domingo, 26 de abril de 2009

Frase quase divina – 55

Domingo com frase de um pauferrense, não nato, mas de coração e residência, o nobre irmão filósofo e teólogo, Fernando Camboim Filho, o qual, inclusive, já participou de duas postagens do quadro “O internauta participa”, deste blog.

“O trabalho é a única ocupação da aflição do espírito, da vida da morte. A morte é o seu único descanso. O verdadeiro descanso está por vir em Cristo” Fernando Camboim.

Anchieta Campos

sexta-feira, 24 de abril de 2009

E foi apenas uma profetada...

O pastor José Wellington Bezerra da Costa foi reeleito presidente da CGADB, com um total de 6.719 votos, superando o pastor Samuel Câmara em 756 votos. José Wellington permanecerá à frente da Convenção da maior denominação evangélica da América Latina pelo quadriênio 2009-2013.

Pois bem, e como fica a situação de um pastor de Belém do Pará, que acabou por dizer em uma “profecia” na rádio (não vejo como ele ter sido mais direto) que o pastor Samuel Câmara seria eleito presidente da CGADB na 39ª AGO? E para confirmar de vez o teor indireto da “profecia”, o referido pastor adiantou para o dia 16 de abril o resultado das eleições que foram realizadas ontem (dia 23), anunciando como vencedor, “Com uma diferença de votos acima do esperado”, o pastor Samuel Câmara (veja AQUI, antes que seja retirado, o que é o mais provável). O porém é que, como já adiantado, quem venceu as eleições foi o pastor José Wellington. Xiiiiiiiiiii... o caldo engrossou!

Particularmente, desde o início não acreditei em referida “profecia”; eu sei que os dons do Espírito ainda estão plenamente disponíveis para a Igreja do Senhor Jesus, mas, com o pensamento crítico que Deus me deu (assim como a todos os seres humanos), vi de plano que se tratava de algo puramente movido pela carne. Além do mais, não vejo sentido algum em Deus querer adiantar o resultado de uma eleição (salvo raras exceções, notadamente para se dar paz a quem está atribulado, como vi aqui em Pau dos Ferros ano passado). Em que o nome do Senhor seria glorificado nisto? Vejo na verdade que o nome do homem é que seria exaltado, por ter antecipado o resultado de uma eleição. Ademais, 50% de chance é uma porcentagem que dá certa liberdade aos “profetas” de plantão, mas mesmo assim ainda acabam por errarem nos outros 50%, como foi o presente caso.

Infelizmente este caso não é exceção. O que vemos de “profecia” todos os dias no meio pentecostal e neo-pentecostal do Brasil, sem exageros, não é pouca coisa! São “profecias” do tipo: “Jovem! Este varão aqui é o que Deus preparou para você!!! (detalhe, os dois não se amam!)”; “Irmã, este teu filho vai ser um grande pregador!! (detalhe, é uma filha!)”; “Pastores, seus ministérios serão restaurados e irão transpor todos os limites!! (detalhe, é uma reunião de pastores!); “Você que está nesta cadeira de rodas, Deus está dizendo que em breve irá lhe tirar desta situação!! (detalhe, anos se passam e nada ocorre!)”; “Fulando de tal será eleito!! (detalhe, o ‘profeta’ apóia o tal Fulano!!)”. Poderia citar inúmeras outras profetadas, mas isso me levaria muito tempo.

E o que aprendemos com este triste fatídico? Que o homem ainda tem representantes que não aprenderam que esta vida é pura vaidade, como disse o sábio Salomão.

Pois é, acabou não passando de uma profetada!

“AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” 1 Jo 4:1.

“E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” 1 Co 14:29.

Deus abençoe a Assembléia de Deus no Brasil.

Ahh... já ia esquecendo: o referido pastor da profetada já teve dois livros lançados pela CPAD! Que coisa!

Anchieta Campos

domingo, 19 de abril de 2009

Frase quase divina – 54

No mesmo tom da postagem abaixo, mais uma frase de Lutero, de sua obra “Sobre a Autoridade Secular”.

