Na Revista
Adventista do mês de maio, em um artigo sobre o Livro de Gálatas de autoria de
Wilson Paroschi, encontramos a seguinte assertiva:
“Uma
importante questão hermenêutica (ou interpretativa) suscitada por Gálatas diz
respeito à natureza da lei de que se fala o apóstolo. Espera-se que, depois
dessas lições, tenhamos sepultado para sempre aquela velha distinção entre lei
moral e lei cerimonial como a chave para se entender a epístola. Não que
não houvesse leis morais e cerimoniais na vida do antigo Israel, mas o ponto é
que tal distinção não é de forma alguma a solução para se interpretar Gálatas
ou quaisquer outras passagens em que Paulo parece falar da lei de uma
perspectiva negativa. Introduzido pelos nossos pioneiros em meados do século
dezenove e no contexto das discussões quanto à validade do sábado, o
argumento – de que quando Paulo parecia falar mal da lei ou enfatizar sua
temporariedade (como em Gl 3:24-25), ele tinha em mente a lei cerimonial, e de
que, quando falou bem da lei (como em Rm 7:10-14), ele se referiu à lei moral –
não está correto, apesar de sua praticidade e eficiência evangelísticas. A
lei em Gálatas não é a lei cerimonial, mas principalmente a lei moral, pois é a
lei moral que revela o pecado, condena o pecador e o conduz a Cristo. É disso
que Paulo falou nessa carta. Em Hebreus, sim, o ponto é a transitoriedade da
lei cerimonial e, com ela, de todo o sistema sacrificial levítico (Hb 8:7-13;
9:9-10; 10:1-10). Mas, em Gálatas, como em Colossenses 2.14 e 2 Coríntios
3:7-11, o apóstolo se referiu sobretudo à lei moral. (Wilson Paroschi –
Lições de Gálatas - Revista Adventista, maio de 2012, p.18 – destaque nosso).
Fonte: http://www.cacp.org.br/adventismo/artigo.aspx?lng=pt-br&article=2848&menu=1&submenu=8
Inegável
que este texto representa mais uma sincera (e ousada) amostra de que há uma
tendência (e anseio) no meio adventista pela correta interpretação das
Escrituras. Admitir um erro histórico (de mais de século) não é algo tão simples
quanto se parece.
Em
relação a esta temática sobre o paralelo entre a Observância da Lei x Salvação,
conforme já explanado neste blog, o mero fato de observar os mandamentos da lei
mosaica não garante a vida eterna (cf. Mt
19:17-24). Destaque-se ainda, de pronto, que conforme a
referência supra citada, a guarda do sábado, a observância da circuncisão, a
observância das festas judaicas, os holocaustos, e outros caracteres da lei
mosaica, não foram citados por Jesus como requisitos para a salvação (ver At 15:25; 1 Co 7:18-20; Cl 2:16,17).
A bem da verdade, é inconteste que a observância da lei e seus mandamentos não tem o poder de tornar o homem justo perante Deus, mas tão somente o sacrifício de Cristo é que detém tal eficácia (cf. Rm 3:19-28; 8:3; Gl 2:16,21; 3:10,11; Ef 2:8,9,13-16; 2 Tm 1:9; Hb 9:19-28; 10:1-4), tendo a lei sido revogada como meio divino para se chegar à Deus (cf. Gl 3:24,25; Hb 7:18,19).
Uma passagem bastante pertinente sobre o tema é Mt 5:19, que diz: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”. Aqui Jesus está se referindo justamente à lei mosaica (v. 18), e percebemos que a ênfase soteriológica repousa no correto ensino bíblico, e não necessariamente na irrestrita e perfeita observância dos mandamentos ensinados. Vemos que mesmo que um crente chegue a violar algum mandamento, ainda assim o mesmo poderá herdar o reino dos céus, pois na verdade não há pessoa alguma que esteja isenta de pecar (Ec 7:20; 1 Jo 1:8-10). Lembremos ainda, como eu já disse aqui no blog em outra oportunidade, que por mais que o exterior possa ser um reflexo do interior de uma pessoa, o mesmo é enganoso em ambos os sentidos, sendo que o que define realmente uma pessoa para com Deus é o seu interior (1 Sm 16:7; 2 Co 5:12; Gl 2:6; Cl 2:23; 3:22; 2 Tm 3:5). Por isso que o julgamento de uma pessoa deve se iniciar sempre pela doutrina que a mesma professa (Rm 16:17; Ef 4:14; 1 Tm 1:3,10; 4:1,6; 6:3-5; 2 Tm 4:3,4; Tt 1:9; Hb 13:9; 2 Jo 1:9,10; Ap 2:14,15), sendo que os atos condenáveis (Gl 5:19-21; Ap 21:8; 22:15) não são necessariamente o estado permanente e imutável de uma pessoa, cf. 1 Co 6:9-11; Ef 2:2,3; 5:8; Cl 1:21; 3:5-8; Tt 3:1-5.
