Mais uma frase do nosso reformador Matinho Lutero.
“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias” Martinho Lutero.
Anchieta Campos
domingo, 30 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Minhas escusas
Este blog é particular. Não escrevo nenhum artigo com obrigação perante alguma denominação, instituição ou pessoa, mas sim por mera liberalidade e gozo que sinto em falar de assuntos relacionados ao Deus da Palavra e a Palavra de Deus.
Agora é bem verdade também que com este humilde espaço cultivei bons relacionamentos cristãos e fraternos, de leitores fiéis e admiradores dos escritos deste pequeno escrevinhador. Isto posto, em uma obrigação resultante de algo voluntário, venho neste momento pedir minhas desculpas a estes fiéis leitores e apoiadores deste meu ministério por uma semana sem atualizações. Estou em final de período letivo em minha faculdade de Direito, o que significa objetivamente um período aproximado de duas semanas de uma “tribulação” só, e como não gosto de escrever apenas por “cumprir tabela”, prefiro ficar sem algo novo no blog ao publicar algo desnecessário e sem uma qualidade mínima que é exigida para publicação.
Frise-se que o quadro “Frase quase divina” também passou em branco ontem (23/11), como é de costume o mesmo ser publicado todo domingo. Ontem passei o dia e a noite na cidade de Upanema/RN, por ocasião do congresso de mocidade que fora realizado naquela cidade, o que impediu a publicação do quadro dominical. Assim sendo, excepcionalmente, ficaremos uma semana sem o quadro, o qual retornará domingo próximo.
Destaco, por fim, que o nosso blog conta com mais de um ano de idade e mais de uma centena de artigos, os quais podem ser acessados no Arquivo do Blog, ao lado direito.
Brevemente, com a graça do nosso amado e bondoso Deus, tornarei a postar artigos neste espaço.
Encerro pedindo a oração dos santos irmãos em meu favor e de toda a minha família.
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” 1 Coríntios 10:31.
Anchieta Campos
Agora é bem verdade também que com este humilde espaço cultivei bons relacionamentos cristãos e fraternos, de leitores fiéis e admiradores dos escritos deste pequeno escrevinhador. Isto posto, em uma obrigação resultante de algo voluntário, venho neste momento pedir minhas desculpas a estes fiéis leitores e apoiadores deste meu ministério por uma semana sem atualizações. Estou em final de período letivo em minha faculdade de Direito, o que significa objetivamente um período aproximado de duas semanas de uma “tribulação” só, e como não gosto de escrever apenas por “cumprir tabela”, prefiro ficar sem algo novo no blog ao publicar algo desnecessário e sem uma qualidade mínima que é exigida para publicação.
Frise-se que o quadro “Frase quase divina” também passou em branco ontem (23/11), como é de costume o mesmo ser publicado todo domingo. Ontem passei o dia e a noite na cidade de Upanema/RN, por ocasião do congresso de mocidade que fora realizado naquela cidade, o que impediu a publicação do quadro dominical. Assim sendo, excepcionalmente, ficaremos uma semana sem o quadro, o qual retornará domingo próximo.
Destaco, por fim, que o nosso blog conta com mais de um ano de idade e mais de uma centena de artigos, os quais podem ser acessados no Arquivo do Blog, ao lado direito.
Brevemente, com a graça do nosso amado e bondoso Deus, tornarei a postar artigos neste espaço.
Encerro pedindo a oração dos santos irmãos em meu favor e de toda a minha família.
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” 1 Coríntios 10:31.
Anchieta Campos
domingo, 16 de novembro de 2008
Frase quase divina – 36
Trago nesta oportunidade uma frase do 37º Presidente dos Estados Unidos da América, o memorável republicano Richard Nixon (1913-1994).
“O melhor aço tem que passar pelo fogo mais quente” Richard Nixon.
Anchieta Campos
“O melhor aço tem que passar pelo fogo mais quente” Richard Nixon.
Anchieta Campos
sábado, 15 de novembro de 2008
Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 03 - Conclusão)
Ver a parte 01 em Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 01).
Ver a parte 02 em Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 02).
Concluindo esta série, publico os comentários do artigo Faraó, predestinação e livre arbítrio. Recomendo a leitura desta série pela ordem dos três artigos, qual seja, evidentemente da Parte 01 até esta Parte 03.
“Anchieta Campos,
Paz seja contigo!
Se me permite, gostaria de fazer um breve comentário sobre seu bem escrito artigo. Não vou me deter muito na questão do endurecimento do coração do Faraó, pois não penso muito diferente do irmão, embora chegue a implicações diferentes. Vou me concentrar em outros pontos de sua mensagem.
O irmão diz, sobre a Reforma, que "o inimigo de nossas almas também não iria ficar de braços cruzados vendo Deus restaurando o seu povo para a verdade, surgiram pensamentos e doutrinas divergentes, mais precisamente, surgiu uma doutrina divergente principal no seio reformado, que é a doutrina que diverge entre a predestinação incondicional e o livre arbítrio do homem...", o que dá a entender que a doutrina da predestinação é, em sua origem ou influencia recebida, diabólica.
E quanto ao livre-arbítrio o irmão o trata como sendo "a liberdade de escolher ou não se segue o caminho da salvação", e aqui não tenho muito a acrescetar, senão apenas a destacar que liberdade é diferente de capacidade. O homem é livre para voar, saltando do vigésimo andar agitando os braços? Sim. Ele conseguirá voar? Tenho dúvidas...
O irmão se posicona mais adiante dizendo "...sou partidário da existência do mesmo [livre-arbítrio], não apenas porque minha igreja a defende, mas acima de tudo, porque a Bíblia defende a existência da liberdade de escolha do homem em crer ou não em Deus, em amá-lo ou não (amar, sentimento tão intrínseco), em aceitar ou rejeitar a oferta de salvação". Novamente, concordo se liberdade não significar capacidade.
O irmão disse que "um dos principais pilares da doutrina da predestinação seja o tão falado Faraó, o rei absolutista do Egito antigo". Eu discordo disso, pois o endurecimento de Faraó não prova a predestinação, embora demonstre a incapacidade do homem.
Pulo a sua argumentação sobre Faraó, pois essencialmente concordo com o irmão. Tudo o que o irmão disse apenas confirma a minha convicção sobre o livre-arbítrio.
Mas quero comentar o que segue:
"Em Tiago 4:8a está escrito: Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós; este verso, além de demonstrar o livre arbítrio do homem, declara um princípio bastante importante, que é o que Deus respeita as nossas decisões e age conforme a atenção que damos a Ele..."
Gostaria que o irmão considerasse meu post sobre essa passagem em http://cincosolas.blogspot.com/2007/11/quem-se-achega-primeiro.html
Irmão, da leitura de seu texto, concluo que na questão do livre-arbítrio discordamos em exatamente 50%. Não é de todo ruim, não acha?
Em Cristo,
Clóvis”.
“Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.
É sempre bom vê-lo por aqui. Suas participações são sempre respeitosas e de bom nível. Oxalá que todos os que por aqui passam fossem que nem o irmão!
Vou procurar ser sucinto também.
Primeiramente, quanto a sua conclusão de eu ter expresso que a doutrina da predestinação é de origem ou influência diabólica, a mesma realmente não procede. O que quis dizer é que os pensamentos e doutrinas divergentes (divisão, falta de comunhão) são de influência ou origem demoníaca, mas não me referi a doutrina da predestinação.
Quanto a sua comparação entre liberdade e capacidade, tenho a dizer que concordo que liberdade é diferente de capacidade em seus sentidos estritos. Mas trazendo para a salvação vejo que o homem é incapaz de SE SALVAR A SI MESMO, mas tem a capacidade de aceitar e seguir a quem lhe é CAPAZ DE SALVAR.
Por fim, quanto a sua observação sobre Tiago 4:8, ainda não li sua postagem (algo que breve farei), mas posso deduzir que o amado sustenta que o homem seja incapaz, em seu estado de morte no pecado, de sozinho se voltar para Deus. Se sua conclusão for esta, tenho a dizer que concordo com o amado. O homem, por si só, e isto é universal, jamais iria por iniciativa própria e sem nenhum estímulo buscar a Deus. Vemos em Gênesis Deus buscando o já caído Adão, e o mesmo juntamente com sua mulher, usando de seu livre arbítrio, se escondendo do Eterno.
A salvação é um relacionamento inter-pessoal, onde deve haver reciprocidade mútua. Deus sempre está de braços estendidos e ouvidos atentos para salvar o homem (Is 59:1), mas alguns insistem em serem tipificados em Hb 2:1-3.
No demais, os verbos de Tg 4:8-10 denotam uma ação estritamente pessoal (alimpai, purificai, senti, lamentai, chorai, humilhai-vos).
Quanto a discordarmos em 50% na questão do livre-arbítrio, não é algo realmente louvável, mas é bem melhor do que os 0% dos fundamentalistas calvinistas.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
“Anchieta,
Nossos 50% de concordância quanto à capacidade do livre-arbítrio não causa grande impacto no nosso grau de concordância, quando colocamos na balança tudo o que concordamos.
Quanto à minha impressão de que o irmão dava a entender que a doutrina da predestinação era de origem diabólica, ela foi totalmente desfeita pelo esclarecimento feito.
E tenho imenso prazer em dialogar com o irmão, seja no que concordamos, seja naqueles pontos em que divergimos. Para mim é grandemente proveitoso.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Irmão Clóvis,
É fato, como bem já tinhamos anotado, que as nossas concordâncias são bem maiores que nossas divergências. E isto sim é algo louvável!
Confirmo a reciprocidade de seu último parágrafo. Amém.
Em Cristo,
Anchieta Campos”.
Espero, sinceramente, que esta série de postagens seja de muito proveito e sirva de esclarecimento para todos quantos possa interessar. Amém.
Anchieta Campos
Ver a parte 02 em Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 02).
Concluindo esta série, publico os comentários do artigo Faraó, predestinação e livre arbítrio. Recomendo a leitura desta série pela ordem dos três artigos, qual seja, evidentemente da Parte 01 até esta Parte 03.
“Anchieta Campos,
Paz seja contigo!
Se me permite, gostaria de fazer um breve comentário sobre seu bem escrito artigo. Não vou me deter muito na questão do endurecimento do coração do Faraó, pois não penso muito diferente do irmão, embora chegue a implicações diferentes. Vou me concentrar em outros pontos de sua mensagem.
O irmão diz, sobre a Reforma, que "o inimigo de nossas almas também não iria ficar de braços cruzados vendo Deus restaurando o seu povo para a verdade, surgiram pensamentos e doutrinas divergentes, mais precisamente, surgiu uma doutrina divergente principal no seio reformado, que é a doutrina que diverge entre a predestinação incondicional e o livre arbítrio do homem...", o que dá a entender que a doutrina da predestinação é, em sua origem ou influencia recebida, diabólica.
E quanto ao livre-arbítrio o irmão o trata como sendo "a liberdade de escolher ou não se segue o caminho da salvação", e aqui não tenho muito a acrescetar, senão apenas a destacar que liberdade é diferente de capacidade. O homem é livre para voar, saltando do vigésimo andar agitando os braços? Sim. Ele conseguirá voar? Tenho dúvidas...
O irmão se posicona mais adiante dizendo "...sou partidário da existência do mesmo [livre-arbítrio], não apenas porque minha igreja a defende, mas acima de tudo, porque a Bíblia defende a existência da liberdade de escolha do homem em crer ou não em Deus, em amá-lo ou não (amar, sentimento tão intrínseco), em aceitar ou rejeitar a oferta de salvação". Novamente, concordo se liberdade não significar capacidade.
O irmão disse que "um dos principais pilares da doutrina da predestinação seja o tão falado Faraó, o rei absolutista do Egito antigo". Eu discordo disso, pois o endurecimento de Faraó não prova a predestinação, embora demonstre a incapacidade do homem.
Pulo a sua argumentação sobre Faraó, pois essencialmente concordo com o irmão. Tudo o que o irmão disse apenas confirma a minha convicção sobre o livre-arbítrio.
Mas quero comentar o que segue:
"Em Tiago 4:8a está escrito: Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós; este verso, além de demonstrar o livre arbítrio do homem, declara um princípio bastante importante, que é o que Deus respeita as nossas decisões e age conforme a atenção que damos a Ele..."
Gostaria que o irmão considerasse meu post sobre essa passagem em http://cincosolas.blogspot.com/2007/11/quem-se-achega-primeiro.html
Irmão, da leitura de seu texto, concluo que na questão do livre-arbítrio discordamos em exatamente 50%. Não é de todo ruim, não acha?
Em Cristo,
Clóvis”.
“Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.
É sempre bom vê-lo por aqui. Suas participações são sempre respeitosas e de bom nível. Oxalá que todos os que por aqui passam fossem que nem o irmão!
Vou procurar ser sucinto também.
Primeiramente, quanto a sua conclusão de eu ter expresso que a doutrina da predestinação é de origem ou influência diabólica, a mesma realmente não procede. O que quis dizer é que os pensamentos e doutrinas divergentes (divisão, falta de comunhão) são de influência ou origem demoníaca, mas não me referi a doutrina da predestinação.
Quanto a sua comparação entre liberdade e capacidade, tenho a dizer que concordo que liberdade é diferente de capacidade em seus sentidos estritos. Mas trazendo para a salvação vejo que o homem é incapaz de SE SALVAR A SI MESMO, mas tem a capacidade de aceitar e seguir a quem lhe é CAPAZ DE SALVAR.
Por fim, quanto a sua observação sobre Tiago 4:8, ainda não li sua postagem (algo que breve farei), mas posso deduzir que o amado sustenta que o homem seja incapaz, em seu estado de morte no pecado, de sozinho se voltar para Deus. Se sua conclusão for esta, tenho a dizer que concordo com o amado. O homem, por si só, e isto é universal, jamais iria por iniciativa própria e sem nenhum estímulo buscar a Deus. Vemos em Gênesis Deus buscando o já caído Adão, e o mesmo juntamente com sua mulher, usando de seu livre arbítrio, se escondendo do Eterno.
A salvação é um relacionamento inter-pessoal, onde deve haver reciprocidade mútua. Deus sempre está de braços estendidos e ouvidos atentos para salvar o homem (Is 59:1), mas alguns insistem em serem tipificados em Hb 2:1-3.
No demais, os verbos de Tg 4:8-10 denotam uma ação estritamente pessoal (alimpai, purificai, senti, lamentai, chorai, humilhai-vos).
