...

Todos nós, e até mesmo os Católicos, não podemos acreditar que Deus prefira manter ouro e luxo nas suas Igrejas ao mesmo tempo que muitos de seus filhos morrem de fome pelo mundo.

Se um representante do Vaticano, hipoteticamente, perguntasse a Cristo: " Que devo fazer para obter a vida eterna ? ", Certamente que Cristo não poderia responder de um modo diferente deste : " Se quiseres ser perfeito, vai, vende o que tens (....) ". E a Igreja lhe deveria objetar : " Se queres que eu cumpra a tua ordem de representar-Te na Terra, devo possuir os meios do mundo ".

O problema é saber se isto, que é uma necessidade imposta pela realidade da vida, é traição de princípios, é prostituição do ideal. É lícito arrogar-se à posição de representantes de Cristo sem seguir os seus ditames ?

Isto significa que o Cristianismo atual não é feito só por Cristo, mas é um seu produto, depois manipulado e adaptado pelos homens para seu uso. Resultou disso uma Igreja que é uma mistura de humano e de divino, nasceu um produto que parece híbrido, e que por querer ser as duas coisas não é exclusivamente nem uma nem outra.

Conta-se que Tomás de Aquino, o "doutor angélico" da Igreja Romana (1330 d.C.), ao visitar o Papa Inocêncio IV, este, depois de lhe haver mostrado toda a fabulosa riqueza do Vaticano, disse, fazendo alusão às palavras de Pedro ao coxo da porta Formosa :

- Vês, Tomás? A Igreja não pode mais dizer como nos primeiros dias: " Não tenho prata nem ouro..."

- É verdade - confirmou Tomás - Mas também não pode mais dizer ao coxo : " Levanta-te e anda ".

Estamos orando para que a Igreja possa dizer sempre com fé e convicção :

" Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou : Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda ! " (Atos 3.6).(§ 11).

- Conclusão Geral : Tal fato só poderia ser levado a termo se as pessoas desconhecessem que não era preciso “comprar” suas salvações e sim trabalharem intimamente a Reforma Espiritual para se tornarem dignos de elevação na Escala dos eleitos de Deus. Portanto a eliminação do princípio da Reencarnação era muito conveniente para a Igreja Católica.


Se nos reaproximarmos da doutrina da Reencarnação, afastando a dogmática crença na ascensão do corpo físico de CRISTO crucificado, crescerá no coração de cada um, e mesmo no coração daqueles que se educaram dentro do cristianismo católico, a fé nas verdades puras, ensinadas pelo próprio CRISTO.

Muita Paz disse...

"Naquele tempo os discípulos o interrogaram dizendo: Por que dizem pois os escribas que Elias deve vir primeiro? Ele respondeu: Digo-vos, porém, que Elias veio e não o reconheceram, antes fizeram dele o que quiseram. Então os discípulos compreenderam que tinha falado de João Batista" (Mateus cap.17 vers.10 a 13).

"...não pode ver o reino de DEUS senão aquele que nascer de novo..." (João cap.3 vers.3 a 10 - CRISTO ensinando reencarnação a Nicodemos).


Obs.:
Orígenes de Alexandria

Exegeta e Teólogo, jovem cristão filho de mártires, foi um profundo conhecedor das Sagradas Escrituras e também estudioso da Filosofia Grega, a qual foi levada ao seu maior brilho, graças à atuação desse notável intelectual.

Na História da Igreja, além de ser o maior erudito religioso de sua época, Orígenes foi o primeiro grande intérprete das Escrituras. A partir dele praticamente todos os demais santos padres, de um modo ou de outro, seguiram os caminhos por ele indicados neste assunto. É apontado por vários historiadores como um dos maiores gênios cristãos de todos os tempos e dono da mais vasta cultura que se possa imaginar. Estabeleceu as regras de conservação e interpretação da Bíblia e lançou os fundamentos da reflexão cristã para os séculos vindouros. Apologista de grande valor e de rara fecundidade literária, tentou uma fusão entre o Cristianismo e o Platonismo ( Doutrina caracterizada pela preocupação com os temas éticos, visando toda a meditação filosófica ao conhecimento do Bem, conhecimento este que se supõe suficiente para a implantação da justiça entre os Estados e entre os homens ).

