Passeando pela blogosfera, mais especificamente no blog “A Tenda na Rocha”, da irmã Wilma Rejane, vi uma breve biografia da esposa de Martinho Lutero, a alemã Katharina Von Bora (Lippendorf, 29 de janeiro de 1499 – Torgau, 20 de dezembro de 1552), a qual pode ser lida AQUI.
Confesso que ao ler tal artigo me senti com um peso na consciência, haja vista realmente sempre fazermos referência aos grandes homens da fé cristã, notadamente os reformadores, dentre eles se destaca (o que é fato claro) o alemão e expoente maior da reforma, Lutero. Mas sempre passamos em branco as mulheres que, quase sempre de modo discreto e sem destaque, foram peças importantes para que as grandes obras de seus maridos ou parentes fossem concretizadas.
Portanto, nada mais justo do que eu também fazer a minha humilde homenagem a esta mulher exemplo, esposa de Lutero, que fora a alemã Katharina Von Bora, a qual chamo de “Primeira Dama da Reforma”.
Katharina foi filha de um nobre empobrecido, tendo nascido próximo a Leipzig no ano de 1499, no atual Estado de Sachsen, sendo que aos 10 anos de idade ingressou no monastério de Nimbschen, vindo a se tornar uma freira católica da Ordem de Cister. Era leitora assídua das produções contrárias às práticas da igreja romana da época, inclusive as 95 Teses de Lutero, o que é tido como a leitura que desencadeou o desejo nela e em mais 11 freiras de fugirem do convento e seguirem os ideais da reforma pregados por Lutero, pois em um trecho das 95 Teses, Lutero assim se expressou “Nós não podemos ganhar o céu com bons trabalhos e nem com uma vida exemplar no convento. Só Jesus, filho de Deus, nos leva ao céu com sua morte, se nós o aceitarmos como nosso Senhor”. Conseguiram fugir do convento com a ajuda de um comerciante, tendo se escondido em barris de arenques (sardinhas). Na fuga foram parar no Castelo em que Lutero morava em Wittemberg, cedido pelo Príncipe Frederico, vindo a se casar com Lutero posteriormente. Do casamento resultaram 6 filhos, tendo somente três filhos e uma filha chegado a idade adulta.
Segundo relato do pastor luterano Altemir Labes, “Katharina tomava conta da casa, cuidava dos estudantes que lá moravam e assim cozinhava para umas 40 a 50 pessoas diariamente. Educava os filhos, lia, bordava, fazia cerveja, tinha uma horta e ainda criava animais. Compreendia e acompanhava muito bem tudo o que acontecia a sua volta”.
Conta-se que certa vez, quando Lutero esteve cabisbaixo durante vários dias, muito triste e deprimido, ela entrou no seu quarto vestida toda de preto. Ao vê-la Lutero assustou-se, tendo perguntado quem havia morrido. Katharina respondeu: “Deus morreu! Afinal de contas, você não pára com isso, de ficar se preocupando”. O resultado foi um Lutero novamente animado e feliz.
Depois da morte de Lutero, com os efeitos da guerra, fuga e pobreza, Katharina passou muitas dificuldades com seus filhos, vindo a falecer em um acidente, em Torgau, no dia 20 de dezembro de 1552, com 53 anos.
Dos filhos de Lutero com Katharina, apenas Margaretha manteve a linhagem até os dias atuais, sendo o presidente alemão Paul von Hindenburg (1847-1934) um descendente direto do casal.
Anchieta Campos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário