sábado, 28 de março de 2009

Pré ou pós-tribulacionismo?

Quando se dará o arrebatamento da Igreja? Esta pergunta, aplicada em uma teologia ortodoxa, não denota a busca da data exata da volta de Cristo, tendo em vista que é totalmente anti-bíblico tentarmos descobrir o dia exato da volta de nosso Senhor (ver meus artigos O arrebatamento da Igreja em UM momento e E a profecia falhou), mas denota uma análise bíblica para se saber em qual período escatológico se dará o arrebatamento. Para tanto existem no meio teológico três correntes escatológicas quanto ao tema, quais sejam: a pré-tribulacionista, a midi-tribulacionista, e a pós-tribulacionista. Por simples dedução para um bom entendedor, percebe-se claramente que a primeira corrente defende o pensamento de que a Igreja não passará pelos males da Tribulação e da Grande Tribulação, sendo a mesma arrebatada antes do período de sete anos de governo do anticristo; a segunda corrente defende que a mesma será arrebatada na metade dos sete anos, passando apenas pela Tribulação, sendo livrada assim da Grande Tribulação dos últimos três anos e meio; por fim, a última corrente defende a idéia de que a Igreja será arrebatada apenas com o término dos sete anos, sofrendo assim todos os males da Grande Tribulação.

Pois bem, tendo em vista que o embate maior, o clássico da disputa neste quesito, se dá principalmente entre as correntes pré e pós, retiro o termo midi do título deste artigo, o qual mostrará, de uma maneira sucinta e não terminativa para os estudiosos, que a corrente pré-tribulacionista é a ensinada pela Palavra de Deus.

Como primeiro fato que podemos citar para se crer que a Igreja será arrebatada antes do início do período de tribulação, é o de que a palavra Igreja só é mencionada no livro do Apocalipse até o capítulo 3 e versículo 22 (vindo somente a aparecer novamente em Ap 22:16). Notadamente o termo igreja só aparece em Apocalipse até as famosas sete cartas escritas para sete igrejas da época, onde após isto não vemos mais a menção deste termo. Logo em seguida a Ap 3:22, temos Ap 4:1, onde lemos “Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer”, o que remete os eventos seguintes narrados para um período futuro (excetuando-se os eventos parentéticos), em que não se alude mais a existência da Igreja.

O que vemos mais adiante no livro de Apocalipse, notadamente em seu capítulo 6, é o desencadeamento do juízo divino sobre os que habitam a terra, com a abertura do primeiro dos sete selos que selam o livro, mais especificamente em Ap 6:2 vemos que com a abertura do primeiro selo tem-se a cena de “um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer”. E quem é este cavaleiro montado sobre este cavalo branco? Não há dúvidas de que é o anticristo, recebendo uma coroa, símbolo de reinado, em uma clara alusão ao seu governo de sete anos na terra. Comprova-se isto pelos demais cavalos que seguiram ao cavalo branco (vermelho = guerra; preto = crise de alimentos, alta de preços; amarelo = morte com guerras, fomes e pestes); é claro que Cristo não traria estes males em seu reinado. Ademais, Cristo realmente não se confunde com este cavaleiro de Ap 6:2, pois o Senhor Jesus encontra-se claramente identificado em Ap 19:11,14. Portanto, percebemos que a instauração do governo de sete anos do anticristo se dá logo após o encerramento das referências à Igreja, o que denota um arrebatamento pré-tribulacionista.

Seguindo pelo livro, contemplamos a continuação da abertura dos sete selos, seguida pelo ressoar de sete trombetas, culminando com as sete últimas pragas da ira de Deus contidas nas taças de sete anjos. Mas, para quem se destina este período de grande tribulação e dor? O texto de 2 Ts 2:6-12 nos dá a resposta, o qual convém transcrevermos: “E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”. Paulo aqui fala que existe um que resiste, que detém o homem do pecado, o iníquo (i.e., o anticristo), até que este que resiste seja do meio tirado, para que assim seja revelado o iníquo; denota-se aqui que quem resiste ao anticristo (que vem segundo o poder de satanás) seja o Espírito Santo, O qual habita nos verdadeiros crentes, os quais compõem a Igreja, sendo que o Mesmo será retirado do meio por ocasião do arrebatamento da Igreja. Somente o Espírito Santo para ter poder para resistir e deter as forças do mal. Pois bem, vemos ainda que essa vinda do anticristo “é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem”, o que torna claro e cristalino que este período de governo do anticristo será para os que perecem, os quais não receberam o amor da verdade para se salvarem, ou seja, para que assim fossem dignos da vida eterna e serem alvos do arrebatamento, o que os salvariam deste período de dor e julgamento. É isto que é concluído e confirmado nos versos 11 e 12 “E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”. Como disse o professor Dr. Caramuru Afonso, “Ora, se a Grande Tribulação é um juízo para aqueles que não aceitaram a Cristo, por que haveria de a Igreja sofrer, vivendo na Terra durante este período?”. Ver ainda 1 Ts 5:1-9, o qual também trata o tema de forma esclarecedora.

