terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tradições assembleianas que devem acabar

Transcrevo abaixo um artigo do nobre teólogo e irmão em Cristo, Gutierres Siqueira, editor do blog Teologia Pentecostal. Referido artigo expõe algumas tradições que contemplamos principalmente nas Assembléias de Deus do nosso Brasil, as quais carecem totalmente de respaldo bíblico.

Como estava pensando em fazer uma publicação com abordagem semelhante, deliberei por honrar meu nobre amigo Gutierres e sua produção, transcrevendo na íntegra suas palavras.

Hora de revisar as tradições

Há muitas tradições nas Assembléias de Deus que já passaram de hora para acabar.

Qual a funcionalidade daquele monte de homens engravatados sentados em uma plataforma? Pergunto isso, pois muitas vezes presenciei cenas desagradáveis, como visitantes e idosos de pé, enquanto os “engravatados” esticavam as pernas em cima da plataforma. Quantas vezes enquanto o pastor prega, os cooperadores e diáconos conversam, assim chamando à atenção de todos?

Por que pastores precisam ter a cadeira mais bonita da plataforma? Os pastores são uma categoria especial de pessoas? O líder cristão primeiramente não tem que servir? O serviçal terá a cadeira de um rei? Aliás, já vi em uma igreja vagas no estacionamento separadas exclusivamente para os pastores. Meu Deus! Que segregação é essa?

Por qual motivo homens e mulheres sentam em bancos separados? Por acaso os irmãos são tão perigosos que podem atacar as irmãs durante o culto? Que malícia é essa? Por que um casal tem que passar duas horas separados um do outro? Será que ninguém pensa nas mulheres com crianças? Elas precisam da ajuda do esposo para cuidar do pentelho. Ou não?

Por que alguém nas Assembléias de Deus para ser ordenado pastor precisa passar pelas escalas de cooperador, diácono, presbítero e evangelista? Será que a vocação pastoral é o último estágio de alguém que apresenta todas as vocações possíveis? Será que alguém que tem um chamado pastoral terá necessariamente um chamado para evangelista? Que escala é essa? Parece mais um plano de carreira, mas sem sustentação bíblica para a sua justificativa.

Ora, são essas algumas das inúmeras tradições ultrapassadas, que mais atrapalham do que ajudam e ainda por cima saem muitas vezes acima das Escrituras. Colocar uma tradição acima da Bíblia é um pecado eclesiástico gravíssimo!”
.

Gutierres Siqueira tem 20 anos, é bacharelando em Comunicação Social/Jornalismo, bem como é professor de Escola Dominical na Assembléia de Deus em São Paulo-SP, Congregação do Jardim das Pedras.

Em Cristo,

Anchieta Campos

13 comentários:

Marcelo disse...

Querido irmão Anchieta,

Não achei nenhum pouco proveitoso este comentário, o qual traz mais confusão do que edificação em Deus, como bem vaticinou o apóstolo Paulo. Tendo em vista que os obreiros da Seara do Mestre são dignos de honra, não vejo problemas em dar-lhes lugares de destaque na igreja, tendo em vista ainda que segundo a Palavra de Deus, são, ou pelo menos deveriam ser exemplos para o Rebanho de Cristo. Muito me admira V. Sa., um pregador da Palavra, assembleiano, perdendo tempo com essas questões loucas. Fico a imaginar se você como esta nossa nova geração não é um defensor da "modernização" eclesiástica (mundanização), dada sua preocupação com o supérfluo, e distração quanto ao sagrado. Se seu pensamento é fazer com que a igreja torne-se uma igreja neoliberal, saiba que você está caminhando na contra-mão da Palavra. Pois o neoliberalismo caminha de mãos dadas com a apostasia. Por quê, meu caro irmão, não se preocupa em trazer críticas à luz da Santa Palavra de Deus às práticas escusas e aberrativas das ditas igrejas neopentecostais: Unção do leão, da galinha, do cachorro, da perna torta, cajado ungido, cimento ungido, sal grosso, galho de arruda, tenda da bênção, etc...
Dentre outras aberrações que assistimos passivamente corromper a genuina fé cristã, abalisada na inerrante PALAVRA DE DEUS. Este é um conselho de um irmão em Cristo e amigo.

