“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” Hb 10:25.
Percebo que a cada dia que se passa, um movimento nada saudável tem tomado mais e mais espaço no meio “protestante”. Falo do pensamento equivocado onde, através de um conceito deturpado do sentido da palavra igreja, acaba-se por criar em certas pessoas a falsa idéia de que as mesmas podem simplesmente abandonar as suas igrejas (congregações) locais, e passarem a viver uma vida sem reuniões (ou cultos) organizados/solenes, sem estarem ligadas a nenhuma denominação/instituição/organização eclesiástica. Isto, caro leitor, é um desvio considerável, pois atenta contra a composição eclesiástica básica estabelecida no Novo Testamento (At 6:2-4; Ef 4:11,12; Fl 1:1; Tt 1:5; Tg 5:14; 1 Pe 5:1), bem como arranca a figura dos líderes (1 Tm 3:1-5; 5:17; 1 Pe 5:1-3), acabando assim, por tabela, com os ensinos da submissão a liderança pastoral (Hb 13:17), da comunhão entre os membros do Corpo de Cristo, que é a igreja (1 Co 6:15,16; 10:16,17; 12:12-27), notadamente através da realização da Santa Ceia (ver meu artigo Compreendendo a Santa Ceia), dentre outros ensinos.
A palavra igreja (do grego ekklesia), significa, em seu sentido estrito e literalmente, uma reunião de um povo em determinado lugar, reunião esta dada através de um convocação (grego ekkaleo). Esta palavra, pode tanto se referir a igreja universal, a espiritual, que será arrebatada (Mt 16:18; At 20:28; 1 Co 10:32; 15:9; Ef 1:22; 5:23-25,27,29,32; Cl 1:18,24; Hb 12:23), bem como pode se referir a uma igreja local, a física, a instituição humana organizada (At 8:1; 9:31; 11:22,26; 14:23; Rm 16:1,16; 1 Co 1:2; 11:18; 14:19,23,28; 1 Tm 5:16; 3 Jo 1:9,10; Ap 2:1,7). Logo, depreendemos que a palavra igreja não se refere somente a igreja espiritual formada pelos salvos e remidos, a qual será arrebatada, mas também se refere as igrejas locais, organizadas em forma de instituições eclesiásticas denominacionais, as quais, por serem instituições humanas, acabam por ter em seu rol de membros falsos crentes (Ap 2:2,9,14,15,20-23; 3:4,9,18,19).
Oras, o único ponto “positivo” que eu vejo neste gigantesco esfacelamento do seio evangélico, é justamente não haver desculpas para que algum “crente caseiro” deixe de se congregar em alguma igreja, haja vista o bem farto “cardápio” de denominações evangélicas espalhadas pelo Brasil. Será possível que não há sequer uma denominação que seja “correta” ou “agradável” para estes irmãos caseiros/individualistas? O texto áureo deste sucinto artigo é claro em seu significado e ensino: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” Hb 10:25. Devemos sim ter uma congregação, em todos os moldes acima já elencados, ou seja, uma congregação onde se há pastor, presbíteros, diáconos, realização e celebração da Santa Ceia, como símbolo de comunhão entre os irmãos, onde se tenha pregação da palavra, doutrina, louvor, coletas de ofertas financeiras para o auxílio dos irmãos necessitados, etc, etc, etc. Como é possível se cumprir toda esta sistemática bíblica se não houver um grupo de cristãos que se reúnam de forma organizada e com periodicidade em uma igreja local? É no mínimo um tanto quanto complicado, bem como estranho, em uma clara tentativa de se remar contra uma regra sistemática estabelecida, praticada e aceita por toda a maioria do cristianismo.
É claro que a atual situação do protestantismo, em seu estado de total divisão e inúmeras denominações, não é o que Cristo planejou para o seu povo, mas existem sim igrejas que se apegam de forma majoritária aos preceitos bíblicos, assimilando-se bastante com a eclesiologia neo-testamentária.
Pessoas que insistem e teimam neste erro individualista, quase na totalidade, tem aversão a idéia de serem submissas, de terem um líder e uma organização a que devam respeito e honra; querem ser os donos dos seus próprios narizes, querem ser os presidentes, e não os presididos; pensam estar agradando a Deus e honrando a sua Palavra, mas acabam por desagradar ao Criador e infringir a sua Eterna Escritura.
Nossa submissão, em último caso, não é para com o homem, mas sim é sempre para com Deus (Gl 1:10; Ef 6:6; Cl 3:22; 1 Ts 2:4), através da sua Palavra (Jo 8:51; 12:48; 17:17; At 17:11; Tt 1:9; 2 Tm 3:16), e é a sua Palavra que nos mostra que devemos ter a nossa congregação, nos ditames e moldes acima já elencados.
Em defesa da igreja local, organizada e distinta como tal,
Anchieta Campos
sábado, 28 de fevereiro de 2009
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Estava no frio
Aos fiéis leitores deste espaço cristão, as minhas escusas por um final de semana sem postagem. Aproveitando o feriado do carnaval, subi a vizinha serra de Portalegre para participar de um evento da Assembléia de Deus desta cidade.
Na verdade Portalegre tem se tornado um refúgio para evangélicos de várias denominações, vindos de todo o oeste potiguar e até de estados vizinhos. Também não podia ser diferente, pois a mesma não detém eventos mundanos relacionados ao carnaval, e junte-se a isto a sua tranqüilidade de uma típica cidadezinha do interior, combinada com uma estrutura moderna para atender aos turistas, bem como com o seu ponto mais forte, que é a sua natureza privilegiada por Deus. Portalegre, por ser uma cidade serrana, é detentora de um clima extremamente agradável, ainda mais nestes dias de chuva aqui pelo alto-oeste potiguar, o que só fez o clima de lá se tornar ainda mais atrativo e gostoso para nós que somos acostumados com o calor do oeste potiguar. Uma névoa densa durante toda à tarde de ontem nos fez pensar que estávamos em Gramado, Rio Grande do Sul. Mirantes, cachoeiras, trilhas e um ótimo acesso, tornam Portalegre uma cidade a qual me conquista cada vez mais. Muito bom mesmo!