“Pensamentos não pagam imposto alfandegário” Lutero.

Anchieta Campos

A necessidade do pensamento crítico

“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” At 17:11.

Nós, seres humanos, somos verdadeiramente o destaque da terra. O título costumeiramente a nós atribuído de “Coroa da Criação”, é uma expressão totalmente verossímil. A nossa inteligência ímpar (verdadeira herança divina) nos diferencia de todas as demais criaturas. Enfim, fomos dotados com nobres atributos e virtudes, o que, por conseguinte, nos reveste de uma responsabilidade diretamente proporcional a nossa capacidade natural.

Pois bem, indo direto ao assunto e aplicação prática para nós cristãos, digo sem medo que Deus não nos deu essa “massa cinzenta” apenas para enfeite, mas sim para ser usada! Se Deus nos deu inteligência, é para usá-la! Se temos capacidade de pensar, é para pensarmos! Se temos capacidade de analisarmos o que nos é posto, devemos analisar! Se temos a capacidade de examinar tudo e reter apenas o bem, devemos fazer uso desta nobre faculdade! Se temos a Bíblia em nossas mãos, e a inteligência e capacidade de pensarmos e ver se o que é pregado está de acordo com ela ou não, é dever individual se fazer uso desta mui excelente qualidade!

A velha tradição e cultura de recebermos e aceitarmos tudo que nos é apresentado, sem o menor exame crítico, é algo que vai totalmente de encontro com o que Deus quis para o homem. Costumo dizer que mesmo nós sendo criaturas emotivas, influenciáveis pelo meio, é plenamente possível realizarmos uma análise pura, imparcial, e totalmente cativa para com a Palavra de Deus, a qual é a Mestra de todo o pensamento humano, haja vista sua comprovada elevação cultural em todos os aspectos, que transpõe tempo, gerações e culturas regionais, atestado objetivo de sua origem divina.

A passagem bíblica posta como texto áureo deste artigo, é sem dúvidas uma das mais conhecidas e “batidas” no meio ortodoxo, e não poderia ser diferente. Pessoalmente a tenho como uma das passagens mais lindas da bíblia, juntamente com 1 Co 15:50-58. Creio que Paulo deve ter ficado muito alegre ao ver a fé racional e crítica da igreja em Beréia, marcas essenciais de uma fé verdadeiramente bíblica. Mas, infelizmente, nem sempre foi assim. É bem verdade que de um tempo desse para cá a situação deu uma melhorada considerável, e a Reforma Protestante fora, sem sombra de dúvidas, um movimento que resgatou muito do nobre “espírito dos bereanos” para a Igreja Cristã; contudo, ainda estamos distantes do padrão de crítica que Deus espera de nós. As “grandes ondas” doutrinárias e modistas ainda arrastam multidões pelas igrejas do Brasil (e não somente aqui, com certeza), com uma facilidade tamanha que é de deixar qualquer um perplexo. Não há resistência alguma por parte dessa “grande multidão” evangélica; não há nenhuma luta individual onde o ortodoxo ao menos suspire, sendo imediatamente tragado pelo modismo/heresia, o qual é recebido abertamente, sem nenhuma análise crítica à luz da Palavra de Deus.

Mas, assim como o é em relação aos equívocos do nosso tempo trabalhoso, o é também em relação aos antigos equívocos evangélicos. Muitas tradições sem pé nem cabeça, herdadas muitas das vezes nem se sabe de quem; algumas herdadas do catolicismo romano (mantidas pela reforma) e adaptadas pelo tempo, outras herdadas de nossos fundadores denominacionais. Temos também “o pacote” de algumas práticas que eram normais entre os reformadores, e que hoje são martirizadas por boa parte da igreja evangélica, e faça-se todas as combinações de alterações possíveis (de onde foram abolidas, criadas, etc.) da nossa liturgia, fé prática e declaração doutrinária.

