quinta-feira, 22 de maio de 2008

A festa do Corpus Christi

Hoje, dia 22 de maio de 2008, é feriado nacional. O feriado é em homenagem a algum nome histórico do Brasil? O feriado é em comemoração a algum fato histórico importante para a nação brasileira? Comemora-se neste dia a independência? A proclamação da República? Não! O dia 22 de maio de 2008 é feriado nacional em virtude da festa católica romana de Corpus Christi. É, depois dizem que o Brasil é uma país laico, onde o Estado não tem influência alguma da toda poderosa igreja romana.

A Festa católica romana de Corpus Christi (expressão latina que significa “Corpo de Cristo”), foi instituída oficialmente pelo Papa Urbano IV com a sua Bula ‘Transiturus’, de 11 de agosto de 1264, sendo que o mesmo viera a morrer pouco tempo após a promulgação da referida Bula. A festa foi instituída para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes, tendo uma tríplice finalidade:

1) Prestar as mais excelsas honras a Jesus Cristo;

2) Pedir perdão a Jesus Cristo pelos ultrajes cometidos pelos ateus;

3) Protestar contra as heresias dos que negavam a presença de Deus na hóstia consagrada.

Tudo começou com a freira agostiniana belga Juliana de Mont Cornellon (1193-1252). Ela teria tido insistentes visões da "Virgem Maria" ordenando-lhe a realização de uma grandiosa festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Juliana, que posteriormente viria a ser a Santa Juliana, afirmava que a festa seria instituída para honrar a presença real de Jesus na hóstia, ou seja, o corpo místico de Jesus na Santíssima Eucaristia.

A festa é marcada por uma procissão realizada nas vias públicas das cidades, onde a hóstia (o corpo de Cristo para os católicos) é carregada sob um cuidado impecável. A procissão é realizada pelas vias públicas para atender a uma orientação do Código Canônico da Igreja Católica Romana, onde em seu art. 944 determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo”. É recomendado também que nestas datas, a não ser por uma causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (art. 395).

O ensino católico sobre a Eucaristia é de uma atrocidade teológica só. O texto oficial da igreja romana assim se expressa: “A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual”. Roma ainda doutrina que na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que se encontra no céu. Esclarece também que essa mudança, conhecida como transubstanciação, “ocorre no ato em que o sacerdote, na santa missa, pronuncia as palavras de consagração: ‘Isto é o meu Corpo; este é o meu sangue’”.

Para completar as aberrações bíblicas, o catecismo católico ainda traz uma pergunta com relação ao Sacramento da Eucaristia nos seguintes termos: “Deve-se adorar a Eucaristia?”. E responde: “A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor”. Isto não passa de uma oficial recomendação à idolatria!

Como bem pode perceber o leitor atento e inteligente, a igreja católica romana ensina que quando o sacerdote romano abre sua boca e pronuncia as palavras mágicas “Isto é o meu Corpo; este é o meu sangue”, neste exato momento a hóstia se transforma (literalmente) no corpo de Jesus, e o vinho se transforma (literalmente) no sangue de Jesus. Isto, meu caro leitor, é um absurdo sem igual. Conhecendo como conheço as doutrinas da igreja de Roma, posso afirmar que este ensino é um dos mais sem lógica, nexo e fundamento bíblico que eu já vi.

Tomando por base textos bíblicos como Mt 26:26-29; Lc 22:14-20 e Jo 6:53-56, os “eixegetas” romanistas realizam uma interpretação sem contexto e, o pior de tudo, extremamente literal destas passagens. Me lembrei agora que um certo católico romano alegou que os evangélicos é que interpretam literalmente a Bíblia. É uma piada e tamanha ignorância mesmo.

Ao se crer que a doutrina da transubstanciação fora instituída e ensinada por Cristo na última ceia, está-se incorrendo em um extremo absurdo. Se fosse verdade este pensamento católico, teríamos então que admitir que o próprio Cristo estaria comendo e bebendo do seu próprio corpo e sangue, no mesmo momento em que estava vivo (em carne e sangue) diante dos apóstolos! As palavras de Jesus foram simbólicas! Jesus quis dizer que “Este pão que estou partindo agora representa o meu corpo que vai ser partido por vossos pecados; o vinho que neste momento está no cálice representa o meu sangue, que vai ser derramado por causa dos vossos pecados”. Não há nenhum bom senso e lógica em se interpretar as palavras de Jesus “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue” como se fossem literalmente o seu corpo e sangue; ademais, lembremo-nos que não fora o pão e nem o vinho usados na última ceia que foram crucificado e derramado (respectivamente) na cruz do calvário, mas sim o corpo real de Cristo e o sangue real de Cristo, mostrando claramente que Jesus usou de uma linguagem meramente figurativa.

Devemos nos lembrar também que o corpo de Jesus, como homem, é uno; Jesus ressuscitou corporalmente (ver meu post A Ressurreição FÍSICA e REAL de Cristo), ascendeu aos céus em seu corpo físico e assentou-se à destra de Deus (Mc 16:19; Lc 24:51; At 1:9-11), sendo inconcebível que o corpo e sangue de Jesus estejam na terra na figura da Eucaristia, pois o mesmo encontra-se no céu. Destaque-se também que o corpo de Jesus atualmente é um corpo glorioso (Ap 1:13-16; Fl 3:21), além do ensino de Paulo que diz que carne e sangue não podem herdar a incorrupção (cf. 1 Co 15:50), logo a carne e o sangue de Cristo como homem não existem mais como o era aqui nesta terra antes de sua ascensão.

Lembremo-nos que Jesus sempre usou de figuras para lhe representar e representar o seu ministério. Jesus disse que Ele era a videira verdadeira e nós as varas (Jo 15:5), disse que era a porta (Jo 10:9) e disse ainda que era o pão vivo que desceu do céu (Jo 6:51), mas nem por causa disso nós imaginamos Jesus literalmente como sendo uma árvore onde nós podemos chegar e arrancar um fruto, uma porta por onde nós passamos por dentro e muito menos um pedaço de pão que possamos comer.

No demais, fora usado pão, e não uma hóstia com simbologia pagã, o que já desqualifica (mais uma vez) a Eucaristia romana.

Anchieta Campos

2 comentários:

João Paulo Mendes disse...

Paz do Senhor Anchieta,

Graças a Deus por esse esclarecimento, é certo que a igreja Romana é recheada de heresias e doutrinas anti e extrabíblicas, mas infelizmente os milhares de católicos no Brasil e no mundo erram por não conhecer as escrituras, não são nobres como aqueles que examinham o que ouvem, não são bereanos.
Que Deus continue abençoando esse rico trabalho que o irmão tem desenvolvido e obrigado pela visita ao meu blog e por todas as palvras, que Deus seja louvado através de todos nós.

em Cristo,

Joao Paulo
www.joaopaulo-mendes.blogspot.com

Anchieta Campos disse...

Nobre irmão João Paulo, a paz do Senhor.

A igreja romana é, sem dúvidas, um braço atuante contra a Palavra de Deus. Digo isto com tristeza em meu coração.

Na verdade a igreja católica há muito deixou de ser cristã, mas sempre fora em sua essência uma instituição social, bem como uma empresa que cuida de vários fatores, mas nunca cuidou do mais importante, que é a salvação da alma.

Obrigado pela sua valiosa visita em meu blog, a qual muito me alegra e motiva.

Abraços fraternos!

Anchieta Campos