Pois bem, depois desta propaganda e “puxada de sardinha” pra minha região, encerro esta postagem dizendo que durante esta semana publicações virão neste espaço, bem como que no próximo domingo (se eu não viajar novamente), o quadro “Frase quase divina” estará de volta.
Deus abençoe a todos com a sua maravilhosa graça. Amém.
Anchieta Campos
Na verdade Portalegre tem se tornado um refúgio para evangélicos de várias denominações, vindos de todo o oeste potiguar e até de estados vizinhos. Também não podia ser diferente, pois a mesma não detém eventos mundanos relacionados ao carnaval, e junte-se a isto a sua tranqüilidade de uma típica cidadezinha do interior, combinada com uma estrutura moderna para atender aos turistas, bem como com o seu ponto mais forte, que é a sua natureza privilegiada por Deus. Portalegre, por ser uma cidade serrana, é detentora de um clima extremamente agradável, ainda mais nestes dias de chuva aqui pelo alto-oeste potiguar, o que só fez o clima de lá se tornar ainda mais atrativo e gostoso para nós que somos acostumados com o calor do oeste potiguar. Uma névoa densa durante toda à tarde de ontem nos fez pensar que estávamos em Gramado, Rio Grande do Sul. Mirantes, cachoeiras, trilhas e um ótimo acesso, tornam Portalegre uma cidade a qual me conquista cada vez mais. Muito bom mesmo!
Pois bem, depois desta propaganda e “puxada de sardinha” pra minha região, encerro esta postagem dizendo que durante esta semana publicações virão neste espaço, bem como que no próximo domingo (se eu não viajar novamente), o quadro “Frase quase divina” estará de volta.
Deus abençoe a todos com a sua maravilhosa graça. Amém.
Anchieta Campos
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Selo “Olha que Blog Maneiro”
O prezado irmão em Cristo, Marcos Vasconcelos, residente em Newark, estado americano de New Jersey, e editor do blog A hora da verdade, um evangelho sem misturas, nos honrou com a indicação para receber o Selo “Olha que Blog Maneiro”.
Infringindo um pouco o regulamento do selo, indico, como é do meu costume, toda a minha lista de blogs favoritos (ao invés de apenas dez), a qual se encontra na lateral direita deste blog, na parte intitulada de “Páginas úteis na Internet”. Um espaço onde se encontra páginas ricas para todo e qualquer cristão.
Que Deus abençoe e faça frutificar cada vez mais esta grande nação de blogueiros evangélicos, tanto os brasileiros quanto os de outras nacionalidades. Que as Sagradas Escrituras sejam sempre o norte para todos os escritores e formadores de opinião do meio cristão, sempre com a consciência de que a Palavra de Deus é merecedora de uma submissão incondicional de todos os que querem agradar verdadeiramente ao Eterno; somente assim para se ter um desenvolvimento saudável do seio protestante. Amém.
Sola Scriptura!
Anchieta Campos
Infringindo um pouco o regulamento do selo, indico, como é do meu costume, toda a minha lista de blogs favoritos (ao invés de apenas dez), a qual se encontra na lateral direita deste blog, na parte intitulada de “Páginas úteis na Internet”. Um espaço onde se encontra páginas ricas para todo e qualquer cristão.
Que Deus abençoe e faça frutificar cada vez mais esta grande nação de blogueiros evangélicos, tanto os brasileiros quanto os de outras nacionalidades. Que as Sagradas Escrituras sejam sempre o norte para todos os escritores e formadores de opinião do meio cristão, sempre com a consciência de que a Palavra de Deus é merecedora de uma submissão incondicional de todos os que querem agradar verdadeiramente ao Eterno; somente assim para se ter um desenvolvimento saudável do seio protestante. Amém.
Sola Scriptura!
Anchieta Campos
Carnaval - Breves considerações
O carnaval como o conhecemos hoje é uma festa religiosa, mais precisamente da Igreja Católica Romana (oficializada em 590 pelo Papa Gregório I), iniciando na sexta e se encerrando na terça que precede a quarta-feira de cinzas, que marca o início da Quaresma (que será objeto de uma análise mais adiante, em outro post). A data é marcada por festas promíscuas, incentivando as bebedices, glutonarias, libertinagem sexual, enfim, uma verdadeira festa da carne, com total apoio e respaldo da Igreja Romana, sendo inclusive por causa dela, a “toda-poderosa”, que essa festa ainda é feriado em nosso país, que se diz laico, mas na prática é romanista, pelos muitos feriados religiosos do Vaticano que fazem morada em nosso calendário civil anual.
O sentido da palavra “carnaval”, provavelmente derivada do latin “carnelevarium” (eliminação da carne), ou “carne vale” (adeus carne), aonde o objetivo central era realmente “eliminar a carne”, usando-a ao extremo em seus prazeres e deleites, para depois entrar no período triste da quaresma com a quarta-feira de cinzas. Ou seja, caía-se no pecado, nos prazeres carnais, para depois se santificar no período da Quaresma, para terem os seus pecados perdoados dos erros que cometeram no carnaval. É aquela coisa: vamos pecar bem muito e depois nos purificamos na Quaresma. Isso é demais mesmo! Uma verdadeira piada!
O carnaval provavelmente tem suas raízes mais antigas dos “Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã”, na Festa de Osíris no Egito, há aproximadamente seis mil anos atrás, aonde o evento marcava o recuo das águas do Nilo, regrada com danças, festas e pessoas mascaradas. Existem registros que apontam para a prática entre os gregos, entre os anos de 625 e 507 a.C., com festas em dedicação ao deus Dionísio, por ocasião da volta da primavera, regradas com muita bebida e sexo. Os Carnavais vieram a alcançar o auge de distúrbio, desordem, excesso, libertinagem e desperdícios, junto com a Bacchanalia Romana e a Saturnalia, festas em homenagem aos deuses romanos Baco e Saturno. Estes festejos eram de tamanha importância que até mesmo tribunais e escolas paralisavam suas funções durante o evento, além de escravos serem alforriados. As pessoas saíam às ruas para dançar, aonde a euforia era geral, com os escravos e a classe menos favorecida da cidade saindo pelas ruas em clima de badernagem e rebeldia contra o Estado e a sociedade. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na “avenida”, com homens e mulheres nus como “enfeites”. Estes eram chamados de “carrum navalis”, aonde muitos dizem que daí saiu a expressão “carnevale”, vindo a surgir a expressão carnaval, mas esta explicação quanto a origem do nome carnaval não é muito forte. O fato dentre todos estes registros históricos é que as origens do carnaval sempre estiveram ligadas a festas relacionadas a eventos da natureza, astronômicos e a cultos a deuses pagãos.