E o motivo de tudo isto? Tem dois lados, o bom e o mal. O bom é que às vezes estas alterações são frutos de um pensamento crítico, bíblico, conforme o nobre espírito bereano, fazendo uso da nossa nobre faculdade de pensar, o que é o ideal, ou seja, mudar quando se tem que mudar, e manter quando se tem que manter. O lado mal, por conseguinte, é que muitas dessas mutações no seio protestante (como um todo) são frutos não de uma análise crítica-bíblica, pensada, mas sim de uma absorção natural e sem resistência alguma do que nos apresentam, sejam as heranças tradicionais/culturais, sejam os modismos hodiernos.

A causa já fora exposta, bem como a solução. Em suma, enquanto não houver uma conscientização mais ampla e eficaz da grande massa evangélica, com um trabalho voltado para se criar e estabelecer uma cultura teológica (e não religiosa) em nossos membros, o seguimento evangélico estará fadado a continuar lhe dando com os problemas e dificuldades que há tempos vem padecendo. Vejo em nossa grandiosa CPAD (através de uma CGADB mais atuante e atenta, verdadeiramente eficaz) um poderoso veículo para essa essencial obra (notadamente no meio pentecostal), podendo fazer muito mais do que faz atualmente, onde o alcance e eficácia do seu rico acervo teológico estão bastante limitados, se restringindo praticamente às Lições da Escola Dominical, as quais, por si só, não conseguem obrar milagres.

Por fim, o que um simples blogueiro que nem eu pode fazer, é continuar postando seus humildes artigos e estudos, na esperança e oração de que os mesmos sejam, de alguma maneira, proveitosos para quem o possa ser.

Anchieta Campos

domingo, 12 de abril de 2009

Frase quase divina – 53

Depois de um domingo sem o quadro, o mesmo retorna hoje com uma frase que a vi nascer. Isso mesmo! Em conversa pelo MSN com a irmã contadora Andréia Alves, de Salvador-BA, ela soltou (sem maiores pretensões) esta frase, a qual logo conclui que iria ser publicada neste quadro.

“Eu tenho razões para acreditar, e necessidades que me fazem esquecer de não acreditar” Andréia Alves.

Brilhante pensamento!

Anchieta Campos

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Páscoa e suas particularidades

A Páscoa (hb. Pesah; gr. Πάσχα -Páska-; lat. Pascha) é uma festa que biblicamente se reveste de uma suma importância e sinal comemorativo/memorativo, tanto para judeus quanto para os cristãos, onde o seu modo de ser e prática atual (principalmente no meio católico romano) difere bastante de sua realização e significado bíblico, sendo recheada de figuras que realmente não tem nada a ver com o evento, como o “ovo da Páscoa” e “o coelho da Páscoa”, além de certas tradições sem pé nem cabeça, principalmente para a igreja neo-testamentária, como por exemplo a proibição de se comer carne, e a malhação do Judas, onde a figura deste acaba tomando mais destaque que a de Cristo. A data e o culto ao evento fora estabelecida no primeiro Concílio de Nicéia, no ano de 325.

A Páscoa é uma das três festas (conhecidas como ‘festas dos peregrinos’) em que todos os judeus estavam obrigados a participar, juntamente com a festa do Pentecostes e dos Tabernáculos, onde após a construção do Templo o Senhor ordenou que a Páscoa fosse celebrada em Jerusalém (cf. Dt 16:1-6); antes do Templo os judeus celebravam a Páscoa em suas casas, onde os pais relembravam e contavam aos seus filhos o milagroso evento da Páscoa, como o destruidor poupou aos hebreus (cf. Êx 12:23-27).