Orígenes nos encanta por sua apurada visão Espiritual e sua maneira especialmente lúcida de abordar a mensagem de Cristo. Nascido por volta de 185 de nossa era, em Alexandria - onde ficava a famosa biblioteca, marco único na história intelectual humana, e que foi destruída pela ignorância e sede de poder dos romanos e, depois, por pseudo-cristãos ensandecidos e fanáticos, Orígenes, desde cedo teve contato com a doutrina Cristã, especialmente com seu pai, Leonídio, que foi martirizado em testemunho de sua fé.

Com isso, a família de Orígines passou a ser estigmatizada, tendo sido sequestrado todo o patrimômio que lhe pertencia. Para sobreviver, o jovem e brilhante Orígines passou a lecionar para ganhar seu sustento. Mente curiosa e aberta, dedicava-se ao estudo e a discussão da filosofia, notadamente Platão e os estóicos. Orígenes teve a mesma formação intelectual que viria a ter Plotino, na escola de Amônio Sacas e, com certeza, as doutrinas ditas orientais não lhe eram estranhas, e muito menos a ênfase num conhecimento pisíquico direto com o transcendente, que era típica da escola de Amônio, fundador do neoplatonismo e, também, um simpatizante ( pelo menos em parte ) do Cristianismo.

Muita Paz! disse...

A Doutrina Palingenética, ou seja, da Reencarnação, era bem conhecida por Platão e Sócrates. Tal Doutrina, foi muito familiar a Orígenes em sua fase de formação, e posteriormente ele viria a divulgá-la abertamente, e este foi um dos motivos pelos quais foi perseguido pela vertente católico romana. Morreu em 254 D.C, na cidade de Tiro, em virtude da perseguição de Décio, mais conhecido pelo nome de Trajano, o qual era um incansável opositor do Cristianismo. Temos hoje, dessa forma, poucos de seus escritos, mesmo assim, devidamente "maquilados".

Orígenes, é citado por Historiadores, como autor de aproximadamente 6.000 obras, todas em grego. Os escólios ( interpretações ) sobre as Sagradas Escrituras são reconhecidas como os melhores trabalhos desse grande Teólogo. Boa parte das que se conservaram, deveu-se à obra de tradução para o latim do Monge Rufino, que residia no monte das Oliveiras, e do Monge São Jerônimo, o tradutor da Vulgata, que residia em Belém.

Principais Trabalhos :

* Hexapla, seis traduções das Escrituras dispostas em colunas paralelas.

* Comentários e homilias sobre Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Josué, Juízes, Livro dos Reis, Jó, Salmos, Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Ezequiel, S. Mateus, S. Lucas, S. João, Epístola a Romanos.

* Tratados gerais: De Principiis ( contém a exposição de sua Doutrina ) e Tratado contra Celso.

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OBS : Bibliografia relacionada à supressão da Reencarnação, ocorrida no Concílio de Constantinopla :

NOTA : Caso haja interesse em adquirir os Livros abaixo, o Leitor pode acessar o Site da Loja Virtual Candeia Net : www.candeianet.com.br . Na Página principal, selecione a opção "AUTOR" e digite os dois primeiros nomes do mesmo, no campo abaixo do termo "BUSCAR".


1) Reencarnação - O Elo Perdido do Cristianismo, de Elisabeth Clare Prophet, Editora Nova Era.