Marcelo Lima da Silva

Coop. da Ass. de Deus Belém

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Marcelo, a paz do Senhor.

1º) Me convença, pela Bíblia, que a honra a qual devemos aos nossos pastores é lhes reservar um lugar de destaque na estrutura da igreja. Onde vemos respaldo bíblico para crermos que deva existir uma plataforma que tenha seu nível acima do corpo da igreja, onde somente determinada classe de irmãos podem sentar lá?

O amado irmão sabe que esta estrutura (me refiro ao destaque e elevação de determinadas classes eclesiásticas em detrimento do corpo como um todo) que contemplamos hoje na maioria das igrejas evangélicas é uma invenção e herança do catolicismo romano?

2º) Isso que trato neste artigo são questões loucas? É errado então expormos algo que não tem nenhuma serventia? É errado analisarmos práticas comuns em nosso meio?

3º) Você realmente não me conhece, ao passo que me define como um jovem que defende a mundanização da igreja. Nem sequer leu o que já publiquei neste blog, haja vista eu ter dezenas e dezenas de artigos onde trato de vários e vários assuntos doutrinários, censurando as heresias e os modismos, bem como criticando o meio evangélico quando necessário.

Me considero um jovem ortodoxo e tradicional, mas aprendi a colocar tudo sob o crivo da Palavra de Deus.

4º) Não sou defensor do neoliberalismo para a igreja. Sou defensor de uma igreja sadia e madura, sem tradições humanas desnecessárias e que carecem de respaldo bíblico.

5º) Leia meu blog e verás o quanto que já escrevi refutando heresias e modismos. Prezo por escrever aqui algo necessário e importante, o que com certeza este artigo é um exemplo deste cuidado.

6º) Mesmo que se considere este meu artigo como tratando de algo supérfluo, pergunto se é realmente conselho bíblico o de fecharmos os olhos para os erros mínimos. Creio que não.

7º) Por fim, reforço o desafio: mostre respaldo bíblico para estas tradições que aqui foram atacadas.

Atenciosamente,

Anchieta Campos

Anônimo disse...

A paz do Senhor, caro irmão Anchieta!!!

Quando eu li esse artigo fiquei meio intrigado, e me perguntei: Porque quebrar tradições que vem desde Cristo?

Pois em Mt 5.1 fala:
E JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;

No caso Jesus ficou em um ponto mais alto para que a atenção daquela multidão fosse voltada para Ele!
Como acontece nas igrejas com os pastores.
E no mesmo versículo fala que somente os discípulos se aproximou d’Ele!
Como acontece nas igrejas com os presbíteros e diáconos.

Agora se alguns deles estão no púlpito com conversas paralelas, esse questão vão ter que resolver com Jeová!!!

E quando o meu amado irmão citou o caso de algumas pessoas terem um chamado pra pastor! Ouve melhor Pastor que o Apostolo que Jesus disse: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;"
(Mateus 16 : 18)
Mas para ele se tornar a igreja de Cristo, teve que passar 3 anos aprendendo como ser Pastor! Por isso intitulado o nome discípulo.
Como acontece nas igrejas com os presbíteros e diáconos, estão aprendendo para cumprir com o seu chamado!

Por exemplo um de nós temos o chamado pra ser PR. Temos que passar algum tempo aprendendo como ser pastor, aprenderemos com seres humanos mais colocando sempre o Espírito Santo na frente!

Fica com Deus meu amigo irmão Anchieta!
Leandro Félix

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão e amigo Leandro Felix, a paz do Senhor.