No ano (aproximado) de 1445 a.C., após mais de quatrocentos anos de escravidão no Egito, Deus, por sua infinita graça e amor, resolve libertar o seu povo dessa situação humilhante; para tanto o Senhor sucinta Moisés como líder e libertador do povo judeu, e como um “porta-voz” Seu, tanto para os judeus quanto para Faraó. Moisés, sob as ordens e autoridade de Deus, conclama Faraó a libertar o povo judeu, onde o mesmo nega-se a tal, seguindo-se assim sucessivas pragas, onde sempre ao cessar de cada uma delas Faraó voltava atrás e não libertava o povo hebreu (ver o meu post Faraó, predestinação e livre arbítrio). Chegou então o momento da décima e derradeira praga se manifestar, que era a morte de todo o primogênito na terra do Egito, tanto de homens como de animais (cf. Êx 12:12). Mas Deus, para livrar os primogênitos de Israel, instituiu um sinal para o povo hebreu, que os livraria da praga da mortandade dos primogênitos: cada casa deveria tomar para si um cordeiro (se a família fosse pequena para um cordeiro, poderia juntar-se com o vizinho), onde o cordeiro ou o cabrito deveria ser sem mácula, macho de um ano, sendo sacrificado ao décimo quarto dia do primeiro mês, o mês de Abibe, também conhecido como Nisã, que corresponde no nosso calendário gregoriano entre 22 de março e 25 de abril (a data exata do décimo quarto dia de Abibe varia em razão do calendário judeu ser lunar, enquanto o cristão -gregoriano- ser solar). Com o sacrifício do cordeiro, os hebreus deveriam tomar do seu sangue e passá-lo sobre as ombreiras e na verga da porta de cada casa que havia comido do mesmo; a carne deveria ser comida somente assada e com pães asmos (sem fermento) e ervas amargosas; a ordem era para ser comido todo o cordeiro, mas caso ficasse algo, deveria ser queimado no fogo. Sendo assim, o sangue do cordeiro seria por sinal ao Senhor, que pouparia os primogênitos da casa onde visse o sangue (todo esse cenário conforme Êx 12:1-13). Esta é a Páscoa do Senhor. É claro que o Senhor sabia qual casa era ou não de hebreus, mas todo este cenário serviria justamente para ensinar a obediência ao Senhor, além de ensinar e apontar sobre algo futuro. Por fim, o Senhor estabelece a festa da Páscoa como memória, devendo ser realizada anualmente pelos judeus, perpetuamente, no dia quatorze do primeiro mês, na primavera judaica (cf. Êx 12:14; Lv 23:4,5; Nm 9:1-14; 28:16; Dt 16:1-6).

A Páscoa, portanto, fora o evento que marcou a libertação do povo hebreu do Egito e o dia em que foram poupados por Deus do seu justo juízo contra o pecado. E é justamente esse o sentido da palavra Páscoa, do hebraico pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, “poupar”.

Agora, nós aprendemos com a Bíblia que o Novo Testamento, a Nova e Eterna Aliança, nos concede o perfeito entendimento das sombras e alegorias que se encontram no Antigo Testamento (cf. Jo 3:14; Gl 3:15-29; 4:21-31; Cl 2:17; Hb 8:5-13; 9:1-12; 10:1). Assim nós podemos perfeitamente realizar um paralelo entre a Páscoa judia e o sacrifício de Cristo, o qual é o Cordeiro de Deus, sem pecado e sem mácula (2 Co 5:21; Hb 4:15), que morreu pelos nossos pecados (Rm 5:6; Rm 8:34; 1 Co 15:3), aquele Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1:29,36), sendo o seu sangue puro e sem pecado a causa da nossa justiça e salvação, nos livrando do juízo que Deus realiza contra o pecado (1 Pe 1:18,19; 1 Jo 1:7; Ap 1:5; 5:9; 7:14; 12:11; Hb 9:12-26; 10:19; 13:12,20; Cl 1:14,20; Ef 1:7; Rm 3:25; 5:9).

Cristo, verdadeiramente, é a nossa Páscoa: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” 1 Co 5:7. O fato de Jesus ter sido crucificado na Páscoa (Mt 26:2; Mc 14:1), já nos mostra a relação simbólica e de efeito entre a Páscoa judia do Egito e o sacrifício de Cristo em nosso favor. Cristo é a nossa libertação do cativeiro do Egito, do cativeiro da escravidão do pecado! Seu sangue puro vertido em seu sacrifício nos garante o livramento da condenação do pecado! Sua morte e ressurreição nos garante uma nova vida cheia de esperança, liberdade e paz, e não mais uma vida de condenação e escravidão que tínhamos no Egito do pecado!