Durante a Idade Média a Igreja tentou controlar as comemorações, chegando inclusive a ter papas algumas vezes como patronos, como por exemplo, no século XV, aonde o Papa Paulo II contribuiu para a ‘evolução’ do carnaval, imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras, quando o mesmo permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma, como as corridas, desfiles, fantasias, deboches e morbidez. Estava então reduzido o carnaval à celebração ordeira, de caráter artístico, com bailes e desfiles alegóricos. Mas existiram também os que bateram de frente com a celebração da festa, como o Papa Inocêncio II. Mas lá no fundo, as manifestações nada santas nunca deixaram de existir e nunca na prática foram condenadas pela Igreja Romana medieval e principalmente a atual, como bem prova o carnaval nacional brasileiro, com total apoio da Igreja Romana aqui no Brasil. Na idade medieval a Igreja Romana não iria arriscar perder muitos fiéis por causa da proibição da festa do carnaval, herdada pela Roma-pagã; então, fizera-se como o Natal, misturou-se cristianismo e paganismo, e “cristianizou-se” o carnaval. No ano de 1091, a data da Quaresma foi definitivamente estabelecida pela Igreja Católica, tendo como conseqüência indireta disso o estabelecimento do período do Carnaval na sociedade ocidental.
Os demais detalhes do carnaval, características regionais e outras, foram evoluindo com o tempo em suas respectivas regiões, cada qual com sua peculiaridade, mas todas as festas com algo em comum: o apoio da Igreja Católica Romana, o espírito de rebeldia, libertinagem, bebedices e glutonarias, enfim, uma verdadeira festa da carne e do pecado.
Um fato interessante é que a Igreja Católica apóia o carnaval, e oficialmente, pelo menos em tese, não vê mal algum na celebração do mesmo, mas todavia os Carismáticos Católicos se afugentam do período em retiros Brasil afora. Que contradição dentro da “unida” Igreja Católica!
No demais, lembremo-nos das palavras de Paulo, aonde ele diz em Rm 14:17 que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”, além de condenar a perdição eterna os participantes de bebedices e glutonarias (Gl 5:21).
Por fim, encerro com as palavras do Apóstolo João em 1 Jo 2:15,16 “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”.
Que o Senhor nosso Deus possa conceder um carnaval de paz nas estradas, livrando a todos (participantes ou não) de acidentes, e, principalmente, que mais e mais pessoas possam abandonar cada vez mais esta festa, a qual não tem nada do agrado de Deus. Amém.
Com amor,
Anchieta Campos
O sentido da palavra “carnaval”, provavelmente derivada do latin “carnelevarium” (eliminação da carne), ou “carne vale” (adeus carne), aonde o objetivo central era realmente “eliminar a carne”, usando-a ao extremo em seus prazeres e deleites, para depois entrar no período triste da quaresma com a quarta-feira de cinzas. Ou seja, caía-se no pecado, nos prazeres carnais, para depois se santificar no período da Quaresma, para terem os seus pecados perdoados dos erros que cometeram no carnaval. É aquela coisa: vamos pecar bem muito e depois nos purificamos na Quaresma. Isso é demais mesmo! Uma verdadeira piada!
O carnaval provavelmente tem suas raízes mais antigas dos “Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã”, na Festa de Osíris no Egito, há aproximadamente seis mil anos atrás, aonde o evento marcava o recuo das águas do Nilo, regrada com danças, festas e pessoas mascaradas. Existem registros que apontam para a prática entre os gregos, entre os anos de 625 e 507 a.C., com festas em dedicação ao deus Dionísio, por ocasião da volta da primavera, regradas com muita bebida e sexo. Os Carnavais vieram a alcançar o auge de distúrbio, desordem, excesso, libertinagem e desperdícios, junto com a Bacchanalia Romana e a Saturnalia, festas em homenagem aos deuses romanos Baco e Saturno. Estes festejos eram de tamanha importância que até mesmo tribunais e escolas paralisavam suas funções durante o evento, além de escravos serem alforriados. As pessoas saíam às ruas para dançar, aonde a euforia era geral, com os escravos e a classe menos favorecida da cidade saindo pelas ruas em clima de badernagem e rebeldia contra o Estado e a sociedade. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na “avenida”, com homens e mulheres nus como “enfeites”. Estes eram chamados de “carrum navalis”, aonde muitos dizem que daí saiu a expressão “carnevale”, vindo a surgir a expressão carnaval, mas esta explicação quanto a origem do nome carnaval não é muito forte. O fato dentre todos estes registros históricos é que as origens do carnaval sempre estiveram ligadas a festas relacionadas a eventos da natureza, astronômicos e a cultos a deuses pagãos.
Durante a Idade Média a Igreja tentou controlar as comemorações, chegando inclusive a ter papas algumas vezes como patronos, como por exemplo, no século XV, aonde o Papa Paulo II contribuiu para a ‘evolução’ do carnaval, imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras, quando o mesmo permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma, como as corridas, desfiles, fantasias, deboches e morbidez. Estava então reduzido o carnaval à celebração ordeira, de caráter artístico, com bailes e desfiles alegóricos. Mas existiram também os que bateram de frente com a celebração da festa, como o Papa Inocêncio II. Mas lá no fundo, as manifestações nada santas nunca deixaram de existir e nunca na prática foram condenadas pela Igreja Romana medieval e principalmente a atual, como bem prova o carnaval nacional brasileiro, com total apoio da Igreja Romana aqui no Brasil. Na idade medieval a Igreja Romana não iria arriscar perder muitos fiéis por causa da proibição da festa do carnaval, herdada pela Roma-pagã; então, fizera-se como o Natal, misturou-se cristianismo e paganismo, e “cristianizou-se” o carnaval. No ano de 1091, a data da Quaresma foi definitivamente estabelecida pela Igreja Católica, tendo como conseqüência indireta disso o estabelecimento do período do Carnaval na sociedade ocidental.