Quanto a discordarmos em 50% na questão do livre-arbítrio, não é algo realmente louvável, mas é bem melhor do que os 0% dos fundamentalistas calvinistas.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
“Anchieta,
Nossos 50% de concordância quanto à capacidade do livre-arbítrio não causa grande impacto no nosso grau de concordância, quando colocamos na balança tudo o que concordamos.
Quanto à minha impressão de que o irmão dava a entender que a doutrina da predestinação era de origem diabólica, ela foi totalmente desfeita pelo esclarecimento feito.
E tenho imenso prazer em dialogar com o irmão, seja no que concordamos, seja naqueles pontos em que divergimos. Para mim é grandemente proveitoso.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Irmão Clóvis,
É fato, como bem já tinhamos anotado, que as nossas concordâncias são bem maiores que nossas divergências. E isto sim é algo louvável!
Confirmo a reciprocidade de seu último parágrafo. Amém.
Em Cristo,
Anchieta Campos”.
Espero, sinceramente, que esta série de postagens seja de muito proveito e sirva de esclarecimento para todos quantos possa interessar. Amém.
Anchieta Campos
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Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 02)
Ver a parte 01 em Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 01).
“Anchieta,
Alguém pode pensar que de nossa conversa pouco proveito se tira. De minha parte, foi bastante proveitosa, pois mesmo não chegando num consenso, aprendi um pouco mais sobre uma posição diferente da minha e, acima disso, com um irmão em Cristo.
Para terminar minha participação neste tópico (vou ler os outros artigos citados e talvez comente-os), quero falar um pouco sobre a certeza resultante da onisciência. Permita-me uma exemplificação, que pode corrigir se achar necessário.
O conhecimento de deus é perfeito e infalível. Então na eternidade, Ele sabia que o Zé iria aceitar um convite para ir à praça, ali ouviria o evangelho e receberia a Cristo.
Na história e no dia previsto, o Zé recebe o convite, vai à praça e ouve o evangelho. Chega a hora da decisão. Existe alguma possibilidade real, ínfima que seja, que ele rejeite o convite para receber a Cristo?
Creio que tanto você como eu cremos que ele "fatalmente" crerá em Cristo. Portanto, aqui há uma certeza, mas não há fatalismo, pois embora a sua escolha tenha sido pré-determinada na eternidade, sua escolha foi livre.
Até aqui, calvinistas e arminianos concordam em gênero, número e grau. Portanto, nem arminianos, nem calvinistas são fatalistas e impingir este rótulo ao calvinismo não me parece ser necessário nem proveitoso.
Onde divergimos, então?
Na eleição, pois nós cremos que ela não dependeu da decisão prevista do Zé, já os arminianos (boa parte) crêm que ele o que motivou Deus escolhe-lo foi o fato de Deus saber que Ele iria crer.
E na conversão, pois nós calvinistas cremos que o homem por si mesmo é incapaz de crer no evangelho, precisando da ação decisiva da graça de Deus. Já os arminianos crêem que o homem tem capacidade, por si mesmo, de aceitar ou rejeitar a Cristo.
Resta saber qual das duas posições são apoiadas pela Bíblia.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Ilustre irmão Clóvis, a paz do Senhor.
É sempre bom trocar idéias com pessoas cultas que nem o amado irmão. A bem da verdade, tenho mais prazer em discutir idéias com pessoas que tem um posicionamento divergente do meu em determinado assunto.
Seu último comentário fora bastante interessante. Gostei mesmo do exemplo do Zé (risos). Agora, como o amado irmão me deu a pré-liberdade de "corrigí-lo", faço uso desta prerrogativa, pelos fundamentos a seguir:
Realmente vinha concordando com tudo que o amado escreveu, até este exato momento "embora a sua escolha tenha sido pré-determinada na eternidade, sua escolha foi livre"; sinceramente, amado irmão, para mim esta sua sentença soa como uma contradição enorme! (risos). Para o meu pequeno entendimento, vejo o caro irmão defendendo a predestinação incondicional em um primeiro momento, e o livre-arbítrio em um segundo momento.
Continuo com a idéia de que os amados irmãos da linha calvinista não compreendem bem a onisciência de Deus em relação a salvação do homem individual.
Quanto à capacidade para crer, cremos que o Espírito Santo opera em todos para a salvação, pois esta é a vontade de Deus, mas cremos ser plenamente possível o homem resistir e não dar crédito à pregação do Evangelho.
Por fim, não é e nunca fora a minha intenção postar artigos relacionados ao tema, com o intuito de debater com os irmãos calvinistas (não sou contrário ao encontro de idéias divergentes, pelo contrário, sou um alto defensor do debate de idéias, pois assim é que se cresce intelectualmente), pois creio que ambas as partes estão firmes e fundamentadas em suas doutrinas (claro, com nós bem mais coerentes e fundamentados do que vocês... risos). Meu objetivo maior é mais dar subsídios para quem já crê no livre arbítrio.
Forte abraço, caro amigo.
Anchieta Campos”.
“Caro Anchieta,
Por favor, não entenda que vim transformar seu blog num debate para ver quem ganha a questão. Esse seria um objetivo pobre demais para nós dois. Mas é muito bom que possamos esclarecer o que cremos para que os que já crêem no livre-arbítrio tenham subsídio, bem como os que um dia já creram, também.
O irmão estanhou minha afirmação "embora a sua escolha tenha sido pré-determinada na eternidade, sua escolha foi livre" classificando-a como uma "uma contradição enorme" pois me vê "defendendo a predestinação incondicional em um primeiro momento, e o livre-arbítrio em um segundo momento". Por isso esclareço, se me permite, com um exemplo.
Imagine que eu tivesse condições de prever o futuro. Bom, eu poderia prever as dezenas da loto, mas como não me interesso por dinheiro, prevejo que no dia 31 de dezembro de 2009 o irmão estará usando uma camisa rosa com margaridas amarelas enormes. O irmão não sabe disso, então no dia 31 pela manhã abre o guarda-roupa e vê camisas azuis, amarelas, brancas, xadrez, listradas, pretas... mas nenhuma lhe apetece. Então vê, lá no fundo, uma camisa rosa com margaridas amarelas e diz: é essa!
Me responda, em que sua liberdade de escolha foi violada? Em nada. Quando rirem do irmão na festa, poderá dizer "eu uso a roupa que eu quiser". Por outro lado, o fato de eu ter previsto que o irmão usaria tal camisa, se eu tivesse onisciência, tornaria certa a escolha.
O que seria fatalismo: seria o irmão querer vestir uma camisa azul e ser forçado, por forças impessoais, a usar camisa rosa com margaridas.
O que eu quero dizer é que Deus determina todas as coisas com certeza infalível, porém de modo que a liberdade humana não é violada.
Então, eu creio no livre-arbítrio? Depende o que se quer dizer por livre-arbítrio. A maioria dos que o defendem nem sabem defini-lo. A propósito: o irmão poderia nos dar sua definição para livre-arbítrio?
Em Cristo,
Clóvis”.
“Caro irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Jamais passará por minha cabeça uma idéia pejorativa em relação ao amado irmão e aos seus comentários neste meu humilde espaço.
Respondendo a sua ilustre pergunta, profiro a minha sucinta resposta:
Dividindo as palavras temos:
LIVRE = liberdade, sem estar preso a algo (seja vontade, pessoa, lugar, instituição, etc.);
ARBÍTRIO = é capacidade de arbitrar, tomar decisões, escolher, fazer julgamentos.