Você vai saber como a Reencarnação esclarece os antigos conceitos cristãos, como o batismo, a ressurreição e o reino de Deus. Veremos também como os Patriarcas da Igreja suprimiram a Reencarnação da teologia cristã e por que a Reencarnação pode resolver muitos dos conflitos que atualmente afligem a humanidade. Observe a partir da pág. 211 ( 3ª Edição ): "...Justiniano, que reinou de 527 a 565, foi o Imperador mais hábil depois de Constantino - e o que mais ativamente interferiu na teologia cristã. Emitiu éditos ( ordens judiciais ), esperando que a Igreja endossasse os mesmos sem questionar. Nomeou bispos e mandou até mesmo prender o Papa. Sua esposa Teodora, antiga cortesã, manipulava os assuntos da Igreja nos bastidores..."



2) Analisando as Traduções Bíblicas, de Severino Celestino da Silva, Idéia Editora.

Muita Paz! disse...

A maior ignorância é a que não sabe e crê saber,
pois dá origem a todos os erros que cometemos com nossa inteligência.
SÓCRATES.

Ajuizado serás não supondo que sabes o que desconheces.
SÓCRATES

Tão surpreendente quanto a naturalidade das pessoas em emitirem juízo sobre algo que pouco sabem,
é seu desinteresse em melhor informarem-se.
LOEFFLER.

Se não se convencem pelos fatos, menos o fariam pelo raciocínio.
KARDEC.

Muita Paz disse...

Caro senhor. Gostaria que fosse cumprido o parágrafo abaixo:

"Este espaço é aberto para todos quantos desejam realmente colaborar com observações e críticas construtivas. Seja sério, moderado e sábio em suas palavras."


Afinal, estamos em uma democracia e nem todos pensam da mesma maneira. A sua tese sobre a reencarnação e ressurreição é letra morta foi alterada por políticos. Porque não discutir a questão em um foro democrático como o seu blog? Fui educado, sério, moderado e sábio dentro da minha lógica e raciocínio. Portanto, gostaria que me desse o direito de resposta uma vez que fomos atacados em nossa verdade. Aliás, estamos sempre sendo atacados. Continuaremos tendo paciência a mesma que Jesus teve com Paulo quando este o atacava antes de se converter. Será preciso que fiquem cegos para poderem enxergar? A verdade está na superfície não precisa mergulhar fundo para apanhá-la. É questão de raciocínio.
Desde já e muito obrigado pela atenção.

Em tempo: me perdi um pouco na colagem do artigo e algumas vezes repeti parágrafos anteriores o que não prejudica em nada o raciocínio.

Anchieta Campos disse...

Caro (ou seria cara?) "Muita Paz", saudações fraternas.

O seu comentário é útil no sentido de acrescer algumas informações sobre fatos históricos e atuais, notadamente em relação sobre a sempre atrapalhada Igreja Católica Romana. Mas, sinto desapontá-lo, em nada estas suas transcrições moveram o meu entendimento bíblico sobre o tema; aliás, creio que ficara ainda mais firme e fundamentado, motivo pelo o qual agradeço.

Ademais, seus comentários, por mais que tenham veracidade histórica, em nada atacam a razão bíblica para se rejeitar a crença da reencarnação; não refutam meu artigo e os seus argumentos. Aliás, muito me surpreende você fazer referência sobre Elias e Nicodemos para tentar dar base bíblica para a crença reencarnacionista. São temas bastante batidos na internet, já exaustivamente abordados, bem como de uma simples conclusão.

O simples fato de uma igreja ter "forçado" uma decisão em um concílio, não qualifica o ensino batido por esta igreja e concílio como correto. Esse entendimento é apelar para a velha e pobre filosofia da qualificação por meio da opressão, e da desqualificação por meio do uso da força; isso acaba por enfraquecer a análise pura e imparcial de determinado ensino, sem a influência de qualquer fator externo.

Por fim, o pensamento exposto artigo continua irrefutável e de pé, tendo em nada sido atacado.

Destaco para encerrar que o blog é particular, e por mais que ele esteja aberto para "todos quantos desejam realmente colaborar com observações e críticas construtivas", mesmo sendo "sério, moderado e sábio em suas palavras", não sou obrigado a publicar todos os comentários, nem mesmo dar motivo justificador para isto. Aceitei os seus comentários pois foram educados, bem como uma resposta aos mesmos poderiam vir a acrescer algo de interessante para os leitores. Ademais, sinta-se sempre a vontade para participar.