Jesus, como perfeito judeu que fora, realizou a Páscoa em sua vida (Jo 2:13,23). Jesus fora com seus pais a Jerusalém quando tinha seus 12 anos de idade, justamente para celebrar a Páscoa (Lc 2:41,42). A própria Ceia que Jesus realizou com os seus discípulos em Jerusalém, pouco antes de ser preso e crucificado, foi uma refeição da Páscoa (Mt 26:17-28; Mc 14:12-26; Lc 22:8-20).

A Ceia do Senhor (ver meu artigo Compreendendo a Santa Ceia) é a nossa Páscoa, a Páscoa da Igreja, tendo sido instituída pelo próprio Cristo, com o mesmo intuito de se relembrar algo, só que não relembrar a Páscoa do Egito (mesmo que esta venha à nossa mente, o que é bom), mas sim relembrarmos a sua morte vicária em nosso favor (Lc 22:19; 1 Co 11:23-26). Não necessitamos para se celebrar a Páscoa de fazer que nem fora instituído aos judeus; não precisamos sacrificar um cordeiro sem mácula no décimo quarto dia do mês judaico do Abibe, nem comermos dos pães asmos (ver meu artigo Devemos usar pães asmos na Ceia das igrejas?) e das ervas amargosas, muito menos devemos nos abster de carne como prega o catolicismo romano (ver meu artigo É pecado comer carne?), até pela razão de a páscoa judia ter sido celebrada com carne assada, como bem ficou exposto até o momento, além de o próprio Deus ter ordenado que não sobrasse nada da carne do cordeiro (Êx 12:9,10); lembre-se ainda que o Rei Josias doou ao povo de Israel para o sacrifício da Páscoa, 30 mil cabritos e cordeiros, além de 3 mil bois, também do Rei, sem falar (mas já falando) das ofertas dos príncipes do Rei, que ofertaram também 2.600 reses de gado miúdo, além das ofertas dos chefes dos levitas, que fora de 5 mil reses de gado e 500 bois (cf. 2 Cr 35:7-9)! E tome carne! A abstinência ou não de carne na Páscoa é irrelevante; o erro recai na proibição, como já fora exposto aqui (1 Tm 4:3). O jejum e consagração devem ser voluntários, não forçados, e que não se torne conhecido do público, com o fim de ostentação pessoal (1 Co 7:5; Lc 2:37; 18:12; At 14:23; Mt 6:16-18).

A nossa Páscoa, como já fora dito, é Jesus. Celebramos a memória de Cristo toda vida que realizamos a Ceia do Senhor. Devemos celebrar a nossa Páscoa sobre o crivo de 1 Co 11:23-34, sendo bem sintetizado por Paulo em 1 Co 5:8: “Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. Toda Ceia é Páscoa! Toda semana é santa, todo dia é santo “Em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida” Lc 1:75 (cf. Lc 9:23; At 2:46; Hb 3:13). Devemos andar em santidade, retidão e temor todos os dias de nossas vidas. Celebrarmos a Páscoa de um modo especial na “semana santa” não é pecado nem errado; podemos usar desta data para relembrarmos (assim como fazemos em toda Santa Ceia) o sacrifício de Cristo em nosso favor, a nossa liberdade do cativeiro do pecado, a fidelidade de Deus para com os judeus, o poder com o qual Deus libertou o povo hebreu, e etc.; agora, o que não vale mesmo é aderirmos a práticas e tradições humanas (oriundas de culturas não cristãs e judaicas) sem nenhum respaldo bíblico, como são o “ovo da Páscoa” e o “coelho da Páscoa” (frise-se que coelho não põe ovos!), que não passam de símbolos que só vem a roubar o espaço da Páscoa que é unicamente de Cristo, além de não passarem de objetos comerciais, apoiados pelas indústrias que lucram com a data da Páscoa.