Os demais detalhes do carnaval, características regionais e outras, foram evoluindo com o tempo em suas respectivas regiões, cada qual com sua peculiaridade, mas todas as festas com algo em comum: o apoio da Igreja Católica Romana, o espírito de rebeldia, libertinagem, bebedices e glutonarias, enfim, uma verdadeira festa da carne e do pecado.
Um fato interessante é que a Igreja Católica apóia o carnaval, e oficialmente, pelo menos em tese, não vê mal algum na celebração do mesmo, mas todavia os Carismáticos Católicos se afugentam do período em retiros Brasil afora. Que contradição dentro da “unida” Igreja Católica!
No demais, lembremo-nos das palavras de Paulo, aonde ele diz em Rm 14:17 que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”, além de condenar a perdição eterna os participantes de bebedices e glutonarias (Gl 5:21).
Por fim, encerro com as palavras do Apóstolo João em 1 Jo 2:15,16 “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”.
Que o Senhor nosso Deus possa conceder um carnaval de paz nas estradas, livrando a todos (participantes ou não) de acidentes, e, principalmente, que mais e mais pessoas possam abandonar cada vez mais esta festa, a qual não tem nada do agrado de Deus. Amém.
Com amor,
Anchieta Campos
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Análise de um livreto Mórmon – Parte 01
O mormonismo é uma seita de origem americana, tendo o Brasil como o seu segundo maior celeiro no mundo (atrás apenas dos Estados Unidos, é claro). Com certeza você já deve ter visto alguns jovens bem apresentáveis, sempre aos pares, de camisa branca e gravata preta, com uma mochila nas costas... pois é, eles são os famosos missionários mórmons. O fundador deste movimento herético é o americano Joseph Smith Júnior (1805-1844), sendo a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a principal seguidora dos ensinos de Smith.
Smith, cuja mãe era mística e o pai um conhecido obcecado por tesouros perdidos, teria tido, na primavera de 1820, a sua primeira visão, por ocasião de estar buscando a Deus uma resposta para saber a qual igreja deveria pertencer, onde em uma oportunidade em um bosque perto de sua casa, teria visto duas pessoas, que seriam o Pai e o Filho, sendo que nesta visão o Filho teria dito a Smith que não se unisse a nenhuma igreja, pois todas haviam apostatado da fé pura e verdadeira, sendo que haveria de ocorrer uma restauração da igreja nestes últimos tempos. Smith e sua visão não lograram crédito com os seus próximos, mas mesmo assim acabara por ter outra experiência similar, desta feita em setembro de 1823, sendo que nesta oportunidade fora visitado por um anjo que se disse chamar Morôni, o qual trazia uma mensagem diretamente de Deus, que dizia que Smith tinha um serviço para realizar, que era encontrar e traduzir um livro escrito em placas de ouro, que se encontrava guardado, no qual se encontrava registrada a história de um povo que havia habitado a América do Norte no passado, livro este que também conteria o evangelho eterno que havia sido dado pelo Salvador àquele povo. Sem conseguir trabalhar no dia seguinte, Smith fora dispensado do trabalho pelo seu pai, sendo que ao tentar retornar para sua casa acabou caindo desacordado e... adivinhem... isso mesmo! Teve outra visão! Novamente com o anjo Morôni! Nesta visão o anjo mandou que Smith contasse tudo ao seu pai, o qual teria mandado que o mesmo obedecesse a Deus, tendo assim Smith subido ao monte Camurah, onde estariam as placas douradas e as pedras da tradução (Urim e Tumim), sendo que, de fato, encontrou ali o que buscava. Quatro anos após, em setembro de 1827, Smith tomou as placas e começou a copiá-las, tendo surgido assim o “Livro de Mórmon: O outro Testamento de Jesus Cristo”, sendo para os mórmons sagrado e do mesmo nível da Bíblia, e que somente viera a ser traduzido por Smith a partir de abril de 1829, contando com a colaboração do escrivão Oliver Cowdery, tendo sido publicado pela primeira vez em 1830. O nome “Livro de Mórmon” origina-se de um suposto profeta de nome Mórmon, o qual teria compilado os escritos sagrados.
Pulando mais algumas visões de Smith (dentre elas teve até João Batista, Pedro, Tiago e João pelo meio. Vejam só! Espiritismo e mormonismo juntos!) e, com elas mais algumas novas doutrinas e revelações, Smith e Cowdery se batizaram nas águas um ao outro (que bacana!), tendo recebido dons e ministérios especiais, sendo Smith o primeiro “Elder” da Igreja, e Cowdery, o segundo; fundaram a igreja de um modo organizado em 6 de abril de 1830, em Fayatte, New York, passando Smith a ter... adivinhem mais uma vez... isso mesmo! Contínuas revelações! É para não perder a prática gente! Dentre estas muitas revelações, como por evidente e óbvio, só podia acabar saindo algumas aberrações, e foi o que acabou dando, resultando com uma revelação em que Smith entendeu que a poligamia simplesmente não era pecado (que coisa não?!). Esse negócio de poligamia pegou tão mal na sociedade, que Smith (o qual teve 27 mulheres) findou sendo julgado, processado e condenado à morte em 27 de junho de 1844, em Carthage, Illinois.
Smith foi sucedido por Brigham Young, o qual liderou a igreja por 33 anos. Desde então, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias passou a ser liderada por presidentes, os quais são considerados profetas e sucessores diretos de Joseph Smith, sendo dotados e herdeiros dos seus mesmos “poderes”, “autoridades” e “privilégios” (pense!).
Pois bem, passada essa frase introdutória, irei começar uma abordagem sobre um livreto mórmon que tem por título “O Evangelho de Jesus Cristo”, o qual educadamente recebi de um conhecido meu, onde irei refutar alguns pontos doutrinários do mormonismo que vão de encontro com as Sagradas Escrituras.
O uso de água no lugar do vinho na “reunião sacramental”
A literatura assim se expressa no capítulo intitulado “O Sacramento”: “Durante a reunião sacramental, pão e água são abençoados e distribuídos à congregação como lembrança da Expiação de Jesus Cristo. O pão representa Seu corpo e a água representa Seu sangue” pg. 13.