A promessa de livramento da Igreja do sofrimento da Tribulação é patente em todo o Novo Testamento. Em Ap 3:10 está escrito que “como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Esta é uma clara alusão ao livramento da igreja de Filadélfia em relação a Tribulação, mas também é uma promessa que abrange a Igreja em todos os tempos e lugares (cf. Ap 3:13). A igreja de Filadélfia é um modelo claro de fidelidade ao Senhor Jesus e a sua palavra. Na Bíblia vemos que a fidelidade ao Senhor está intimamente relacionada com livramentos divinos; é o caso de Noé e o dilúvio (Gn 6:8,13), bem como o caso de Ló e sua família em relação ao juízo sobre Sodoma e Gomorra (Gn 19:12-25). Assim como nestes casos, a Igreja será livrada do juízo divino sobre a terra na Tribulação, cf. analogia do próprio Cristo em Mt 24:37-39 e Lc 17:28,29,32-36. Ainda em relação à promessa de Ap 3:10, convém transcrever um parágrafo do capítulo sobre Escatologia da obra Teologia Sistemática Pentecostal, da CPAD, capítulo este escrito pelo nobre pastor Ciro Sanches Zibordi: “Todas as mensagens registradas em Apocalipse às igrejas da Ásia possuem mandamentos e exemplos para nós, hoje, quanto à manutenção do amor e da fidelidade (2.4,10; 3:11); quanto às falsas profecias (2.20-22); quanto ao perigo de Jesus estar do lado de fora (3.20), etc. Portanto, não há duvidas de que a promessa de livramento da hora da tentação é extensiva a todos os salvos” pg. 512.

Destaquemos também a existência das duas testemunhas de Ap 11:3,7. Oras, se a Igreja ainda estivesse aqui no período da Tribulação, para que seria necessário o envio destas duas testemunhas? Sabemos que à Igreja fora entregue a missão de pregar a Palavra e testemunhar de Cristo (Mt 28:19,20; Mc 3:14; 16:15,20; Lc 9:2; At 5:42; 8:25; 10:42; 14:7; Rm 1:15; 10:14-17; Ef 3:8; 1 Co 9:16; 2 Co 2:12; 10:16; 1 Pe 1:12). Ainda em Apocalipse, destaquemos que no ápice da Grande Tribulação, após as Bodas do Cordeiro, Cristo descerá com a Igreja já glorificada e aprontada, para por fim ao governo do anticristo (Ap 19:7-15), o que confirma que a Igreja estará no céu enquanto na terra se desenvolve e se encerra o período de tribulação.

Por fim, cabe transcrever o pensamento do já citado professor Dr. Caramuru Afonso, em relação ao “tempo dos gentios”, aplicado na ótica sob enfoque: “Por fim, o próprio Jesus, no sermão escatológico, afirma que Jerusalém não estaria sob pleno domínio judaico enquanto o tempo dos gentios não se completasse, ou seja, os episódios mencionados na Grande Tribulação exigem o pleno domínio judeu sobre Jerusalém e isto não se dará enquanto perdurar o tempo dos gentios, numa clara alusão de que o período da Grande Tribulação é posterior ao tempo dos gentios (Lc.21:24), que é o tempo da Igreja (Ef.3:6). Nesta afirmação de Jesus está a prova de que não podem coexistir, na face da Terra, a Igreja e um Israel que tenha o culto cerimonial completamente reativado. Por isso, Jesus nos manda olhar para a figueira. A redenção da Igreja ocorrerá, diz o Senhor, quando a figueira tiver brotado as folhas, antes que venha o verão (a estação do calor, a estação “quente”, ou seja, o momento em que se dará o juízo de Deus). Ora, “…seu (isto é, da figueira) florescimento era proverbialmente reconhecido como um sinal certo da chegada da primavera. A inflorescência surge como prova de que a primavera se aproxima, e uma coisa sempre acompanha à outra.…”(R.N. CHAMPLIN. O Novo Testamento interpretado, v.1, com. Mt.24:33, p.565). Desta maneira, o arrebatamento da Igreja se dará antes que apareça o fruto, isto é, antes que se reiniciem os sacrifícios no templo reconstruído, antes que se restaure todo o cerimonial judaico. O fruto de Israel só surgirá depois que o fruto da Igreja cessar”.

Concluímos, portanto, que a Igreja será arrebatada antes do início dos sete anos de governo do anticristo, não passando assim pelo período de tribulação que assolará a terra nestes anos.

Anchieta Campos

21 comentários:

Anônimo disse...

Caro Anchieta,

Eu sou pré-milenista, já fui pré-tribulacionista convicto, mas hoje tendo ao pós-tribulacionismo.

Vou ler e pensar o seu texto com atenção, e quem sabe postar uns questionamentos.

Em Cristo,

Clóvis

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Clóvis, a paz do Senhor.

É muito bom tê-lo por aqui! Estou devendo visitas e comentários em seu blog.

Sabes que tem livre acesso para comentar neste espaço, seja para ratificar o que escrevo, seja para levantar questionamentos. Nos damos muito bem, e pessoas como você só nos traz crescimento bíblico e espiritual.

Forte abraço.

Anchieta Campos

Daniel disse...

MUITO BOM!! Texto elucidativo. Penso que depois dessa não há dúvidas de que a igreja não verá a tribulação.

Anchieta Campos disse...

Caro irmão Daniel, a paz do Senhor.

Muito obrigado por suas palavras de apoio e incentivo. Deus o abençoe por isso.

Creio, piamente, que a Bíblia é clara em ensinar a doutrina a qual chamamos de pré-tribulacionismo. Até mesmo a lógica bíblica-cristã aponta para esta conclusão, visto que seria contrarioso a Igreja passar por um julgamento terreno destinado aos ímpios, bem como destinado a restauração de Israel.

Abraço.

Anchieta Campos

Anônimo disse...

Irmão Anchieta Campos,

Paz seja contigo!

Como disse, iria pensar o seu texto e postar alguns questionamentos. São algumas pergunta de ordem prática, mas antes permita-me lhe dizer que reli o texto e o mesmo é consistente e bem fundamentado.