Logo livre-arbítrio seria a faculdade da qual o homem goza de poder tomar decisões livremente, sem estar preso a uma determinada vontade e/ou circunstância.
E. g.: Quando um homem é levado a sacar seu dinheiro de um caixa eletrônico de um banco e entregá-lo a um bandido que está com uma arma de fogo apontada para sua cabeça, ele não deixou de usar de sua livre escolha para digitar sua senha e sacar o dinheiro, mesmo que ele tenha sido coagido para isto. Ele ainda tinha a faculdade de não ceder ao ladrão e assumir as conseqüências que resultariam desta sua escolha. Aí pergunto: Deus sabia qual escolha a vítima iria tomar? Claro que sim! Mas isto não quer dizer, em hipótese alguma, que Deus DETERMINOU que assim ele o procedesse. Deus tem a certeza de quem irá se salvar ou não, isto é uma conseqüência lógica da sua onisciência! Agora o fato dEle saber não quer dizer que Ele quis. Usando o exemplo do amado: você sabia que “eu” iria usar uma camisa horrível (risos), e sabia que eu iria ser motivo de chacotas, então eu pergunto: você queria que eu usasse esta camisa que iria resultar em um mal para mim? Como o amado é filho de Deus e tem o mesmo caráter dEle, além de querer sempre o meu bem, a resposta é um não! E o que concluímos? Concluímos que você sabia qual escolha eu iria tomar, mas não queria que eu tomasse tal escolha (1 Tm 2:4; Tt 2:11; 2 Pe 3:9), pois seria um mal para mim, mas mesmo assim por você conhecer o futuro, tinha a plena certeza que eu iria tomar uma decisão que resultaria em um mal para mim!
Deus SABE, CERTAMENTE, INFALIVELMENTE, qual decisão iremos tomar em relação à salvação, mas não DETERMINOU FORÇOSAMENTE qual decisão teremos que tomar!
Tomando a liberdade de re-modular uma frase sua, creio que sua frase “O que eu quero dizer é que Deus determina todas as coisas com certeza infalível, porém de modo que a liberdade humana não é violada” ficaria mais bíblica se fosse escrita assim: “O que eu quero dizer é que Deus CONHECE todas as coisas com certeza infalível, de modo que a liberdade humana não é violada”.
Dt 30:15-19.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
“Amado,
Muito obrigado pela sua resposta. Ajudará muito na compreensão de seus textos em que o irmão se refere ao livre-arbítrio.
Que Deus o abençoe sempre.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Nossas trocas de idéias neste artigo foram bastante proveitosas para mim. Além de ter aprendido mais com o irmão, fora possível estreitar nossos laços de amizade e fraternidade.
Que Deus o abençoe e use cada vez mais. Amém.
Forte abraço!
Anchieta Campos”.
Continua.
Anchieta Campos
“Anchieta,
Alguém pode pensar que de nossa conversa pouco proveito se tira. De minha parte, foi bastante proveitosa, pois mesmo não chegando num consenso, aprendi um pouco mais sobre uma posição diferente da minha e, acima disso, com um irmão em Cristo.
Para terminar minha participação neste tópico (vou ler os outros artigos citados e talvez comente-os), quero falar um pouco sobre a certeza resultante da onisciência. Permita-me uma exemplificação, que pode corrigir se achar necessário.
O conhecimento de deus é perfeito e infalível. Então na eternidade, Ele sabia que o Zé iria aceitar um convite para ir à praça, ali ouviria o evangelho e receberia a Cristo.
Na história e no dia previsto, o Zé recebe o convite, vai à praça e ouve o evangelho. Chega a hora da decisão. Existe alguma possibilidade real, ínfima que seja, que ele rejeite o convite para receber a Cristo?
Creio que tanto você como eu cremos que ele "fatalmente" crerá em Cristo. Portanto, aqui há uma certeza, mas não há fatalismo, pois embora a sua escolha tenha sido pré-determinada na eternidade, sua escolha foi livre.
Até aqui, calvinistas e arminianos concordam em gênero, número e grau. Portanto, nem arminianos, nem calvinistas são fatalistas e impingir este rótulo ao calvinismo não me parece ser necessário nem proveitoso.
Onde divergimos, então?
Na eleição, pois nós cremos que ela não dependeu da decisão prevista do Zé, já os arminianos (boa parte) crêm que ele o que motivou Deus escolhe-lo foi o fato de Deus saber que Ele iria crer.
E na conversão, pois nós calvinistas cremos que o homem por si mesmo é incapaz de crer no evangelho, precisando da ação decisiva da graça de Deus. Já os arminianos crêem que o homem tem capacidade, por si mesmo, de aceitar ou rejeitar a Cristo.
Resta saber qual das duas posições são apoiadas pela Bíblia.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Ilustre irmão Clóvis, a paz do Senhor.
É sempre bom trocar idéias com pessoas cultas que nem o amado irmão. A bem da verdade, tenho mais prazer em discutir idéias com pessoas que tem um posicionamento divergente do meu em determinado assunto.
Seu último comentário fora bastante interessante. Gostei mesmo do exemplo do Zé (risos). Agora, como o amado irmão me deu a pré-liberdade de "corrigí-lo", faço uso desta prerrogativa, pelos fundamentos a seguir:
Realmente vinha concordando com tudo que o amado escreveu, até este exato momento "embora a sua escolha tenha sido pré-determinada na eternidade, sua escolha foi livre"; sinceramente, amado irmão, para mim esta sua sentença soa como uma contradição enorme! (risos). Para o meu pequeno entendimento, vejo o caro irmão defendendo a predestinação incondicional em um primeiro momento, e o livre-arbítrio em um segundo momento.
Continuo com a idéia de que os amados irmãos da linha calvinista não compreendem bem a onisciência de Deus em relação a salvação do homem individual.
Quanto à capacidade para crer, cremos que o Espírito Santo opera em todos para a salvação, pois esta é a vontade de Deus, mas cremos ser plenamente possível o homem resistir e não dar crédito à pregação do Evangelho.
Por fim, não é e nunca fora a minha intenção postar artigos relacionados ao tema, com o intuito de debater com os irmãos calvinistas (não sou contrário ao encontro de idéias divergentes, pelo contrário, sou um alto defensor do debate de idéias, pois assim é que se cresce intelectualmente), pois creio que ambas as partes estão firmes e fundamentadas em suas doutrinas (claro, com nós bem mais coerentes e fundamentados do que vocês... risos). Meu objetivo maior é mais dar subsídios para quem já crê no livre arbítrio.
Forte abraço, caro amigo.
Anchieta Campos”.
“Caro Anchieta,
Por favor, não entenda que vim transformar seu blog num debate para ver quem ganha a questão. Esse seria um objetivo pobre demais para nós dois. Mas é muito bom que possamos esclarecer o que cremos para que os que já crêem no livre-arbítrio tenham subsídio, bem como os que um dia já creram, também.
O irmão estanhou minha afirmação "embora a sua escolha tenha sido pré-determinada na eternidade, sua escolha foi livre" classificando-a como uma "uma contradição enorme" pois me vê "defendendo a predestinação incondicional em um primeiro momento, e o livre-arbítrio em um segundo momento". Por isso esclareço, se me permite, com um exemplo.