No que pese o artigo não censurar o fato do pregador estar em um local de destaque no momento de seu sermão, apenas destaco que Mt 5:1 não dá sustentação para a idéia de que os pastores e demais membros do clero estejam com seus assentos em um local de destaque em relação aos demais membros da igreja local. Jesus estava em seu sermão do monte como pregador.

Ademais, essa não é uma tradição que vem desde os tempos de Cristo. Transcrevo aqui as palavras do pastor e escritor da CPAD, Geremias do Couto:

"Não creio que haja fundamentação bíblica. É uma questão cultural muito própria da Assembléia de Deus brasileira. Pode ser que tal prática tenha origem na forma grega de oratória de um lugar mais destacado. Em outras igrejas (batista, presbiteriana
e até a AD de outros paises - EUA, por exemplo) todos os pastores ficam em baixo. Só quem dirige fica no púlpito e o pregador só sobe na hora que vai pregar. Em nossa igreja local buscamos um meio-termo com a tradição: os pastores sentam no púlpito, mas ao lado. Assim não ficam atrás do pregador, mas podem vê-lo pelo menos de lado e participarem mais com a congregação. Não cria uma espécie de separação. Eu pessoalmente prefiro sentar em baixo, quando posso, para acompanhar melhor quem está
pregando". E para encerrar sua rápida explanação sobre o tema, o pastor Geremias do Couto ainda se expressou: "Mas o irmão sabe que não é fácil mudar a tradição... às vezes ela é mais forte do que a Bíblia!".

É um erro dar importância aquilo que não tem respaldo bíblico. Não há registro bíblico algum que aponte para a idéia de que os pastores, presbíteros, diáconos, etc., tenham tido assentos reservados e em destaque perante a igreja local.

Lembremo-nos das palavras de Jesus em Mc 12:38,39: "E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças, e das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias" (cf. Lc 11:43).

Em relação ao crente ter que passar por todos os cargos eclesiásticos para chegar a função de pastor, tal exigência carece de respaldo bíblico. Mt 16:18 se refere a Cristo e não a Pedro. E lembremos do jovem pastor Timóteo, o qual com certeza não seria ordenado pastor na Assembléia de Deus atual, haja vista a sua tenra idade.

Não estou defendendo consagrações sem o menor critério, mas apenas estou afirmando que não há respaldo bíblico para se ter que forçosamente seguir uma escada eclesiástica até alguém ser ordenado pastor. Paulo é claro ao afirmar que uns foram dados para "apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores" (Ef 4:11), ou seja, para Deus um apóstolo sempre foi apóstolo, um evangelista sempre foi evangelista, um pastor sempre foi pastor, e um doutor sempre foi doutor, pois os dons de Deus são sem arrependimento (Rm 11:29), bem como são distribuídos segundo a sua livre e soberana vontade (1 Co 12:11). Ao se estipular requisitos eclesiásticos para se alcançar determinada função na igreja local, o homem está assumindo a posição de Deus e sendo o possuidor direto dos critérios de ordenação, os quais numa grande parte das vezes acabam exaltando a vontade e o interesse humano em detrimento da vontade e interesse do Reino.

Que sejamos cada vez mais teocêntricos e cada vez menos antropocêntricos. Amém.

Forte abraço.

Anchieta Campos

Pastor Geremias Couto disse...

Querido Anchieta:

Há muitas outras tradições com as quais convivemos e que não fariam falta alguma.

Por exemplo, já obervou quanto tempo se perde do culto com as apresentações dos visitantes? Já cheguei a contar em alguns casos algo em torno de meia-hora! É aquela enorme lista e se alguém fica esquecido é capaz de se desviar dos santos caminhos do Senhor!

Creio que essa prática poderia ser simplificada para que o tempo do culto fosse melhor aproveitado. Além do mais, nós e os visitantes vamos à igreja para cultuar ao Senhor, e nào conferir os títulos de A ou B!

Abraços

Anchieta Campos disse...

Prezado pastor Geremias do Couto, a paz do Senhor.