O que eu pergunto:

a) Qual a situação dos que, mesmo sendo crentes, ficaram para trás no arrebatamento?

b) Haverá pregação do evangelho durante a Grande Tribulação?

c) E se o Espírito Santo será retirado da terra com a Igreja, como se dará a reconciliação dos desviados (se houver) e a conversão dos perdidos (se houver) nesse período?

Em Cristo,

Clóvis

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.

Muito me honram e motivam as suas palavras. Com toda a sinceridade, o amado irmão é um dos poucos que, mesmo divergindo em alguns poucos pontos não cardeais da fé cristã, conseguimos manter uma relação sadia e muito edificante. Graças a Deus por isto!

Se o amado irmão me permite, irei transcrever parte de um artigo do professor Caramuru, onde ele trata diretamente sobre as suas nobres perguntas de ordem prática. Não sou muito de fazer transcrições, mas pela riqueza e completude da explanação do já citado mestre, seria apenas realizar um trabalho que já fora realizado brilhantemente.

Eis a transcrição:

"VI-A – HAVERÁ SALVAÇÃO NA GRANDE TRIBULAÇÃO

- É na análise do quinto selo do livro aberto pelo Cordeiro no Apocalipse que surge a questão da salvação na Grande Tribulação, pois é ensinado por muitos que, após o arrebatamento da Igreja, não será possível a salvação de qualquer gentio, pois se terá fechado a porta da graça, não havendo, pois, como alguém se salvar a partir de então. Na Grande Tribulação, dizem estes, abrir-se-á apenas oportunidade aos judeus, pois se estará na última semana da profecia de Daniel. Este ensinamento é muito difundido no meio do povo evangélico, mas, lamentavelmente, não é um ensino que tenha respaldo bíblico.

- Ao falar do quinto selo, o escritor sagrado diz que viu um grande número de almas de pessoas que morreram pelo amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram (Ap.6:9). Nesta oportunidade, não é dito de que nacionalidade são estas pessoas, motivo por que muitos insistem em dizer que se trata apenas de judeus que foram alcançados pela pregação do evangelho, a cargo dos 144.000 israelitas que se converteram ao Senhor Jesus depois do arrebatamento da Igreja, mencionados no capítulo 7 de Apocalipse, e das duas testemunhas, citadas no capítulo 11 do mesmo livro.

- No entanto, se formos bem analisar a questão, veremos que este pensamento não tem respaldo bíblico. Em primeiro lugar, este raciocínio confunde término da dispensação da graça com término da salvação. A salvação é uma realidade que vai além da dispensação da graça. A dispensação da graça, dizem-nos as Escrituras, começou com Jesus Cristo (Jo.1:17), mas a salvação é destinada a todos os homens, de todos os tempos (I Tm.2:4). Como afirma o pastor Antonio Gilberto, consultor teológico da CPAD, “…como o povo se salvava antes da Dispensação da Graça e como operava o Espírito Santo nessa época ? – O povo se salvava pela fé no Redentor que havia de vir. Isso era também salvação pela graça. (Ler Atos 15.11; Efésio 1.4; 1 Pedro 1.19,20.). Eles também tinham o Evangelho (Gl.3.8; Hb.4.2).…” (O calendário da profecia, p.58). Assim, o fato de, com o arrebatamento da Igreja, ter terminado a dispensação da graça, em absoluto significa que Jesus tenha deixado de salvar.

- Em segundo lugar, dizer que não haverá salvação na Grande Tribulação senão para os judeus é negar as próprias Escrituras. Se em Ap.6:9-11 não é revelada a nacionalidade destas almas, quando, porém, lemos Ap.7:9, fica claro que estes mártires são provenientes de todas nações, tribos, povos e línguas, ou seja, tanto judeus quanto gentios. Nem se diga que estas pessoas são os salvos arrebatados (como defendem os midi-tribulacionistas), porque a Bíblia afirma que estes vieram de grande tribulação (Ap.7:14) e, mais, que estavam com vestidos brancos, vestidos que lhes foram dados quando da revelação do quinto selo (Ap.6:11), a mostrar que se trata do mesmo grupo. Sabemos, também, que se trata do mesmo grupo porque estão no mesmo lugar, pois é dito que estão debaixo do altar em Ap.6:9 e, em Ap.7:9, diante do trono, perante o Cordeiro. Ora, pelo que vemos de Ap.8:3, o altar de ouro está diante do trono. Portanto, se a Bíblia diz que há salvos e santos que vieram deste período e, inclusive, morreram por causa do testemunho de Jesus, por que haveremos de negá-lo ?

- Muitos acham perigoso ensinar que haverá salvação na Grande Tribulação porque isto incentivaria uma vida displicente na Igreja, estimularia o desleixo espiritual, pois, se a Bíblia nos ensina que devemos esperar Jesus e, por isso, sermos vigilantes e vivermos em santificação, a partir do momento que afirmamos que alguém poderá ser salvo na Grande Tribulação, estaremos dando licença para que alguém peque e, se Jesus voltar e ele estiver despercebido, como conhece a Palavra, terá chance de, imediatamente, se reconciliar com o Senhor e, assim, aguardar a salvação neste negro período da história humana.

- Por primeiro, o fato de que um ensino tenha esta ou aquela conseqüência, não nos autoriza a omiti-lo ou a negá-lo. Nosso compromisso é com a verdade e a Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17). Assim, não há qualquer base bíblica para que deixemos de reconhecer e de ensinar que haverá salvação na Grande Tribulação, a fim de que não se incentive uma vida de pecado na Igreja.