Imagine que eu tivesse condições de prever o futuro. Bom, eu poderia prever as dezenas da loto, mas como não me interesso por dinheiro, prevejo que no dia 31 de dezembro de 2009 o irmão estará usando uma camisa rosa com margaridas amarelas enormes. O irmão não sabe disso, então no dia 31 pela manhã abre o guarda-roupa e vê camisas azuis, amarelas, brancas, xadrez, listradas, pretas... mas nenhuma lhe apetece. Então vê, lá no fundo, uma camisa rosa com margaridas amarelas e diz: é essa!
Me responda, em que sua liberdade de escolha foi violada? Em nada. Quando rirem do irmão na festa, poderá dizer "eu uso a roupa que eu quiser". Por outro lado, o fato de eu ter previsto que o irmão usaria tal camisa, se eu tivesse onisciência, tornaria certa a escolha.
O que seria fatalismo: seria o irmão querer vestir uma camisa azul e ser forçado, por forças impessoais, a usar camisa rosa com margaridas.
O que eu quero dizer é que Deus determina todas as coisas com certeza infalível, porém de modo que a liberdade humana não é violada.
Então, eu creio no livre-arbítrio? Depende o que se quer dizer por livre-arbítrio. A maioria dos que o defendem nem sabem defini-lo. A propósito: o irmão poderia nos dar sua definição para livre-arbítrio?
Em Cristo,
Clóvis”.
“Caro irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Jamais passará por minha cabeça uma idéia pejorativa em relação ao amado irmão e aos seus comentários neste meu humilde espaço.
Respondendo a sua ilustre pergunta, profiro a minha sucinta resposta:
Dividindo as palavras temos:
LIVRE = liberdade, sem estar preso a algo (seja vontade, pessoa, lugar, instituição, etc.);
ARBÍTRIO = é capacidade de arbitrar, tomar decisões, escolher, fazer julgamentos.
Logo livre-arbítrio seria a faculdade da qual o homem goza de poder tomar decisões livremente, sem estar preso a uma determinada vontade e/ou circunstância.
E. g.: Quando um homem é levado a sacar seu dinheiro de um caixa eletrônico de um banco e entregá-lo a um bandido que está com uma arma de fogo apontada para sua cabeça, ele não deixou de usar de sua livre escolha para digitar sua senha e sacar o dinheiro, mesmo que ele tenha sido coagido para isto. Ele ainda tinha a faculdade de não ceder ao ladrão e assumir as conseqüências que resultariam desta sua escolha. Aí pergunto: Deus sabia qual escolha a vítima iria tomar? Claro que sim! Mas isto não quer dizer, em hipótese alguma, que Deus DETERMINOU que assim ele o procedesse. Deus tem a certeza de quem irá se salvar ou não, isto é uma conseqüência lógica da sua onisciência! Agora o fato dEle saber não quer dizer que Ele quis. Usando o exemplo do amado: você sabia que “eu” iria usar uma camisa horrível (risos), e sabia que eu iria ser motivo de chacotas, então eu pergunto: você queria que eu usasse esta camisa que iria resultar em um mal para mim? Como o amado é filho de Deus e tem o mesmo caráter dEle, além de querer sempre o meu bem, a resposta é um não! E o que concluímos? Concluímos que você sabia qual escolha eu iria tomar, mas não queria que eu tomasse tal escolha (1 Tm 2:4; Tt 2:11; 2 Pe 3:9), pois seria um mal para mim, mas mesmo assim por você conhecer o futuro, tinha a plena certeza que eu iria tomar uma decisão que resultaria em um mal para mim!
Deus SABE, CERTAMENTE, INFALIVELMENTE, qual decisão iremos tomar em relação à salvação, mas não DETERMINOU FORÇOSAMENTE qual decisão teremos que tomar!
Tomando a liberdade de re-modular uma frase sua, creio que sua frase “O que eu quero dizer é que Deus determina todas as coisas com certeza infalível, porém de modo que a liberdade humana não é violada” ficaria mais bíblica se fosse escrita assim: “O que eu quero dizer é que Deus CONHECE todas as coisas com certeza infalível, de modo que a liberdade humana não é violada”.
Dt 30:15-19.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
“Amado,
Muito obrigado pela sua resposta. Ajudará muito na compreensão de seus textos em que o irmão se refere ao livre-arbítrio.
Que Deus o abençoe sempre.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Nossas trocas de idéias neste artigo foram bastante proveitosas para mim. Além de ter aprendido mais com o irmão, fora possível estreitar nossos laços de amizade e fraternidade.
Que Deus o abençoe e use cada vez mais. Amém.
Forte abraço!
Anchieta Campos”.
Continua.
Anchieta Campos
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Debates soteriológicos – Livre arbítrio X Predestinação incondicional (Parte 01)
Recentemente tive o prazer de interagir e trocar algumas idéias, de forma absolutamente respeitosa e edificante, com o amigo e irmão Clóvis Gonçalves, editor do http://cincosolas.blogspot.com/. Eu, como um bom defensor do Livre Arbítrio do homem, e ele defendendo com honrarias a Predestinação Incondicional do homem, tudo isto no campo soteriológico da salvação individual.
Estava relendo os comentários postados por nós em dois artigos de minha autoria que tratam do tema, quais sejam: As ovelhas do Bom Pastor e a predestinação incondicional, e Faraó, predestinação e livre arbítrio, e achei por bem publicar estes debates saudáveis entre duas pessoas que, mesmo divergindo em pouquíssimos pontos, tem em comum o mais importante, que é a crença na inspiração plenária da Bíblia Sagrada, a qualificando assim como a única fonte de fé e a autoridade maior para o cristão, devendo o crente fiel se submeter, de todo o coração e incondicionalmente, aos seus ensinos e princípios que se aplicam para todos os campos de nossa vida.
Não quero com estas publicações reacender o eterno debate teológico entre “arminianos” e “calvinistas”, mas, pela riqueza dos comentários, julguei por justo para com os adeptos de ambas as linhas, publicá-los com destaque neste blog, o que ajudará não somente aos meus co-defensores do livre arbítrio humano, mas também será de proveito para os defensores da predestinação incondicional.
Segue-se abaixo a transcrição dos comentários feitos por minha pessoa e pelo o irmão Clóvis, no artigo As ovelhas do Bom Pastor e a predestinação incondicional (os comentários do irmão Clóvis estão de vermelho, e os meus de azul escuro).
“Anchieta Campos,
Paz em Cristo!
Permita-me comentar alguns pontos de sua última postagem. Num primeiro momento, gostaria apenas de fazer alguns esclarecimentos que julgo necessários.
Primeiro que me soa estranho o pedido de “uma analise exegética contraria”. Exegese posicionada é eisegese. Exegese é exegese, não existe exegese favorável ou contrária, pois o objetivo dessa ciência é extrair do texto o único sentido verdadeiro.
Convém também esclarecer que “predestinação incondicional fatalista” é qualificação arminiana. Os calvinistas crêem na predestinação bíblica que pode ser incondicional no sentido de que ninguém precisa nem pode preencher uma condição prévia para ser predestinado, mas jamais é fatalista. Quem qualifica a predestinação como a entendem os calvinistas como fatalista, ou está mal informado ou mal intencionado, procurando enfear uma doutrina porque não concorda com ela.