Atualmente os judeus continuam a celebrar a Páscoa (chamada de Seder), mesmo com algumas alterações do modo vero-testamentário, onde, por exemplo, não se tem mais o Templo em Jerusalém para a celebração nacional da festa no mesmo (cf. Dt 16:1-6), além de não ser celebrada com o cordeiro assado (cf. Êx 12:9). Mesmo assim ainda ocorre a reunião familiar para a celebração da data, onde os membros da família retiram-se cerimonialmente das casas e o pai da família narra toda a história do êxodo judeu, conforme os Santos Escritos.

Por fim, desejo a todos uma ótima Páscoa! Não somente nessa “semana santa”, mas por toda a nossa vida, adentrando no reino eterno do Cordeiro “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” Ap 19:9.

Anchieta Campos

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O milagre romano virou mico!

Um dos blogs mais acessados de Pau dos Ferros publicou, sob o título de “Basta ter fé e acreditar”, um post em que se relata que o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, aquele mesmo que em 1995 chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida (justamente no dia oficial em que os romanistas tiram para homenageá-la), teria se convertido para o catolicismo romano.

Bem, eu não concordei, claro, com a atitude do referido discípulo de Edir Macedo (ele foi realmente muito sem noção, exagerou mesmo, foi falta de respeito); eu era criança e me lembro do “muído” que esta atitude impensada gerou. Agora, essa de dizer que ele se “converteu” para o catolicismo romano, é demais! Um evangélico se “converter” ao romanismo é o que se tem para ver! Pode até acontecer, mas é totalmente contra-mão.

Quem me conhece sabe da “enorme simpatia” que tenho para com a Universal e seu fundador-empresário, mas, sinceramente, entre a IURD e a ICAR (mesmo que não exista lá essa diferença toda entre ambas), ficaria, por falta de opção, com a IURD (ainda bem que pude optar por algo melhor).

Pois bem, a referida notícia, claro, é mais uma falácia oriunda do romanismo. Não vou transcrever o texto, mas quem quiser pode conferir na ISTOÉ Online, no endereço http://www.terra.com.br/istoe/1802/brasil/1802_conto_da_santa.htm

Pois é, como disse a ISTOÉ, já em 2004, o conto (ou o milagre) da santa virou mico!

Vamos conferir a veracidade antes, não custa nada!

Anchieta Campos

Como escolher um Presidente da CGADB

Fugindo um pouco do objetivo e marca maior deste blog, que é a área de estudos teológicos, irei tratar de um assunto menos teológico (mesmo ainda sendo), e mais social.

Dia 23 de abril próximo, em Carapina da Serra, Grande Vitória, estado do Espírito Santo, ocorrerá a escolha do futuro presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB). Exatamente 16.736 ministros, de todo o Brasil, estão aptos para realizar o seu direito de voto, em um processo que contará com o apoio e supervisão do TRE-ES.

Sem sobra de dúvidas esta é, disparada, a eleição convencional mais disputada da história da CGADB. Sem adentrar e se aprofundar no mérito do que vemos, dia após dia, relacionado a esta eleição, seja em blogs, comunidades virtuais, e até mesmo em rede aberta de televisão (paga por dinheiro que com certeza não provém dos candidatos), irei, fazendo uso de uma grande força de vontade, omitir algumas considerações sobre este pleito, e ir direto ao objetivo da postagem, pois se escrevo o que tenho em meu coração, poderia causar alguns escândalos para com incrédulos ou neófitos.

Pois bem, indo logo para o tema do artigo, vou tratar de alguns pontos que devem ser observados pelos pastores que irão votar dia 23 próximo. Na verdade irei apontar algumas (dentre várias) características fundamentais que um presidente da CGADB deve ter, para que o mesmo venha a ter uma gestão abençoada por Deus e de acordo com sua vontade. A ausência de alguma destas características deve ser motivo suficiente para não se votar no candidato faltante. Mas se faltar nos dois? Não vote em nenhum! Muito simples!