- Por segundo, ainda que reconheçamos que haverá salvação na Grande Tribulação, de modo algum poderemos entender que isto seja uma forma de facilitação de uma vida de pecado. Se amamos Jesus, se estamos nEle, não temos desejo de pecar, somos uma nova criatura, temos a mente de Cristo e a vontade de Deus é a nossa vontade. Se somos santos, buscamos cada vez mais santificação (Ap.22:11). Se amamos a Deus, não amamos o mundo nem o que no mundo há (I Jo.2:15). Portanto, não cremos, absolutamente, que o fato de ser ensinado que haverá salvação na Grande Tribulação venha a abalar a fé de quem realmente ama a Deus.

- Por terceiro, é preciso deixar bem claro que a salvação na Grande Tribulação será muito mais difícil e árdua do que a salvação na nossa atual dispensação. Atualmente, a salvação é acessível a tantos quantos crerem em Jesus. A fé vem pelo ouvir pela Palavra de Deus(Rm.10:17) e, ao crermos, já alcançamos a salvação (Mc.16:16; Jo.5:24). Hoje, temos o Espírito Santo atuando diretamente em cada coração, buscando convencer o homem do pecado, da morte e do juízo (Jo.16:7-11).

- Na Grande Tribulação, entretanto, o Espírito Santo não mais atuará diretamente, mas, bem ao contrário, voltará a atuar como o fazia nas dispensações anteriores, ou seja, através de pessoas previamente escolhidas por Deus, através das quais a mensagem do Senhor será divulgada, pessoas estas que são as duas testemunhas mencionadas em Apocalipse 11 e os 144.000 citados em Apocalipse 7. Assim, dizer que uma pessoa que estava despercebida quando da vinda de Jesus vai logo se conscientizar de que Jesus veio e vai se arrepender é algo com o que não podemos concordar, porque o processo do arrependimento instantâneo que presenciamos na nossa atual dispensação é obra da atuação indiscriminada do Espírito Santo, que não mais estará ocorrendo após o arrebatamento da Igreja.

- Mas não é só ! Como já dissemos, além de o Espírito Santo não atuar mais diretamente, a partir do arrebatamento da Igreja, o mundo espiritual na Grande Tribulação estará infestado de espíritos malignos. O diabo e seus anjos terão sido precipitados sobre a face da Terra e, o que é pior, o Espírito Santo deixará de resistir à atuação destas hostes espirituais da maldade. Ora, se a situação de batalha espiritual já é medonha na atual dispensação, a ponto de Paulo nos instruir a tomarmos a armadura de Deus (Ef.6:12-18), quando as forças do mal se encontram nos lugares celestiais, sem poder fazer frente à resistência do Espírito Santo, como serão naqueles dias, em que o Espírito Santo não oferecerá resistência e os demônios estarão, como diz o povo, “livres, leves e soltos” ?

- Mas ainda isto não é tudo! As Escrituras são claríssimas ao afirmar que a salvação na Grande Tribulação exigirá o martírio, ou seja, para que alguém seja salvo, além de crer em Jesus com toda esta dificuldade de ordem espiritual, terá de morrer por causa do testemunho de Jesus e do amor pela Palavra de Deus. Na Grande Tribulação, a salvação dependerá do derramamento do próprio sangue, além da fé no poder do sangue de Jesus. A Bíblia diz, claramente, que o Anticristo destruirá os santos do Altíssimo (Dn.7:25) e que os salvos, apesar de terem seus pecados perdoados, serão mortos (Ap.6:9,10; 13:10). Assim, se alguém não quis servir a Deus no tempo da graça, onde tudo era fácil, onde bastava crer, será que terá estrutura para enfrentar a Grande Tribulação ? Por isso, entendemos que será muito, mas muito difícil mesmo que alguém que tenha negligenciado na sua fé e perca o arrebatamento da Igreja, tenha condições de se salvar durante a Grande Tribulação. Não é impossível, mas serão muito poucos aqueles que conseguirem. Por isso, devemos agir como nos recomenda o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo na sua advertência à igreja de Laodicéia, que representa esta igreja descuidada dos dias do arrebatamento (Ap.3:18-20) e que nos arrependamos de nosso descuido enquanto é tempo, antes que seja tarde demais (Mt.25:11,12).


VI-B – A OBRA DE DEUS NA GRANDE TRIBULAÇÃO

- Se há salvação na Grande Tribulação, isto indica que há pessoas que estarão fazendo a obra de Deus neste período. Estas pessoas, logicamente, não fazem parte da Igreja, que já terá sido arrebatada nesta ocasião. Quem, então, será cheio do Espírito Santo para trazer a mensagem de salvação na pessoa de Jesus Cristo ? O livro do Apocalipse revela que Deus terá Sua obra feita na Terra a partir dos 144.000 judeus assinalados pelo Senhor em Apocalipse 7 e pelas duas testemunhas, mencionadas em Apocalipse 11.

- As duas testemunhas serão profetas levantados pelo Senhor para pregar a mensagem de Deus durante a primeira metade da Grande Tribulação. Dizemos que o farão na primeira metade da Grande Tribulação, porque a Bíblia afirma que elas serão mortas e expostas ao público pelo Anticristo durante três anos e meio (Ap.11:9), após terem tido um ministério de mil duzentos e sessenta dias, ou seja, três anos e meio (Ap.11:3). Durante o seu ministério, o adversário não terá domínio sobre elas, pois serão ungidas pelo Senhor e receberão de Deus o poder para executarem o seu ministério(Ap.11:3-6), o que é a clara demonstração de que o Senhor, mesmo durante a Grande Tribulação, não perderá o controle sobre os acontecimentos, sobre o Universo. Por isso, querido(a) irmão(ã), nunca deixe de crer neste Deus Todo-Poderoso, que tem absoluto controle sobre todas as coisas !