O irmão erra também ao dizer que “a idéia calvinista de uma salvação pré-ordenada” significa que “os salvos no calvinismo são sempre salvos, e não passam a serem salvos a partir de um dado momento”. A eleição ocorre na eternidade, a salvação é aplicada na história. Portanto, a eleição não é salvação, é para a salvação. A eleição torna certa a salvação, mas não se confunde com ela.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Concordo plenamente quando o irmão diz: “Primeiro que me soa estranho o pedido de ‘uma analise exegética contraria’. Exegese posicionada é eisegese. Exegese é exegese, não existe exegese favorável ou contrária, pois o objetivo dessa ciência é extrair do texto o único sentido verdadeiro”. Não realizei uma exegese contrária, mas apenas uma exegese bíblica e imparcial, e para mim o produto disto é o que fora exposto em minha resposta.
Com todo respeito e admiração que tenho por sua ilustre pessoa, para mim a predestinação pregada pelos calvinistas é sim incondicional e fatalista, digo isto não só pelo o que li, mas também por conversas que já tive com irmãos seguidores desta linha teológica.
Por fim, suas últimas sentenças: “A eleição ocorre na eternidade, a salvação é aplicada na história. Portanto, a eleição não é salvação, é para a salvação. A eleição torna certa a salvação, mas não se confunde com ela”, só vem, ao meu ver, confirmar a idéia de uma predestinação incondicional fatalista, pois no “final das contas” acaba dando no mesmo; apesar de uma tentativa de separar as coisas, não há como vocês mesmos negarem o caráter incondicional/fatalista.
Por fim, repito neste blog que admiro a ortodoxia dos irmãos que seguem a linha calvinista, onde os mesmos sempre se mostram seguros em suas doutrinas, e como, ao meu ver, tira-se basicamente esta questão da predestinação, o demais é para mim concordância e harmonia.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
“Irmão Anchieta,
Obrigado por sua consideração ao meu comentário.
Reafirmo que a eleição é soberana e graciosa, vale dizer, incondicional. Não nego este aspecto e creio que pode ser demonstrado irrefutavelmente pela Bíblia.
Porém não é fatalista. A Bíblia não ensina o fatalismo, os calvinistas não são fatalistas e portanto não há porque os arminianos se preocuparem em rotular assim essa doutrina.
O que ocorre é que os arminianos em geral não se preocupam muito em definir bem os termos que usam em seus debates teológicos. E geralmente causam confusão, tanto em termos que lhe são caros, como livre-arbítrio, liberdade, vontade e escolha, como os que procuram combater.
Um bom começo para entender essa questão é procurar saber a diferença entre certeza e fatalismo. Por trás de uma está um Deus todo poder e todo bondade. Por trás de outra está a necessidade cega. O reformado crê na primeira, em total acordo com a Bíblia.
E se o Daniel, que escreveu o comentário acima, for coerente, ele será tão “fatalista” quanto eu, pois a conseqüência lógica da onisciência é a certeza.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Caro irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Minha consideração e respeito por vossa pessoa são sinceros e fiéis.
Agora, também reafirmo a minha posição dantes externada.
Cremos, como bem sabe o amado, que a onisciência gera a certeza para Deus, pois o mesmo conhece o futuro humano. Agora, como também sabe o irmão, cremos que a onisciência não significa uma influência divina determinante na posição adotada pelo homem, seja ela para salvação ou condenação.
Uma coisa é Deus saber do futuro soteriológico do homem individual, outra é Ele decidir este futuro pelo homem. Uma coisa é Deus ofertar a única opção ao homem para a salvação, outra é Ele fazer com o que o homem adentre forçosamente (ou não) por este caminho.
Uma característica divina não anula a outra.
Por fim, cremos em uma certeza divina em relação ao futuro, mas não em uma vontade divina fatalista em relação ao destino eterno de cada pessoa em individual. É inegável que a predestinação incondicional para a salvação é sim fatalista em seu resultado, seja para salvação ou para condenação.
O cerne da questão está em que para nós o “fatalismo” repousa nas escolhas do homem sob um parâmetro pré-estabelecido por Deus, e para vocês o “fatalismo” repousa em uma vontade (eleição) para salvação que não se pode mudar, o que para mim é, e sempre será, a mais pura demonstração de um “fatalismo” individualista soteriológico.
Encerro renovando nossos votos de alta consideração, estima e apreço para com a vossa ilustre pessoa.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
Continua.
Anchieta Campos
Estava relendo os comentários postados por nós em dois artigos de minha autoria que tratam do tema, quais sejam: As ovelhas do Bom Pastor e a predestinação incondicional, e Faraó, predestinação e livre arbítrio, e achei por bem publicar estes debates saudáveis entre duas pessoas que, mesmo divergindo em pouquíssimos pontos, tem em comum o mais importante, que é a crença na inspiração plenária da Bíblia Sagrada, a qualificando assim como a única fonte de fé e a autoridade maior para o cristão, devendo o crente fiel se submeter, de todo o coração e incondicionalmente, aos seus ensinos e princípios que se aplicam para todos os campos de nossa vida.
Não quero com estas publicações reacender o eterno debate teológico entre “arminianos” e “calvinistas”, mas, pela riqueza dos comentários, julguei por justo para com os adeptos de ambas as linhas, publicá-los com destaque neste blog, o que ajudará não somente aos meus co-defensores do livre arbítrio humano, mas também será de proveito para os defensores da predestinação incondicional.
Segue-se abaixo a transcrição dos comentários feitos por minha pessoa e pelo o irmão Clóvis, no artigo As ovelhas do Bom Pastor e a predestinação incondicional (os comentários do irmão Clóvis estão de vermelho, e os meus de azul escuro).
“Anchieta Campos,
Paz em Cristo!
Permita-me comentar alguns pontos de sua última postagem. Num primeiro momento, gostaria apenas de fazer alguns esclarecimentos que julgo necessários.
Primeiro que me soa estranho o pedido de “uma analise exegética contraria”. Exegese posicionada é eisegese. Exegese é exegese, não existe exegese favorável ou contrária, pois o objetivo dessa ciência é extrair do texto o único sentido verdadeiro.
Convém também esclarecer que “predestinação incondicional fatalista” é qualificação arminiana. Os calvinistas crêem na predestinação bíblica que pode ser incondicional no sentido de que ninguém precisa nem pode preencher uma condição prévia para ser predestinado, mas jamais é fatalista. Quem qualifica a predestinação como a entendem os calvinistas como fatalista, ou está mal informado ou mal intencionado, procurando enfear uma doutrina porque não concorda com ela.
O irmão erra também ao dizer que “a idéia calvinista de uma salvação pré-ordenada” significa que “os salvos no calvinismo são sempre salvos, e não passam a serem salvos a partir de um dado momento”. A eleição ocorre na eternidade, a salvação é aplicada na história. Portanto, a eleição não é salvação, é para a salvação. A eleição torna certa a salvação, mas não se confunde com ela.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Prezado irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Concordo plenamente quando o irmão diz: “Primeiro que me soa estranho o pedido de ‘uma analise exegética contraria’. Exegese posicionada é eisegese. Exegese é exegese, não existe exegese favorável ou contrária, pois o objetivo dessa ciência é extrair do texto o único sentido verdadeiro”. Não realizei uma exegese contrária, mas apenas uma exegese bíblica e imparcial, e para mim o produto disto é o que fora exposto em minha resposta.
Com todo respeito e admiração que tenho por sua ilustre pessoa, para mim a predestinação pregada pelos calvinistas é sim incondicional e fatalista, digo isto não só pelo o que li, mas também por conversas que já tive com irmãos seguidores desta linha teológica.