Este ponto é de simples refutação, tão simples que na verdade fiquei surpreso ao ler tal passagem. Fora a primeira vez que fiquei sabendo de um grupo que se diz cristão realizar o memorial da morte de Cristo com água no lugar do vinho. Na verdade não há a menor dúvida de que Jesus utilizou vinho na páscoa que celebrou com os discípulos, momento em que instituiu a Santa Ceia. As palavras de Jesus em Mt 26:28,29 não deixam dúvidas quanto ao uso do vinho na Ceia: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” (cf. Mc 14:24,25; Lc 22:18,20). Oras, todo mundo sabe que “fruto da vide” é o vinho (no caso em questão o vinho não fermentado, o suco de uva), o qual representa, como o próprio Cristo disse, o seu sangue, “o sangue do novo testamento”. A própria coloração semelhante de ambos confirma a lógica do uso do vinho para representar o sangue de Cristo. Não faria muito sentido se utilizar de água para representar e relembrar o sangue de Cristo derramado em nosso favor. Lembremos por fim que o próprio Jesus se comparou a uma videira (Jo 15:4,5).
Portanto, os mórmons pecam em um ponto simples, descaracterizando a Ceia como fora instituída por Cristo, lhe alterando a liturgia e indo de encontro ao exemplo de Jesus.
Quem quiser saber mais sobre a Ceia do Senhor, ler meu artigo Compreendendo a Santa Ceia.
Abordarei em um futuro próximo e oportunamente, outras doutrinas errôneas da referida literatura mórmon, a qual expressa o posicionamento oficial deste movimento, em especial da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Obs.: o quadro “Frase quase divina”, excepcionalmente, não fora publicado este domingo último (15/02), sendo que o mesmo retornará próximo fim de semana.
Anchieta Campos
Smith, cuja mãe era mística e o pai um conhecido obcecado por tesouros perdidos, teria tido, na primavera de 1820, a sua primeira visão, por ocasião de estar buscando a Deus uma resposta para saber a qual igreja deveria pertencer, onde em uma oportunidade em um bosque perto de sua casa, teria visto duas pessoas, que seriam o Pai e o Filho, sendo que nesta visão o Filho teria dito a Smith que não se unisse a nenhuma igreja, pois todas haviam apostatado da fé pura e verdadeira, sendo que haveria de ocorrer uma restauração da igreja nestes últimos tempos. Smith e sua visão não lograram crédito com os seus próximos, mas mesmo assim acabara por ter outra experiência similar, desta feita em setembro de 1823, sendo que nesta oportunidade fora visitado por um anjo que se disse chamar Morôni, o qual trazia uma mensagem diretamente de Deus, que dizia que Smith tinha um serviço para realizar, que era encontrar e traduzir um livro escrito em placas de ouro, que se encontrava guardado, no qual se encontrava registrada a história de um povo que havia habitado a América do Norte no passado, livro este que também conteria o evangelho eterno que havia sido dado pelo Salvador àquele povo. Sem conseguir trabalhar no dia seguinte, Smith fora dispensado do trabalho pelo seu pai, sendo que ao tentar retornar para sua casa acabou caindo desacordado e... adivinhem... isso mesmo! Teve outra visão! Novamente com o anjo Morôni! Nesta visão o anjo mandou que Smith contasse tudo ao seu pai, o qual teria mandado que o mesmo obedecesse a Deus, tendo assim Smith subido ao monte Camurah, onde estariam as placas douradas e as pedras da tradução (Urim e Tumim), sendo que, de fato, encontrou ali o que buscava. Quatro anos após, em setembro de 1827, Smith tomou as placas e começou a copiá-las, tendo surgido assim o “Livro de Mórmon: O outro Testamento de Jesus Cristo”, sendo para os mórmons sagrado e do mesmo nível da Bíblia, e que somente viera a ser traduzido por Smith a partir de abril de 1829, contando com a colaboração do escrivão Oliver Cowdery, tendo sido publicado pela primeira vez em 1830. O nome “Livro de Mórmon” origina-se de um suposto profeta de nome Mórmon, o qual teria compilado os escritos sagrados.
Pulando mais algumas visões de Smith (dentre elas teve até João Batista, Pedro, Tiago e João pelo meio. Vejam só! Espiritismo e mormonismo juntos!) e, com elas mais algumas novas doutrinas e revelações, Smith e Cowdery se batizaram nas águas um ao outro (que bacana!), tendo recebido dons e ministérios especiais, sendo Smith o primeiro “Elder” da Igreja, e Cowdery, o segundo; fundaram a igreja de um modo organizado em 6 de abril de 1830, em Fayatte, New York, passando Smith a ter... adivinhem mais uma vez... isso mesmo! Contínuas revelações! É para não perder a prática gente! Dentre estas muitas revelações, como por evidente e óbvio, só podia acabar saindo algumas aberrações, e foi o que acabou dando, resultando com uma revelação em que Smith entendeu que a poligamia simplesmente não era pecado (que coisa não?!). Esse negócio de poligamia pegou tão mal na sociedade, que Smith (o qual teve 27 mulheres) findou sendo julgado, processado e condenado à morte em 27 de junho de 1844, em Carthage, Illinois.
Smith foi sucedido por Brigham Young, o qual liderou a igreja por 33 anos. Desde então, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias passou a ser liderada por presidentes, os quais são considerados profetas e sucessores diretos de Joseph Smith, sendo dotados e herdeiros dos seus mesmos “poderes”, “autoridades” e “privilégios” (pense!).
Pois bem, passada essa frase introdutória, irei começar uma abordagem sobre um livreto mórmon que tem por título “O Evangelho de Jesus Cristo”, o qual educadamente recebi de um conhecido meu, onde irei refutar alguns pontos doutrinários do mormonismo que vão de encontro com as Sagradas Escrituras.
O uso de água no lugar do vinho na “reunião sacramental”
A literatura assim se expressa no capítulo intitulado “O Sacramento”: “Durante a reunião sacramental, pão e água são abençoados e distribuídos à congregação como lembrança da Expiação de Jesus Cristo. O pão representa Seu corpo e a água representa Seu sangue” pg. 13.