- Entretanto, após o tempo de seu ministério, que será durante a primeira metade da Grande Tribulação, o Senhor permitirá que estas duas testemunhas sejam mortas pelo falso profeta, que, assim, demonstrará o seu poderio e, com este grande sinal, cristalizará o poder do Anticristo e levará todas as multidões a aceitar adorá-lo (Ap.11:7). Serão, então, expostos em Jerusalém, como demonstração do suposto poder do Anticristo, e isto durará por três anos e meio (Ap.11:2,11), que será, também, o tempo em que se dará a profanação do templo de Jerusalém pela imagem da Besta. Esta exposição pública de corpos que não são sepultados é costume bem presente na atualidade. Em Moscou, o corpo de Lênin, o líder da Revolução Russa, é mantido exposto e sob visitação pública, mesmo depois do término do regime comunista naquele país, o mesmo se dando com relação ao corpo de Mão Tse-Tung, o líder da Revolução Chinesa, em Pequim.

- Muito se especula a respeito da identidade destas duas testemunhas. Alguns estudiosos da Bíblia entendem que sejam Enoque e Elias, uma vez que são as duas únicas pessoas que não provaram a morte e a Bíblia afirma que está ordenado aos homens morrerem (Hb.9:27), sendo, ainda, que, como é dito que ambas as testemunhas seriam oliveiras e castiçais que estariam diante de Deus (Ap.11:4), isto indicaria que se trataria de pessoas que estariam diante do Senhor no céu. De qualquer modo, apesar deste pensamento, devemos ter o comportamento recomendado pelo pastor Antonio Gilberto, que ora transcrevemos: “…o caso não é muito relevante para nós da Igreja do Senhor porque quando as duas testemunhas atuarem aqui, a Igreja já estará com Cristo na Glória. Nosso conselho aos salvos, tendo em vista as duas testemunhas é o que está em Hebreus 2.1:’ Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.’ Isto é, as verdades bíblicas a partir da salvação (Hb.2.3).…” (O calendário da profecia, p.143).

- Além das duas testemunhas, que serão os dois últimos profetas do Senhor na história da humanidade, que terão um ministério público, também atuarão na obra de Deus 144.000(cento e quarenta e quatro mil) homens, que serão assinalados pelo Senhor, que são chamados de “servos do nosso Deus” (Ap.7:3 “in fine”). Estes servos, ao contrário das duas testemunhas, serão servos anônimos, a exemplo daqueles sete mil que serviram a Deus no tempo de Elias (II Rs.19:18), os quais não deixaram nem permitiram que a apostasia de Israel fosse total, ou como os crentes anônimos de Chipre e de Cirene que, sem serem identificados, iniciaram a evangelização dos gentios na igreja primitiva (At.11:20,21). Estes homens serão os responsáveis pela pregação da palavra de Deus e pela salvação de muitos na Grande Tribulação, ao lado das duas testemunhas.

- O texto bíblico diz que estes homens não se contaminarão com o mundo e se manterão fiéis ao Senhor (Ap.14:3-5), mas, também, como são vistos na glória, juntamente com o Cordeiro (Ap.14:3), é percebido que, a exemplo das duas testemunhas, também irão ser mortos pelo Anticristo e pelo falso profeta no desempenho de seu ministério.

- Muito se especula, também, sobre a identidade destes homens. O texto de Apocalipse 7 identifica-os como israelitas, doze mil de cada tribo, ainda que, na relação das tribos, não estejam as tribos de Dã e de Efraim. Com relação à tribo de Efraim, facilmente podemos perceber que ela é denominada de José, já que Efraim, conquanto não tenha sido o primogênito de José, assim foi abençoado por Jacó (Gn.48:14,19,20). Já no que diz respeito a Dã, a exclusão desta tribo explica-se porque esta tribo foi a primeira a apostatar em Israel, tornando-se idólatra (Jz.18), o que faz com que alguns estudiosos entendam que o Anticristo se dirá vinculado à tribo de Dã, quando invocar uma descendência judia a fim de convencer Israel que é o Messias.

- Outros, porém, tendo em vista que as dez tribos do antigo reino de Israel, o chamado “reino do norte”, desapareceram após a destruição deste reino pelos assírios, tendo um pequeno remanescente se misturado às três outras tribos do reino do sul (Judá, Benjamim e Levi), entendem que a menção das tribos em Apocalipse 17 não quer dizer que se esteja diante de pessoas judias, mas de um “novo Israel”, que seria o povo de Deus durante a Grande Tribulação, reunindo tanto os gentios que crerem em Jesus quanto os judeus que também o fizerem (a tribo de Dã representaria, assim, os judeus apóstatas, os “muitos” citados em Dn.9:27, que aceitarão o Anticristo como Messias e com ele selarão o pacto de paz). São entendimentos divergentes que devemos respeitar e que, como já dissemos acima, reproduzindo palavras do pastor Antonio Gilberto, é assunto irrelevante para nós que, como Igreja do Senhor, não estaremos aqui para presenciar os fatos.

- A existência desta obra de Deus na Grande Tribulação faz com que muitos estudiosos da Bíblia entendam que o capítulo 24 de Mateus diga todo ele respeito à Grande Tribulação. Jesus teria respondido aos discípulos a respeito dos fatos que ainda estavam por acontecer com relação a Israel, falando a respeito da destruição do templo, da Sua vinda ( e, neste particular, Jesus somente virá para Israel, pois a Igreja é que irá ao encontro do Senhor nos ares – cfr. I Ts.4:17, de modo que não se poderia confundir volta de Jesus com arrebatamento da Igreja) e do fim do mundo. Os primeiros quatorze versículos diriam respeito à primeira metade da última semana de Daniel e os quatorze subseqüentes, à segunda metade.

