domingo, 14 de junho de 2009

Paradoxos evangélicos

Paradoxo, segundo a já batida e difundida definição, é “uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade”.

Pois bem, estava analisando alguns dos componentes da sistemática evangélica brasileira, e cheguei a algumas conclusões que divido neste momento com os nobres leitores deste humilde espaço.

Pude constatar que o protestantismo, conquanto seja o modelo sistemático da cristandade que mais se aproxima das Sagradas Escrituras, é ainda assim detentor de alguns não poucos paradoxos, dentre os quais alguns são um tanto quanto absurdos.

Vejamos alguns exemplos práticos de paradoxos no nosso meio:

1) No meio protestante é mais fácil acolher e ajudar um pecador que se converte, do que um crente que veio a pecar, sendo que ambos são igualmente humanos.

2) No meio protestante coloca-se o tempo como pré-requisito para se ocupar determinado cargo eclesiástico, anulando e/ou sumprimindo com isso outras características (mais importantes), como o preparo bíblico/teológico, habilidades administrativas, compromisso sincero com Deus, além da própria vontade de Deus.

3) No meio protestante, em algumas igrejas, devem as mulheres usarem sempre saia (ou vestido), sendo que prefere-se a uma saia curta do que a uma calça.

4) No meio protestante, em algumas igrejas, condena-se a prática de esportes, notadamente o futebol, incentivando assim o descuido com o próprio corpo, que é o templo do Espírito Santo.

5) No meio protestante se incentiva os membros a serem leais a sua nação (Estado), contribuindo com os impostos, prestando o serviço militar em seus devidos caracteres, etc., mas se censura o ato de torcer pela pátria em algum esporte.

6) No meio protestante, em algums igrejas, não se censura o fato do membro vir a ser um comilão (fazem até piada com isso na maioria dos casos), mas se um membro vier a ingerir um copo de vinho que seja, o mesmo é imediatamente taxado de beberrão e pecador.
7) No meio protestante, em algumas igrejas, promove-se abertamente rifas e outras modalidades de sorteios (formas do termo popular ‘jogo’), sempre de forma onerosa e sem contribuição alguma para o fundo social comum, mas censura-se o membro que concorre a sorteios em jogos legalizados (loterias da Caixa, por exemplo).


Poderia aqui citar outros fatos presentes em nossa realidade diária, mas estes elencados já servem para demonstrar o quão ainda precisamos amadurecer como povo que se diz Igreja do Senhor Jesus e conhecedor da Palavra de Deus. Contradições como estas citadas dificultam um saudável crescimento do evangelho, bem como são pratos cheios para escândalos e críticas destrutivas dos opositores.

Agora uma coisa é verdade: a Igreja verdadeira, a que será arrebatada, anda longe de cair nestes paradoxos da tradição religiosa evangélica.

Anchieta Campos

9 comentários:

Danilo disse...

Otimo Post Anchieta!

Devemos sempre olhar para os nossos proprios umbigos e não fazer como o avestruz e enfiar a cabeça na terra!
Sem isto apenas a hipocrisia irá prosperar em nosso meio...

A PAZ!


Danilo

http://genizah-virtual.blogspot.com/

Anônimo disse...

A paz do Senhor Irmão Anchieta!!!

Vendo esses paradoxo, (Essas contradições).
Penso que esses detelhes pode ou não variar de denominações (Igrejas)?
E se variar; como um novo convertido qual devo seguir?

Pois a palavra diz "Você não pode servi a dois deuses"

E ai como fica esse situação?
Pois o irmão da como um exeplo: 7) No meio protestante, em algumas igrejas, promove-se abertamente rifas e outras modalidades de sorteios (formas do termo popular ‘jogo’), sempre de forma onerosa e sem contribuição alguma para o fundo social comum, mas censura-se o membro que concorre a sorteios em jogos legalizados (loterias da Caixa, por exemplo).

O irmão não acha que para cobrir as depeses da igreja a propria igreja não tem que esperar no Senhor, pois a palavra diz "Deus é o dono do ouro e da prata"

Dificil entender algumas coisas, por isso me apeguei no Salmo 40!!!

Abraço Irmão, fica na paz!!!

Anônimo disse...