Eis as características:

Zelo pela doutrina (1 Tm 4:16; Tt 1:9; 2:7,8): O Presidente da CGADB deve ser atento para com o zelo da sã doutrina bíblica. Isto significa que deve ser uma pessoa que repudie toda e qualquer prática que venha a contrariar a Palavra de Deus, alertando os membros das Assembléias de Deus no Brasil sobre os mais variados engodos que se tem por aí, inclusive em nosso meio! Práticas e modismos doutrinários como o G12, Teologia da Prosperidade e afins, cair no espírito (ou de poder), e outras aberrações pneumatológicas e doutrinárias, bem como outros inúmeros modismos nada ortodoxos, devem ser totalmente repudiados pela CGADB.

Casa em submissão (1 Tm 3:4,5; Tt 1:6): Isso mesmo! Segundo a Palavra de Deus, um líder cristão que não tem uma casa sob o seu controle, com um testemunho positivo dos seus, notadamente os filhos, não é apto a ser um líder eclesiástico, quanto mais da nossa CGADB. Falando em uma linguagem paulina mais acessível: se não tem ordem e moral em casa, não terá ordem e moral a frente da igreja, ou seja, assim como a casa é um fracasso, a igreja será um fracasso também.

Honestidade/justiça (2 Co 8:21; Fl 4:8; 1 Tm 3:2,3; 2 Tm 2:4,5; Tt 1:7,8,10): A honestidade e a justiça se confundem. Essas qualidades são essenciais, haja vista que quando se vai administrar bens e dinheiro de terceiros, todo cuidado e zelo é pouco. Quem desvia um centavo que seja da igreja que administra para fins particulares não lícitos, não é digno de ser tido por líder, nem de ocupar liderança alguma, quanto mais da nossa CGADB, que é a responsável pela gerência da nossa gigante CPAD, simplesmente a maior editora evangélica da América Latina. Paulo às vezes fora sustentado pelas igrejas, mas nunca enricou com essas ajudas. Lembremo-nos também de Judas, o qual administrava o dinheiro (Jo 12:6; 13:29), mas desviava (roubava) do que se encontrava sob seu poder, tendo o fim que todos nós sabemos. Devemos ser fiéis (honestos) em tudo, até mesmo no pouco (Mt 25:20,21), e isto tem peso maior ainda sobre os líderes, principalmente sobre o líder da nossa CGADB. Quem se propõe a administrá-la, está se propondo a administrar para a CGADB (leia-se Assembléias de Deus no Brasil), e não para ele próprio.

Não ter espírito de divisão (Rm 16:17; 1 Co 1:10; 3:3; Gl 5:20; Tg 3:14-16; Jd 1:19): Já imaginou um presidente da CGADB que promova a divisão e dissensão entre o povo de Deus, esfacelando ainda mais o que já está esfacelado? Tem que haver união, consenso, um mesmo parecer; juntar e reaproximar cada vez mais esta gigante Assembléia de Deus, tentando torná-la cada vez mais unida, interligando-a entre si. Chega de partidarismo e divisão; nada de algo afastado, isolado.

Poderia aqui citar inúmeras outras características que um líder eclesiástico deve ter, notadamente o presidente da CGADB, mas paro por aqui. Estas que foram explanadas já são suficientes. Fiz a minha parte; modesta, é claro, mas fiz.

Espero e oro, sinceramente, para que ocorra um milagre, e que esta eleição venha a ser realmente regida pelo Espírito Santo de Deus, diminuindo-se o humano, e exaltando-se o divino. A Assembléia de Deus torce por isto; todo o seguimento evangélico no Brasil e na América torce por isto. Jesus ficaria tão feliz!

Que Deus abençoe esta 39ª Assembléia Geral de Obreiros da CGADB! Amém!

Com amor,

Anchieta Campos