- Dentro deste raciocínio, o trabalho dos servos do Senhor durante a Grande Tribulação seria o descrito em Mt.24:5-14, que, normalmente, são apontados como sinais do arrebatamento da Igreja. Ainda segundo estes estudiosos, o evangelho do reino seria o evangelho pregado tanto pelas duas testemunhas quanto pelos 144.000 e só então se daria o fim deste primeiro período da Grande Tribulação. Em resposta à rejeição desta última oportunidade, viriam as pragas que são mencionadas a partir do capítulo 10 do livro do Apocalipse.

- O importante de todas estas informações é que a presença das duas testemunhas e dos 144.000 é mais um elemento a confirmar que a Igreja não estará na Terra quando da Grande Tribulação, pois, se aqui ela estivesse, não haveria necessidade alguma de o Senhor preparar outros para realizar a Sua obra. Se surge um “novo Israel” e dois novos profetas, isto é sinal evidente de que neste tempo, não está na Terra “…a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz…” (I Pe.2:9b)".

Peço perdão pelo longo texto, mas ao mesmo tempo anseio que ele tenha acrescentado algo a sua já vasta e gabaritada bagagem teológica.

Forte abraço, caro amigo e irmão em Cristo.

Anchieta Campos

Anônimo disse...

Irmão Anchieta Campos,

Realmente o texto é longo, mas vale a leitura. Aliás, merece uma releitura, com mais calma do que a primeira que fiz.

Sobre minha posição com relação à Grande Tribulação, gostaria de fazer umas observações.

Eu já fui dispensacionalista, o que implica ser pré-milenista e pré-tribulacionista. Hoje apenas admiro o dispensacionalismo, mas por uma série de motivos hermenêuticos, não posso ser um. Mas continuo firme no pré-milenismo e estou revendo minha posição pré-trib, sendo que atualmente me considero pós-trib, mas não ainda a ponto de fazer uma defesa arrazoada do mesmo. Entende a importância do seu artigo e do texto colado no comentário? Aliás, irei fazer uma chamada ao seu texto no Cinco Solas, com link para este tópico.

Para não alongar o comentário, faço apenas uma primeira observação sobre o texto postado. É que entendo que o martírio como condição para a salvação na GT não se sustenta biblicamente. Talvez como conseqüência, mesmo assim, haveria exceções. O que acha pessoalmente sobre isso?

Em Cristo,

Clóvis

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.

Escatologia sempre irá requerer de todos nós "uma releitura". É, verdadeiramente, a cadeira teológica mais marcada pela especulação, mesmo com toda a brilhante sistemática que temos ao nosso dispor, a qual, mesmo sendo brilhante e muito esclarecedora, não satisfaz a totalidade das dúvidas.

Todo e qualquer texto que trate do tema em questão é de extrema importância, e fico honrado por ter meu artigo tido como importante, mais ainda por ser citado em seu ilustre blog.

Em relação a sua observação, creio realmente que o martírio na Grande Tribulação não é um pré-requisito para se alcançar a salvação eterna. E creio também que Caramuru não quis falar no sentido de requisito necessário, mas sim no sentido de que será a regra geral, pois será sim um tempo de perseguição e martírio para quem quiser seguir a Cristo. Portanto, haverá sim exceções, e vejo isto como um fato bíblico e lógico muito forte. As palavras de Jesus em Mt 24:15-25 reforçam este pensamento.

Forte abraço.

Anchieta Campos

Anônimo disse...

Ir. Anchieta, a Paz do Senhor.
Sou pre-tribulacionista, porém não ignoro a posição pós-tribulacionistas. O que me causa curiosidade é saber se é possível um pastor da Assembléia de Deus manifestar sua posição pós-tribulacionista. Seria andar na contra mão ou anti-ético com relação a nossa doutrina das últimas coisas, dos ensinos da escola dominical e do credo da CGADB? sinceramente não vejo espaço para um pós numa denominação pré, principalmente nesta posição eclesiástica.

Anchieta Campos disse...

Caro Anônimo, a paz do Senhor (seja lá quem for! risos).

Respeito também a posição pós, bem como respeito bastante os nossos irmãos calvinistas. A seriedade deles é algo inconteste.

Em relação a sua indagação, realmente é algo interessante, e não tão simples assim. Pode ser que tal pastor apenas discorde neste ponto, o que faria com que ele ainda se identificasse mais com a Assembléia de Deus do que com qualquer outra denominação.

Mas é inegável que isso não é o ideal, pois é um assunto teológico importante. Além do mais, como bem lembrou o irmão, seria contraditório com as publicações oficiais da igreja (CPAD), o que dificultaria bastante uma harmonia maior no seio local.

Creio que o ideal nesta situação seria tal pastor mostrar a posição oficial da igreja, expor ambas as idéias e argumentos, e deixar a igreja local decidir qual corrente vai adotar. Depois se evitaria pregar constantemente em tal assunto.

É isso.

Anchieta Campos

Unknown disse...

gostaria muito de conversarmos sobre esse assunto que tanto tenho duvidas e o que gera mais duvidas em mim é o texto em Mateus 24.22 que fala sobre a grande tribulação que " se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias"

Anchieta Campos disse...

Prezado irmão Anderson, saudações fraternas em Cristo Jesus.

Primeiramente perdão pelo atraso em responder ao seu comentário. Estava meio distante do blog, o que, como bem o amado irmão deve ter percebido, afetou também a produção de novas postagens.

Em relação ao seu questionamento, Mt 24:22 realmente trata da grande tribulação escatológica. Creio que tal passagem fala em respeito a uma ação divina no sentido de se amenizar/limitar os sofrimentos e juízos contra a humanidade que habitar a terra em tal período.