Caro Anchieta,

Paz seja contigo.

Concordo com seu texto como um todo, porém discordo da definição de paradoxo.

Paradoxo não é uma declaração aparentemente verdadeira mas que conduz a uma contradição lógica.

Entendo que paradoxo é uma declaração "aparentemente contraditória", mas verdadeira. Por exemplo, a soberania divina e a responsabilidade humana é um paradoxo, pois aparentemente são mutuamente excludente, no entando são ambas verdadeiras. Paradoxos devem ser sustentados.

Já contradição é quando uma coisa é afirmada e negada, ao mesmo tempo e no mesmo sentido.

Sendo assim, acredito que os casos que você mencionou são contradições práticas e não paradoxos.

Em Cristo,

Clóvis

Anchieta Campos disse...

Caro Danilo Fernandes, a paz do Senhor.

A hipocrisia é algo que verdadeiramente não cabe na personalidade de um cristão.

Esses exemplos citados mostram que as vezes em nosso meio se pratica o pensamento que diz: "práticas que contrariam a lógica e o bom senso, quando não contrariam o que já está posto e é aceito, são tidas como práticas lógicas e de bom senso"; trocando em miúdos: viva aos padrões de comportamento herdados pela tradição, mesmo que eles contradigam a si mesmos.

É triste!

Abraço.

Anchieta Campos

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Leandro, a paz do Senhor.

Realmente algumas dessas contradições variam de denominação para denominação.

Não só você, mas todos os cristãos devem seguir aquilo que se mostrar coerente com a Palavra de Deus.

Os paradoxos aqui citados revelam comportamentos contraditórios em si mesmos. Não tive a intenção de dizer o que está certo ou não (apesar de ter ficado quase que explícito o meu entendimento em cada caso), mas tão somente apontar que tais contradições não são atitudes corretas. Ou é algo, ou não é! Os comportamentos contraditórios é o que foram atacados neste artigo.

Aquilo que aparenta ser a atitude correta, a verdade, mas no final das contas não o é, não deve ser observado como uma lei, como se tudo e todos envolvesse.

Em relação as despesas da igreja, os dízimos e ofertas estão aí para isso. Se a igreja local realiza rifas, bingos, e outras espécies de sorteios para levantar fundos, então a mesma não tem qualificação para proibir o membro de jogar na legalizada loteria. Caso contrário estaria a mesma tipificando-se na frase "os fins justificam os meios".

Abraço.

Anchieta Campos

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.

A definição citada por mim foi extraída da wikipédia, e basicamente é a mesma dada pelo professor que me ensinou "Filosofia do Direito" na faculdade.

Poderíamos aqui chegar em um consenso e dizer que paradoxo é uma afirmativa (ou afirmativas) que aparenta dizer uma coisa, mas que na verdade diz outra. Afinal a essência que emana do termo é esta.

Quanto a sua definição de contradição, não há o que questionar, mas tão somente concordar.

No demais, o importante é que concordamos com os "paradoxos" elencados no artigo, os quais não deixam de ser exemplos de contradição.

Forte abraço.

Anchieta Campos

claudio pimenta disse...

Belo texto ! principalmente na questao dos sorteios que tambem penso igual!!! se a igreja faz sorteios para levantar fundos , sorteios esses na maioria dos casos ilegais sem fiscalizaçao senhuma, sem impostos etc. por que proibir os crentes de jogar na loteria tudo registrado e com impostos pagos ?

claudio pimenta disse...

Continue o texto ,será de grande importancia para levar alguns a refletirem

aproveitando a oportunidade !!!! veja se descobre quem é ele!!!

http://exejegues.blogspot.com/2009/06/quem-e-ele.html

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Cláudio Pimenta, a paz do Senhor.

É muito honroso e motivador receber seu apoio neste artigo, assim como tem sido nos demais escritos deste blog, o qual sempre é agraciado com sua valorosa presença.

Pois é! A religiosidade evangélica e suas contradições! É triste vermos a Palavra de Deus ser subjugada pela tradição humana, em nome de uma falsa (no mínimo ignorante) piedade e uma tola "santificação".

Li o seu texto, o "quem é ele?", muito bom por sinal. Deixarei lá meu comentário.

Forte abraço.

Anchieta Campos