Por fim, suas últimas sentenças: “A eleição ocorre na eternidade, a salvação é aplicada na história. Portanto, a eleição não é salvação, é para a salvação. A eleição torna certa a salvação, mas não se confunde com ela”, só vem, ao meu ver, confirmar a idéia de uma predestinação incondicional fatalista, pois no “final das contas” acaba dando no mesmo; apesar de uma tentativa de separar as coisas, não há como vocês mesmos negarem o caráter incondicional/fatalista.
Por fim, repito neste blog que admiro a ortodoxia dos irmãos que seguem a linha calvinista, onde os mesmos sempre se mostram seguros em suas doutrinas, e como, ao meu ver, tira-se basicamente esta questão da predestinação, o demais é para mim concordância e harmonia.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
“Irmão Anchieta,
Obrigado por sua consideração ao meu comentário.
Reafirmo que a eleição é soberana e graciosa, vale dizer, incondicional. Não nego este aspecto e creio que pode ser demonstrado irrefutavelmente pela Bíblia.
Porém não é fatalista. A Bíblia não ensina o fatalismo, os calvinistas não são fatalistas e portanto não há porque os arminianos se preocuparem em rotular assim essa doutrina.
O que ocorre é que os arminianos em geral não se preocupam muito em definir bem os termos que usam em seus debates teológicos. E geralmente causam confusão, tanto em termos que lhe são caros, como livre-arbítrio, liberdade, vontade e escolha, como os que procuram combater.
Um bom começo para entender essa questão é procurar saber a diferença entre certeza e fatalismo. Por trás de uma está um Deus todo poder e todo bondade. Por trás de outra está a necessidade cega. O reformado crê na primeira, em total acordo com a Bíblia.
E se o Daniel, que escreveu o comentário acima, for coerente, ele será tão “fatalista” quanto eu, pois a conseqüência lógica da onisciência é a certeza.
Em Cristo,
Clóvis”.
“Caro irmão Clóvis, a paz do Senhor.
Minha consideração e respeito por vossa pessoa são sinceros e fiéis.
Agora, também reafirmo a minha posição dantes externada.
Cremos, como bem sabe o amado, que a onisciência gera a certeza para Deus, pois o mesmo conhece o futuro humano. Agora, como também sabe o irmão, cremos que a onisciência não significa uma influência divina determinante na posição adotada pelo homem, seja ela para salvação ou condenação.
Uma coisa é Deus saber do futuro soteriológico do homem individual, outra é Ele decidir este futuro pelo homem. Uma coisa é Deus ofertar a única opção ao homem para a salvação, outra é Ele fazer com o que o homem adentre forçosamente (ou não) por este caminho.
Uma característica divina não anula a outra.
Por fim, cremos em uma certeza divina em relação ao futuro, mas não em uma vontade divina fatalista em relação ao destino eterno de cada pessoa em individual. É inegável que a predestinação incondicional para a salvação é sim fatalista em seu resultado, seja para salvação ou para condenação.
O cerne da questão está em que para nós o “fatalismo” repousa nas escolhas do homem sob um parâmetro pré-estabelecido por Deus, e para vocês o “fatalismo” repousa em uma vontade (eleição) para salvação que não se pode mudar, o que para mim é, e sempre será, a mais pura demonstração de um “fatalismo” individualista soteriológico.
Encerro renovando nossos votos de alta consideração, estima e apreço para com a vossa ilustre pessoa.
Forte abraço.
Anchieta Campos”.
Continua.
Anchieta Campos
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domingo, 9 de novembro de 2008
Frase quase divina – 35
Mais uma frase (pensamento) do escritor e pastor Altair Germano, o qual, dentre muitas outras funções que ocupa, é Superintendente da EBD na Assembléia de Deus em Abreu e Lima/PE.
“Quando escrevemos assumimos grandes riscos. O texto é a prova documental de nossas idéias e posições. Prefiro os riscos da escrita associados a uma consciência tranqüila diante de Deus, do que a quietude da omissão covarde” Altair Germano.
Anchieta Campos
“Quando escrevemos assumimos grandes riscos. O texto é a prova documental de nossas idéias e posições. Prefiro os riscos da escrita associados a uma consciência tranqüila diante de Deus, do que a quietude da omissão covarde” Altair Germano.
Anchieta Campos
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Ortodoxia e os tempos trabalhosos
Vivemos em uma época reconhecidamente conturbada para o cristianismo protestante. São tantos modismos, mas tantos mesmos, que hoje em dia às vezes pensamos que estamos em uma festa e não dentro de um culto; é um tal de “levante a mão!”, “bata palmas!”, “extravasa na adoração!”, “adore ao Senhor!”, “olhe pro irmão que está do seu lado e diga é hoje!”, “quem ta feliz diga aleluia!”, além de muitas outras frases apelativas, emotivas e animadoras de auditório que estão sendo usadas em nossos púlpitos; junte-se a isto os hinos cantados em ritmos que mais mexem com a carne do que com o espírito, além de alguns irmãos e irmãs que para completar acabam “dançando no espírito” quando se encontram “cheios”, outros acabam “caindo no poder”, dando mais uma conotação de loucura do que de manifestação do Espírito Santo.
E alguém pode relutar: “isso é exagero seu Anchieta, você apenas atacou estas ações e não refutou”. Oras, sinceramente, para refutar tais práticas em um culto formal a Deus não preciso elaborar um artigo bíblico imenso, mas apenas perguntar onde estas práticas encontram respaldo no Novo Testamento e na igreja neo-testamentária. Onde mesmo? Já a favor do meu entendimento bíblico, dentre muitas referências, deixo apenas o capítulo 14 de 1 Coríntios.
Mas não para apenas por aí. O que falar das inúmeras denominações evangélicas existentes? O que existe de proveito neste absurdo de igrejas que é o fruto do egoísmo e da ambição de pessoas que mais visam o material do que o espiritual? Quem já viu algum ímpio glorificando a Deus pelas milhares de denominações evangélicas espalhadas Brasil afora? É realmente propósito de Deus ver o seio protestante esfacelado? São tantas e tantas doutrinas e modismos, algumas absurdas ao extremo, que nem dá para classificar muitas igrejas como de protestantes. Onde está a unidade doutrinária e bíblica do Corpo?
Falar de doutrina? Aí é que o “negócio fica feio!”, logo no ponto que o cristianismo tem de mais importante, que é a sua fé expressa em suas doutrinas fundamentais e basilares explanadas pela Bíblia Sagrada. Chegue para um jovem evangélico hoje e tente explicar que o grupo que diz ter “a voz da verdade” é unicista e nega a Trindade; primeiramente o jovem dificilmente saberá o que é ser unicista, bem como não saberá definir ou distinguir a importância da doutrina da Trindade para a fé cristã, e no final o jovem ainda ficará com raiva de você por ter “tocado” nos seus queridinhos “ungidos” unicistas do famoso grupo gospel manipulador da massa jovem ignorante. Peguei pesado? Se você pensou assim é um candidato em potencial para ser mais um relativista doutrinário/bíblico. Ver meus artigos Isaías, Ciro e a inerrância da Bíblia e Por um correto uso das Sagradas Escrituras.