É uma ação no sentido de poupar os escolhidos, i.e, aqueles que escolherão o caminho da salvação em tal período, cf. Ap 6:9-11.

Em suma, o caos e a tragédia no período da grande tribulação será tão grande, que se não houvesse uma intervenção divina no sentido de amenizar tais acontecimentos destruídores, simplesmente nenhuma carne se salvaria, i.e., nenhuma vida seria poupada.

Por fim, tal versículo confirma o cuidado que Deus tem para com os seus, mesmo para com aqueles que só vierem a abraçá-lo após o arrebatamento da Igreja.

Abraço.

Anchieta Campos

Christofer disse...

A Paz. Meu querido, é a primeira vez que eu blogo, então não sei se estou fazendo certo, porque tentei postar outras duas vezes e se essa for a terceira vez,fineza desconsiderar e me perdoar. Estou dividido entre as duas escolas, mas gostaria de acrescentar minha opinião. Creio eu que o verbo GUARDAREI de Ap 3 10 (Guardarei, do Grego: tereo, que significa: guardar; tomar conta de; manter alguém no estado em que ele está.) não deve ser entendido como arrebatar, raptar.Gostaria que o pastor ainda desse uma olhada nesse link e relatasse sua opinião: http://dokimos.wordpress.com/2008/06/02/arrebatamento-pos-tribulacionista-uma-exegese-de-2-tessalonicenses-21-3/

Fique na Paz!

Marlon disse...

Eu sou crente á 11 anos e sempre fui pré. Mas hoje serei Pós Eternamente.

Se o pré-tribulacionismo estiver certo, nós, pós-tribulacionistas, estamos preparados pela fé e através do novo nascimento para o arrebatamento anterior à tribulação. Se a posição pós-tribulacionista estiver certa, estaria a Igreja preparada em todos os aspectos para enfrentar esses momentos de sofrimento físico e social extremos? Estão todos sendo ministrados para enfrentarem essa possibilidade? Estão todos sendo ensinados a vigiarem em virtude do engano generalizado que se aproxima?

fassam um estudo aserio do Pós .
verão que a biblia toda é Pós.

Anchieta Campos disse...

Caro Marlon, saudações em Cristo.

A questão não gira em torno se os crentes pré-tribulacionistas estão ou não preparados para enfrentar uma grande tribulação e perseguição por causa de Cristo.

Creio que tem muitos, de ambas as correntes, que não suportariam a menor pressão sob suas vidas, bem como existem muitos de ambas as correntes que dariam suas vidas por amor ao nome de Jesus.

A questão não é preparação ou não de cada grupo teológico, mas sim o que a Bíblia ensina sobre o tema. E creio que pelo o que já fora exposto, tanto no artigo como nos comentários, não restam dúvidas quanto a posição pré-tribulacionista adotada pela Palavra de Deus.

Que Deus te abençoe grandemente.

Atenciosamente,

Anchieta Campos

Anchieta Campos disse...

Caro Christofer, a paz do Senhor.

Realmente o verbo "guardar" não faz alusão direta ao arrebatamento da igreja. O arrebatamento se encontra explicado em meu artigo linkado neste post.

Devemos considerar que a promessa de Ap 3:10 é universal, não sendo restrita aos crentes de Filadélfia. A própria promessa do verso seguinte, o 11, demonstra a coesão desse raciocínio.

Portanto, Ap 3:10, posto em um conjunto sistemático bíblico, conforme exposto neste artigo ora comentado, aponta para o ensino bíblico do livramento da igreja do período da tribulação, notadamente por seu arrebatamento antes de tal período. Ver Lc 21:36; 1 Ts 1:10.

Em relação ao artigo citado, o qual se propõe a analiser 2 Ts 2:1-3, o mesmo não detém base sistemática para derrubar o ensino pré-tribulacionista.

Oras, a volta de Cristo só se dará após a manifestação do filho da perdição (v. 03), sendo que o mesmo somente se manifestará após a retirada do que resiste a sua manifestação (v. 07), i.e., o Espírito Santo que habita na Igreja, para então ele se manifestar, para posterior aniquilação pela vinda do Senhor (v. 08). Neste artigo eu explico este contexto de 2 Ts 2:6-12.

Portanto, são fatos e fundamentos, sistemáticos, que apontam para o fato do arrebatamento da igreja antes do período da tribulação.

Em suma, subsiste o artigo ora comentado, em todos os seus termos e sistemática.

Abraço.

Anchieta Campos

Marlo disse...

Bom dia, Grça e Paz!

Anchieta, eu particularmente acho que pregar o prétribulacionismo, fazendo uma dedução da juntada de versiculos aqui e ali, se assemelha aqueles que tentam impor uma teoria mentirosa extraida da biblia, (não estou afirmando que seja heresia o ensinamento pré).


Quero deixar alguns trechos do site
BJCV, que ilustram o que eu penso:

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Mesmo uma leitura superficial da literatura pré-tribulacionista é suficiente para deixar uma pessoa ciente do fato de que a crença no arrebatamento secreto repousa muito mais sobre pressuposições subjetivas do que no ensinamento bíblico.

John F. Walvoord, destacado campeão do arrebatamento secreto, reconhece explicitamente a importância desse pressuposto ao escrever: “A questão do arrebatamento é determinado mais por eclesiologia do que por escatologia”. Em outras palavras, mais pelo entendimento que se tem sobre a relação entre a Igreja e Israel do que por ensinos bíblicos concernentes ao fim.

Quatro razões para rejeitar o arrebatamento secreto

Um cuidadoso estudo de textos bíblicos relevantes quanto ao Retorno de Cristo sugere pelo menos quatro razões principais para rejeitar o ponto de vista de uma Segunda Vinda de Cristo em dois estágios.