Este ponto é de simples refutação, tão simples que na verdade fiquei surpreso ao ler tal passagem. Fora a primeira vez que fiquei sabendo de um grupo que se diz cristão realizar o memorial da morte de Cristo com água no lugar do vinho. Na verdade não há a menor dúvida de que Jesus utilizou vinho na páscoa que celebrou com os discípulos, momento em que instituiu a Santa Ceia. As palavras de Jesus em Mt 26:28,29 não deixam dúvidas quanto ao uso do vinho na Ceia: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” (cf. Mc 14:24,25; Lc 22:18,20). Oras, todo mundo sabe que “fruto da vide” é o vinho (no caso em questão o vinho não fermentado, o suco de uva), o qual representa, como o próprio Cristo disse, o seu sangue, “o sangue do novo testamento”. A própria coloração semelhante de ambos confirma a lógica do uso do vinho para representar o sangue de Cristo. Não faria muito sentido se utilizar de água para representar e relembrar o sangue de Cristo derramado em nosso favor. Lembremos por fim que o próprio Jesus se comparou a uma videira (Jo 15:4,5).
Portanto, os mórmons pecam em um ponto simples, descaracterizando a Ceia como fora instituída por Cristo, lhe alterando a liturgia e indo de encontro ao exemplo de Jesus.
Quem quiser saber mais sobre a Ceia do Senhor, ler meu artigo Compreendendo a Santa Ceia.
Abordarei em um futuro próximo e oportunamente, outras doutrinas errôneas da referida literatura mórmon, a qual expressa o posicionamento oficial deste movimento, em especial da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Obs.: o quadro “Frase quase divina”, excepcionalmente, não fora publicado este domingo último (15/02), sendo que o mesmo retornará próximo fim de semana.
Anchieta Campos
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Frase quase divina – 47
Desta feita publico uma frase do célebre cientista francês, Louis Pasteur (Dole, 27 de dezembro de 1822 — Villeneuve-L'Etang, 28 de setembro de 1895).
“Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima” Louis Pasteur.
Anchieta Campos
“Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima” Louis Pasteur.
Anchieta Campos
O espiritismo e a Bíblia – Ressurreição X Reencarnação
Deixando um pouco de lado a “isca” de simples contestação postada abaixo, entro logo, sem perca de tempo, no campo doutrinário da Bíblia, com o fim de se refutar a idéia de uma comunhão entre o cristianismo bíblico e o espiritismo. Na verdade ao se refutar biblicamente os ensinos do espiritismo kardecista, está-se aniquilando a pretensa idéia desta moderna e mais influente linha espírita no ocidente, que é a idéia de um respaldo bíblico para os seus ensinos.
Pulando-se os antigos expoentes do espiritismo primitivo, bem como as suas filosofias e doutrinas, chegamos ao chamado e famoso espiritismo kardecista, o qual é realmente o de maior valia para ser abordado, haja vista ser a linha mais moderna e mais difundida no Brasil e ocidente. O espiritismo kardecista e sua doutrina espírita é o fruto do trabalho direto do francês Hippolyte Leon Denizard Rivail (1804-1869), que passou a adotar o famoso nome “Allan Kardec”. Rivail (ou Kardec), em 1857, retomou a análise e disseminação de antigos argumentos defendidos pelos cristãos e judeus reencarnacionistas séculos atrás. Em seu famoso “Livro dos Espíritos”, Kardec levantou novamente a idéia da reencarnação, buscando respaldar biblicamente sua filosofia reencarnacionista. Portanto, o espiritismo kardecista alega ter respaldo e apoio bíblico para as suas doutrinas, notadamente a reencarnação, sendo que ao se desqualificar esta suposta comunhão, está-se verdadeiramente desqualificando o kardecismo.
Kardec alegou que a condenação da doutrina da reencarnação pelos cristãos seria o fruto direto de uma manipulação da Igreja Católica Romana, a qual teria substituído o termo “reencarnação” por “ressurreição” no Segundo Concílio de Constantinopla (também conhecido como o Quinto Concílio Ecumênico, realizado de 5 de maio a 2 de junho de 553). E é exatamente neste ponto que irei me deter neste primeiro artigo puramente doutrinário/bíblico sobre o espiritismo: a Ressurreição, notadamente como um fator que condena a idéia reencarnacionista.
Primeiramente cabe distinguir os termos. Reencarnar significa o espírito voltar a habitar em um novo corpo, enquanto que ressurreição significa o espírito voltar a habitar o mesmo corpo. A Bíblia não faz nenhuma alusão à reencarnação, conquanto que à ressurreição há dezenas de alusões apenas no Novo Testamento.
O ensino bíblico sobre a ressurreição é pacífico e uno. Já no Antigo Testamento encontramos ensinos referentes à ressurreição. Citemos, dentre inúmeras referências, apenas duas, que se encontram em Isaías e em Daniel. “Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos” Is 26:19, e “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” Dn 12:2. Os textos são claros, ambos demonstram os caracteres envolventes da ressurreição bíblica. Primeiro percebemos a existência dos “mortos”, que são os que morreram e se encontram nesta situação, ou seja, não reencarnaram em outro corpo para tornar a vida; este ensino é confirmado por Isaías no paralelo relacional que ele faz entre os mortos (i.e., os que habitam no pó, ou seja, não ressuscitaram e permanecem com seus próprios corpos mortos, sem terem reencarnado em outro corpo) e o seu próprio cadáver (seu próprio corpo na condição de morto), afirmando que ambos tornarão a viver por ocasião da ressurreição, ou seja, o mesmo corpo (e não um novo) já morto tornará a vida na ressurreição (‘a terra lançará de si os mortos’). Por fim, o verso de Daniel confirma os ensinos de Isaías, afirmando que os que dormem no pó (os que morreram e tem seus corpos físicos já decompostos em pó) ressuscitarão em seus próprios corpos, seja para a vida eterna ou para o desprezo eterno (cf. At 24:15). O próprio uso do termo “dormir” denota o sentido de descanso e inconsciência desta vida terrena, fato que contraria a idéia espírita de reencarnação.