Muito bem observado. E se for um culto "festivo", onde pastores e irmãos de toda região se fazem presentes, aí é que vai mesmo meia-hora de culto embora!

As tradições são boas enquanto são produtivas para a igreja local e ajudam no bom desenvolvimento do Reino. Mas quando as mesmas passam a mais atrapalhar do que ajudar, e isso dá-se para perceber, é a hora de mostrar que somos protestantes e que honramos mais a Bíblia do que ao homem e suas tradições.

Como destaquei no meu comentário acima: nossas igrejas precisam ser mais teocêntricas/bibliocêntricas, e menos antropocêntricas!

Forte abraço e obrigado por colaborar neste artigo, o que muito me honra e motiva.

Anchieta Campos

Unknown disse...

Caro amigo e amado irmão anchieta, é um prazer muito grande debater tudo isso contigo.
Pois é verdade que fiquei confuso quando li teu artigo!
Mas agora tbm tenho humildade pra falar que a sua conclusão esta certa, e falar tbm que pesso perdão por não ter entendido as entre-linhas do artigo!!!

Forte abraço Anchieta Compos

Em Cristo Jesus,
Seu amigo Leandro Felix

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão e amigo Leandro, a paz do Senhor.

O prazer é todo meu em poder trocar idéias com um jovem comprometido com a Palavra como é você.

Da análise de idéias divergentes é que o conhecimento avança, sempre em direção do aperfeiçoamento e da convergência, a qual no caso cristão leva para a exaltação da verdade bíblica, una e absoluta por excelência.

O mais importante é que foi isso que ocorreu nestes nossos comentários, o que acabou por honrar a Palavra de Deus e seus ensinos.

No demais, não há a necessidade do perdão, haja vista o amado não ter feito nada mais do que ter defendido o que julgava correto. A verdade é que abordar o assunto tradição para nós assembleianos não é uma tarefa fácil, e isso não é culpa nossa, mas da cultura na qual fomos inseridos.

Forte abraço! E estamos sempre aqui para o que for necessário e conveniente para o Reino.

Anchieta Campos

Unknown disse...

Obrigado por reproduzir esse texto. Realmente perdemos muito tempo com essas tradições desnecessárias.Infelizmente há sempre aqueles dispostos a defenderem as tradições até o fim... A contribuição do pastor Geremias do Couto vem em tempo, pois como vemos isso é mania assembleiana, especialmente no Brasil.

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão e amigo Gutierres, a paz do Senhor.

Você disse algumas verdades que merecem ser propagadas, para o bem do Reino de Deus aqui na terra.

O trabalho de romper com dogmas humanos não é fácil, mas é necessário.

Que a Assembléia de Deus seja sempre essa igreja ortodoxa no que tange a doutrina, mas que também possa se libertar de alguns costumes que mais atrapalham do que ajudam. Amém.

Abraço.

Anchieta Campos

Rose disse...

Esta é a primeira vez que estou visitando este site, e cheguei aqui porque sou voluntaria do GMO. Não moro no Brazil e sou membro de uma igreja não denominational. Acho suas questions importantes, mas sinceramente a forma como voce se referiu as crianças me assustou. Eu entendi o seu ponto, mas a Biblia nos diz que devemos ter cuidado com o que sai da nossa boca. Tenho certeza que sendo um servo de Deus e querendo ser um exemplo para outros, voce poderia ter usado uma outra palavra.

Anchieta Campos disse...

Cara Rose, saudações fraternas em Cristo.

O artigo é uma transcrição. Não são palavras minhas. Entretanto, não vejo mal algum no uso do termo "pentelho" por parte do irmão Gutierres.

Devemos evitar certos exageros legalistas e sem muita coerência lógica/bíblica.

Abraço.

Anchieta Campos

Blog do Bader disse...

sou Assembleiano em Natal,Rn e concordo com as palavras que foram escritas nesse artigo, pena que muita gente não entende que diante de nosso Pai todos somos iguais.

abraço querido
Jucielde Pereira