O vocabulário do segundo advento. A primeira razão para rejeitar um arrebatamento secreto que antecede à tribulação é o fato de que o vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista. Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o Retorno de Cristo, ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto pré-tribulacional como objeto da esperança cristã no Advento.

Os pré-tribulacionistas alegam que a palavra parousia-vinda é usada por Paulo em 1ª Tessalonicenses 4:15 para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1ª Tessalonicenses 3:13 Paulo emprega a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos”-uma descrição, segundo os pré-tribulacionistas, da segunda fase do Retorno de Cristo. Novamente, em 2ª Tessalonicenses 2:8, Paulo emprega o termo parousia-vinda em referência à Vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo-um evento que, de acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da Vinda de Cristo.

Semelhantemente, as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento (1ª Cor 1:7; 1ª Tim. 6:14) e o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo (2ª Tess. 1:7-8, 2:8). Destarte, o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção do Retorno de Cristo em duas fases, uma vez que seus termos originais são empregados intercambiavelmente para descrever o mesmo evento. Mais importante ainda é o fato de que cada um desses três termos é claramente empregado para descrever o Retorno de Cristo pós-tribulacional, o que é visto como objeto da esperança do crente.

A parousia, por exemplo, é indisputavelmente pós-tribulacional em Mateus 24:27, 38, 39 e em 2ª Tessalonicenses 2:8. O mesmo é verdade de apokalypsis-revelação, em 2ª Tessalonicenses 1:7 e de epiphaneia-aparecimento em 2ª Tessalonicenses 2:8. Portanto, o vocabulário da Bendita Esperança exclui a possibilidade de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja, seguida de uma tribulação de sete anos e da Vinda gloriosa, visível para estabelecer o Reino Judaico milenial. Os termos usados claramente apontam a um Advento de Cristo único, indivisível, pós-tribulacional para trazer salvação aos crentes e retribuição aos descrentes.

Continua>>>

marlo disse...

Continuação:

Nenhum arrebatamento da igreja. Uma segunda razão para rejeitar um arrebatamento pré-tribulacional secreto da Igreja é o fato de que não há qualquer indício no Novo Testamento de um arrebatamento instantâneo da Igreja. A descrição mais notória do Segundo Advento encontrada em 1ª Tessalonicenses 4:15-17, sugere exatamente o oposto quando fala que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”.

Nenhuma remoção da igreja da grande tribulação. Uma terceira razão para rejeitar a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional da Igreja é o fato de que tal noção não tem apoio das passagens que tratam da tribulação. Por exemplo, em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus fala da “grande tribulação” que imediatamente precederá a Sua vinda e promete que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados” (Mat. 24:21-22, 29). Alegar que “os eleitos” são apenas os crentes judeus, e não membros da Igreja, representa ignorar que Cristo está se dirigindo a Seus apóstolos que representam não só o Israel nacional, mas a Igreja em escala ampla. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos quanto Lucas fazem referência ao mesmo discurso para a Igreja gentílica (Marcos 13; Lucas 21).

É também digna de nota a grande semelhança entre a descrição que Cristo faz do arrebatamento da Igreja em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1ª Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. Tais semelhanças sugerem que ambas as passagens descrevem o mesmo evento. Contudo, em Mateus o arrebatamento de Cristo é explicitamente situado “após a tribulação” (Mat. 24:29), ao tempo da Vinda de Cristo “com poder e grande glória” (vs. 29, 30). O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação.

Nenhum arrebatamento pré-tribulação nas Escrituras. Por último, a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional é negada por Paulo e pelo livro de Apocalipse. Em suas admoestações aos tessalonicenses, Paulo explica que os crentes terão “alívio” da tribulação desta era presente “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus Cristo com os anjos do Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus. . .” (2ª Tess. 1:7-8). Em outras palavras, os crentes experimentarão libertação dos sofrimentos desta era, não mediante um arrebatamento secreto, mas por ocasião da revelação pós-tribulacional de Cristo.

O texto é muito extenso, mas por hora são apenas fragmentos que denotam bem a certeza de um arrebatamento pós tribulacional.

Graça e Paz!

Um servo de Yaohushua disse...

Caro Anchieta, Ap 11 é uma prova de que o pós tribulacionismo é a visão correta, pois no meu entender, as 2 testemunhas mártires são: A igreja cristã e a igreja judaica (judeus messianicos).

"Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra".
Apocalipse 11:4

Elas já estão aqui, e não serão ainda "enviadas" como você afirma nos texto.

O versículo 11 relata a ressurreição dos mortos antes do arrebatamento (1Ts 4:16).

E o versículo 12 ilustra o próprio arrebatamento após os três anos e meio de tribulação.

O Espírito Santo ainda estará aqui na grande tribulação (Marcos 13:11) o que será retirado é apenas a "ação retentora do Espírito Santo" ou seja, quando chegar o momento certo, Ele apenas deixará que o mistério da iniquidade atue sem impedimento.

Espero que essas palavras sejam esclarecedoras.

Graça e Paz.

Abraão disse...

Boa tarde na paz de Cristo Anchieta!!! Sou pre- tribulacionista, defendo e creio que a igreja não passara tribulação, nem grande tribulação.
Poque Jesus é fiél em sua palavra; gostaria de saber se o Espito santo será tirado da terra, e se esse tirar será literalmente.

Anônimo disse...

A paz do senhor servo do altissimo , tenho orado ao Senhor para que continue te usando nesta terra , sou um pregador iniciante e gostaria de lhe pedir permissão para usar esse artigo