Selecionando algumas palavras de Jesus, haja vista muitas tratarem do tema, citemos neste momento uma passagem do Evangelho de João. “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” Jo 5:28,29. Jesus deixa claro que a ressurreição abrange ‘todos os que estão nos sepulcros’, ou seja, todos os mortos em seus próprios corpos físicos; mais um fato que contraria a idéia espírita da reencarnação (que sempre se dá em outro corpo). Estas palavras de Jesus ainda confirmam a idéia de uma ressurreição para julgamento (Hb 9:27), seja para a vida ou para a condenação.
Destaquemos que na passagem de Lc 20:27-38, onde Jesus responde a um questionamento dos saduceus, Jesus deixa implícito que os sete irmãos e a mulher serão as mesmas pessoas (com a mesma personalidade) no mundo vindouro (clara alusão ao céu, onde não se pode morrer, cf. verso 36), por ocasião da ressurreição, com o detalhe de não se casarem. Fato este também que contraria o ensino da reencarnação, pois com a reencarnação estar-se-ia adquirindo um novo corpo e uma nova personalidade, aniquilando a pessoa e corpo (com suas características) que morrera.
O texto sublime de Paulo sobre a ressurreição, 1 Co 15:12-54, vem também a contrariar a idéia reencarnacionista. O texto fala da ressurreição dos mortos comparando-a a ressurreição de Jesus (vs. 12, 13, 15 e 16), a qual sabemos que fora uma ressurreição física do próprio Jesus, da mesma pessoa, e não uma reencarnação em outro corpo/pessoa. O texto ainda fala da ‘ressurreição dos mortos’ (vs. 12, 13, 21 e 52). Fala que o último inimigo a ser vencido é a morte (v. 26), sendo que a mesma é vencida pela vitória proporcionada por Jesus (vs. 54 e 57), em uma clara alusão à ressurreição de Cristo. Afirma-se ainda que a ressurreição será no mesmo corpo, apenas com mudanças em relação a algumas de suas características, como a corrupção pela incorrupção (v. 42), desonra por glória e fraqueza por vigor (v. 43), natural por espiritual (v. 44), mortal por imortalidade (vs. 53 e 54).
Por fim, Paulo rogou aos irmãos de Tessalônica dizendo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele” 1 Ts 4:13,14. Aqui Paulo deixa claro que a tristeza dos crentes de Tessalônica era referente a falta de esperança dos mesmos reverem seus entes queridos por ocasião da ressurreição. Paulo os conforta dizendo que assim como Jesus morreu e ressuscitou (e não reencarnou, como acima já exposto), Deus irá trazer consigo os salvos (i.e., ‘aos que em Jesus dormem’), demonstrando e confirmando o ensino da ressurreição corporal e pessoal de cada crente. Destaque-se ainda que se Paulo os incentiva a ter esperança de reverem os seus entes queridos por ocasião da ressurreição, logo conclui-se por mera dedução lógica que os mesmos não reencarnaram em outro corpo e pessoa, mas ressuscitarão como sendo as mesmas pessoas, com semelhança física de seu corpo terreno, fato este que também contraria o ensino espírita da reencarnação.
Futuras abordagens de outros temas do espiritismo kardecista serão publicadas oportunamente.
Anchieta Campos
Pulando-se os antigos expoentes do espiritismo primitivo, bem como as suas filosofias e doutrinas, chegamos ao chamado e famoso espiritismo kardecista, o qual é realmente o de maior valia para ser abordado, haja vista ser a linha mais moderna e mais difundida no Brasil e ocidente. O espiritismo kardecista e sua doutrina espírita é o fruto do trabalho direto do francês Hippolyte Leon Denizard Rivail (1804-1869), que passou a adotar o famoso nome “Allan Kardec”. Rivail (ou Kardec), em 1857, retomou a análise e disseminação de antigos argumentos defendidos pelos cristãos e judeus reencarnacionistas séculos atrás. Em seu famoso “Livro dos Espíritos”, Kardec levantou novamente a idéia da reencarnação, buscando respaldar biblicamente sua filosofia reencarnacionista. Portanto, o espiritismo kardecista alega ter respaldo e apoio bíblico para as suas doutrinas, notadamente a reencarnação, sendo que ao se desqualificar esta suposta comunhão, está-se verdadeiramente desqualificando o kardecismo.
Kardec alegou que a condenação da doutrina da reencarnação pelos cristãos seria o fruto direto de uma manipulação da Igreja Católica Romana, a qual teria substituído o termo “reencarnação” por “ressurreição” no Segundo Concílio de Constantinopla (também conhecido como o Quinto Concílio Ecumênico, realizado de 5 de maio a 2 de junho de 553). E é exatamente neste ponto que irei me deter neste primeiro artigo puramente doutrinário/bíblico sobre o espiritismo: a Ressurreição, notadamente como um fator que condena a idéia reencarnacionista.
Primeiramente cabe distinguir os termos. Reencarnar significa o espírito voltar a habitar em um novo corpo, enquanto que ressurreição significa o espírito voltar a habitar o mesmo corpo. A Bíblia não faz nenhuma alusão à reencarnação, conquanto que à ressurreição há dezenas de alusões apenas no Novo Testamento.
O ensino bíblico sobre a ressurreição é pacífico e uno. Já no Antigo Testamento encontramos ensinos referentes à ressurreição. Citemos, dentre inúmeras referências, apenas duas, que se encontram em Isaías e em Daniel. “Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos” Is 26:19, e “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” Dn 12:2. Os textos são claros, ambos demonstram os caracteres envolventes da ressurreição bíblica. Primeiro percebemos a existência dos “mortos”, que são os que morreram e se encontram nesta situação, ou seja, não reencarnaram em outro corpo para tornar a vida; este ensino é confirmado por Isaías no paralelo relacional que ele faz entre os mortos (i.e., os que habitam no pó, ou seja, não ressuscitaram e permanecem com seus próprios corpos mortos, sem terem reencarnado em outro corpo) e o seu próprio cadáver (seu próprio corpo na condição de morto), afirmando que ambos tornarão a viver por ocasião da ressurreição, ou seja, o mesmo corpo (e não um novo) já morto tornará a vida na ressurreição (‘a terra lançará de si os mortos’). Por fim, o verso de Daniel confirma os ensinos de Isaías, afirmando que os que dormem no pó (os que morreram e tem seus corpos físicos já decompostos em pó) ressuscitarão em seus próprios corpos, seja para a vida eterna ou para o desprezo eterno (cf. At 24:15). O próprio uso do termo “dormir” denota o sentido de descanso e inconsciência desta vida terrena, fato que contraria a idéia espírita de reencarnação.