Abraço.

Anchieta Campos

Leandro disse...

Tenho 2 observações aqui.

1. Ao Anchieta, parabenizando pelo artigo e observando que os fatos históricos apontados não se referem à Igreja Católica Romana, mas à Igreja em si, que é cristã e vem de Cristo. É evidente que no século VI já existiam desvios doutrinários, mas é uma fase muito mais próxima dos tempos apostólicos do que hoje, por exemplo.
Os fatos bíblicos, a meu ver, já deixam claríssimo que o ensino da reencarnação pela Bíblia é falacioso e não passa pela mais básica exegese. Porém, a observação histórica também é importante.

2. Ao "Muita Paz" a respeito da longa explanação (copiada do site Candeia; e este, por sua vez, transcrevendo materiais que estão em Holger Kersten, José Reis Chaves, Severino Celestino da Silva e alguns outros).

Há SÉRIOS ERROS em todo o texto apresentado.
Esses erros comprometem a tese que apresenta a reencarnação como doutrina cristã primitiva.

Vamos a alguns deles.

Leandro disse...

"quase todos os historiadores da igreja romana acreditam que a Doutrina da Reencarnação foi declarada herética durante o Concílio de Constantinopla em 553 D.C."

Esse texto é de Holger Kersten e não corresponde minimamente à verdade.
Ele não apresenta sequer um nome de historiador que corrobore essa ideia, e isso acontece simplesmente porque não era a reencarnação que foi declarada herética em 553, e sim o ensino origenista da preexistência das almas (que, ainda assim, circulava apenas em círculos monásticos restritos).

"Para se libertar de um passado que a envergonhava, ordenou, mais tarde, o expurgo de quinhentas antigas 'colegas' e, para não sofrer as conseqüências dessa ordem em uma outra vida como preconiza a lei do Carma, empenhou-se em suprimir toda a magnífica Doutrina da Reencarnação"

Esse fato é falso e a alegação também.
A fonte que cita o episódio das prostitutas é Eusébio de Cesareia. Ele não cita que 500 prostitutas forma mortas, e sim que foram internadas em um mosteiro. E que ALGUMAS delas tentaram escapar e fugiram.
Eu tenho aqui esse livro de Kersten e fala textualmente que foram mortas. O Candeia resolveu ajudar a corrigir esse erro.

Leandro disse...

"Ele [Orígenes] pensava que certas passagens do Novo Testamento poderiam ser explicadas somente à luz da Reencarnação."

Justamente pelo contrário.
Orígenes, que defendia a preexistência das almas, rejeitava a explicação de certas passagens (como Elias ou de Esaú e Jacó) pela reencarnação. Ao contrário do que muitos pensam, essa doutrina era comum na época e vários Pais da Igreja se referiram a ela e a criticaram abertamente.
Entre eles, Justino mártir, Clemente de Alexandria, Orígenes e Gregório de Nissa.
(alguns espíritas tomam essas referências como sendo defesas, mas sem mostrar os trechos inteiros, tentando enganar as pessoas - eu não espero outra coisa de uma religião demoníaca).

"O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios, não passou de um encontro ... que ... excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio, e a publicação de seus anátemas."

Falso e maldoso.
Vigílio não protestou contra o concílio por causa dos postulados de Orígenes (que, na verdade, já estavam condenados pelo sínodo de 543, depois em 551, e finalmente ratificados), e sim por causa da questão dos Três Capítulos, cuja condenação (exigida pelos monofisistas, que tinham apoio de Teodora) poderiam levar à aceitação do monofisismo moderado em uma fórmula comum com Justiniano.
Por causa disso, vários bispos do Oeste romperam com Justiniano (e depois também com Vigílio, quando este ratificou o concílio) e não tinham simpatia alguma com o origenismo, mas temiam o avanço do monofisismo na parte grega.

