terça-feira, 27 de maio de 2008

O que temos de mais valioso

“Pois, que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Marcos 8:36.

O homem é um ser que tem em sua natureza a habilidade e o vício de sempre realizar um juízo de valor. Tudo o que envolve a vida de um homem recebe um valor, tudo mesmo. Damos o valor e grau de importância para com os nossos relacionamentos, sejam familiares, amorosos, sociais, seja na igreja, ambiente de estudo ou trabalho; não importa como fazemos, mas sempre selecionamos prioridades em nossas vidas, e é aí que mora o perigo!

Será mesmo que estamos dando prioridade ao que temos de mais precioso? Melhor: será que temos pelo menos em mente a plena consciência do que verdadeiramente é o bem mais precioso e valioso que temos? Estas perguntas podem até soar para muitos evangélicos como supérfluas, irrelevantes, lógicas, e até mesmo sem sentido, pois julgam saber plenamente as respostas destas perguntas. Mas repito: estamos dando prioridade e reconhecendo verdadeiramente o que Deus nos concedeu de mais valioso?

Nestes tempos trabalhosos para a Igreja do Senhor vemos nossos templos sendo invadidos por ensinos que pregam o apego aos bens materiais, a riqueza e prosperidade material como um direito do crente, surgem lutas e mais lutas por cargos, posições, reconhecimento humano, muitas divisões, falta de amor, enfim, a igreja evangélica está sucumbindo perante os atraentes feitiços deste mundo. Como bem afirmou o Senhor Jesus em Mc 4:19 “Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”. É o que temos visto muito em nosso meio.

O povo de Deus está sendo influenciado pelo mundo, sendo que o oposto era o que deveria ocorrer; nós, o povo santo de Deus, é que deveríamos influenciar o mundo perdido e sem expectativa pós-morte, é o que aprendemos em Rm 12:2 “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Devemos ser que nem os poucos crentes fiéis da Igreja de Sardes, que não se contaminaram, permanecendo fiéis ao Senhor (cf. Ap 3:4).

E é justamente esta influência mundana que tem desvirtuado o foco, a visão de muitos crentes (ver Hb 12:1,2). O mundo perdido sem Deus, sem o Espírito Santo, não tem entendimento das verdades eternas, pois as mesmas se compreendem espiritualmente (1 Co 2:14,15), com a ajuda do Espírito Santo (Jo 14:26), sendo que o mundo não pode receber do Espírito Santo, como bem disse o Senhor Jesus em Jo 14:17 “O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece”. Quando o crente se deixa influenciar pelo mundo, ele acaba absorvendo seus costumes, práticas, pensamentos e filosofias (ver 1 Co 15:33), sendo levado ao engano e ao distanciamento da pureza doutrinária (Rm 6:17; 16:17; Ef 4:14; 1 Tm 4:1-6,16; 6:3-5; 2 Tm 4:3; Tt 1:9; Hb 13:9; 2 Jo 1:9,10; Ap 2:14,15).

Dentre tantos e tantos prejuízos que estes fatos têm trazido para o seio cristão, o pior de todos é a deturpação do fundamento da nossa fé e o que temos de mais precioso: a salvação eterna da alma. A fé cristã não é baseada em vãs filosofias, pensamentos ilógicos ou improváveis, mas sim naquilo que o bom senso humano e natural nos mostram, qual seja, que o homem é um ser singular no planeta, que a Terra é um planeta singular, sendo assim que o homem é tão especial que transcende (logicamente) os limites desta vida curta e passageira. O mundo perdido, como já mencionado, é apegado as coisas desta vida, aos pecados e desvarios de suas próprias concupiscências e prazeres carnais (Gl 5:19-21), sendo que o “eu” insano prevalece sempre nessas vidas sem Cristo, anulando assim a revelação da Palavra de Deus, conforme predito em 2 Pe 3:3 “Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências”. O fim dos que assim procedem é, como bem disse Paulo em Gl 5:21, a condenação eterna da alma.

É neste cenário que fora estabelecido que percebemos o quão o pecado, a desobediência, o apego as coisas e prazeres desta vida, se mostram desastrosos e nada benéficos. Oras, qualquer homem com o mínimo de inteligência escolheria algo eterno em face de algo passageiro, de alguns poucos anos que certamente findarão. Quem iria trocar o eterno pelo passageiro? Infelizmente a grande maioria da humanidade trocou e troca diariamente aquilo que era é mais valioso por aquilo que não tem valor algum (Mt 7:13). A vontade própria, os desejos próprios, estão sendo colocados em prioridade em face da eterna e bondosa vontade de Deus para com o homem. Estas escolhas tem levados muitos para a condenação e sofrimento eternos, além de privá-los da glória celestial eterna.