A bem da verdade, é inconteste que a observância da lei e seus mandamentos não tem o poder de tornar o homem justo perante Deus, mas tão somente o sacrifício de Cristo é que detém tal eficácia (cf. Rm 3:19-28; 8:3; Gl 2:16,21; 3:10,11; Ef 2:8,9,13-16; 2 Tm 1:9; Hb 9:19-28; 10:1-4), tendo a lei sido revogada como meio divino para se chegar à Deus (cf. Gl 3:24,25; Hb 7:18,19).
Uma passagem bastante pertinente sobre o tema é Mt 5:19, que diz: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”. Aqui Jesus está se referindo justamente à lei mosaica (v. 18), e percebemos que a ênfase soteriológica repousa no correto ensino bíblico, e não necessariamente na irrestrita e perfeita observância dos mandamentos ensinados. Vemos que mesmo que um crente chegue a violar algum mandamento, ainda assim o mesmo poderá herdar o reino dos céus, pois na verdade não há pessoa alguma que esteja isenta de pecar (Ec 7:20; 1 Jo 1:8-10). Lembremos ainda, como eu já disse aqui no blog em outra oportunidade, que por mais que o exterior possa ser um reflexo do interior de uma pessoa, o mesmo é enganoso em ambos os sentidos, sendo que o que define realmente uma pessoa para com Deus é o seu interior (1 Sm 16:7; 2 Co 5:12; Gl 2:6; Cl 2:23; 3:22; 2 Tm 3:5). Por isso que o julgamento de uma pessoa deve se iniciar sempre pela doutrina que a mesma professa (Rm 16:17; Ef 4:14; 1 Tm 1:3,10; 4:1,6; 6:3-5; 2 Tm 4:3,4; Tt 1:9; Hb 13:9; 2 Jo 1:9,10; Ap 2:14,15), sendo que os atos condenáveis (Gl 5:19-21; Ap 21:8; 22:15) não são necessariamente o estado permanente e imutável de uma pessoa, cf. 1 Co 6:9-11; Ef 2:2,3; 5:8; Cl 1:21; 3:5-8; Tt 3:1-5.
Os
mandamentos maiores da fé cristã não estão relacionados diretamente com a
observância dos regramentos da lei, mas sim em relação a termos fé em Jesus e a
amarmos uns aos outros (1
Jo 3:23; 4:21; Jo 13:34,35; 15:12). Ver Mt 22:36-40.
Portanto,
a observância dos mandamentos da lei mosaica não é requisito para a salvação.
Pontos como a guarda do sábado, circuncisão, festas judaicas e holocaustos, não
fazem parte do quadro de mandamentos que devem ser observados na Nova Aliança.
A observância perfeita dos mandamentos confirmados pela Nova Aliança, bem como
os surgidos na mesma, conquanto sirvam de padrão para a vida cristã, não vem a
ser requisito primário e indispensável para a salvação, visto que, conquanto o
crente sempre busque levar uma vida santa aqui na terra, o mesmo jamais
conseguirá ter uma vida imaculada; devendo, quando pecar (o que deve ser
exceção na vida do crente), buscar em Cristo (e não na inútil observância dos
mandamentos) o perdão pelos pecados (cf. 1
Jo 2:1,2).
Que
os queridos adventistas (que reconhecidamente é um grupo detido na prática da
leitura bíblica e complementar) possam -
de uma vez por todas – se firmar na maravilhosa graça de Deus, que é o
único meio que detemos para alcançar a remissão dos nossos pecados e da nossa
culpa perante Deus, e possam confiar unicamente nela (na graça) para alcançarem
a vida eterna, e não em observâncias de preceitos legalistas, os quais nunca
serão capazes de justificar nenhum pecador. Amém!
Com
amor,
Anchieta Campos