E como solucionar,ou pelo menos não ser engodado por estes atrativos pratos da heresia e dos modismos nada bíblicos? Existem várias respostas, dentre elas poderíamos citar as duas principais, que são uma vida de oração e uma leitura/estudo bíblico regular e sistemático. A primeira não requer muito detalhamento, e nem será esse o momento; a segunda nada mais é do que o estudo teológico da Bíblia. O estudo teológico tem que forçosamente produzir uma característica em seus alunos para que se torne algo válido e eficaz, qual seja: a ortodoxia.
Mas o que é ortodoxia? O que é uma pessoa ortodoxa?
Pegando carona na definição do pastor Claudionor Corrêa de Andrade, em seu Dicionário Teológico (CPAD), lemos a seguinte definição:
Ortodoxia – [Do gr. Orthodoxos] Conjunto de doutrinas oriundas da Bíblia, e tidas como verdadeiras, de conformidade com os cânones e concílios da Igreja.
Ortodoxo – Verdadeiro, certo. O que se acha de acordo com a Palavra de Deus e com os cânones e concílios estabelecidos pela igreja.
A palavra é o resultado da fusão de orthos “certo”, e doxa “opinião”, significando basicamente uma crença acertada, correta, se opondo assim a heresia e a heterodoxia (opinião divergente, contrária). O seu significado prático é de que certas declarações expressam com fidelidade e coerência as doutrinas e verdades contidas na Bíblia, as qualificando assim como normativas para a Igreja.
A importância da qualidade de ortodoxo se projeta de forma grandiosa quando do surgimento de heresias, modismos e ventos de doutrinas, os quais sempre vem com força para bater contra a fé cristã. Aquela pessoa ortodoxa está consciente da sua fé e de suas doutrinas, não sendo abalado nem seduzido a se desviar dos fundamentos e verdades da fé cristã expressas na Bíblia e condensadas/organizadas nas expressões/declarações de fé.
Portanto, precisamos de crentes ortodoxos, e não relativistas que se deixam levar por tudo que é modismo e novo. A ortodoxia é uma qualidade necessária para o crente fiel, e o verdadeiro ortodoxo é aquele que não rejeita tudo que é novo e nem se apega a tudo que é velho, mas sim analisa tudo que é antigo e tudo que é novo sob a ótica de uma doutrina bíblica pura e imparcial, sempre com o norte das Sagradas Escrituras.
“Não vos movais facilmente do vosso entendimento” 2 Ts 2:2.
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” 2 Tm 3:14.
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” Rm 16:17.
Anchieta Campos
E alguém pode relutar: “isso é exagero seu Anchieta, você apenas atacou estas ações e não refutou”. Oras, sinceramente, para refutar tais práticas em um culto formal a Deus não preciso elaborar um artigo bíblico imenso, mas apenas perguntar onde estas práticas encontram respaldo no Novo Testamento e na igreja neo-testamentária. Onde mesmo? Já a favor do meu entendimento bíblico, dentre muitas referências, deixo apenas o capítulo 14 de 1 Coríntios.
Mas não para apenas por aí. O que falar das inúmeras denominações evangélicas existentes? O que existe de proveito neste absurdo de igrejas que é o fruto do egoísmo e da ambição de pessoas que mais visam o material do que o espiritual? Quem já viu algum ímpio glorificando a Deus pelas milhares de denominações evangélicas espalhadas Brasil afora? É realmente propósito de Deus ver o seio protestante esfacelado? São tantas e tantas doutrinas e modismos, algumas absurdas ao extremo, que nem dá para classificar muitas igrejas como de protestantes. Onde está a unidade doutrinária e bíblica do Corpo?
Falar de doutrina? Aí é que o “negócio fica feio!”, logo no ponto que o cristianismo tem de mais importante, que é a sua fé expressa em suas doutrinas fundamentais e basilares explanadas pela Bíblia Sagrada. Chegue para um jovem evangélico hoje e tente explicar que o grupo que diz ter “a voz da verdade” é unicista e nega a Trindade; primeiramente o jovem dificilmente saberá o que é ser unicista, bem como não saberá definir ou distinguir a importância da doutrina da Trindade para a fé cristã, e no final o jovem ainda ficará com raiva de você por ter “tocado” nos seus queridinhos “ungidos” unicistas do famoso grupo gospel manipulador da massa jovem ignorante. Peguei pesado? Se você pensou assim é um candidato em potencial para ser mais um relativista doutrinário/bíblico. Ver meus artigos Isaías, Ciro e a inerrância da Bíblia e Por um correto uso das Sagradas Escrituras.
E como solucionar,ou pelo menos não ser engodado por estes atrativos pratos da heresia e dos modismos nada bíblicos? Existem várias respostas, dentre elas poderíamos citar as duas principais, que são uma vida de oração e uma leitura/estudo bíblico regular e sistemático. A primeira não requer muito detalhamento, e nem será esse o momento; a segunda nada mais é do que o estudo teológico da Bíblia. O estudo teológico tem que forçosamente produzir uma característica em seus alunos para que se torne algo válido e eficaz, qual seja: a ortodoxia.
Mas o que é ortodoxia? O que é uma pessoa ortodoxa?
Pegando carona na definição do pastor Claudionor Corrêa de Andrade, em seu Dicionário Teológico (CPAD), lemos a seguinte definição:
Ortodoxia – [Do gr. Orthodoxos] Conjunto de doutrinas oriundas da Bíblia, e tidas como verdadeiras, de conformidade com os cânones e concílios da Igreja.
Ortodoxo – Verdadeiro, certo. O que se acha de acordo com a Palavra de Deus e com os cânones e concílios estabelecidos pela igreja.
A palavra é o resultado da fusão de orthos “certo”, e doxa “opinião”, significando basicamente uma crença acertada, correta, se opondo assim a heresia e a heterodoxia (opinião divergente, contrária). O seu significado prático é de que certas declarações expressam com fidelidade e coerência as doutrinas e verdades contidas na Bíblia, as qualificando assim como normativas para a Igreja.
A importância da qualidade de ortodoxo se projeta de forma grandiosa quando do surgimento de heresias, modismos e ventos de doutrinas, os quais sempre vem com força para bater contra a fé cristã. Aquela pessoa ortodoxa está consciente da sua fé e de suas doutrinas, não sendo abalado nem seduzido a se desviar dos fundamentos e verdades da fé cristã expressas na Bíblia e condensadas/organizadas nas expressões/declarações de fé.
Portanto, precisamos de crentes ortodoxos, e não relativistas que se deixam levar por tudo que é modismo e novo. A ortodoxia é uma qualidade necessária para o crente fiel, e o verdadeiro ortodoxo é aquele que não rejeita tudo que é novo e nem se apega a tudo que é velho, mas sim analisa tudo que é antigo e tudo que é novo sob a ótica de uma doutrina bíblica pura e imparcial, sempre com o norte das Sagradas Escrituras.
“Não vos movais facilmente do vosso entendimento” 2 Ts 2:2.
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” 2 Tm 3:14.
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” Rm 16:17.
Anchieta Campos
domingo, 2 de novembro de 2008
Frase quase divina – 34
Mais uma frase do jovem teólogo Gutierres Siqueira (ver Frase quase divina – 26).
“Os terroristas no meio evangélico não usam burca ou trabalham com bombas, mas destroem os neófitos da fé com ameaças psicológicas” Gutierres Siqueira.
Anchieta Campos
“Os terroristas no meio evangélico não usam burca ou trabalham com bombas, mas destroem os neófitos da fé com ameaças psicológicas” Gutierres Siqueira.
Anchieta Campos
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