Leandro disse...

"Muitos inconformados alegam que esse Concílio não tratou da Reencarnação, e por isso a Igreja nunca esteve envolvida com tal princípio. Porém a verdade é que, os seus Cânons ( Regra geral de onde se inferem regras especiais ) do Magistério relacionado a este evento, mais especificamente o seu Cânon 11"

A ata original do concílio de Constantinopla foi perdida, restanto apenas uma cópia que trata especificamente da questão dos Três Capítulos.
Mas a verdade é que o concílio condenou tanto o origenismo (em documento à parte), quanto os teólogos antiocanos - no que foi um erro. A ausência de referências a Orígenes vem do fato de existir concordância entre Roma e Constantinopla quanto à condenação dos 4 postulados, como já vinha das decisões anteriores.
A oposição do papa e dos bispos do Oeste era quanto ao monofisismo apenas.

"Como se não bastasse, o tal Concílio NÃO DEVERIA TER VALIDADE UNIVERSAL, POIS NÃO FOI CONVOCADO PELO PAPA VIGILIUS que, na ocasião, achava-se prisioneiro do Imperador Justiniano !!!"

Não era necessária a convocação papal para um concílio ter validade.
A maioria deles (a começar pelo primeiro, em Niceia) foi convocada por Constantinopla e teve apenas a validação posterior pelo papa.

Leandro disse...

"Esta atitude da Igreja levou a reações tais como a do Cardeal Nicolau de Cusa que sustentou, em pleno Vaticano, a pluralidade das vidas e dos mundos habitados, com a concordância do Papa Eugênio IV (1431 -1447)"

Nicolau de Cusa viveu 9 séculos depois do concílio.
O que ele defendia era semelhante à preexistência das almas. Em seu Idiota De Mente, defende que as almas (uma vez desprovidas de corpo) busquem a união com Deus, desde que purificadas de todo o pecado.

"Portanto, a proibição da Doutrina da Reencarnação foi um erro histórico, sem qualquer validade eclesiástica, mas que foi adotada, por satisfazer os interesses do Sacerdócio Profissional e suas pomposas celebrações..."

Se o concílio condenou a reencarnação sem a presença dos bispos do Oeste, como se explica que no Oeste tenha desaparecido totalmente (se é que existiu) o postulado da preexistência?

Leandro disse...

"Paul Brunton foi considerado pelo meio acadêmico, como o maior sábio inglês do Século 20. Sua Obra 'Verdades em Perspectivas', relata a morte, no Oriente Médio, de mais de um milhão de pessoas, logo após o Concílio de Constantinopla (553), em choques com as forças de segurança de Justiniano, porque não aceitaram a condenação da reencarnação."

É meio estranho que o maior sábio para o meio acadêmico não tenha se formado na universidade!
Brunton (aliás Raphael Hurst) foi apenas um escritor esotérico, sensacionalista (certamente foi o que mais vendeu livros), que usava nomes falsos e fingiu durante anos saber as línguas antigas (mas não conhecia o sânscrito).
Suas fonte de revelação eram especialmente as "vozes" estranhas que ouvia.
A propósito, esse massacre de 1 milhão de pessoas (!) é inteiramente fictício.

"dizem que o Concílio II de Constantinopla não condenou a Reencarnação. O termo "Reencarnação" não poderia mesmo constar em qualquer documento ORIGINAL, antes de 1853, quando Kardec o formalizou em suas Obras"

O termo reencarnação realmente não existia.
Mas era chamada de metempsicose ou metensomatose ("transmigração"). Alguns também se referiam como palingenésia. Só que entendiam como migração em formas animais, brutas.
E, nessas palavras, vários Pais da Igreja criticaram a reencarnação como sendo uma fábula.
Só não foi condenada em Constantinopla II simplesmente porque não os origenistas (evagristas) não tinham chegado a esse ponto.