Selecionando algumas palavras de Jesus, haja vista muitas tratarem do tema, citemos neste momento uma passagem do Evangelho de João. “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” Jo 5:28,29. Jesus deixa claro que a ressurreição abrange ‘todos os que estão nos sepulcros’, ou seja, todos os mortos em seus próprios corpos físicos; mais um fato que contraria a idéia espírita da reencarnação (que sempre se dá em outro corpo). Estas palavras de Jesus ainda confirmam a idéia de uma ressurreição para julgamento (Hb 9:27), seja para a vida ou para a condenação.
Destaquemos que na passagem de Lc 20:27-38, onde Jesus responde a um questionamento dos saduceus, Jesus deixa implícito que os sete irmãos e a mulher serão as mesmas pessoas (com a mesma personalidade) no mundo vindouro (clara alusão ao céu, onde não se pode morrer, cf. verso 36), por ocasião da ressurreição, com o detalhe de não se casarem. Fato este também que contraria o ensino da reencarnação, pois com a reencarnação estar-se-ia adquirindo um novo corpo e uma nova personalidade, aniquilando a pessoa e corpo (com suas características) que morrera.
O texto sublime de Paulo sobre a ressurreição, 1 Co 15:12-54, vem também a contrariar a idéia reencarnacionista. O texto fala da ressurreição dos mortos comparando-a a ressurreição de Jesus (vs. 12, 13, 15 e 16), a qual sabemos que fora uma ressurreição física do próprio Jesus, da mesma pessoa, e não uma reencarnação em outro corpo/pessoa. O texto ainda fala da ‘ressurreição dos mortos’ (vs. 12, 13, 21 e 52). Fala que o último inimigo a ser vencido é a morte (v. 26), sendo que a mesma é vencida pela vitória proporcionada por Jesus (vs. 54 e 57), em uma clara alusão à ressurreição de Cristo. Afirma-se ainda que a ressurreição será no mesmo corpo, apenas com mudanças em relação a algumas de suas características, como a corrupção pela incorrupção (v. 42), desonra por glória e fraqueza por vigor (v. 43), natural por espiritual (v. 44), mortal por imortalidade (vs. 53 e 54).
Por fim, Paulo rogou aos irmãos de Tessalônica dizendo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele” 1 Ts 4:13,14. Aqui Paulo deixa claro que a tristeza dos crentes de Tessalônica era referente a falta de esperança dos mesmos reverem seus entes queridos por ocasião da ressurreição. Paulo os conforta dizendo que assim como Jesus morreu e ressuscitou (e não reencarnou, como acima já exposto), Deus irá trazer consigo os salvos (i.e., ‘aos que em Jesus dormem’), demonstrando e confirmando o ensino da ressurreição corporal e pessoal de cada crente. Destaque-se ainda que se Paulo os incentiva a ter esperança de reverem os seus entes queridos por ocasião da ressurreição, logo conclui-se por mera dedução lógica que os mesmos não reencarnaram em outro corpo e pessoa, mas ressuscitarão como sendo as mesmas pessoas, com semelhança física de seu corpo terreno, fato este que também contraria o ensino espírita da reencarnação.
Futuras abordagens de outros temas do espiritismo kardecista serão publicadas oportunamente.
Anchieta Campos
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Um simples problema lógico para o espiritismo
Não irei neste momento me deter a uma análise doutrinária comparativa entre a Bíblia e o espiritismo (em suas mais variadas faces), até porque no campo doutrinário/sistemático seria uma surra muito grande, o que demonstraria por A mais B que a Bíblia não apóia em nada o espiritismo, bem como que a fé cristã não tem nada de relacionamento com a crença espírita. Irei apenas expor um raciocínio lógico bem simples, inclusive já conhecido e circular no meio teológico, o qual por sua natureza acaba por ser útil não somente aos protestantes, mas a todos quantos precisam de um argumento para contestar esta crença.
Pois bem, vamos lá:
O problema qualitativo da moral do homem: o espiritismo, em sua grande maioria e vertentes, prega que a reencarnação nada mais é do que uma lei de progresso e evolução do homem em seus mais variados aspectos morais e éticos. Oras, oras, é realmente isso que contemplamos diariamente ao nosso redor e pela mídia televisiva? Claro que não! A humanidade e o mundo, segundo a lógica espírita, deveria estar progredindo em seu aspecto moral, ético e espiritual também, mas a realidade mostra é um retrocesso de ambos aspectos! Como pode que após anos, décadas, séculos e milênios de evolução humana proporcionada pelas reencarnações purificadoras, o mundo não esteja mais puro, sensível e humano? Como costumo dizer: o mundo vai de mal a pior!
Anchieta Campos
Pois bem, vamos lá:
O problema qualitativo da moral do homem: o espiritismo, em sua grande maioria e vertentes, prega que a reencarnação nada mais é do que uma lei de progresso e evolução do homem em seus mais variados aspectos morais e éticos. Oras, oras, é realmente isso que contemplamos diariamente ao nosso redor e pela mídia televisiva? Claro que não! A humanidade e o mundo, segundo a lógica espírita, deveria estar progredindo em seu aspecto moral, ético e espiritual também, mas a realidade mostra é um retrocesso de ambos aspectos! Como pode que após anos, décadas, séculos e milênios de evolução humana proporcionada pelas reencarnações purificadoras, o mundo não esteja mais puro, sensível e humano? Como costumo dizer: o mundo vai de mal a pior!
Anchieta Campos
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Frase quase divina – 46
Desta feita publico uma frase do cientista, físico, matemático, astrônomo, filósofo e teólogo, o famoso e memorável, Isaac Newton (Woolsthorpe, 4 de Janeiro de 1643 — Londres, 31 de Março de 1727).
“A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta” Isaac Newton.
Newton escreveu vários comentários escatológicos, tendo como base os livros de Daniel e Apocalipse.
Anchieta Campos
“A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta” Isaac Newton.
Newton escreveu vários comentários escatológicos, tendo como base os livros de Daniel e Apocalipse.
Anchieta Campos
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