Tudo neste mundo e vida é passageiro (Mc 13:31; 2 Pe 3:10), tudo não passa de uma grande vaidade terrena e humana (Ec 1:2). O homem é mortal, assemelhado pela palavra como um nada (Sl 8:4; 89:48); sua vida é comparada como uma sombra que vai declinando e como a erva que se seca (Sl 102:11). Como bem assimilou o inspirado salmista “Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade” Sl 39:5.

Quão bom é meditarmos em duas passagens bíblicas em que Cristo nos ensina profundamente sobre o assunto. A primeira está em Mt 6:19-21 que diz: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. A outra passagem está em Lc 12:16-21 que assim nos diz: “E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; e ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus”.

Por fim, repito a pergunta feita por Cristo no versículo usado no início deste artigo: Pois, que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” Mt 7:13,14.

Anchieta Campos

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá Irmão, Anchieta Campos

Graça e paz

Passei aqui para parabenizar o conteúdo do Blog.

O irmã James me deu boas notas sua e de seu blog, e realmente gostei.

São blogs como este que a identificamos a Classe Blogueira Cristã.

Parabéns mesmo!

Lucas M Junior
CNBC - www.blogueiroscristaos.com

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Lucas, a paz do Senhor.

Obrigado pelas palavras de apoio e incentivo, as quais muito me ajudam.

O irmão James realmente já entrou em contato comigo, anunciando a CNBC, onde visitei a página da mesma.

Com certeza em breve estarei fazendo parte da Comunidade, a qual é louvável, pois divulga e une os que divulgam a Palavra de Deus.

A minha única observação (nem sei se este é o espaço mais correto para esta informação), é que achei um tanto quanto "complexo" o processo de filiação. Não que seja algo complexo no sentido estrito da palavra, mas um tanto quanto demorado. Mas com certeza em breve serei membro desta comunidade.

No mais, que Deus abençoe grandemente este projeto, bem como todos os que fazem parte dele; em nome de Jesus.

Abraços fraternos.

Anchieta Campos

daladier.blogspot.com disse...

Agora você tocou num nervo exposto, que eu quero criar um link com o assunto no qual discordamos sobre o ministério feminino.

Grande parte de nossos pensadores vê um grande entrave na consagração de pastoras (mesmo com o trabalho árduo delas, conforme já postei), mas abraça tranquilamente a política partidária, manipula a massa e ainda aufere lucros da "parceria", como empregar parentes nos gabinetes, etc. O que é pior das duas opções?

Outro exemplo: se submete candidamente aos pregadores da teologia da prosperidade, inclusive, lhes abrindo espaço em suas igrejas e pagando todas as mordomias, e ainda lhe dá uma "oferta de amor". O que pode ser pior do que pagar para alguém fazer isso?

É meu irmão Anchieta, coa-se o camelo, engole-se o mosquito.

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Daladier, a paz do Senhor.

Meu post trata do que temos de mais importante, que é a nossa salvação, sendo que a própria Bíblia gira todaem torno desta verdade.

Concordo com o seu comentário (exceto, é claro, no que tange à consagração de mulheres para a liderança eclesiástica pastoral). Vemos sim muita politicagem em nosso meio, bem como abertura para pregadores da teologia da prosperidade, mas encerro meu comentário com a seguinte frase: "Um erro não justifica a aceitação de outro".

Abraços fraternos.

Anchieta Campos

JamesCondera disse...

A Graça e a Paz, amado irmão Anchieta.

Este movimento que abriram para o pastorado feminino não se cansa de tentar arrumar subsídios para legalizar suas pretensões...

Querem tampar o sol com a peneira...

Referir-se que as mulheres tem um trabalho árduo para justificação do pastoreio feminino é como querer dizer que o 'inimigo' é santo por que faz até fogo descer do céu...

Mas noto uma verdade: é mais fácil gastar tempo e oportunidade defendendo o pastorado feminino e o meio ambiente, do que abraçar as causas dos pobres, necessitados e miseráveis deste país...

Que Deus abençoe ricamente o irmão e aos seus, tu és um baluarte nas mãos do Senhor...

Fraternalmente.

James.

Anchieta Campos disse...

Caro irmão James, a paz do Senhor.

Muito me alegra e motiva as suas palavras em meu blog.

Seu comentário fora coerente e objetivo. Não podemos negar o importante trabalho desempenhado pelas nossas queridas irmãs em Cristo, mas usar este fato como justificativa para consagrá-las ao pastoril/liderança de uma igreja local é, no mínimo, deixar de ser um observador da lei para passar a ser um legislador.

Também me surpreende a forte onda que este tema tem tido nestes últimos dias; nunca fora visto na história da Igreja tanto movimento em defesa da consagração de mulheres ao pastoril. Certos blogs só levam o tempo em tratar deste tema, defendendo arduamente este modismo em quase todas as suas postagens, esquecendo de tratar de temas mais importantes para a fé cristã e para com os que ainda não conhecem ao Senhor Jesus.

Abraços fraternos. Deus abençoe ricamente a você e os seus; em nome de Jesus. Amém.

Anchieta Campos